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História Erro em Anonimato - Capítulo 5


Escrita por: nataseok

Notas do Autor


eu ia fazer em duas partes mas queria a interação taekook logo e agora ta aí. obrigada pelo apoioooo <3

Capítulo 5 - Capítulo 5


Fanfic / Fanfiction Erro em Anonimato - Capítulo 5

Virando a última esquina da casa de Mina, Jungkook visualizou a casa um pouco longe, vendo o quão grande era. Seu pai sendo o diretor da Blue Side High School e sua mãe sendo uma médica renomada, podia-se dizer que uma casa assim era o mínimo dali; a garota normalmente não se exibia do que tinha, além de não participar do grupo da escola, mesmo sendo venerada pela grande maioria — muitos sendo por puro interesse —.

Jungkook não tinha lá tantas condições como seus amigos e conhecidos da escola, podia gabar-se da beleza exuberante que atingia a quem o olhasse, e usa esse seu ponto ao seu grande favor.

Quando chegou na calçada da casa, viu uma iluminação saindo da porta de entrada, vendo a Kim sair de lá. Parou, pegando o skate na mão, um sorriso de lado sendo exibido. Mina o olhou abrindo mais a porta, um sorriso singelo em sua face.

 — Oi Jeon. — Jungkook aproximou-se da menina. — Vem, entra. Pode deixar o seu skate aqui do lado desse vaso, sim? — apontou para o grande vaso de flores do lado de fora, o moreno fazendo o que lhe fora pedido.

Após guardá-lo, Mina entrou em sua casa com Jeon em seu encalço, sentindo-se pequeno. Não era a primeira vez que entrava em uma casa exageradamente grande de uma garota que chegou a passar uma noite, contudo, essa era de uma garota que tinha pais realmente muito importantes, faria de tudo para a garota se sentir confortável em sua presença. Além de que, não seria nada legal caso o pai da mais velha soubesse que ele esteve ali.

Caminhando em silêncio, Mina guiou Jungkook até o segundo andar, este tendo um corredor enorme até levar o quarto.

Kim abriu a porta do quarto, e naquele momento Jungkook pensava ter entrado em um mundo de princesas. As paredes eram brancas com uma mistura rosa pink e rosa-chá; tapetes felpudos, guarda-roupa e penteadeira em cores pastéis.

Nunca havia entrado no quarto de uma garota assim, tão chamativa em diversas expressões.

E depois reparou melhor em Mina; a garota usava uma blusinha e um shortinho de pijama folgados cor de rosa, sem nenhum detalhe adicionado. Estava com os cabelos castanhos soltos lisos da altura do umbigo, uma maquiagem bem de leve para ressaltar a beleza de seu rosto, e Jungkook também sentiu o perfume bem doce da menina no andar de baixo. Parecia uma princesa de verdade.

Jungkook mordeu o lábio inferior, pensando. Ela estava linda e bem sexy aos seus olhos.

Contudo, estava se sentindo bem desconfortável naquele ambiente, e ele não conseguia entender o porquê; esse sentimento estava o assustando, isso nunca tinha acontecido antes.

Agora, era para estar criando uma tensão sexual naquele quarto, dar em cima da garota com suas melhores falas e gestos sabendo que pode enlouquecer qualquer garota, até eles não aguentarem mais e ir para onde interessaria, assim como fazia com todas as diversas companheiras que teve. Porém, não era isso que sentia, estava se sentindo esgotado, sentia algo sufocando-lhe dentro do peito.

Queria desabafar com alguém sobre acontecimentos que estavam ocorrendo nesses últimos dias em sua vida; o trabalho, os colegas, a carta. Ele não podia contar com alguns colegas nessas questões — por motivos óbvios, ninguém o levaria a sério — sobre o que realmente sentia depois de saber que alguém o observava sem segundas intenções. Pelo menos, era o que parecia dizer na curta carta que lhe fora enviada.

E era exatamente isso que estava o assustando; não era para estar pensando tanto nisso, martelando a cabeça sobre quem o mandou a escrita tão bonita.

Olhou para Mina que permanecia escorada em sua grande penteadeira com luzes brancas em volta do espelho, o encarando, claramente esperando Jungkook dar o primeiro passo.

O moreno encontrava-se de pé no meio do quarto, podendo ser confundido com algum manequim. Sentia aquelas luzes o cegando. Pela primeira vez estava perdido, sem saber o que fazer. Sabia que qualquer passo que desse ali, poderia ser incerto.

— Você está bem? — perguntou a mais velha. — Estou te achando meio quieto. — cruzou os braços.

Mina era diferente das outras meninas, parecia ser confiável. Estava com uma vontade tão absurda de desabafar que a mente estava funcionando assim; poderia ele confiar na garota?

Mina não fazia parte do grupo, pertanto não sabia nada sobre a carta, fofoca esta que deve estar sendo muito falada no The Clan. Antes de sair de casa, havia deixado o celular em modo avião, não estaria com saco para ver as mensagens de diversas gozações inacabáveis.

— Ah, estou pensando em algumas coisas... — tentou, sentando-se na enorme cama com um lençol lilás. Abaixou a cabeça e bufou, mesmo sendo inaudível para Mina. Levou seus dedos da mão direita em sua coxa grossa, pensando se deveria continuar ou parar de tentar por ali.

Foda-se, ela pode ser uma boa ouvinte.

Quando levantou sua cabeça novamente para finalmente arrancar essa coisa agoniante do peito, Mina se aproxima cautelosamente, chegando perto do moreno.

Jungkook teve um sobressalto quando ela empurrou seus ombros levemente com as mãos, subindo um dos joelhos na cama, pegando impulso. Sentou no colo de Jeon, colocando uma perna em cada lado de sua cintura que, por reflexo, colocou as grandes mãos na cintura da garota.

Mina subiu o olhar, pondo seus braços em volta do pescoço de Jungkook, seus pequenos dedos passeando pela nuca do mais novo, subindo e descendo pelos fios negros. O silêncio sendo cortado.

— Independente do que for, eu posso fazer você se esquecer do que quer que seja. — cochichou, as bocas permanecendo bem perto uma da outra.

Amaldiçoou-se. É claro que ninguém o ouviria, porque perderiam tempo com isso? Era um problema totalmente seu, pensamentos seus, assim, sendo fúteis para as outras pessoas.

Mina não estava ali para o ouvir, estava ali por querer diversão. E fora com aquela intenção que Jeon fora na casa dela.

Até que, talvez, era disso que precisasse para assolar todos esses pensamentos sem fundamento, que não era para estar pensando tanto.

Céus, estava se preocupando com um garoto ao invés de poder deliciar-se com um corpo totalmente lindo que se encontrava em sua frente, totalmente disposta.

Era disso que precisava. E era isso que iria fazer.

Colou seus lábios no de Mina, sem dar tempo dela preparar-se devidamente. Enfiou a língua morna nos lábios da garota, assim a fazendo abrir delicadamente, aceitando a passagem.

Jeon estava afoito, apenas queria chegar logo ao ponto e não ficar de joguinhos sem cabimento; iria fazer os corpos ferverem da maneira mais rápida e prática.

E como imaginava, assim passou-se sua noite, usufruindo de tudo que tivera ao alcance, gozando sem ser perseguido por sua mente, distraindo-se com gemidos que escapavam tanto de sua boca quanto o de sua parceira daquela noite.

Havia chegado ali quase oito da noite, agora o relógio marcavam quatro da madrugada. Mina se encontrava dormindo ao seu lado, suspirando baixinho. Jungkook conseguiu tirar um cochilo após o sexo, não ficando descansado completamente.

Como ainda era sexta-feira, precisaria ir para casa bem mais cedo se arrumar e ir para o colégio, e depois, ainda teria o Two Whales.

Colocou o relógio para tocar às cinco e quinze. A mãe de Mina iria voltar após o amanhecer, e seu pai iria para a escola de manhã saindo de lá apenas de tarde, o homem passara sua noite fora por ter passado à noite na casa de algum parente próximo, tudo sendo palavras de Mina quando eles ainda trocavam números de telefone na escola.

Virou-se do outro lado da cama e pregou os olhos novamente, esperando o toque do celular.

Que ao após mais algumas horas, soou, despertando-se de seu sono. Levantou-se da cama rapidamente; se fizesse corpo mole não sairia dali e perderia o horário, coisa que não poderia acontecer de jeito nenhum.

Quando estava pegando sua camisa branca do chão, Mina levantou o torso da cama, cobrindo sua nudez com o cobertor.

— Vai tão cedo? — perguntou a menina, os olhinhos quase se fechando novamente.

— Eu vou ir pra casa me arrumar, não posso matar aula. — respondeu ainda sem olhá-la, colocando seus coturnos nos pés, sentando-se na cama. Mina apenas o observava sem dizer nada.

O moreno, ao acabar, a olhou.

— Eu ainda preciso pegar meu skate que ficou na entrada da sua casa, então...

— Ah... claro. Vou me arrumar. — levantou-se da cama, seguindo os mesmos passos do mais novo.

...

Jungkook já se encontrava fora da grande casa, em direção agora da sua. Ainda estava neutro em relação a tudo, e era também o que não costumava ser comum. Quando acordava, sempre deixava algumas cantadas e sorrisos maliciosos para as garotas com quem saia, e dessa vez, nada saiu, nada rolou.

Como estava com a cabeça cheia, não tentou forçar nada com Mina. Ainda teria que ter cabeça para aguentar os diversos colegas que ainda nem viu e já queria se esconder.

Chegando em casa, entrou pela conhecida porta da cozinha indo em direção ao seu quarto. Jungkook não se preocupava pelos seus pais saberem dessas fugidas; sempre que chegava em casa e se trancava no quarto, seus pais nunca iam até ele nesse período, então, era muito fácil dormir fora e chegar de manhã, fingindo que tinha dormido ali.

Entrou em seu quarto e foi direto pegar seu uniforme e ir para o banho, a mente permanecendo nublada. Terminado sua higiene, viu a carta em cima de sua cama, a mochila ainda aberta, do jeitinho que deixou quando saiu ontem à noite.

Pegou o papel em mãos e releu novamente. A carta era bem curta, com poucas palavras, porém, parecia conhecer Jungkook muito bem, como conhecesse sua verdadeira personalidade, uma que ninguém havia visto de fato.

Sorriu discretamente novamente, assim como fez da primeira vez que a leu. Pegou a carta e pôs em cima da cômoda, saindo de sua casa.

Taehyung encontrava-se na escola, e agora, não tinha mais toda aquela maquiagem, apenas permaneceu com choker no pescoço.

O castanho não estava mais preocupado com a carta, ontem mesmo se sentiu muito bem conversando e passando sua tarde toda com Jimin. Hoje, tentaria começar do zero, tanto em questão de pensamentos, insegurança, aparência e tudo que poderia mudar em si.

Poder-se-ia dizer que a carta deu um empurrãozinho de leve em tudo — mesmo no começo dando muito estresse — o mal serviu para o bem.

Taehyung dirigiu-se para sua sala, esperando Jimin chegar. Viu Bogum em seu lugar de costume, o vendo olhá-lo e acenando em sua direção. Taehyung retribuiu. É, estava feliz de ainda ter a amizade do moreno, estava feliz dele não descobrir sobre o papel.

Bogum indicou com os dedos para Taehyung aproximar-se. O castanho o fez, mantendo o sorriso no rosto, chegando perto o suficiente de Bogum, que permanecia sentado.

— Oi. — começou o mais novo.

— Oi! Como você está? Você me deixou preocupado ontem.

— Ah, eu estou bem, sério. Acho que minha pressão caiu na aula de física, só isso. — mentiu, não podendo dizer que quase teve um desmaio ao ouvir que o garoto estava namorando.

— Oh, que bom que está melhor. — uma menina sentou-se em frente da carteira de Bogum, olhos fixos no celular. — Enfim, — continuou. — Como o Jimin está? Quer dizer, ele agiu meio estranho, fiquei com medo dele estar bravo comigo de verdade.

Assim que terminou sua fala com Taehyung abrindo a boca para começar a se explicar, o dito chega.

Jimin foi direto aos dois na frente da sala.

— Oi pra vocês. — disse sorrindo. Os meninos responderam um ‘oi’ em uníssono.

— Agora você sabe da resposta, Jimin nunca fica bravo de verdade. — Taehyung comenta com Bogum, que ri.

— Então quer dizer que eu era o assunto? Me sinto honrado. Já que claramente era algo bom né, não tem nada pra falar mal de mim. — brincou, fazendo os meninos ali rirem.

— Puta merda, não acredito! — a garota da frente, Kim Dahyun, falou enquanto ria, ainda com os olhos fixos no aparelho celular em sua mão. Bogum a olhou.

— Ei, o que foi?

A de cabelos coloridos virou o tronco, apenas para manter a atenção dos garotos em si para falar, ainda sem olhá-los.

— Disseram que Jeon Jungkook recebeu uma carta de amor de um garoto aqui da escola ontem. — ainda rindo, observou os garotos em sua frente, sua face um tanto divertida sobre o assunto.

— Nossa, pro Jungkook? O garoto tem que gostar muito dele e ter bastante coragem pra isso, o cara pega todas as meninas que tem chance. — Bogum comentou, também virando para frente, mantendo agora sua atenção em Dahyun.

Taehyung e Jimin estavam um em frente do outro, porém Jimin não tinha os olhos em uma direção correta. Soprou um riso baixo.

— Que coincidência né, Tae? — fixou-se no castanho, falando bem baixo, unicamente Taehyung o ouvia. — Ele recebe uma carta logo ontem quando você escreveu pro Bogum e colocou no armário dele... — parou sua fala por alguns instantes, caindo a ficha aos poucos quando reparou a cara branca feito leite do amigo, a pele bronzeada sendo abandonada em seu rosto.

— Ah, não... — foi a última coisa que Jimin murmurou antes de ser puxado pelo braço, saindo da sala. Com a pressa que Taehyung estava tendo para sair com o ruivo, chamaram atenção dos poucos alunos que haviam na sala, porém por pouco tempo.

Taehyung ia em direção ao banheiro próximo daquele corredor; permanecia puxando Jimin pelo braço.

Chegando ao toalete, Taehyung entrou em um junto com o mais velho, os trancando dentro de um dos cubículos.

Jimin se voltou a observar o castanho que estava sentado na privada, tentando manter a calma aos poucos, tentando ao custo não começar a hiperventilar. Apoiou os cotovelos nos joelhos, puxando os cabelos com os finos dedos.

— Olha, inspira fundo e respira, tente limpar a mente, sim?

E era isso que Taehyung estava tentando fazer, tinha que tentar. Jimin ajudava massageando o amigo, tentando distraí-lo com conversas sem muito fundamento apenas para acalmá-lo e distraí-lo.

Passaram mais alguns minutos ali, o sinal podendo ser escutado ao longe.

— Você tá melhor? Quer ficar aqui? — perguntou o ruivo.

Taehyung pensava que se ficasse ali por mais tempo perderia o ar completamente.

— N-não. Vamos voltar pra sala.

— Tem certeza? — o castanho concordou. — Então falamos sobre isso depois.

Taehyung agradeceu por Jimin colaborar, assim os dois saindo do banheiro indo em direção a sala de aula.

Jungkook por outro lado também entrava em sua sala, vendo todos de seu grupo conversando animadamente nas carteiras de trás. Caminhou lentamente, entrando no personagem sobre não se importar com nada.

Os amigos o vendo sentar na cadeira, começaram a falar.

— Chupões no pescoço, garanhão? Conheceu seu admirador e se divertiu com ele? — Namjoon perguntou zombeteiro fazendo todos da rodinha rir, olhando a movimentação de Jungkook.

O moreno virou-se para eles.

— Vou ignorar todos vocês, estou ocupado demais pensando na noite que tive com Mina Myoi ontem.

Todos pararam com as risadas automaticamente, perguntando como isso fora possível. Jungkook foi o único que conseguiu ter uma noite com a filha do diretor, o moreno aproveitou a chance para distrair todos do assunto da carta. E graças aos céus deu certo.

Yoongi olhava Jungkook contando de como foi passar a noite com a garota, desconfiado. O mais velho era o único do grupo que conhecia o moreno há muito e muito tempo, quando eram crianças. Quando ambos entraram naquela escola juntos, foram postos como populares em pouquíssimo tempo, todos querendo a amizade dos dois, chamando a atenção rapidamente.

Yoongi não se importava muito com isso, mas Jungkook parecia que sim. Então, apenas entrou naquela para ficar de olho no mais novo, sempre com o instinto de protegê-lo. Sabia da família de Jungkook também, o que aumentava mais a vontade de estar por perto.

E ali, notava-se que Jungkook estava diferente de algum modo. Claro, estava com o sorriso exibido de sempre que todos gostavam, mas a forma que ele contava, prestando atenção em sua linguagem corporal, estava sim diferente.

Fez uma anotação mental de conversar com o garoto mais tarde.

Quando todos estavam no refeitório, Taehyung mal havia tocado em seu lanche, o olhar encontrava-se longe.

— Tá legal, Taehyung — o ruivo começou. — Eu sei que você deve estar assustado e tudo mais, só que não tem como ninguém saber que é você. Estou ficando agoniado de te ver assim.

— Eu sei, eu sei. Eu não quero falar disso agora Jimin-ssi, acho que vai ser melhor quando eu pensar em casa.

— Você acha mesmo? Sabe que se quiser falar algo...

— Não, sério. Não vou me sentir nem um pouco a vontade de falar isso aqui no meio dessa gente. Estão todos falando sobre isso.

E era fato, nas mesas, Taehyung podia ouvir cochichos de ‘garoto’, ‘carta’, ‘não sabem quem é’, tudo na mesma frase. Tentaria não se importar, até porque ele podia dar brecha que foi ele quem escreveu se agisse de uma forma tão suspeita.

Ocultaria todos os pensamentos, não deixando transparecer nenhuma culpa.

Jungkook se via com a mesa lotada, cheio de colegas em volta, a maioria participantes do The Clan.

— E aí, Jeon Jungkook — começou Jackson. — Tá guardando a carta debaixo do seu travesseiro? — não, mas quem sabe um dia.

— Vocês acham mesmo que eu ainda tô com ela? — as risadas foram abaixando aos poucos naquela mesa depois da resposta de Jeon.

— Você fez o que com ela? — Sehun perguntou ao seu lado.

— Eu queimei aquela porra. — alguns riram com a fala, outros pareciam chocados. Jungkook deu de ombros.

— Oh, tadinho do coração do garotinho, Jeon — Jackson atuou, colocando a mão no peito dramaticamente. — Espero que ele não fique sabendo que seu coração foi pisoteado sem dó, assim como seus sentimentos. — fingiu chorar, fazendo todos da mesa gargalharem alto pelas brincadeiras que o mais velho fazia.

Jungkook ria sem ao menos achar graça.

Assim as aulas seguiram, Jungkook tendo ninguém ao lado de verdade, e Taehyung, sempre sendo observado por Jimin de dois em dois minutos.

Quando o sinal bateu para a saída, Jungkook saiu rapidamente da sala não querendo mais ser perturbado por ninguém.

Até que Sehun o chamou no corredor. Jeon queria fingir que não o ouviu, porém seria perda de tempo, Sehun corria para aproximar de Jungkook.

— Posso te acompanhar? — perguntou o mais velho.

— E eu posso te encher de porrada?

— Qual é Jeon, não fica puto comigo, eu só falei aquilo pra deixar o grupo animado depois da notícia desagradável da festa do Jackson.

— Até parece.

— Jungkook! — Yoongi gritou, chamando a atenção dos dois garotos que saíam da escola. Ambos pararam, esperando o de cabelo de menta aproximar-se.

— Jungkook, podemos falar a sós?

Sehun olhou para moreno, que deu de ombros com a pergunta retórica de Yoongi. Despediram-se de Sehun em seguida, deixando-os a sós.

Os garotos começaram a caminhar calmamente na mesma direção que se encontravam anteriormente.

— Como você está? — perguntou o de cabelos de menta, olhando para frente.

Jungkook estranhou a pergunta, mas respondeu mesmo assim.

— Ah... eu tô bem. Aconteceu alguma coisa?

— Eu não sei. Me diz você.

— Hyung, eu to bem.

— Não posso ter certeza disso.

— Olha, se for a parada da carta- foi cortado por Yoongi.

— Você ainda está com a carta?

— Hyung, você me ouviu no refeitório, eu disse que queimei aquilo.

— Por que a queimou? — Jungkook achava que Yoongi estivesse de sacanagem com a sua cara. Por que essas perguntas agora? Já não precisava mais contar a ninguém sobre, iria deixar tudo dentro de si, não atrapalharia ninguém com esse assunto.

— Hyung, eu não sei, tá legal? Por que essas perguntas?

— Jungkook, eu quero que saiba que aqueles lá do refeitório fazem de tudo pra ter atenção grudada neles. Não fique abalado ou achando que tudo o que eles dizem é verdade. — continuou, ambos caminhando lado a lado em direção ao Two Whales. O moreno não entendia.

— Eu não estou abalado hyung, longe disso. — mentiu, mesmo não sabendo disso.

— Você está diferente Jungkook. Desde quando entrei naquela escola, comecei a levar a fala daqueles idiotas a sério. — pontuou. — Mas, depois de um tempo, percebi que eles apenas tem a mente fechada.

— Uh... você está insinuando que...

— Eu não estou insinuando nada, Jungkook. Só quero que você pense nisso, tudo bem?

O mais novo não respondeu. Até porque se negasse ou confirmasse, estaria fazendo sem entender do que exatamente estava negando ou confirmando. Yoongi estava diferente. Estava diferente desde quando terminou com sua namorada há um ano atrás. Yoongi nunca tinha se envolvido com mais ninguém depois desse período, não tocando mais no assunto de garotas.

Claro que o moreno desconfiou um pouco, mas deixou aquilo de lado, achando que Yoongi apenas estava voltando a se fechar novamente.

— Quero que pense nisso de verdade; ache um lugar para relaxar e solte tudo que estiver na sua mente.

Terminou, quando os garotos viram a lanchonete já diante de seus olhos. Pararam na calçada, mantendo distância.

— Então... — começou o moreno. — Eu vou indo. Acho que meu tio está lá dentro.

— Claro. — soltou uma risada soprada. — Vou indo Jeon. — Passou a mão nos cabelos pretos do mais novo, porém mais alto, assim os bagunçado, tirando um riso curto do mesmo. Gostava de ver Jungkook sorrir, sorrir verdadeiramente. Sentia saudades daquilo.

Os garotos se despediram, para logo depois Jungkook entrar na lanchonete extremamente cheia. Bufou. Hoje o dia seria cheio de novo.

Taehyung, por outro lado, se encontrava em casa, deitado em sua grande cama. Já havia tirado seu uniforme escolar; usava uma blusa de manga comprida branca e uma calça larga marrom. Desde que chegou em casa, tentava ocupar sua mente com outras coisas, conseguindo falhar todas as vezes que tentou.

Escutou seu celular apitar. O pegou do lado da cama e abriu a caixa de mensagens. Era Jimin.

My Soulmate:

E aí meu bebezão, já pensou em mim hoje?

Soltou uma risada.

Sempre né

My Soulmate:

Ei Taehy, vai dar uma volta para pôr os pensamentos em ordem, sim? Só não pense demais, não estarei lá caso você comece a passar mal

Eu estava pensando em fazer isso mesmo. Mas não sei. Acha que eu deveria?

My Soulmate:

Mas é claro que sim. Por que você não vai naquele prédio abandonado tentar desestressar um pouco? Lá era um ótimo lugar quando costumávamos ir

Até que não é uma má ideia

E realmente não era. Lá era totalmente silencioso, obtinha uma paz enorme. Jimin lhe enviou mais algumas outras mensagens o incentivando. É, iria sim respirar um pouco, aproximar-se de si mesmo.

Iria ver o pôr do sol que há tanto tempo não via mais. Jimin e ele costumavam ir para lá justamente por isso, faziam um piquenique e ficavam até o anoitecer.

Iria comer alguma coisa e partiria para o lugar.

Já era bem tarde quando Jungkook saiu da lanchonete. Não estava afim de ir para casa agora, contudo precisava de um banho, sair com esse cheiro seria desagradável para si mesmo. Pegou o skate encostado nos fundos juntamente com a mochila nas costas e saiu.

Percorreu um longo caminho até em casa, ouvindo a casa barulhenta novamente assim que botou os pés para dentro, sem surpreender-se.

Ignorou todos de sua família e foi para o quarto tomar seu banho. Após banhar-se, pegou a carteira com algumas notas de wons dentro, anotando mentalmente em ir comprar uma garrafa de vodka. Fazia um tempo que não bebia sozinho, e agora aproveitaria.

Usava uma camisa preta, boné na cabeça e uma calça jeans clara com um rasgo apenas na perna esquerda. Pegou a carteira prestes a botar no bolso de trás, mas parou o movimento quando observou a carta aberta em cima de sua cômoda. A pegou delicadamente olhando fixamente. Fechou os olhos, suspirando, enquanto a dobrava com cuidado e colocou dentro da carteira.

Com tudo pronto, estava prestes a sair pela porta da sala, quando seu pai o parou.

— Onde vai?

— Vou andar um pouco de skate, apenas. — respondeu o olhando.

— Quem estará com você?

— Ninguém, vou sozinho.

— Não chegue tarde, amanhã quero que me ajude com a mecânica, não quero corpo mole. — impôs, virando-se para entrar no cômodo da cozinha quando sua mulher o chamou.

Apenas deixou um revirar de olhos e finalmente saiu em direção a única loja que vende bebidas para menores, sendo uma bem escondida. Jungkook era praticamente amigo do dono.

Quando comprou a bebida incolor, tendo esta dentro de uma sacola escura, andava em seu skate procurando um lugar favorável para ingerir o líquido. Não queria um lugar barulhento, — lugares assim havia de sobra — queria algum local calmo; seguiria o que Yoongi o havia falado, pensaria nas palavras do mais velho.

Ao longe, viu um prédio de tamanho médio abandonado. Em sua volta, haviam árvores e mais árvores, o caminho para chegar era feito inteiramente de terra. Nunca havia visto esse lugar na região, então resolveu ir até ele conhecer.

Pegou o skate na mão quando algumas pedras estavam no caminho atrapalhando e a terra emperrando as rodas do objeto. Fora caminhando até lá calmamente, as duas mãos sendo ocupadas.

Quando chegou perto do prédio, podia-se ver a sacada lá de cima. Era lá que iria subir. Entrou no prédio, achando as escadas e subindo devagar. Quando chegou lá em cima, viu um garoto abraçando as próprias pernas, o olhar fixo no horizonte.

— Opa. — Assustou-se de primeira, dando um passo para trás quando viu a figura do jovem. O garoto ouvindo Jungkook chegar, virou-se rapidamente para olhá-lo.

Era Taehyung que estava ali, porém Jungkook não sabia da existência do garoto, então aproximou-se de si, acanhado. O castanho por outro lado estava surtando, Jeon Jungkook estava ali, com ele, no mesmo ambiente. Quando fora ali para pensar nas merdas que havia feito e que não o deixaria abalar-se por isso, jurou nunca mais querer olhar Jungkook em sua frente na escola, escondendo-se do garoto.

E agora, pela ironia do universo, ele estava em sua frente com seu conhecido skate que nunca largava.

— Ei, calma, eu não sou canibal, não vou te comer, se é isso que está pensando. — riu de leve.

Taehyung pensou em estar com os olhos muito arregalados para Jungkook pensar que o assustava. Queria dizer algo mas estava petrificado, parecia que seus lábios estavam colados um no outro.

— Eu... posso sentar aí? Não sabia que vinha gente pra cá. — sem ter a resposta do outro, Jungkook se aproximou calmamente do castanho, colocando o skate no chão, em seguida sentando em cima dele. Taehyung estava acompanhando seus movimentos com os olhos, quase não piscando.

Só queria que ele fosse embora. Ou que ele tivesse coragem suficiente para levantar-se e apenas ir, sem olhar para trás. Mal conseguia falar, levantar e ir embora estava fora de cogitação.

— Então... meu nome é Jeon Jungkook. — o moreno começou, Taehyung estava tão catatônico que pensara estar assustando o castanho com sua presença.

Taehyung não queria dizer quem era, não queria conversar com o moreno. Estava com medo. Não dele, mas sim da conversa que teriam, não queria que Jungkook soubesse de sua existência.

Mesmo agora sendo tarde demais.

— Eu sei quem você é. — dirigiu-se, seco. Sua face encontrava-se neutra agora, não podia agir como suspeito.

— Oh, jura? — tirou a garrafa de vodka da sacola. — As pessoas me conhecem através de festas, encontros quando uso coisas não muito legais, e por fim, pela Blue Side High School. — abriu a tampa da garrafa. — Você não tem cara de quem vai em festas, nem que usa coisas não muito legais, então, meu chute é na Blue Side. — virou um pouco do líquido no gargalo, sentindo-o descer por sua garganta.

Taehyung não queria puxar assunto com ele, não mesmo. Mas quando notou, já se via falando.

— Mesmo sendo verdade as coisas que você falou, não deveria ir julgando a aparência assim. Uma hora, você pode errar e seu ego não será inflado.

Jungkook engasgou com o líquido, saindo um pouco da bebida pelo nariz. Tossia feito louco, tentando puxar o ar pela garganta. Taehyung estava perplexo com si mesmo, nem ele mesmo sabe de onde saiu essas palavras. Quando o moreno conseguiu respirar devidamente, virou o pescoço, visualizando Taehyung com as sobrancelhas totalmente franzidas, sentando no chão coberto por terra. O castanho não o olhava.

Juntou forças para responder.

— Então achas que inflo meu ego? Não  acredito que tenho um hater.

Taehyung revirou os olhos, não sendo despercebido pelo moreno.

— Eu estou apenas bricando com você.

Mas o castanho não riu, ainda permanecia o rosto no horizonte. Estava quase na hora do pôr do sol.

— Olha... se não gosta de mim, posso fazer você mudar de ideia, o que acha? — nem Jungkook estava entendendo o porquê de querer tanta atenção do garoto estranho. Qualquer um que tivesse falado com ele daquela maneira igual Taehyung havia falado, estaria morto apenas pelo olhar fulminante que teria lançado.

— Não acho que isso seja uma boa ideia. — Até que Jungkook se ligou. Taehyung sabia da carta e achava que o moreno gostou de tê-la recebido. Em outras palavras, teria a mente fechada igual seu hyung havia lhe falado.

— Ei, se você está assim por conta da carta-

— Quê? Por que eu estaria assim por causa d-da carta? — desesperou-se. Jungkook sabia que era ele? Não podia ser.

— Ah... quero dizer... se você não gosta de mim porque foi um menino que me escreveu...

— O quê? Acha que eu não aceito isso?

— Ah, sei lá né, se quiser me zoar fique a vontade.  Mas seja criativo,  eu já ouvi de tudo.

Taehyung riu, mas a risada foi de descontentamento.

— É claro que não. — esbravejou. — Na verdade, se o garoto te mandou a carta você poderia ter mais consideração por ele, se ele gosta de você é porque você não deve ser um completo babaca por pensar desse jeito. — Jungkook estava estático, ouvindo atentamente o que o castanho dizia.

— Não é possível que quando você recebe algo de alguém que goste de você de verdade e deboche disso.

— Eu não debochei em nenhum momento. — o cortou. Quem aquele garoto achava que era para falar o que nem sabia?

— Aposto que não, só a metade da escola. — ironizou o castanho.

— Não, você está entendendo errado. Tá que as pessoas da escola tem a mente fechada, mas eu não fiquei bravo de ter recebido a carta. — contou a verdade pela primeira vez, e ainda para um garoto que nunca viu antes. E pelo o incrível que pareça, não estava se sentindo arrependido ou algo do tipo, estava se sentindo bem desabafando.

— Você...

— A carta tá aqui comigo se quer saber. — soprou um riso. — Eu não tenho coragem nenhuma de jogá-la fora. — confessou.

Sim, Taehyung estava em choque com a confissão. Ele havia guardado a carta que ele escreveu. Não sabia mais o que dizer. Estava desesperado, se ele ver a sua letra em qualquer lugar ele saberá que é sua.

Se Taehyung ficasse ali por mais um minuto, surtaria. Levantou-se com brusquidão do solo, Jungkook tendo um sobressalto.

— E-eu tenho que ir. Agora. — murmurou em pé, nervoso, suas mãos em punhos do lado do corpo inquieto. Jungkook levantou devagar, não queria que o castanho fosse embora.

— E-espera aí, mas por quê?

— Tchau, Jungkook. — um pouco rude, Taehyung já descia as escadas correndo. Jungkook tentou segurar o braço do castanho, mas era tarde. Porra, o que foi isso? E se esse garoto contar tudo o que ele lhe disse para a escola toda? Arrependeu-se de não ter calado a boca. Não sabia nem o nome do menino!

— Eu sou a porra de um fodido mesmo. — vociferou sozinho, tomando mais do líquido da garrafa.

Virou o quadril de lado apenas para pegar a carteira, pegando a carta em mãos, a desdobrando com cuidado. O pôr do sol podendo ser visto ao longe. Linda vista.

Leu o papel novamente, sentindo os mesmos sintomas de antes.

“Olhando para as lindas estrelas que existem em seus olhos, eu o admiro de longe;

Deixando-me entorpecido com seus sorrisos fáceis, mesmo não sendo todos dirigidos para mim, não me canso de olhá-los e reparar o quão bonitos são;

Gosto de olhar as peças que fazem de você quem você é, assim, apreciando sua personalidade autêntica e benévola;

Tenho sentimentos por você, mesmo antes eu agindo como se não me importasse com eles aqui dentro por ser um garoto um tanto inseguro, mas por meio desta carta, deixo as inseguridades de lado, aliviando-me pelo coração, sendo o mais honesto possível com você.”


Notas Finais


kim taehyung, a nova cinderela.
comentem oq acharammm.
obrigada pelo fav caso tenha deixado.

eu tirei essa ideia final do prédio de um clipe de uma musica chamada we fell in love in octuber, do girls in red, o prédio e o lugar é quase igual que é mostrado no clipe.

https://youtu.be/iggmiF7DNoM

https://open.spotify.com/track/1BYZxKSf0aTxp8ZFoeyM3d?si=NY12UYf2TuGscMJokZy9Xg


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