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História Erro em Anonimato - Capítulo 24


Escrita por: nataseok

Capítulo 24 - Capítulo 24


Fanfic / Fanfiction Erro em Anonimato - Capítulo 24

A casa de Sehun não era longe, fazendo os três chegarem rapidamente à residência. Foram para o quarto do mais velho do trio, e o mesmo fez Jungkook sentar em sua cama. O moreno ainda tinha a cabeça rodopiante pela pancada, e evitava tocar para não doer tanto.

Taehyung ao seu lado tremia muito. Tentaria passar a confiança de estar tudo bem para não ficar mais assustado do que já estava. Sehun estava na cozinha pegando uma compressa feita com gelo, voltando para o quarto e entregando a Jungkook.

Porém, Taehyung o pegou de sua mão, olhando detalhadamente seu rosto para passar delicadamente no hematoma. Jungkook chegou a fechar os olhos com força ao sentir o gelado, o que fez Taehyung sentir-se culpado.

– M-me desculpe! Doeu Jungkookie?

– Tá tudo bem, Tae.

– Eu tô tão assustado. – Jungkook queria abraçá-lo ao ver os grandes olhos cheios de lágrimas. – Eu pensei em tantas coisas ruins na hora, achei que a gente fosse-

– Meu amor, já passou. – acariciou suas mãos nos cabelos do outro, tentando acalmá-lo a todo custo. Não iria adiantar muito caso Taehyung passasse mal. – Respire fundo, okay? Eu tô aqui. – é claro que também estava assustado pelo choque, e queria muito ter Taehyung como apoio. Encostaram as testas uma na outra devagar, Jungkook não parava com o cafuné ao lado da cabeça de Kim.

Parecia que havia apenas os dois no quarto, mas Sehun estava lá, ouvindo e vendo toda a cena. Ficou um tanto embasbacado ao ouvir Jungkook chamar o garoto de “amor”, culpou-se um pouco por tê-lo deixado de lado e não ver seu melhor amigo se apaixonar verdadeiramente. Estava feliz por ele.

– Eu vou... pegar uma água com açúcar pra você se acalmar. – disse pela primeira vez desde que chegou em seu quarto, referindo-se a Taehyung.

– Obrigado. – murmurou, voltando lentamente a passar a compressa na bochecha e lábios de Jeon.

Quando Sehun voltou, deu o copo d’água ao castanho, que bebia tudo em uma velocidade absurda.

– Meu amor, calma. Você vai engasgar assim. – Jungkook alerta. Sehun sorriu minimamente.

– Vocês fazem um belo casal. – diz honestamente, tendo a atenção de Jungkook.

– Hm, obrigado. – agradeceu sem graça. Não havia demonstrado afeto com Taehyung na frente de ninguém além de Yoongi e Jimin. – Obrigado também por ajudar. Parece que você apareceu do além pra nos salvar.

Sehun riu com a frase usada.

– Eu estava junto com eles. Matamos aula e, naquela hora que eu não estava lá, eu tinha ido comprar cigarro pros caras. Quando eu estava voltando, vi vocês dois se olhando irritadamente um pro outro. Eu sei lá, achei que Junhyeok não fosse fazer nada. Daí eu vi você dar o primeiro soco e me aproximei mais, e quando vi Junhyeok te devolver outro e você cair no chão, minhas veias saltaram. Descontei  a raiva no soco que dei a ele. – olhou para seu dorso um pouco inchada pela força. – Junhyeok estava agindo como um otário recentemente, e essa foi a gota d’água.

Taehyung havia acabado a água, e decidiu expor também o que pensou na hora.

– Eu vi você de longe. Tive um medo enorme de você estar do lado deles. Os socos foram tão corridos que eu nem vi quem tinha levado.

– Ninguém bate no Jungkook além de mim. – Sehun brincou, tirando um sorriso pequeno do moreno. Taehyung relaxou com a brincadeira.

– E eu também. – disse juntamente. Jungkook olhou surpreso para os dois.

– Então é assim? Virei saco de pancada? – riram juntos. Todos aliviados por terem passado a coisa mais horrível que aconteceu em suas concepções, felizes de terem feitos as pazes.

Ninguém disse mais nada, Sehun apenas levantou da poltrona em que estava e pegou o copo que fora usado por Taehyung vazia, voltando à cozinha.

O castanho viu o outro afastar-se completamente, chamando atenção de Jeon.

– Vai lá falar com ele a sós.

– E-eu?

– Claro Jungkookie. Vocês deveriam conversar melhor.

– Mas o que eu digo?

Taehyung riu.

– O amigo é seu, você vai saber o que dizer. – acariciou acima de sua bochecha um pouco inchada. – Vai lá. – parou o carinho, empurrado Jungkook de leve. O outro levantou-se desgostoso, indo para onde o mais velho estava.

Quando chegou, Sehun secava o copo com um pano, e Jungkook estava extremamente sem graça, sem saber como começar. O outro vira Jeon andar de um lado para o outro na cozinha sem dizer nada. Até que fizeram contato visual.

– Hum... foi Taehyung que me mandou aqui. Sabe como é...

– Acho que te devo um pedido de desculpas direito. – começou, aproximando-se. – Eu sinto muito, Jungkook. Eu agi feito um babaca na hora em que você mais precisava de alguém ao seu lado. Acho que juntou a parada da carta com seu... “afastamento” – fez aspas com os dedos. – E achei que você tivesse se cansado da gente, sei lá. E quando você falou a verdade, eu não entendi como isso tinha acontecido. Me refiro a você gostar de um garoto no caso. Além de ter vacilado múltiplas vezes com você todos esses anos, eu peço perdão de verdade, e que nunca irá se repetir. Eu também fui um preconceituoso de merda e pesquisei mais a fundo sobre esse tópico, e eu realmente sinto muito. – terminou, sentindo suas costas mil vezes mais leve.

Jungkook sorria que nem bobo, felicidade explodia em seu peito. Provavelmente Sehun nunca dissera-lhe palavras tão belas quanto essas.

– É claro que eu te perdoo, cara. Você está tentando mudar com o tempo, isso me deixa orgulhoso. Você dá seus vacilos mas eu gosto de você pra caralho. – respondeu, vendo o outro rir em seguida. Sehun ergueu uma mão.

– Então, continuaremos bros até eu te irritar e você me mandar ir tomar no cu? – Jungkook gargalhou.

– Óbvio! – ignorou o braço erguido de Sehun, puxando-o para um abraço amigável, o que fora retribuído. O mais velho viu Taehyung encostado na porta da cozinha com o sorriso satisfatoriamente largo. Separou de Jungkook rapidamente, coçando sua cabeça.

– Olha, foi seu namorado que me puxou pra um abraço primeiro, viu? Não tenho culpa! – Jungkook virou-se e viu Taehyung ali, rindo de Sehun que havia falado sério. – Também devo desculpas pra você.

– Tá tudo bem, vamos deixar as diferenças que tivemos pra trás. – gesticulou, fazendo o ar do lugar ficar um tanto equilibrado.

Jungkook sente seu bolso da calça vibrar, vendo ser uma mensagem de texto de seu tio, perguntando onde ele estava que não havia chegado ainda. Seu coração disparou, até esqueceu-se disso.

– Eu tenho que ir. – guardou o celular de volta no bolso.

– Quê? Cara, você tá machucado, deveria ficar aqui.

– Eu não posso faltar Sehun, infelizmente.

– Seu tio é um porra, como você vai sorrir pros clientes assim?

– Eu dou um jeito. – respondeu, pegando as coisas que havia no quarto e saindo junto com Taehyung da casa. Sehun disse para mandar-lhe uma mensagem quando saísse da lanchonete, tendo um confirmar de cabeça do mais novo.

Jungkook saiu as pressas, Taehyung mal conseguia acompanhá-lo na caminhada. O castanho pegaria uma rua diferente, repetindo a mesma fala de Sehun para Jeon, o que também afirmou. Voou até o Two Whales com seu skate, indo para trás do balcão arrumar-se.

– Parabéns pelo atrasado. – ouviu a voz ríspida do homem enquanto se trocava, revirando os olhos sem que o outro visse. Ao terminar, não olharia para ele, provavelmente ele veria o inchado perto de seu lábio. Abaixou a cabeça fazendo uma reverência e indo atender os clientes. O que fora falho, seu tio pegou-o pelo queixo, vendo algo estranho adornando ali.

– O que é isso? – passou os dedos no local, fazendo Jungkook chiar de dor e virar a cabeça rapidamente. Encararam-se por um tempo, e seu tio simplesmente saiu de perto de si sem dizer nada. Bufou, indo até às mesas. Tentaria não pensar no que acabou de acontecer.

Taehyung havia chegado em casa, mandando mensagem para Jimin. Contou tudo que tinha acontecido no dia de hoje, expondo seu medo do garoto ver ele e Jungkook na rua de novo e tentar algo novamente. Como não havia chorado na frente dos meninos, conseguiu livrar-se das lágrimas que havia prendido desde quando chegou a casa de Sehun.

Seu choro não era escandaloso, pelo contrário, parecia um alívio estar deixando sair. Um dos maiores motivos também foi pela mente sempre voltar pelas palavras cruéis que havia saído da boca do garoto, além da briga. Nunca havia vivenciado nenhum dos dois casos, e hoje aconteceu tudo de uma vez. Jimin o consolou, o ligando depois. Ficaram praticamente a tarde toda falando, e a cada frase que Taehyung dizia, o ruivo sentia seu coração despedaçar aos poucos.

Mandaria forças positivas, sem parecer desesperado nas palavras.


Quando deu o horário da saída de Jungkook da lanchonete, saiu correndo de lá, com medo de seu tio querer saber o que era o hematoma em seu rosto. Estava quase chegando em casa, e antes de entrar, mandou mensagem para Sehun como fora pedido.

Ao colocar os pés na cozinha, escutou seu pai e sua mãe falando na sala junto com seus irmãos que assistiam televisão, o que dificultava sua audição para ouvir puramente a conversa.

– Eu o mandaria pra um reformatório! Parece que ele faz de propósito.

– Eu não acho que-

Não conseguiu distinguir o resto da fala de sua mãe, seu irmão mais novo acabara de gritar no meio, pedindo o controle da tevê. Porra, era claro que eles estavam falando de si, com toda certeza seu tio havia aberto a boca.

Por um instante, não queria mais morar no mesmo teto que sua família. Fechou os olhos e entrou na sala, fazendo a atenção de seus pais irem para si. Não os olhou porém, correu para o quarto e se trancou lá, ouvindo as chamadas de seu pai para sair. Seu coração batia forte, não abriria de jeito nenhum.

– Pra brigar na rua você tem peito né, infeliz? Agora me encarar você não tem!

Saiu de perto da porta e foi para o banheiro tomar um banho, ignorando seu progenitor raivoso do lado de fora. Encarou-se pelo espelho acima da pia, vendo estar com a pele realmente feia. Havia um corte no local. Amaldiçoou Junhyeok e companhia.

Entrou no banho, relaxando seus músculos tensos. Estava ferrado, não podia ficar preso no quarto pra sempre, ainda precisaria comer. Não queria ver a cara de seu pai por hoje, mas seria impossível. Ficou um bom tempo no banho e, quando saiu, restou o tempo no quarto conversando com Sehun até sentir sua barriga roncar. Levantou da cama, haveria de comer. Esqueceu completamente de avisar a Taehyung que havia chegado em casa, sua cabeça estava longe.

Quando saiu, foi para cozinha. Seu pai e sua mãe estava ali, sendo completamente inútil ter fugido quando chegou, agora apenas seria pior. Seu pai mordeu a mandíbula, indicando irritação. Jungkook apenas paralisou no lugar.

– Essa é a obra de arte que você fez? – seu pai começou, e sabia que esse seria apenas o começo. – O que passa nessa sua cabeça de vento de ficar brigando que nem cachorro de rua?

– Meu bem, deve haver uma explicação.

– Explicação dele ficar brigando na rua que nem um idiota? Acho que não.

Sua mãe coçou sua têmpora enquanto fechava os olhos. É claro que ela ficaria do lado dele, ela sempre ficava, mesmo querendo mudar alguns costumes em sua criação. Não surpreendeu-se com o fato.

– Agora fiquei curioso de saber a explicação patética que você vai dar. – o homem voltou a falar.

– Eu estava defendendo um amigo. – falou baixo, o que não era totalmente mentira. Tentou defender Taehyung das palavras horríveis que eram dirigidas a ele. Seu pai apenas riu descrente.

– Até que não foi tão ruim esse seu papinho.

– Falo sério. Queria que eu deixasse o outro garoto bater nele? – sua mãe interligou a Taehyung, ficando pensativa em seu canto.

– O problema, Jungkook. – disse entredentes. – É que essa não é nem a primeira vez e duvido que será a ultima. Se esse “amigo” for um daqueles malditos, você não sabe do que eu sou capaz de fazer. É pra você se afastar deles, não ficar perto desses inúteis e se meter em brigas ridículas como essas. Mas parece que tudo o que eu digo entra em um ouvido e sai pelo outro.

– Esse garoto é especial pra mim, e mesmo se fossem esses outros, eu defenderia da mesma forma. Caso não saiba, amigos se defendem e se protegem.

– Ora, mas que atrevido-

– Deixe ele. – sua mãe comenta. – Não irá se repetir. Né, Jungkook?

– Vai ficar defendendo esse tapado? – ficou tenso. – Espero que da próxima vez você chegue com todos os ossos fora do lugar pra poder aprender a virar gente, e ainda parar de ficar se esfregando nesses garotos infelizes. – virou-se para o outro lado, sem encarar Jungkook.

– Eu gosto de um. – disse, mas sua voz soou baixa demais, seu pai não chegou a ouvir. Mas sua mãe viu e ouviu, esbugalhando os olhos e pedindo-o para ficar quieto.

– O quê? É tão ruim eu me envolver com um garoto? – seus irmãos aparecem na cozinha, vendo a discussão em um canto. Sua mãe ficou ao seu lado quando falou outra vez. Seu pai retornou a sua posição inicial, franzindo a sobrancelha.

– Você é um inútil. Não me irrite mais. – não levou sua fala a sério, como imaginava. – Incompetente. – e saiu da cozinha sem o olhar mais. Jungkook o seguiu até a sala, com o fogo nos olhos. Sua mãe seguiu, e iria fazer de tudo pra Jungkook não abrir a boca.

– Jungkook, volte aqui! – tentou, segurando um de seus braços.

– Não porra! Me deixe falar.

– Deixa ele fazer essa cena ridícula, quero dar todo o meu apoio com desgosto.

– Mas é só isso que você acha que eu dou mesmo, impressionante! Irá me bater se eu disser que estou com um garoto?

– Jungkook!! – sua mãe grita. Seus irmãos olhavam a briga de olhos arregalados, não entendendo muita coisa no que era dito, eram muito novos.

– Vai gostar de menininhos agora? Continue, estou achando muito engraçado.

O sangue de Jungkook subia para cabeça toda vez que era tratado como piada.

– Porra, eu-

– Já chega! – sua mãe tapou sua boca com uma mão, não era forte, era apenas pra ele ficar ciente de não dizer mais nada. Jungkook foi se acalmando aos poucos, saindo do aperto e respirando alto.

– Eu não aguento mais, não aguento. – saiu da sala e foi para seu quarto pegar um casaco e seu celular. Colocou no corpo e voltou para sala, querendo sair pela porta da mesma.

– Ei, ei, onde vai? – sua mãe pergunta.

– Deixe ele encher a cara como sempre faz e cair por aí. É bom que não vejo mais sua cena de hoje. – o homem cospe as palavras, fazendo Jungkook ter ainda mais vontade de sair. Sua mãe atrapalhava a saída, conseguindo desviar e ir para o lado de fora.

– Jungkook!

– Eu não vou fazer merda se é o que está pensando! – e saiu para rua. Se ficasse mais um pouquinho dentro daquela casa, não sabia nem que ação faria. Estava com calça de pijama e uma camisa branca, não importou-se de ir se trocar, apenas agasalhou-se.

Entrou em uma loja de conveniência e comprou salgados para comer, mesmo sua fome não sendo mais tanta, ainda precisava comer. Agradeceu por ter dinheiro sobrando dentro da capinha de seu celular.

Não sabia onde ir, ele realmente não queria voltar para casa. Mesmo que se trancasse no quarto e só saísse de manhã, sentira-se sufocado da mesma forma. Caminhou por alguns instantes até o saco dos salgadinhos acabarem, jogando em uma lixeira próxima. Viu um parque ao longe sem ninguém lá, totalmente escuro e vazio. Fora até lá, sentando-se em um balanço enferrujado e barulhento.

Pegou o celular nas mãos de novo, vendo algumas mensagens de Sehun. Estava pensando seriamente em dormir na casa dele ou de Yoongi. Até que, quando fora dizer a ideia para Sehun, seu garoto manda-lhe uma mensagem. Surpreendeu-se com a conexão e coincidência que teve. Taehyung estava preocupado, perguntando onde ele estava. Nem falou quando chegou em casa, deixaria o castanho surpreso se dissesse que estava na rua.

eu cheguei bem, não se preocupe

e estou melhor fora dela agora

Achou uma graça quando Taehyung digitava e apagava a mensagem, imaginado sua carinha confusa.

Tae ♡:

como é que é?

Riu.

não queria falar sobre esse assunto agora

apenas queria saber se você ficou bem depois dessa tarde

Tae ♡:

estou sim, ggukie

falei com jimin-ssi, ele me ajudou bastante a dissipar os pensamentos sobre hoje

ggukie, estou preocupado com você

está bem mesmo? :(

tae...

Não havia como esconder. Parecia que Taehyung conseguia sentir como ele próprio estava mesmo de longe.

Tae ♡:

fale comigo, sim?

Seu coração bateu ainda mais forte, tamanha paixão que tinha. O jeito que os dois se tratavam com amor mútuo era algo que deixava Jungkook se sentir o garoto mais sortudo do mundo.

queria um abraço seu

acho que melhoria um pouquinho

Tae ♡:

eu também! mas infelizmente só amanhã, e de tarde ainda :(

Tá aí. Saberia em quem passar à noite.

ou hoje

né?

Tae ♡:

hoje?

Não respondeu, levando-se do balanço e foi para a casa do mais velho. Como não pegou seu skate como de costume, demorou mais tempo para chegar.

E quando chegou, visualizou a rua vazia, pulando o portão. Mentiria se dissesse que não sentia falta de fazer isso. Só esperava não ter realmente ninguém escondido na rua para imitar suas artes.

Abriu o Kakao novamente, vendo diversas mensagens do garoto perguntando do que ele estava falando. Ele estava online, então apenas pediu para o outro abrir a janela de um jeito inovador.

Rapunzel, jogue seus cabelos castanhos para que eu possa subir

Tae ♡:

?????

Em menos de segundos, Taehyung aparece com o rosto na janela. Jungkook acenou brincalhão, vendo o outro cruzar os braços e se afastar da janela. Era hora de Jungkook; deu o impulso para trás e apoiou a perna na subidinha da parede, apoiando-se no vão. Subiu, e  quando colocou as pernas pro lado de dentro, riu ao ver a expressão encabulada do castanho. O sorriso que acabava com todas as estruturas de Kim.

– Primeiro Julieta e agora Rapunzel?? De onde você tira essas coisas?

– Eu posso ser o Romeu e o Flynn Rider pra você. – riu ainda mais quando Taehyung revirou os olhos, tentando ser sério e falhando.

Jungkook pulou para dentro do quarto, aproximando de Taehyung e dando-lhe um abraço forte. O castanho retribui mesmo sendo pego de surpresa, pondo seus braços envolta do pescoço de Jeon, fazendo carinho nos fios pretos por trás da cabeça. Jungkook instantaneamente sentiu-se em paz. Cheirou os cabelos castanhos do outro, amando cada dia mais o cheiro de frutado que provinha dali.

Ficaram um bom tempo assim, em silêncio e transformando os corpos em apenas um. Jungkook fora o primeiro a se afastar por sentir muito calor, seu casaco era muito quente.

Taehyung acariciou sua bochecha, observando o corte.

– Eu tento esquecer, mas é tão difícil...

– Tae-ah... – colocou sua mão por cima da de Taehyung. – Vamos usar isso como força. Enfrentamos isso, temos que ser fortes e enfrentar o que vier pela frente. – ditou, vendo os olhos de Kim brilharem. Não disse nada, sabia estar com ele para o que der e vier.

O silêncio é cortado pela barriga de Jungkook. Já era tarde da noite e só havia comido salgadinhos.

– Foi sua barriga? – Taehyung perguntou preocupado.

– Sim... ela está de graça. – tentou disfarçar.

– O que você comeu?

– Hum... vento conta?

– Jungkookie... espera aqui, vou pegar comida pra você.

Até pensou em negar, porém saberia que isso só serviria para atrasar, Taehyung faria isso de qualquer forma.

Jungkook sentou na cama enquanto o garoto descia, vendo o notebook dele aberto. Sorriu largamente ao ver uma pasta no centro, descrita como “canção de Ggukie”. Seu cover ficava bem no meio da tela.

Não mexeria nas coisas do mais velho, odiava quando seus pais ou irmãos mexiam em suas coisas, então não faria o mesmo.

 Taehyung finalmente volta para o quarto com uma bandeja de madeira com a comida. Jungkook ficou surpreso.

– Puta merda, tem muita comida aí Tae.

– Nem tem. – colocou a bandeja na cama deixando em direção a Jungkook, levantando-se apenas fechar a porta e voltar para cama. – Você está magrinho demais, tem que comer.

– Caralho, com isso aqui eu engordo cinco quilos. Me ajude.

– Eu já comi.

– Você também está muito magrinho, coma mais. – brincou, o que fez Taehyung nem se mover, indicando que a comida era toda para si.

Pegou os hashis e atacou primeiro o arroz e depois o macarrão. Taehyung o encarava com um sorrisinho de canto.

– Que foi? – perguntou de boca cheia, parando sua ação.

– Nada, é que você come bem afobado. – deitou de barriga para baixo na cama, Jungkook estava encostado na cabeceira. – E enfia tudo de uma vez. Eu achei engraçado e... fofo.

– Yoongi diz que é anti-humano o jeito que eu como. – Taehyung gargalhou.

Ficou surpreso ao ver que Jungkook mal deixou comida de sobra, pensando em que ele estava sendo educado ao dizer que tinha muito, já que havia mandado tudo para dentro. Ficou satisfeito porém, era isso que queria. Pegou a bandeja de cima da cama e a levou para baixo de novo com as coisas sujas. E quando voltou, Jungkook quase chorava.

– O que aconteceu?

– Eu só te dou trabalho. Você deve estar achando que eu só vim aproveitar da sua comida. – Taehyung não conseguiu deixar de rir.

– Que bobo! Você faria a mesma coisa por mim, não tem essa de aproveitamento.

Ficou na cabeceira da cama juntamente com o moreno, lado a lado.

– Estou me sentindo um pouco inútil.

– Jungkookie, sem essa! – chegou mais perto, entrelaçando suas mãos. – Eu faço isso e muito mais por você, não precisa ter vergonha.

– É que... a coisa que eu mais escuto do meu pai é que sou a decepção e que não sirvo pra nada. – desabafou. Taehyung ficou em frente ao moreno. Jungkook estava esperando um olhar de pena em sua direção, igual Yoongi fazia quando ele contava sobre seu pai. Mas ao contrário, Taehyung apenas continuou acariciando suas mãos, passando companheirismo.

– Ele não te conhece direito pra dizer isso. Quem te conhece, sabe que você não é. Você é o garoto mais forte e valente que já conheci. Pra mim, você é tudo e um pouco.

Jungkook sorriu com as palavras.

– E você é meu porto seguro.

Não disseram mais nada, apenas as declarações foram o suficiente para levar as palavras pelo resto da vida no coração.

A madrugada estava para virar, então, os garotos preparavam-se para dormir. Taehyung abriu uma escova de reserva de Jimin, dando a Jeon. Enquanto o outro escovava, também separava uma camisa de pijama quentinha, já que o moreno estava apenas com uma camisa branca.

Quando voltou, Taehyung pediu para o outro se vestir, o que fora feito. Jungkook era uma das obras mais lindas que havia visto, seu tronco desnudo era algo esplendidamente maravilhoso.

Jeon trocou-se e foi se deitar com Taehyung na cama com as luzes já apagadas.

Permaneceram conversando e rindo baixinho até que o sono aparecesse. Jungkook amava a visão que estava tendo de Kim, ele estava virado de frete para janela, deixando que a luminosidade da lua adentrasse o quarto e fazia o rosto simetricamente perfeito – em sua visão – ainda mais bonita.

– Hmm... quando você me olha assim, parece que está vendo minha alma e todos os meus pecados, sabia? – o castanho diz, a franja dos cabelos lisos caídos para o lado do travesseiro e sua bochecha de pãozinho sendo amassada pelo mesmo.

– Você é lindo demais, não me canso de admirar.

– Jungkookie... – toda vez que o outro dizia isso, sua vergonha aumentava. Era sim para estar acostumado, mas não consiga se adaptar com os diversos elogios. – Eu não me acho tanto assim...

Jungkook esbugalhou os olhos.

– Está sendo modesto, né?

– Não! Eu realmente não me acho isso tudo que você diz.

– Pena que não podemos fazer barulho, senão eu te atacaria de cócegas. Eu comecei a desconfiar da minha sexualidade só pela primeira vez que te vi.

Taehyung riu e virou de barriga pra cima.

– Não me ignore!

– Vamos dormir Jungkookie, amanhã temos aula cedo.

– Você quer mudar de assunto que eu sei. – impulsionou o corpo para frente, ficando em cima de Kim.

– Viu só como você é lindo?

Taehyung estava totalmente vermelho, e aqueles lábios da mesma cor estava mexendo com Jungkook. E como se estivesse sendo puxado como um imã, o beijou. O mais velho teve tempo de fechar os olhos após sentir a boca do outro na sua, entrando devagar na cavidade bucal do mais novo.

O ósculo era lento, podendo sentir a menta da pasta de dente que fora usado recentemente por ambos. A cada beijo, Jungkook sentia que Taehyung ficava menos acanhado e curvado, era bem mais aberto e convidativo.

Havia apenas uma vez que Taehyung tentou dominar o beijo, que deixo-o sem sanidade.

Como a boca de Jungkook estava um pouco sensível, não forçaram nada para um beijo mais quente ou veloz, era apenas uma sincronia lenta perfeita.

Separaram-se depois, vendo a bochecha de Kim levantar gradativamente, indicando que estava sorrindo.

E depois dessa cena, Jungkook pensou. Haveria momentos bons com ele e ruins também, no caso que aconteceu hoje. Porém, não deixaria isso os separar se depender de si. Queria algo sério. Iria pedi-lo em namoro.


Notas Finais


eu fui pesquisar no twitter o nome da fic e gente, eu cheguei a me emocionar sério, era cada comentário lindinho que eu ficava 👉😣👈mto obrigada ♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡vcs são tudo


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