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História Eroda - Small Talk


Escrita por: Kashi_

Notas do Autor


Capítulo de hoje é dedicado para @licelancia <3
Boa leitura!

Capítulo 35 - Small Talk


35 — Small Talk

Draco Pov

Eu não poderia negar que aquilo era diferente de tudo o que já havia acontecido comigo.

Após dormir nos braços carinhosos de Harry, eu já achava que havia uma coisa diferente.

Nunca tinha alguém para se preocupar com meus ferimentos, com minha saúde e verdadeiramente querer cuidar de mim.

E eu sempre achei que não necessitava disso. Porque sou alguém inteligente e independente, e que não preciso de ninguém.

Mas é diferente quando, mesmo você não precisando, existe alguém ali.

Assim que acordei, Harry me encheu de perguntas sobre como eu estava, e se precisava de alguma coisa.

Assim que mencionei minha intenção de voltar para casa, ele riu, dizendo que eu não iria até que ele tivesse certeza que eu estava bem.

Então descobri que ao acordar, horas mais cedo, ele entrou em contato com Ronald, pedindo para que ele fosse até a minha casa pegar algumas roupas para que eu passasse alguns dias ali.

Harry e seus padrinhos afirmaram com toda a certeza do mundo que eu teria que ficar, e foi nesse clima engraçado que nos reunimos para tomar café da manha, quase uma hora da tarde.

Afinal, com exceção de Harry, todos havíamos acordado tarde.

Era diferente de quando eu pulava o café da manhã, ou apenas comia qualquer porcaria, sozinho no meu apartamento.

Uma mesa cheia, com alimentos saudáveis e deliciosos, o cheiro do café fresco, o clima das risadas de Harry e Sirius se atrapalhando enquanto colocavam a mesa... Era tudo diferente.

Eu me sentia idiota, olhando para eles em sua rotina feliz.

— Já pararam para pensar por que ... — Sirius começou, pegando uma xícara — Isso se chama xícara e não... sei lá. Cadeira? — Questionou, e eu entendi que era habitual ele dizer bobagens, porque Harry revirou os olhos, rindo junto com Remus.

— Vai começar...

— É sério! — Sirius insistiu — Quem foi que decidiu o nome? E porque escolheu esse nome?!

— Teorias de conspiração de Sirius Black — Harry cochichou para mim, com um sorriso.

— E se... a xícara não chamava xícara! E se ela chamava colher, mas em algum momento alguém mudou o nome para xícara, então estamos chamando a colher de xícara, sendo que a xícara não é uma colher, porque a colher era outra coisa?! — Ele bradou animado, terminando de passar geleia em um torrada, e eu ri, bebendo café.

— E se eu decidir que não quero chamar a xícara de xícara? E se eu começar a chamar a xícara de... Cadeira! — Harry bradou, entrando na maluquice — E isso se tornar um hábito! E então xícara mudaria de nome?

— E quem sabe, daqui milhões de anos, quatro idiotas vão estar se questionando porque a cadeira se chama cadeira, e não xícara — Comentei, vendo eles rirem, enquanto Remus negava com a cabeça.

— É impossível! Uma só pessoa não pode conseguir mudar isso! —  Harry comentou, dando de ombros.

— Bem, a linguagem se modifica através do tempo, se adapta aos costumes, crenças, e desenvolvimento da sociedade. Nada impede que a xícara deixe de se chamar xícara daqui algum tempo — Remus falou por fim, dando de ombros — Isso é improvável, porém não impossível.

Imediatamente, ergui os olhos para ele que deu uma piscadinha de leve para mim, e eu entendi a razão para aquela frase.

Ainda me lembrava dele dizer, na noite anterior, que acreditava em seis coisas impossíveis no café da manhã.

A cada instante, aquilo fazia mais sentido.

Mas eu ainda não queria pensar sobre isso, porque entraria na questão da minha experiência do dia anterior.

De como eu me sentia sobre Harry, e isso era algo que eu não queria ter que pensar.

— Mas não vou conseguir mudar o nome de um objeto só porque eu quero. Eu sou só eu! — Sirius bradou rindo.

— A jornada de mil quilômetros começa com o primeiro passo — Remus recitou, bebericando seu chá, e eu estranhei a maneira como Sirius e Harry se entreolharam com animação.

— Essa foi boa! — Harry bradou, e eu fiquei observando Sirius se erguer da cadeira, animado, indo até um tipo de bloco de anotações que estava colado na geladeira.

Ele pegou a caneta que ficava acoplada no objeto, e rabiscou algo na folha.

— O que? — Questionei para Harry, que riu.

— Moony está sempre dizendo coisas filosóficas, dando conselhos e frases de nível espiritual e reflexivo. Nós costumamos anotar — Ele disse, e de uma forma muito natural, apoiou a mão no meu joelho.

Harry era bem expressivo, e por vezes tinha aquelas manias de gesticular ou me tocar enquanto falava.

Era uma forma de dirigir a atenção para ele. Como quando ele vinha para meu colo, para que eu ficasse lhe olhando feito um idiota enquanto conversávamos.

— Anotamos para rir das baboseiras que ele diz — Sirius provocou, voltando a se sentar, e Remus manteve aquele sorriso tranquilo no rosto.

— Devo dizer que é muito útil que eles anotem. Assim, todas as vezes que fazem alguma bobagem, tenho provas de que eu disse para fazerem algo, e eles decidiram pelo contrário — Completou, e Sirius revirou os olhos.

— Falando em rir de coisas que o padrinho diz, nós poderíamos aproveitar que o Draco está aqui, e começarmos a pensar sobre nossa festa de halloween! — Harry bradou sorridente — Ele pode desempatar nossas escolhas, já que nunca concordamos em nada, né padrinho?

— Como você é cara de pau, afilhado — Sirius bradou, fechando a expressão para ele — Você sabe perfeitamente que ele fala amém para qualquer coisa que você escolha! Isso não seria justo!

— A vida não é justa, padrinho. Lide com isso — Ele falou com afronta, arrancando risadas de todos nós.

— Se você fizer questão, posso fingir que estou pensando sobre o assunto, antes de concordar com o Harry — Sugeri ao olhar na direção de Sirius, apenas para ver meu garoto gargalhar gostosamente, voltando a dar uma batidinha na minha perna.

Eu adorava quando ele agia daquela forma, com sua mania de me tocar.

Me fazia sentir alguém especial, embora eu detestasse pensar que era.

Ser especial era bom, e também ruim.

Eu não sabia explicar, mas tinha certeza.

— Como você é podre e pilantra! — Sirius resmungou para mim com grande indignação, e eu revirei os olhos, terminando de tomar o café.

— Mas afinal, sobre o que estão discordando?

— Bobagens, na verdade. O padrinho está sempre reclamando das minhas escolhas de decoração.

— Harry, a intenção é fazer uma festa de halloween temática e assustadora. Você esculpir sorrisinhos nas aboboras faz com que isso se perca na ideia!

— As abóboras estão sorrindo, porque é uma casa de gente feliz, padrinho. Isso não tem nada a ver com o Halloween!

Sorri, sem me conter em levar a mão até o rosto dele, beliscando sua bochecha.

— As abóboras sorridentes são uma ótima ideia — Falei, vendo ele expandir o sorriso.

— Achei que você tinha dito que ia fingir considerar minhas ideias — Sirius resmungou com ar rabugento, e Remus apenas estava observando nossas interações com um sorriso tranquilo no rosto.

— Eu achei que conseguia fingir que me importo com suas ideias. Me enganei, desculpe — Resmunguei, e Harry riu.

— Mas o restante da decoração vai ser de arrepiar! Nós já fizemos os moldes. Estávamos combinando de ir comprar os materiais para montarmos tudo. Moony já planejou as comidas temáticas — Harry explicou, e eu sorri ao ver como ele estava animado com a festa — Eu já decidi como serão os convites, vão ter formato de morcegos! Foi ideia do Pad! Nós achamos que ficou genial!

— Você pensou bastante sobre isso, não é?

— Sim! O padrinho desenhou o modelo.

— E quando vai começar a fazer? Não estamos muito longe do dia, então...

— Eu sei! Mas é que estamos tendo um pequeno conflito de interesses! Eu queria ir comprar as coisas, mas Sirius não quer deixar — Falou, e eu franzi o cenho.

— Por quê?

— Eu posso ir comprar — O mais velho respondeu, dando de ombros.

— E vocês não podem ir juntos?

— Não! Se formos juntos, ele vai querer fazer do jeito dele — Harry justificou.

— Então porque você e Remus não vão? — Insisti, e vi Harry suspirar.

— É o que estou tentando! Mas o padrinho não quer deixar irmos sozinhos! Ele acha que algo vai acontecer!

— Sirius, tenha dó — Resmunguei, virando para ele.

— Não fiquem agindo como se eu estivesse sendo ruim! Só estou preocupado!

— Eu sou perfeitamente capaz de cuidar do nosso afilhado — Remus comentou, e Sirius se virou para ele.

— Eu sei que sim. Você consegue cuidar de Harry melhor do que eu, mesmo que estivesse com os braços amarrados nas costas. Mas isso não muda o fato de que eu me preocupo com vocês dois!

— Você não tem que ficar pirando por isso. Já conversamos sobre o assunto. Eu e Harry sabemos nos cuidar.

— Mas vocês não podem sair sem mim! Eu sou a vida de vocês dois — Sirius insistiu, e Remus revirou os olhos.

— Você é um idiota, isso sim.

— O seu idiota — Sirius rebateu, chacoalhando a mão na frente do rosto de Remus, exibindo a aliança — Para sempre!

Nós rimos da dinâmica engraçada dos dois, porque Remus realmente não conseguiu continuar com a expressão brava por mais momentos, sorrindo ao negar com a cabeça em sinal de indignação.

— Eles só vão sair para comprar algumas coisas. Não é nada demais, Sirius — Resolvi dizer, e ele arqueou o cenho.

— Você também é louco de preocupação com o Harry. Como pode estar do lado deles? Eles vão estar sozinhos!

— Da mesma forma que eu não me preocupo quando você sai com o Harry, não me preocupo que Remus o faça. Aliás, acho muito mais reconfortante quando ele está por perto — Falei, sincero.

Remus era muito melhor do que Sirius com feitiços, inteligência e extintos.

Agora, sem sua doença debilitante, as coisas estavam ainda mais tranquilas.

Remus sorriu, demonstrando ter gostado das palavras, e Harry se esticou de sua cadeira, deitando a cabeça no meu ombro, com aquele olhar extremamente doce.

— Viu só? Se o Draco está dizendo, então é verdade!

— Eu já falei que a opinião do Draco não conta, porque ele sempre concorda com você! —  Black voltou a resmungar.

— Sirius, você acha que Remus é incapaz de proteger o Harry?

— Não, é claro que não! — Respondeu de imediato, me olhando com certa estranheza.

— Então qual o problema? Não é como se fossem viajar, ou algo do tipo!

— Eu só não quero meu afilhado sem proteção!

— Qual a parte de Remus vai comigo você não entende, padrinho?

— Sirius — Falei, atraindo a atenção dele — Nós convivemos com Harry. Sabemos perfeitamente que mesmo sem muito conhecimento de magia, ele é um bruxo poderoso. Ele sabe se cuidar. E vai estar com Remus. Se você for, é capaz de Harry te proteger, e não ao contrário. Eles vão ficar bem.

— Porque está sempre no time do Harry!? — Ele bradou, mas tinha um ar vencido em sua expressão.

— Eu não estou sempre no time do Harry. Estou sempre no time das pessoas que tem razão, e você nunca é uma delas — Corrigi, gostando de ver Remus e Harry rirem, enquanto Sirius revirava os olhos.

— Às vezes eu sinto que estou sempre perdendo!

— Padrinho, a gente te ama. Mas sim, você sempre perde — Harry falou rindo.

— Porque não vão hoje? — Questionei para Harry, que me olhou se entender — Comprar as coisas que precisam.

— Você quer se livrar de nós?!

— Eu avisei que ele ia arranjar algum motivo para ir embora — Sirius bradou para Harry, que ainda me olhava indignado.

— Não, Harry. Estou dizendo por que eu estou aqui, e posso garantir que Sirius não vai seguir vocês, como sei que ele pensa em fazer.

— É uma ideia legal — Remus comentou, sorrindo para Harry — Se comprarmos todos os materiais dos enfeites, quando retornarmos, Draco pode nos ajudar a montar tudo, já que ele está afastado do trabalho, e vai passar alguns dias conosco.

— Eu avisei que pretendo voltar para minha casa hoje.

— E eu avisei que você não vai a lugar algum — Harry rebateu, erguendo os olhos bonitos para mim — Eu te disse que vou cuidar de você até que esteja bem.

— Eu estou perfeitamente bem.

—  Quem leva cinco tiros e foge do hospital não tem nenhum pouco de credibilidade comigo —  Harry rebateu, com o cenho franzido e eu revirei os olhos.

Ronald era mesmo um tremendo fofoqueiro.

— Você só está bem, quando eu disser que está bem — Insistiu com seriedade — De qualquer forma...não vou sair e te deixar aqui.

— Harry, eu estou bem — Garanti, vendo ele suspirar — Eu prometo que não vou embora, se isso te faz sentir melhor. Vou ficar aguentando a chatice de Sirius, esperando que vocês retornem —  Prometi, vendo-o me olhar com desconfiança.

— Querido, ele está disposto a aguentar a chatice de Sirius por você. Isso é algo grande. Dê um voto de confiança a ele — Remus comentou, e Harry riu.

— Muito engraçadinho! — Sirius, que até então estava quieto, voltou a reclamar — Você frequentemente se esquece que casou comigo, não é? Eu sou uma piada para você, Moony?!

— Sim, querido. Você é uma piada para mim. E é claro que não me esqueço que nos casamos. Ser seu marido me concede o privilégio vitalício de reclamar de você sem sofrer reprimendas, afinal você é meu idiota... para sempre! —  Devolveu o ato anterior, chacoalhando a aliança na frente de Black, o que fez a mim e Harry rirmos.

Sorri minimamente, vendo a maneira como os dois se entreolharam.

Era notável o nível de carinho entre eles, mesmo quando estavam trocando farpas.

— Draco... vem aqui um pouco — Harry pediu, se levantando, e me puxou pelo pulso para lhe seguir.

Caminhei atrás dele até a sala, vendo seu olhar receoso sobre mim.

— Você está... dizendo para eu sair com Moony... para ir embora?

— É claro que não, Harry. Só estou dizendo que vai ser mais fácil. Eu posso ficar, distrair a mente perturbada de Sirius, para ele não encher a paciência de vocês.

— Mas... você vai ficar?

— Eu já te disse. Não preciso ficar.

— Eu sei que não precisa, e sei que sabe se cuidar. Mas... eu quero fazer isso, tudo bem? — Insistiu, me olhando com intensidade — Quero que fique aqui alguns dias. Ron disse que foram ferimentos graves, e que embora não tenha tido efeitos colaterais, é bom estar sendo observado.

— Você é tão doce — Falei sorrindo, afagando os fios escuros — Obrigado por se preocupar comigo, Harry.

— Então... você pode ficar? Por alguns dias?

— Sim— Concordei, não apenas por ver o quanto era importante para ele.

Eu realmente queria estar ali, ter um momento com meu garoto. Ter aquela vivencia confortável com ele e seus padrinhos.

Parecia ser uma maneira muito boa de levar esses dias que estava afastado do trabalho.

— Mas...não quero que se sinta obrigado a ficar — Falou com uma risadinha — Quero te prender aqui, mas....

— Eu sei, doce. Não me sinto obrigado a ficar. Se eu quisesse, já teria ido embora. Eu gosto de estar com você.

Ele sorriu, se inclinando um pouco para olhar para a porta da cozinha, e pareceu se sentir confortável para se esticar, apoiando as mãos nos meus ombros para selar nossos lábios, como de costume.

E era engraçado pensar que eu nunca imaginaria que teria um homem bonito querendo cuidar de mim, apenas por... querer. Sem obrigações, sem outras intenções.

Apenas querer meu bem, e zelar por minha saúde.

Soava quase bizarro.

— Agora... vá se arrumar. Vou estar te esperando para fazermos os enfeites para a tal festa — Garanti, e ele expandiu o sorriso.

— Legal! — Bradou, me dando mais um beijo antes de se apressar na direção das escada, e isso me fez sorrir, enquanto voltava para a cozinha.

— Harry foi se arrumar para saírem, Remus.

Sirius revirou os olhos, mas não disse nada enquanto Lupin se erguia com animação, também para se vestir apropriadamente.

Ao entender que seriamos apenas nós, Sirius e eu retiramos a mesa, cuidando de arrumar a cozinha e a louça, e nos jogamos no sofá em seguida.

Em poucos instantes, os dois apareceram agasalhados para se despedirem, e eu não pude deixar de sorrir ao ver Harry muito feliz pela conquista, porque embora Sirius estivesse com uma expressão birrenta patética, ele não ousou reclamar ou argumentar qualquer coisa sobre eles saírem.

Sob o olhar de seus padrinhos, Harry se despediu com apenas um aceno, ainda sorridente por ter uma chance de um tempo longe de Sirius, que realmente sabia ser um saco as vezes.

E então, de uma hora para a outra, eu estava sozinho com Black, em um silencio estranho.

Pensar que eu havia deixado de ir para minha casa porque Harry quis, e que Sirius havia deixado os dois saírem, porque Remus quis, me fez rir, em certo ponto.

— O que ? — Sirius questionou mal humorado, ainda de braços cruzados jogado no sofá de frente para mim, como uma criança birrenta.

— Nós somos dois caras fortes. Passamos por um bocado de coisas, lutamos, enfrentamos nossos piores pesadelos... Eu sou auror, você já foi auror... E estamos aqui, no sofá da sua casa, porque eles disseram para não sairmos.

Sirius sorriu minimamente, assentindo.

— É, você entendeu o que eu quis dizer agora sobre sempre estar perdendo, não é?

— Ainda assim, isso não é perder, Sirius — O lembrei, dando de ombros — Se quiséssemos, realmente poderíamos não estar aqui. Isso é um tipo diferente de ganhar.

— Não se iluda, Draco — Ele riu espontâneo — Pode não ser uma perda para você, mas vou te dizer... Desde que me casei, estou sempre do lado perdedor.

— É exatamente esse tipo de coisas que você diz que magoa Remus — Não pude deixar de observar sobre a piada dele, vendo-o piscar surpreso.

— Do que está falando?

— Você tem todo esse ar engraçado e reclamão, mas as vezes fala muitas porcarias, Sirius — Avisei, e ele suspirou.

— Não falei por mal. Eu amo Moony. Amo estar casado com ele. É isso que me faz perder. Eu sempre quero fazer qualquer coisa que deixe ele feliz. Não é... perder de uma forma ruim.

— Tecnicamente, isso é ganhar — Rebati, e ele franziu o cenho.

— Não notou a parte que eu fui deixado para trás, só porque quero fazer o Moony feliz?

— Ainda assim, isso deveria ser ganhar— Reforcei, dando de ombros — Eu poderia ter batido o pé, e ter ido embora. Não fui, porque sabia que isso iria magoar Harry, e a ideia de que ele esteja feliz me é atrativa. Eu tomei uma decisão, para deixar Harry feliz. E se Harry está feliz...

— Então a missão foi cumprida, e você venceu — Ele mesmo falou, em tom de reclamação — É, faz sentido — Confessou com um pequeno sorriso — Mas não volte a dizer essas coisas. Faz parecer que você e Harry estão em um tipo de relação.

Ele riu de seu próprio dito, e eu me vi obrigado a fazer o mesmo, com certo nervosismo.

Não queria prolongar o assunto, porque me faria pensar nos sentimentos estranhos que estava tendo sobre Harry, desde a minha quase morte.

— Não precisamos ficar reclamando como dois idiotas — Ele concluiu, se erguendo em um pulo, e eu apenas observei ele sumir na direção da cozinha.

Instantes depois, sorri ao ver ele retornar com duas latas de cerveja na mão, passando uma para mim.

— Não lembro a última vez que fizemos isso — Comentei, abrindo minha latinha, com certa distração.

— Antes de Harry, com certeza — Ele falou rindo — Não é engraçado?

— O que?

— Você está na minha casa todo os dias, mas eu se quer vejo você. Ou falo com você — Comentou com ar distraído — Nunca imaginei que fosse se tornar amigo de Harry.

— Se serve de consolo, nem eu — Rebati, e ele riu.

— Acha que algum dia isso vai passar? Que vou conseguir não pirar todas as vezes que ele estiver longe?

— Você vai ter que se acostumar com a ausência do Harry — Lembrei Sirius, querendo ignorar a parte de mim que disse ‘Você também, Draco’ — Ele vai para a escola, dificilmente poderemos vê-lo.

— Só de pensar nisso... — Sirius suspirou.

— Qual é o problema? Ele vai estar seguro!

— Esse é o problema. Nada nunca vai ser seguro o suficiente. Voldemort invadiu a minha casa e arrancou ele dos meus braços! Nada me garante que ele vai ficar bem.

— Harry garante — O lembrei, e ele me olhou com curiosidade — Você viu, ele curou Remus. Ele cuidou daquela crise. Harry é muito poderoso. Tenho pena de quem se meter com ele.

— Você fala como se não houvesse desenvolvido uma força tarefa só para proteger ele. Faz pose madura, mas sei que está pirando tanto quanto eu —  Acusou venenoso.

— São medidas cabíveis, e você sabe disso. E de qualquer forma, ainda assim Harry é alguém poderoso, e eu sei que ele vai ficar bem.

— Não importa o quanto ele seja poderoso. Harry é meu garotinho — Insistiu, e eu sorri.

— Sirius, Harry sempre vai ser seu garotinho. Mas... não significa que ele vai deixar de crescer — Dei de ombros, e ele suspirou — Harry é um homem adulto, por mais que você ignore isso. As pessoas frequentemente apenas olham para aquele menino doce e gentil, que tem um sorriso adorável, e se esquecem que ele é um bruxo poderoso. Um dos bons. E realmente um adulto inteligente.

— Moony diz a mesma coisa — Ele admitiu, e eu sorri.

— Você sabe que estamos certos.

— Você saber que ele é forte e inteligente te impede de se preocupar? — Rebateu, e eu sorri.

— Touché — Falei, bebendo um longo gole de cerveja, sem querer me aprofundar nesses sentimentos.

Sim, Harry ficaria bem na escola, eu sabia disso.

Mas eu já não tinha certeza se eu ficaria bem sem ele.

E perceber que meus sentimentos por meu homem estavam fora de controle era apenas a cereja do bolo.

Ao que tudo indica, no fim, eu realmente tenho um coração.


Notas Finais


Pegaram as referências?!
Eu amo quando eles estão todos reunidos, bem família hahahaha
Drarry casal e Wolfstar casal, mas só Remus no momento sabe que Drarry é casal.
Sirius, como pudemos ver, está em negação sobre algo que está debaixo do nariz dele, tanto quanto Draco. E Draco por sua vez, jura que não tem nada demais com Harry, mas fica 'meu homem' para cima e para baixo. Aham. Sei. Até conselhos sobre relacionamento ele deu para Sirius, mas ele >não namora<
A festa de halloween está chegando, e eu aposto que vão gostar de ver! Teremos muitas interações gracinhas drarry daqui em diante, segurem o coraão hahahaha Vamos entrar em uma ótima fase na fic!
Espero que estejam gostando!
Até!


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