Chegando ao hotel, pagou somente a pernoite de um quarto, pois pretendia comprar um apartamento, ou talvez uma casa no dia seguinte.
E lá descansou até o amanhecer.
Quando acordou, já eram nove horas da manhã. Decidiu ir caminhar na rua atrás de algo para ele poder se locomover. Trazia a maleta de dinheiro consigo.
Encontrou uma concessionária de veículos a algumas quadras do hotel e saiu de lá com um Cadillac vermelho, bem excêntrico. Pagou a vista com o dinheiro que Eniato deu a ele. Nunca havia dirigido na vida, nem possuía os documentos necessários, mas cativou o funcionário da concessionária para que pudesse comprar o carro sem fazer nenhum registro ou algo do tipo. Privilégios de deuses. Ponderou.
Andou a toda velocidade nas ruas de San Diego, desfilando com seu carro novo e se mostrando para todos que passavam por ali.
Eros era um deus muito exibido e narcisista. De cabelos loiros encaracolados, corpo musculoso e muito atraente. O que tinha de beleza tinha também de vaidade.
Ele virou uma esquina à esquerda e se deparou com um grande prédio, cheio de jovens e adolescentes ao seu redor. Universidade de San Diego. Leu o que estava grafado em uma placa de metal acima do portão. Era uma escola.
Existe lugar melhor para espalhar amor do que um lugar repleto de jovens com os hormônios à flor da pele? Pensou.
Estacionando o carro, ele saiu levando a maleta, vestindo o mesmo traje do dia anterior. Regata e bermuda estampada.
Nem sequer chegou a pisar na calçada, todas as pessoas direcionaram os olhares para ele. Alguns olhos demonstrando encantamento, outros inveja, (principalmente vindo de garotos), e alguns de curiosidade. Eros podia sentir cada tipo de olhar que era lhe lançado.
Eros caminhou devagar em direção à aglomeração de pessoas. Sentia os olhos famintos o sufocando. O ambiente agora era claustrofóbico e o ar estava pesado, como se fizesse pressão sobre ele.
– Oi gatinho. Uma voz feminina soou no meio da multidão, seguida de risadas também femininas.
Eros não podia se distrair da sua “missão”. Estava lá para fazer um pouco de bagunça, e não atos libidinosos com os seres humanos.
Teve a brilhante ideia de se matricular na escola. Só assim teria mais contatos com aqueles jovens, que provavelmente só ficariam ali até poucos minutos, quando o sinal do colégio soasse.
Andou então em direção à porta, quando alguém o impediu, colocando a mão sobre seu ombro.
– Só pode entrar com o uniforme, não conhece as normas? Um sujeito estranho questionou.
Deve ser o segurança daqui o algo do tipo, zelador talvez? Eros precisava de um argumento, rápido.
– Perdoe-me, eu sou novo aqui na cidade. Vim fazer a matrícula nessa escola hoje. Murmurou Eros, com uma expressão angelical no rosto, na tentativa de convencer o homem a deixá-lo entrar.
– Ah, claro. Eu que peço desculpas. Vou chamar um aluno introdutor para te acompanhar até a secretaria. Disse o homem enquanto se afastava.
É, quando pensei em voltar aos velhos tempos, não imaginei a possibilidade de tornar a ser um estudante novamente. Ponderou Eros sobre sua ideia. Em seguida sobrevieram lembranças dele mais jovem em usa escola no Olimpo.
– Esta é Tabitha, ela vai poder te ajudar. Disse o zelador, acompanhado de uma jovem a seu lado.
– Olá, seja bem-vindo aqui em San Diego. Vou leva-lo até a direção. Qual é o seu nome? Tabitha falava em uma voz suave e amigável.
– Eu sou Eros, é um prazer conhecê-la.
– O prazer é todo meu, Eros. Venha, Siga-me. Disse ela caminhando em direção a uma porta grande de madeira, e adentrando-a.
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