Karma, em frente a uma casa branca, ponderava sobre sua vida. Há três meses estava casado com Nagisa devido a um acordo entre suas famílias, porém havia um detalhe: o Akabane nunca viu o rosto do Shiota, pois havia uma cláusula no contrato proibindo vê-lo.
Na verdade, ele apenas sabia que seu esposo tinha os fios azulados, tão azuis quanto o céu em um dia de verão, e que seu corpo era pequeno e esbelto, pois havia visto uma foto dele de costas que a mãe de Nagisa mostrara.
Como o relacionamento deles era à distância — apesar de morarem na mesma cidade —, as conversas eram somente por meio de mensagens e ligações. E, para dificultar mais a situação, Nagisa não postava nada em suas redes sociais.
Apesar de nunca ter visto a face do outro, Karma não se importava com isso contanto que Nagisa demonstrasse seu carinho e gentileza em cada momento que se falavam. Talvez, esse também seja o motivo de Karma ter aceitado esse casamento. Não se importava com as características do Shiota, iria amá-lo por sua personalidade assim como o outro havia feito consigo.
Entretanto, sua diabinha pessoal, também conhecida como sua prima Rio, plantou sementes de paranóias em sua mente e agora a curiosidade estava lhe sufocando. Precisava ver o rosto de Nagisa, nem que fosse a última coisa que faria na vida. E era isso que estava fazendo no momento.
A Lua brilhava no céu quando chegou na casa que pertencia aos Shiota. Karma pulou o portão da casa branca, olhou para uma janela aberta no segundo andar e esperava que fosse o quarto do azulado. Subiu pela árvore em frente a casa e entrou no cômodo escuro.
O Akabane notou ao redor os simples detalhes do quarto que indicavam ser de Nagisa: a cama estava perfeitamente arrumada, uma sequência de livros de terror psicológico sobre a cômoda e as cores predominantes eram bege e… lilás? Logo lembrou do dia que o Shiota dissera sobre sua mãe ter achado que iria ter uma filha e entendeu a razão do cômodo ser daquela cor. Karma sentou-se na cama, esperando o azulado aparecer, pois ele não estava ali no momento.
Minutos depois, a porta foi aberta e Nagisa assustou-se com a súbita presença do ruivo. Tentou sair do local, mas o Akabane foi mais rápido e o impediu. Shiota sentiu os intensos olhos âmbar em si, seu coração parecia que ia sair pela boca e virou o rosto, envergonhado.
— Karma — disse com a voz falha —, você descumpriu uma das condições do contrato.
— Estou pouco me importando com o contrato. — O ruivo levou uma das mãos ao queixo do outro para fazê-lo o encarar. — Por que se escondeu assim? Você é lindo.
As borboletas no estômago de Nagisa bateram as asas freneticamente. Não sabia como reagir às palavras ditas pelo Akabane, só compreendeu o sentimento que invadiu seu coração: o amor.
— Minha mãe não permitiu que você me visse, ela achou que sua família não iria aceitar o casamento, mas isso não interessa mais. — Sorriu e abraçou o tronco de Karma. — Você está comigo agora.
O ruivo sorriu discretamente e envolveu o corpo do Shiota em um abraço caloroso. Estava feliz, imensamente feliz. Apesar de ficar irritado com a mãe do esposo por forçá-lo a fazer algo que não queria. Acariciou os sedosos fios azulados com ternura. Agora nada iria separá-los, ficariam juntos até a eternidade.
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