História EreRi - Entrelaçados pelo destino. - Dias depois. . .

<Quebra do tempo /Alguns dias depois. . .>

O dia não poderia estar mais bonito, os pássaros cantando, as pessoas passando pelas ruas e eu aqui, sem nada o que fazer. Apenas ficar sentada e apreciar as montanhas de folhas na mesa do Erwin.

Ele nem quer parar para sair comigo, ou sei lá fazer alguma coisa além de trabalho, se bem que eu poderia ficar no laboratório, fazendo alguns experimentos, mas eu não faço ideia de como melhorar meu Titan. Depois que o Levi-chan me disse para desistir dele, meu mundo caiu.

Minhas inspirações foram para o ralo! Vez ou outra eu atendo algumas pessoas e faço palestras por aí sobre o corpo humano, mas não é às mil maravilhas como antes. Algo está diferente em mim.

-Uhum. –Tentei chamar a atenção do Erwin, mas ele nem se deu trabalho de se mexer. –Erwin! –O chamei com uma voz bem entendida, sem resposta. –E-Ru-Win! –O chamei mais uma vez, decidi me levantar e ver através da pilha de papeis.

Quando me aproximei, vi que ele estava dormindo sobre alguns papais, Affs ele estava dormindo o tempo inteiro. Suspirei e peguei a caneta que ainda estava em sua mão, também retirei os óculos que ele usava e coloquei na mesa. Por último o observei, ele sempre foi fofo quando esteve dormindo e dessa vez não foi diferente.

-Já volto! –Sorri e sai da sala, fechei a porta com cuidado e me dirigi ao meu quarto. Ainda preciso achar algum lugar para ficar definitivo... Mesmo Erwin dizendo que não se importa, eu acho incomodo.

Entrei em meu quarto, se não fosse pelo mordomo de Erwin, este quarto estaria uma zona, bem pior que a sala do meu laboratório, sempre levei broncas por isso. Mas é a vida, vamos fazer o que?

Olhei meu celular para ver se tinha alguma mensagem, nada! Passei pela lista dos contatos, com quem posso conversar? Hoje é o que? Uma Segunda? Terça? Quinta-feira? Ah.... Bem, posso convidar o Mike para sair? Ou posso encher o saco do Levi-chan.... Ah.... Esqueci, ele disse para eu ficar longe dele.

Logo após que o Levi aceitou o pedido, só de lembrar isso, é cômico. Eren quase chorou em público.  Posso estar exagerando, mas foi cômico o jeito que Eren abraçava meu amigo, eles realmente fazem um belo casal.

<Quebra do tempo/16:30hrs>

Depois de muita insistência, Mike resolveu me acompanhar para tomar um café. Agora estávamos sentados na mesa, com nossos supostos cafés bem quentes. O verão estava começando a chegar.

-Vai a algum lugar neste verão, Hanji? –Mike não era muito meu amigo, não tão quanto Levi ou Erwin, mas eu confiava muito nele, mesmo não trocando tantas conversas foras.

-Hum.... Não sei, pensei em resolver aquelas coisas de me mudar. Mas Erwin não me deixar ir, sabe? Hahaha. –Peguei eu café, estava quente.

-Oh sim. Mas acho que ele gosta de sua companhia. –Hm? O encarei e acho que ele percebeu que eu não tinha entendido. –Ah, você sabe, Erwin sempre está sozinho, com você.... Bem, as coisas parecem bem menos...

-Mike. Não entendi nada do que você disse. –O celular dele vibrou, vi ele mexer e abrir em suas mensagens e li o nome do Nanaba ali. Ai deus! Quando ele percebeu que eu tentava ver as mensagens, rapidamente desligou a tela. –Ah Mike! Deixa eu ver!

-Pra que? –Ele me encarava como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. –Você não sabe o que é vida pessoal? Posso não parecer, mas eu tenho uma. Ok? –Nossa, ele ficou bravinho.

-Ei, calma. –Ri. –Só estou brincando, senhor: “Eu tenho uma vida pessoal” –Fiz sinal de aspas com as mãos. –Só quero saber. –Me aproximo mais dele. –Está gostando do meu ex-aluno? –Sorri, deixando ele ficar sem reação. –Anda. Eu sou super a favor! Levi-chan é uma prova disso!

-Disso eu não tenho dúvidas. Mas nós nem conversamos muito...

-Oh.... Então tem interesse nele? -Sorria e ele ficava sem jeito, nunca vi Mike daquele jeito, vai ser divertido.

-B-Bem... Nanaba parece ser legal. Não que ele não seja... Mas.

-Já entendi! –Fiz um sinal para ele parar. –Respira doido. Ficar assim vai é assustar meu ex-aluno. –Levantei a mão e pedi a conta ao garçom. -Ah. Ele curte bastante Guerra nas estrelas. Fica a dica. –Pisquei. Mike ficou impressionado e sorriu. Paguei a conta, fiz questão de pagar sozinha. Depois conversamos bastante sobre alguns outros assuntos como trabalho e a tal vida pessoal dele.

-Já disse, quando tiver outra folga eu aviso Hanji. –Estávamos prestes a nos despedir, Mike tinha recebido um chamado.

-Mas você é o chefe da poli.... –Ele me corta.

-Não! Eu sou chefe investigativo. É diferente! Meu cargo não tão alto quando do chefe da policia. 

-Tá bom senhor: "Chefe investigativo que tem vida pessoal" -Bufo e ele ri. Nos despedimos e andamos em direções diferentes. Provavelmente Levi-chan e Eren devem estar no trabalho. Erwin deve estar trabalhando no escritório ou dando aulas... Mais uma vez estou sozinha.... Hum, posso ir ver o meu centro de pesquisa. Vai que rola uma imaginação.

<Quebra do tempo / 18:05hrs>

Levi-On

Meu turno estava começando, estou atrasado uns cinco minutos, tentei falar com Eren pelo celular, já que eu adicionei o número dele de novo. Porém não tive resposta, ele deve ter deixado o celular em casa...

Se me lembro bem, ele me disse que iria passar o dia com a irmã, já que ele ficou um bom tempo fora. Caminhei até minha sala, quando abri a porta vi um acumulado de papel em minha mesa, queria que isso fosse apenas um pesadelo chato.

Antes de enfrentar toda papelada, resolvi checar o hospital, gosto de saber quem vem trabalhar e quem se dedica. Os corredores ainda estavam calmos, enfermeiros e médicos andavam tranquilamente.

Percebi que o número de médico estava menor que o normal, continuei minha inspeção até a ala de observação. Olhei algumas salas, perguntei aos pacientes se estavam bem e como se sentiam, parecia tudo normal.  Quando estava prestes a acabar, vi o amigo de Eren perambular pelos corredores.

-Armin? -Ele parou completamente e se virou.

-Ri-Rivaille-san. -Ele sorria igual as crianças de sete anos que ficavam aqui e acabavam de fazer bagunça.

-O que faz aqui? Seu quarto é para o outro lado.

-E-Eu sei... M-Mas é que.... Eu queria ler outro livro... –Ah... Era isso.

-Sabe que não pode ficar perambulando pelos corredores. 

-S-Sinto muito! -Ele se curvava minimamente.

-Volte para seu quarto. Vou levar alguns livros daqui a pouco. –Observei como ele conseguia andar sem se apoiar demais na parede. –Está fazendo um bom trabalho na fisioterapia. –Dei meia volta e caminhei em direção a minha sala.Antes de chegar, passei na recepção.

Petra estava digitando algumas coisas, pessoas esperavam sentadas, não tinha uma movimentação enorme. Isso era bom, os médicos parecem ter resolvido faltar justamente hoje. Um deles era Eren, aquele pirralho simplesmente não apareceu ainda.

-Petra. -Ela rapidamente me atende.

-Hai!

-Onde estão os demais médicos?

-Oh.... Não soube senhor? Teve um acidente na divisa dos distritos, então estão quase todos no trânsito. –Ela pega o controle remoto e aumenta o volume da tv.

-O acidente não parece ter causado mortes, porém há alguns feridos. Os hospitais locais devem estar atentos. –Interessante. Todas as pessoas da recepção e alguns enfermeiros também prestavam atenção. –Ainda não sabemos a causa do acidente, então estaremos atualizando a qualquer novidade.

-Certo. -Chamava a atenção dos médicos. -Vamos ficar prontos para qualquer coisa. 

-Mas nosso hospital é um pouco distante da divisa. -Petra se pronunciava.

-Temos que ficar prontos. Mesmo estando longe, não sabemos quantas são as vítimas. Além disso, somos um hospital e como tal precisamos estar preparados.

-H-Hai.

-Se algum ferido chegar me avise de imediato! Ah, leve alguns livros para o quarto de Armin.

-Hai! –Sai da recepção e fui a minha sala. Abri a porta e os papéis continuavam ali, podia jurar que isso aumentou....

<Quebra do tempo / 20:20hrs>

Não estava mais querendo ver papelada em minha mesa. Restavam poucas, no mínimo umas dez... Para tentar pensar em outra coisa, olhei as horas no meu celular, está bem tarde. Era estranho que Eren ainda não tenha chegado, talvez eu ligue.... Talvez.

Me levantei e peguei o restante dos papéis acumulados. Os folheei rapidamente, parecia tudo certo. Mas não vou assinar ainda, preciso revisar isso com mais detalhes. Preciso de algo para beber, estou a algumas horas sem qualquer comida ou líquidos. A droga do café vai ser a única coisa que me fará ficar acordado.... Porem prometi que iria diminuir a cafeína, quem sabe não há algo de melhor...

Deixei os papéis na mesa e sai da sala. Passei por alguns enfermeiros, como de costume observei tudo antes de poder relaxar. Gerenciar algo assim é chato e complicado. Mas nada na vida é perfeito e se fosse, seria mais chato ainda. Entrei na sala do café, logo de cara vi a cafeteira. Vamos.... Deve ter algo melhor.

-Rivaille-san! -Petra se virava, dando atenção a mim, ela parecia bem feliz. –Estou fazendo café, aceita?

-Hoje não. –Encontrava a máquina de bebidas e me dirigia a ela.

-Não? –Ela parecia chocada. –O que aconteceu senhor? Nunca recusa café. –Ela sorria.

-Estou tentando diminuir a quantidade de cafeína no sangue, você deveria fazer o mesmo. –Oh, tem energético aqui.

-Café é vida! –A máquina terminava o serviço e ela se servia.

-Teve algum acidente grave? –Pegava um energético na máquina. Quem sabe isso não seja melhor que café....

-Ainda não senhor.... Mas sabe. –Abria aquela garrafa transparente com líquido azul e bebia um pouco, o gosto me lembrava lichia. Estranho…. –Café é o melhor amigo dos médicos.

-Então esse melhor amigo pode te matar um dia.

Saia da sala do café e ia em direção a minha sala, pelo jeito seria uma noite normal.  Antes que pudesse abrir a porta, ouvi duas pessoas discutindo, estava bem alto, droga! Vou ter que resolver isso.

Entrei em minha sala e deixei o energético encima da mesa, sai e fui a recepção, onde vinha o barulho, ao me aproximar notei que as duas pessoas escandalosas eram Mikasa e Eren.

-Que baderna é está no meu hospital?! –Me aproximava dos dois. Imediatamente eles me encaravam.

-Levi! –Notei alguns ferimentos no Eren, pareciam hematomas, alguns na testa, braços.... Também vi que suas roupas estavam sujas, parecia que ele tinha sido jogado e espancado, Mikasa não parecia diferente, tirando os ferimentos de Eren, ela estava na mesma situação. 

-O que aconteceu com vocês? –Eren encarou o chão e nada disse.

-Ele foi ferido! –Mikasa se pronunciava, estava um pouco brava. –Cuide dele! É médico, não?

-Mikasa! –Eren chamava a atenção dela. –Levi é alguém ocupado e além disso está tudo bem. –Vi que as demais pessoas apenas ficavam nos encarando.

-Petra, qual sala está livre? –Ela imediatamente olhou no computador.

-Ah, sala 5.

-Eren, Mikasa, venham comigo. Vou tratar de vocês. –Me virei e comecei a caminhar até a sala.

-Mas Levi-san! –Me virei para encara-lo novamente. –I-Isso não é nada sério...

-Ok! Então não há necessidades de ter medo, ainda quero que trabalhe hoje. Não pode atender os pacientes sangrando desse jeito. –Ele ficou surpreso e assentiu em ir comigo a sala. –Venha também Mikasa. –Os dois me acompanharam até a sala. Quando Eren foi se sentar na maca, o celular de Mikasa tocou.

-Vou atender e já volto. –Ela saiu sala e nos deixou a sós.

-O que aconteceu? –Perguntava enquanto colocava as luvas de látex.

-Na-Nada demais. –Comecei a limpar os ferimentos, tinha alguns arranhões e hematomas nos braços, isso daria para esconder.

-Retire a camiseta, quero ver se não tem outro machucado. –Eren tirava suas roupas enquanto eu o esperava. –Pelo visto está bem. –Não havia tantos arranhões, mas a pele estava vermelha. Voltei minhas atenções aos machucados. –Conte-me o que aconteceu seu idiota. -Pegava o necessário para cuidar daquele corte na testa. 

-H-Hm.... Algumas pessoas trombaram conosco quando estávamos vindo para cá. B-Bem, eles não eram do tipo de pessoas que aceitavam um simples “sinto muito”

-Sua irmã bateu em todos?

-E-Eu.... Não deixei ela fazer nada. Não queria parecer como fraco para sempre. –Terminei um curativo e o encarei, com aquele curativo na testa, me lembrou da nossa primeira noite. Tsk! O puxei pelo queixo e o beijei.

Senti sus braços envolvendo minha cintura e a puxando para mais perto. Toquei seu rosto e separei o beijo devagar. Ele ainda estava abraçado comigo, encarei minha mão direita, o anel estava em meu dedo.

-Eren. –Dei um passo para trás. –Vamos logo terminar seus curativos.

-Hai.