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História Eros Complex - Trancados


Escrita por: jmaseul

Notas do Autor


Olha quem está de volta, atrasada como de costume mas ainda aqui ksks
Peço desculpas pela demora, mas vou explicar nas notas finais o motivo pq é um spoiler do cap

Esse capítulo... não sei nem oq falar, tirem suas próprias conclusões

Boa leitura o/

Capítulo 11 - Trancados


Jisung mal podia acreditar. Na verdade, vindo de Felix, ele até acreditava. Mas nunca, nem em um milhão de anos, acreditou que se deitaria na mesma cama que Lee Minho. O jogo às vezes vira. Assim que a porta foi trancada pelo australiano, Jisung apenas desistiu. Sabia que bater na madeira ou xingar alto não adiantaria em nada, então apenas assumiu sua derrota ao deitar-se ao lado de Minho na cama, ambos lado a lado, mas sem expressar uma única palavra.

Minho, não aguentando mais o clima tedioso, confessou:

— Sabe, não é tão ruim assim.

Jisung apenas revirou os olhos, mas não estava tão bravo com o rapaz. A vítima em sua cabeça era aquele maldito australiano que agora possuía as mechas ruivas.

— Vamos ficar aqui pelo resto da noite, sem fazer absolutamente nada. — rebateu Jisung. — Como não é tão ruim?

— Nós podemos conversar. É uma ótima maneira de passar o tempo.

Não queria, mas o que mais fariam? Se passasse mais um minuto encarando o teto do quarto do senhor Lee, ficaria completamente louco.

— Conversar sobre o quê?

— Sei lá, sobre nós, sobre a vida.

— Sobre nós?! — questionou Jisung, levemente chocado pela sugestão.

— Em um sentido pessoal, não romântico. — explicou o Lee, rindo baixo. — A não ser que você queira no sentido romântico.

— Tudo bem então, Lee Minho. — O mais novo apenas desistiu. — Me conte sobre a sua vida.

— Certo… — Minho coçou a garganta, tentando pensar. — Venho de uma família de classe média. Era mais ou menos no colégio e atualmente arranjo uns trabalhos para pagar a minha faculdade no futuro.

— E você foi demitido, não? — o Han riu, debochado.

— Só pra constar, eu era um ótimo garçom! Pode perguntar pro Felix.

— Ah, verdade. Você atendeu eles naquele dia, não é? Chan e Felix?

— Não foi bem atender. Na verdade, eu estava procurando por uma cadeira extra e a mesa deles possuía uma. Aí, me aproximei educadamente para perguntar.

— Se é tão educado, por que eles te demitiram? — provocou o Han novamente, mas o Lee não levou para o lado pessoal, respondendo simplista:

— Acho que eles fizeram um corte de funcionários, e como era novo, me lasquei. — Assim que terminou a frase, Jisung começou a rir feito um louco. — Do que está rindo?

— Desculpa, é engraçado.

— Mas Seungmin também foi demitido, ‘tá? — rebateu Minho, por mais que estivesse rindo de sua própria desgraça também. — O que é estranho porque, na verdade, eu praticamente não o vi lá.

— E como se conheceram?

— Ele apareceu do nada e ficou tipo: e aí cara, quer ser meu amigo? Eu fiquei confuso, mas aceitei.

— Não achou que ele estava, sei lá, te cantando? — perguntou o de mechas azuladas, chocado pela ingenuidade do Lee.

— Claro que não. E outra, está na cara que ele e o Hyunjin se pegam.

— Está maluco? O lance é entre ele e Jeongin!

— Você não entende nada de romance, pelo visto. — o mais velho provocou, recebendo um tapa nada amigável do outro. Jisung levantou-se um pouco, apoiando seu antebraço no colchão para que pudesse olhar Minho diretamente nos olhos, a expressão mais que indignada. O Lee continuou deitado, tendo a visão do belo rosto do Han acima do seu.

— Me desculpa, Don Juan. — Jisung revirou os olhos. — Não sabia que estava falando com um especialista.

— Adoraria ser um, mas eu só me ferro no quesito amor. 

— Como assim?

— Eu só tive um namorado na vida e, bem, ele me traiu. — Minho revelou, fazendo uma careta dramática logo após a frase. — Não foi legal.

— Lee Minho é corno? Não creio!

— Parou de zoação. — o Lee riu, levantando-se para sentar na cama, com as costas apoiadas na cabeceira do móvel. — E quanto a você?

— Eu? Nunca namorei com ninguém, mas já tive uns lances aí.

— Lances? No plural? Olha ele, pegador! — Minho provocou, rindo em seguida da expressão falsamente irritada de Jisung.

— Ah, cale a boca.

— Você é o grande Don Juan por aqui! Me diga, como foi o seu primeiro beijo?

— Sinceramente? Uma merda. — Jisung admitiu, fazendo uma careta para lembrar-se dos detalhes. — Felix não sabia beijar naquela época.

A expressão de Minho fora cômica. Em primeiro momento, o coreano pareceu confuso, como se não tivesse interpretado a frase corretamente. Mas assim que compreendeu, escancarou a boca como alguém que vira um fantasma bem diante de seus olhos. 

— Felix?! — Minho quase gritou a pergunta. — O seu primeiro beijo foi com ele?!

— Sim. — Jisung deu de ombros. — Ele era novo no colégio. Eu me aproximei para ajudá-lo com o coreano e, bem, aconteceu.

— Caramba, não creio. E o que aconteceu depois? Você sabe, do beijo.

— Nós concordamos que era melhor sermos apenas amigos, e aqui estamos. E quanto ao seu primeiro beijo? — Jisung arqueou as sobrancelhas, curioso pela resposta que o Lee daria.

— Foi ruim também. Foi com esse ex namorado que me traiu. Todo mundo sabe que as primeiras vezes são péssimas. — admitiu o Lee, o que fez o Han concordar com a cabeça, rindo baixo. Depois da pequena conversa trocada, Jisung passou a sentir-se um pouco mal. E não, não era por estar no mesmo quarto que Lee Minho, e sim por perceber que o rapaz não era tão ruim quanto havia imaginado. 

— Sabe, Minho… — iniciou o Han, quase envergonhado.

— Sim?

— Eu quero te pedir… desculpas. — a frase foi dita num tom baixo, mas Minho pôde ouvi-lo perfeitamente. — Conversando com você agora, percebi que talvez, e só talvez, você não seja tão otário assim.

— Por essa eu não esperava. — o Lee riu, aproximando-se um pouco mais de Jisung, como quem não queria nada. — Me desculpe também. Eu continuei com a provocação, não continuei?

— Verdade, mas fui eu quem comecei. — Jisung admitiu, ajeitando-se completamente ao lado de Minho. — Talvez eu seja meio orgulhoso, e por isso não quis admitir que estava errado quanto a você.

— Então, amigos? — Minho sugeriu, mas Jisung fez uma careta engraçada com a pergunta.

— Não força a barra também. — provocou o rapaz.

— Colegas? Conhecidos? Ficantes?

— Ficantes, Minho? — Jisung o encarou com uma falsa expressão irritada, mas seus lábios tinham um repuxar provocativo.

— Ué. Eu não queria falar nada, mas estamos sozinhos, só nós dois, e viramos amigos…

— Conhecidos!

— Conhecidos… — Minho também sorriu, aproximando-se aos poucos do rosto do outro. — Vamos fazer algo para passar o tempo.

Do contrário do que o Lee imaginava, Jisung não se afastou, ou o empurrou da cama. O garoto continuou parado, encarando fixamente os olhos do Lee enquanto ele se aproximava de seu rosto. Estavam tão próximos que podiam sentir a respiração quente um do outro contra seus próprios lábios.

— Tipo…? — provocou Jisung, sentindo o coração acelerar e a respiração falhar sem razão aparente.

— Você sabe do que eu estou falando. — A voz de Minho era baixa e provocativa, o que causou um arrepio atípico na espinha de Jisung.

— Sei? — Decidiu fazer-se de inocente, o que aumentou ainda mais o desejo do Lee. Minho levou sua destra a coxa do outro, apertando a região macia enquanto seus lábios praticamente roçavam nos lábios do outro coreano. Mas nenhum deles parecia tomar a iniciativa para quebrar o mínimo espaço que os separava. 

— Sabe. — respondeu o Lee, a fricção dos lábios se roçando esquentando todas as regiões de ambos os corpos. — Diga.

— Até nessa hora você vai querer me provocar?

— Se eu não te provocasse, não seria eu.

Jisung apenas ignorou e quebrou o espaço, finalmente selando os lábios macios do Lee pela primeira vez. Não era seu primeiro beijo, mas era como se fosse: seu coração bateu forte contra sua caixa torácica, e timidamente, sua língua tentou invadir a boca do outro. Minho cedeu, enquanto levava sua destra para a cintura de Jisung, apertando-o forte contra seu próprio corpo. As línguas se entrelaçaram em um vai e vem lento e sensual, e o Han, mesmo sem querer, soltou um pequeno gemido entre o beijo. O Lee riu baixo com a reação do outro, o que fez o Han afastar-se. Minho tinha uma expressão vitoriosa no rosto, como o de uma criança que finalmente havia ganhado o doce que tanto queria.

— Está rindo do quê? — questionou o rapaz de mechas azuladas, indignado.

— Nada, mas para quem me odiava até cinco minutos atrás, até que você está gostando muito, não acha?

— Só cale a boca. — pediu o Han, antes de puxar o colarinho da blusa de Minho para que os lábios se encontrassem novamente.

Não sabiam o que estavam fazendo, apenas deixavam se levar pelo súbito desejo e prazer que as línguas conectadas levavam para seus corpos. Minho jogou o seu corpo sobre o Han, forçando o rapaz a deitar-se na cama. Agora sentado sobre ele, Minho podia sentir a ereção do coreano contra sua bunda.

— Está animadinho então? — provocou o Lee, sussurrando contra os lábios de Jisung, por mais que sua situação não fosse muito diferente.

Abandonando os lábios do rapaz, Minho levou sua boca para o pescoço do outro, explorando a pele com beijos molhados e pequenas mordidas. Jisung gemeu, já que era sensível naquela área, e passou a apertar o corpo de Minho contra o seu, explorando-o com suas próprias mãos. Quando as mãos geladas de Jisung invadiram a pele por debaixo das roupas do Lee, arranhando suas costas, foi a vez de Minho tremer levemente. O arrepio da pele gelada contra a sua, mais o prazer de ser tocado pelo Han, fez com que o Lee gemesse baixinho entre os beijos que ainda distribuía no pescoço do Han. Foi a vez de Jisung rir baixo, e divertido, provocou:

— Está animadinho então?

Minho voltou sua atenção para o outro, uma expressão falsamente irritada no rosto. Jisung apenas riu, se divertindo demais por ter desarmado o mais velho. 

— Vamos ver se você vai rir do que eu vou fazer com você.

Não era para o Han ter sido afetado, mas fora impossível não arrepiar com as palavras do outro, ditadas num tom completo de pura provocação. Jisung sentiu sua ereção doer contra sua cueca boxer, a calça apertada demais. Minho deixou o corpo do outro, dirigindo-se ao pé da cama. Jisung não entendeu por um segundo ou dois, mas depois a mensagem fez sentido quando o moreno o chamou, enquanto dava leves batidas com a palma da mão no colchão, ao final da cama. Jisung foi se aproximando devagar, já tirando sua jaqueta e jogando-a em algum canto do quarto. Minho riu baixo, mas logo fez o mesmo. Quando Jisung se aproximou, sentando-se de pernas abertas ao pé da cama, Minho ajoelhou-se no chão, sorrindo em malícia. O Han sentiu outra fisgada em baixo frente apenas de imaginar a sensação dos lábios do Lee contra o seu pênis.

Sem aguentar por mais um minuto, Jisung levou seus dedos para os botões de sua calça, abrindo-os apressadamente. Sua boxer preta apareceu, marcando sua ereção detalhadamente. Minho levou sua destra para a cueca do outro, acariciando o membro lentamente com seus dedos sobre o tecido. Jisung sentiu uma pequena onda de prazer atingir o seu corpo, o que o fez morder os lábios inconscientemente. Pegando as extremidades da boxer, Minho a puxou lentamente para baixo, vendo o pênis ereto saltar sobre o tecido. O Lee, por sua vez, apenas riu baixo enquanto segurava o membro em sua mão, vendo o corpo de Jisung tensionar com o contato repentino. Quem diria que um dia ele seria o motivo da ereção de um rapaz que até agora pouco o odiava, não é mesmo?

Minho começou com movimentos lentos, utilizando o pré gozo de Jisung e um pouco de sua saliva para lubrificar o membro. O Han já podia sentir a sensação de prazer aos poucos, o que o fez segurar arfadas baixas. Mas é claro que o Lee não se contentaria apenas em masturbá-lo, e assim, aproximou-se do pênis do Han, abrigando toda a glande do rapaz em sua boca. Jisung sentiu o corpo tensionar pela súbita sensação prazerosa, e levou a destra para as mechas do moreno, segurando-as enquanto Minho iniciava sua provocação.

O Lee chupava a glande do outro com vontade, fazendo movimentos atrevidos com sua língua sobre a base do pênis. O moreno levou sua mão direita para a base do membro, fazendo movimentos de vai e vem onde sua boca ainda não alcançava. Jisung não sabia como reagir, e apenas gemia baixo, tentando controlar os sons que saíam de sua boca, o que era uma tarefa quase impossível. Ter Minho ali, ajoelhado e o chupando com tanta vontade, vez ou outra o encarando diretamente nos olhos, estava o levando para à loucura.

Minho cessou um pouco seus movimentos para que pudesse utilizar mais saliva, espalhando-a sobre o membro do Han enquanto o masturbava com sua destra. O Lee podia sentir sua ereção doer contra a calça apertada, e por isso aproveitou o momento para abrir a mesma, estimulando seu próprio membro com a mão esquerda quando o mesmo foi livrado de sua cueca boxer. Voltando sua atenção para o pênis em sua frente, Minho decidiu que era o momento de levar Jisung a outro nível de prazer. Enquanto distribuía lambidas sobre a extensão do pênis e acariciava os testículos, o moreno resolveu relaxar sua garganta o máximo que conseguia, e então colocou toda a extensão do membro em sua boca.

— Porra! — Jisung praticamente gritou, sem se importar se algum dos garotos conseguia ouvi-lo. Ele apertou as mechas do moreno com mais força, agora ditando o ritmo enquanto fodia, em movimentos lentos, o máximo possível da boca do outro coreano.

[...]

— Quer saber de uma coisa? Eu não aguento mais isso! — resmungou Seungmin em seu típico tom de mal humor, sem acreditar na situação em que se encontrava.

O clima no banheiro era estranho, tudo porque, tanto o demônio quanto o cupido, podiam claramente ouvir os gemidos nada discretos de Jisung ao quarto ao lado. Seungmin estava escorado na porta, com as mãos na cabeça como os de alguém prestes a ter um surto psicótico. Jeongin, sentado no assento fechado da privada, não sabia onde enfiar sua cara. As bochechas rosadas e a expressão chocada demonstrava muito bem o seu desespero diante de tantas obscenidades que podiam ser ouvidas no outro quarto.

P-pelo menos… — iniciou o garoto, tímido. —…estão se dando bem? — A afirmação soou muita mais como uma pergunta, o que fez Seungmin negar com a cabeça.

— Eu não quero ouvir ninguém dando muito bem não, portanto, vamos sair daqui antes que eu tenha que pagar uma terapia para você pelo próximo século.

— Vamos sair? — Jeongin levantou-se do assento, o olhar confuso.

— Sim, você disse que suas asas já estão quase cem por cento, não? — O Yang assentiu. — Ótimo! Então vamos nos teletransportar para o apartamento.

— Mas não podemos sair daqui! Se Felix voltar e não estivermos…

— Confie em mim, ele não vai voltar agora. — simplificou o Kim, arrumando sua postura para a viagem. — Uma ida ao apartamento e logo voltamos, só até essa baixaria aí acabar.

Jeongin assentiu, por mais que não concordasse. Sim, era muito estranho ouvir aquelas coisas tão de perto, mas ainda era a alternativa mais segura, não era? O cupido segurou o ombro do mais velho, fechando os olhos e idealizando o apartamento velho que dividiam em sua mente. Só bastava um segundo e logo estariam lá. Mas não foi o que aconteceu, pois assim que promoveu o impulso, sentiu um repuxar para baixo, como se as asas, escondidas em suas costas, estivessem presas. Jeongin só não desabou no chão porque Seungmin o segurou antes.

— Hyung…— o cupido gemeu de dor, apoiando-se entre os braços do demônio. O Kim o segurou com força, preocupação visível em seu rosto.

— O que aconteceu?!

— Minhas asas estão doendo! — choramingou o Yang, quase num tom de súplica. — Me ajude!

Seungmin se desesperou. Jeongin quase se contorcia em seus braços, e sua boca soltava gemidos incômodos. Não sabia como reagir, porque: em primeiro lugar, nunca havia ficado tão próximo do corpo do outro por tanto tempo, e não sabia porque estava envergonhado com este detalhe. E segundo, não sabia absolutamente nada sobre asas, afinal, sequer as possuía.

— Calma! — Seungmin pediu, mas por dentro estava surtando também. Lentamente, o demônio carregou o corpo do cupido para o assento da privada, sentando-o com delicadeza. — Me mostre suas asas.

— Não consigo! — resmungou Jeongin. A sensação que sentia era como se suas costas estivessem queimando. — Dói demais, não consigo!

Seungmin sentiu culpa. Precisava pensar em algo, e rápido, mas o que faria? Se não sabia nada sobre asas, então como poderia curá-las? De imediato, a mente do demônio deu um estalo. Lembrou-se de uma cena que havia presenciado em sua sala de estar, alguns dias antes: 

 

— Que porra é essa?! — questionou Seungmin, muito confuso com a cena que via diante de si: Jeongin, sentado no sofá com as asas abertas, enquanto passava pétalas de rosas pelas penas e extremidades imperfeitas. O Yang olhou para o mais velho com indiferença.

— Estou me curando. — respondeu, simplista, arrancando outro olhar confuso do mais velho.

— Com flores?!

— Representação de amor. — Jeongin riu. — Eu me curo com qualquer coisa que remeta ao amor.

 

Representação! Essa era a resposta. Se quisesse curar as asas de Jeongin, precisava de algo que remetesse ao amor, simples assim. Mas o que remeteria o amor em um banheiro? Seungmin olhou para os lados, avaliando o cômodo com atenção, mas nada ali parecia útil. Podia não ser a pessoa mais romântica do mundo, mas tinha quase certeza de que shampoo e condicionador eram um péssimo presente de dia dos namorados.

Se não possuía nada, o que faria? Quando a ideia surgiu em sua cabeça, o demônio sentiu seu corpo tensionar de imediato pelo súbito nervosismo. Não faria aquilo, faria? E se fizesse, daria certo? Mas ele não tinha outras opções, então era isso ou nada. Seungmin segurou os braços de Jeongin para que se levantasse, e assim o cupido o fez, com dificuldade por conta da dor. O demônio, encarando o rosto do garoto com nervosismo, pediu:

— Feche seus olhos. Confie em mim.

Jeongin o fez, mesmo com dificuldade para manter-se de pé. Fechou os olhos e esperou, mas podia sentir o seu coração sobrenatural bater forte contra o peito. A curiosidade passou a atormentá-lo. O Kim levou ambas suas mãos para as bochechas do mais novo, acariciando a pele, agora avermelhada, de suas bochechas. Seungmin não sabia explicar, mas o que sentia era um nervosismo inexplicável, como se seu coração demoníaco fosse saltar pela boca. A última vez que sentira algo semelhante fora há muitos anos, em Liverpool, na noite em que finalmente tomou coragem para confessar seu amor por Hyunjin. Decidiu jogar esse pensamento para longe. O Kim se aproximou lentamente, sentindo o hálito quente e apressado do cupido contra os seus lábios. Não esperou muito para cessar os milímetros que o separavam, e sentiu a maciez da boca de Yang em um selar simples, mas demorado.

Representação do amor. Afinal, o que representava mais o amor do que um beijo?

Jeongin quase tremeu com o contato inesperado, embora simples, do selar de lábios. Aos poucos seu corpo passou a esquentar. A energia começou a fluir pelas áreas de sua pele para as asas, diminuindo a dor aos poucos e trazendo uma disposição que há muito tempo não sentia. Era como se tivesse descansado por décadas, e só então acordado. Mas todo o calor de seu corpo passou a atordoar sua mente, tornando a energia em desejo. Um desejo inquietante, quase incômodo, lascivo como o pior dos pecados. Sua mente se nublou por completo por ela. Quando Seungmin se afastou do simples selar de lábios, mais nervoso do que gostaria, deu de cara com os olhos de Jeongin já fixos em si, mas traziam uma aura diferente do que já havia visto. Não conseguia mais identificar o cupido inocente que tanto conhecia, pois suas expressões eram mais frias do que o próprio inverno.

— Você está be…

Seungmin não conseguiu completar suas palavras, pois sentiu seu corpo ser impulsionado com muita força para trás. Suas costas bateram na madeira da porta num baque audível. Uma onda de dor alastrou de imediato por seu corpo demoníaco. Jeongin me empurrou?! Pensou o demônio, sem tempo para reações, pois logo o corpo de Yang estava colado sobre o seu. O cupido foi rápido em segurar os pulsos do demônio com uma força nunca antes imaginada, pressionando-os contra a porta de madeira.

— Hyung…— Jeongin ditou a palavra lentamente sob os lábios do Kim, pois os mesmos se roçavam com tamanha aproximação.

Aquele não era o tom de voz que Seungmin estava acostumado. As palavras se arrastavam de maneira lentamente sedutora. O demônio sentiu um arrepio na espinha com o olhar intenso que Jeongin o devolveu.

— Jeongin, o que você está fazendo…?

Jeongin sorriu minimamente, e sem ditar uma única palavra, pressionou sua coxa entre a região íntima do Kim. Seungmin quase saltou com o contato inesperado e o estranho prazer que isso conseguiu passar para o seu corpo. Não conseguia acreditar. Era o mesmo cupido envergonhado ali, bem na sua frente? Era quase como se fosse outra pessoa completamente diferente. 

— Não é óbvio, hyung? — Ele arrastou novamente as palavras, levando seus lábios para a orelha do Kim, sussurrando: — Eu quero você.

Seungmin estremeceu. Não queria admitir, mas seu corpo estava reagindo, embriagando-se mais do que deveria nas palavras do mais novo. Conseguia sentir o próprio desejo crescendo aos poucos. Eu não posso! Era o que pensava, mas seu corpo agia de maneira diferente, sem realizar nenhum esforço para afastar o Yang. 

— Jeongin…

As palavras do Kim se perderam de sua boca assim que os lábios de Jeongin trilharam o caminho de seu pescoço, distribuindo selares lentos e molhados, vez ou outra mordendo a epiderme macia. Seungmin tentou se segurar, mas antes que pudesse perceber, seus lábios já soltavam gemidos baixos.

— Você é meu. — Yang ditou entre um selar e outro na pele do demônio, mas o Kim percebeu: seu tom era grave demais, quase perverso. Deixando o pescoço, já vermelho, de lado, Jeongin voltou com seus olhos fixos no demônio mais velho, que a esse ponto sentia o corpo fraquejar.

— Eu não sei do que está falando…— Por mais que seu corpo respondesse aos estímulos, Seungmin precisava deixar aquilo claro para o cupido. Ninguém poderia tê-lo como uma propriedade, por mais que o desejo fosse forte.

Jeongin fechou sua expressão de tal maneira que, pela primeira vez desde que se conheceram, Seungmin finalmente o vira como um jovem adulto e não apenas um eterno adolescente infantil. Alguma coisa estava muito errada. O cupido puxou os pulsos do Kim, até então pressionados na porta, para frente, apertando-os de modo possessivo antes de se aproximar do rosto do outro com o mesmo olhar frio. Agora a respiração agitada era a de Seungmin.

— É isso o que você pensa.

Cessando o espaço entre eles outra vez, Jeongin tomou os lábios do mais velho de modo lascivo, beirando ao agressivo, explorando a boca do Kim em movimentos fortes com sua língua. Pego de surpresa, o demônio não soube como reagir, e demorou alguns segundos para que pegasse o ritmo, gemendo baixo entre o ósculo agressivo. Queria segurar o corpo do mais novo, tocá-lo, mas Jeongin ainda o prendia com suas mãos, segurando seu pulso com cada vez mais força a cada investida com a língua. O prazer do beijo era quase inebriante para Seungmin, mas aos poucos a dor contínua em seu pulso foi recobrando sua consciência. O aperto estava forte demais! Era quase como se o cupido quisesse gravar os hematomas na sua pele…

Com muito esforço, pois era difícil deixar os lábios de Yang, Seungmin usou a força que tinha para empurrar o cupido com seu próprio peso corporal. Jeongin cambaleou para trás, soltando os pulsos do demônio no momento em que suas costas bateram com força no box de vidro do banheiro.

— Meus pulsos… — Seungmin gemeu de dor, observando sua pele pigmentada por variações de vermelho e roxo. Foi nesse momento que o cupido recobrou sua consciência, sentindo a cabeça latejar por um segundo ou dois.

— Deuses! — Seu tom era desesperado, assustado e infantil. O típico Jeongin estava de volta. — Eu…

Suas palavras se perderam ao avaliar a situação de seu hyung. Seungmin tinha os cabelos bagunçados, o pescoço vermelho, os lábios inchados…

Tudo por causa dele.

— Você…?

— Eu tentei te marcar. Deuses, eu tentei marcar os seus pulsos!

— Se for com hematomas, conseguiu…— O Kim riu baixo, ainda sem acreditar no que havia acontecido, e no quanto havia gostado.

— Não! Você não entende! Eu…

Queria relevar para Seungmin todos os seus anseios sobre a marca de Octávio. Queria contar para ele que, aos poucos, seus desejos obscuros e secretos estavam vindo à tona, sem qualquer controle ou medo. O cupido amável e inocente estava fraco…

Estava corrompido.

— O que está acontecendo aí?! — A voz gritou do outro lado da porta, no enquanto, junto de batidas audíveis.

Era Hyunjin.


Notas Finais


Ok, eu demorei pq já fazia um tempão que eu não escrevia sacanagem e eu não tava conseguindo escrever a cena dos Minsung KKKKKKKKk foi foda, me desculpem se o resultado ficou ruim

ps¹: oq será que os demais garotos estavam fazendo na sala durante essas pegações ai? rsrs

ps²: ATENÇÃO ATENÇÃO, caso alguém aqui goste de BTS, uma amiga minha postou uma one Namseok/Hopenam maravilhosa, vejam lá que não vão se arrepender: https://www.spiritfanfiction.com/historia/eclipse-16972763

ps³: me sigam no twitter, sou legal e juro que respondo a dm: @jmaseul


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