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História Escapar - Conocerte


Escrita por: bellaciaobitch

Notas do Autor


DESCULPAAAAAAAA eu sei que demorei horrores pra postar o capitulo, mas é que traduzir da um certo trabalhinho e confesso que me distrai criando, escrevendo oneshots e lendo sobre esses dois pombinhos, tudo pra não perder a inspiração! Prometo que vou me esforçar mais pros próximos capítulos saírem mais rápido.
Enfim, deixa eu pedir um favorzão pra vcs? Se vcs gostam de Escapar, indiquem pros coleguinhas, postem em tudo quanto é lugar. Escrever da o maior trabalhão e eu faço com muito amor mas quanto mais gente lê mais da vontade de continuar e trazer mais coisas legais pra vocês. Vamos fazer Escapar entrar na lista top do spirit kkkkk
De qualquer forma, muito obrigada a quem comentou no ultimo capitulo, vcs são maravilhosos DEMAIS.
É isto, vou deixar vcs lerem. Beijios e não esqueçam de comentar! <3

Capítulo 7 - Conocerte


A tarde se transformou em noite e se desvaneceu em madrugada enquanto Sérgio e Raquel faziam amor. Eles não tiveram pressa em apreciar as sensações que seus corpos podiam produzir juntos e, mesmo com a impaciência característica de Raquel, tudo era feito com muita calma: tocaram, sentiram e saborearam cada centímetro do corpo um do outro como se o mundo tivesse parado de girar. Eles chegaram ao clímax juntos e lentamente, quase dolorosamente, Sérgio a observou se contorcendo de prazer em cima dele, como se fosse a pintura mais bonita que ele já havia visto.

Quando finalmente ficaram satisfeitos, já era tarde e estavam suados e cansados. Ele programou uma música para tocar no sistema estéreo da TV - jazz, porque essa era a única coisa que ela estava familiarizada - e desejou dormir ali mesmo, agarrado ao corpo dela enquanto Raquel sorria, sentindo-o dançar as mãos por sua espinha. Sérgio e Raquel nunca tiveram um momento tão pacífico e doce assim, nem mesmo durante o assalto. Era sempre urgente e intenso, ambos competindo por domínio e poder, mesmo quando ela não sabia que ele era o professor. Eles costumavam foder, não fazer amor. E ela amava o fetiche, mas ali, deitada com as batidas preguiçosas da música e a brisa da noite soprando pela janela aberta, Raquel pensou que se eles se atrevessem a fechar os olhos para descansar, tudo iria desaparecer.

"Paula brincou no meu quarto por horas", ela disse do nada, sua voz muito baixa. Ela se lembrou da imagem de sua filha conversando com bonecas e ursinhos de pelúcia alegremente na tela do computador, "Mamãe não conseguiu tirá-la de lá, nem para o jantar".

Raquel não queria estragar a atmosfera relaxante com mais dor e tristeza, mas ela não conseguia parar de pensar em sua família e no que ela sentiu ao vê-las na tela e não poder entrar em contato, para dizer que ela estava bem e que ela sentia muito a falta delas. E deitar no peito de Sérgio, ouvindo seu coração bater como uma canção de ninar, lhe deixou segura o suficiente para se abrir, compartilhar sua angústia e esperar que ele fizesse o mesmo, porque era isso o que um relacionamento realmente significava para ela. Compartilhar.

"Como você estava recebendo o sinal?" ele perguntou depois de um tempo.
“São câmeras" ela deu de ombros "Podem ser operadas a distância. Eu escondi algumas pela casa quando ainda era casada com Alberto para ter certeza que ele não abusava de Paula quando eu não estava por perto. Mas nunca encontrei nada. E quando me divorciei, achei melhor deixá-los, por causa da doença da minha mãe…”

"Como ela está?" ele perguntou, tentando ler sua expressão no escuro. Era uma estranha mistura de melancolia e indiferença.
“Minha irmã está lá. Mamãe continua esquecendo e perguntando por mim, mas Laura sempre cria uma história diferente para encobrir meu desaparecimento.” ela suspirou “Quem diria que minha irmã se importaria com qualquer coisa além de seu grande amor por Alberto, afinal de contas? ”

Raquel riu um pouco, mas era amargo e Sérgio curvou a boca em uma linha reta. Ele queria confortá-la, mas não sabia como, sentindo que ele era a maior causa de seus problemas. Então escolheu fazer com que ela se sentisse a vontade, a apertou contra seu peito nu e beijou o topo de sua cabeça, certificando-se de que ela entenderia que ele estava ali com ela, pro que precisasse. Ela sorriu suavemente em resposta.

“Escute, sobre o que eu disse…” ele limpou a garganta nervosamente e ela apoiou o queixo para olhá-lo “Me desculpe, Raquel, mas eu não retiro o que eu disse. Precisamos parar de agir como gato e rato. Eu acredito que não é... saudável, para nenhum de nós dois” ele começou, estendendo a mão para pegar os óculos na mesa de centro e os colocando de volta no rosto. “Mas eu entendo agora o que você fez. Vendo sua família naquele notebook... você queria protegê-los da mesma forma que eu queria proteger os ladrões dentro da fábrica da moeda. Então sim, você estava certa. Eu teria feito o mesmo, se fosse preciso.”

Sérgio colocou uma mecha de cabelo de Raquel atrás de sua orelha, mas estava muito envergonhado para encontrar o olhar dela. Ela permaneceu em silêncio, apenas franzindo as sobrancelhas, e isso o fez se sentir ainda mais desajeitado, sem ter certeza sobre quais palavras usar em seguida.

“Eu só… olha, eu sei que não vai ser fácil mas realmente quero fazer isso funcionar. Podemos criar planos e executá-los perfeitamente até o dia em que não precisarmos mais. Podemos pensar em algo para tirar sua mãe e sua filha de lá e fugir para Palawan da mesma maneira que sonhamos naquela manhã. Eu vou te ajudar com isso. Mas eu preciso saber se você vai me ajudar também quando eu precisar. Entenda, eu não sou um especialista em relacionamentos, pois nunca tive muitos, mas acredito que... "

"Eu vou te ajudar", ela interrompeu pegando a mão que ele usava para afastar o cabelo do rosto dela. "Eu disse que estava com você antes e ainda estou. Me desculpe se minhas atitudes impulsivas fizeram você duvidar disso.”

Raquel grudou seus olhos castanho e tristes nos dele e quando finalmente os olhares se encontraram, Sérgio sentiu seu coração pular uma batida. Ele limpou a garganta. “É perfeitamente compreensível. Você sente falta da sua família.”

"Eu também senti sua falta, hoje", ela sorriu, inclinando a cabeça para lhe dar um selinho. Mas a expressão de Raquel mudou enquanto eles ainda estavam se beijando e Sérgio sentiu seu corpo enrijecer um pouco. Ele separou os lábios dos dela.

"O que foi?" Sérgio sussurrou tão baixo que Raquel tinha certeza de que ela só podia ouvi-lo porque seus lábios estavam a centímetros de distância.
"Hm?" Ela murmurou, seus olhos ainda fechados
"Eu pensei que você ..." ele começou, mas parou no meio da frase, com medo de que só serviria para desencadear outra luta "deixa pra lá, acho que foi impressão minha."

Ela bufou impaciente.
“Eu só… bom, faz uma semana desde que nos conhecemos mas parece bem mais. E você conhece minha mãe, minha filha, você provavelmente estudou todo o meu passado para planejar o seu plano perfeito... você até conheceu meu ex-marido e o nocauteou.” ea arqueou as sobrancelhas dramaticamente e Sérgio deu risada “Mas, quando se trata de você... eu estou sempre um passo atrás. Eu sempre estou me perguntando, eu nunca tenho certeza de nada. Porque conheci o professor e conheci a Salva. Mas no final do dia eu ainda não sei nada sobre Sérgio.”

Raquel disse tudo de uma vez como quem tira um bandaid, sentindo uma insegurança boba, como se estivesse confessando um segredo embaraçoso. Mas foi a vez dele de ficar quieto em pensamento, com a cabeça para trás, olhando para o teto com um olhar reflexivo.
"Você me conhece mais do que você acredita, Raquel", disse ele finalmente "Eu acho que sou um pouco de Salva e do professor. Eu sou o cara que flertou com você no telefone, mas eu também sou o mesmo cara que planejou um futuro com você na sua cama naquele dia. Nada mudou"

"E sua família? Seu passado…” ela perguntou, mas se arrependeu imediatamente. Era um assunto muito delicado e ela sabia que Sérgio teria que pensar em Berlim. Mas Raquel não retirou o que disse. Ela tinha seus altos e baixos e era justo se ele compartilhasse as piores partes dele também. E desde o assalto, a inspetora sentia a necessidade de saber quem era aquele estranho com quem ela havia dormido tantas noites, e que fazia seu coração acelerar mesmo com tantas identidades diferentes.

Sérgio suspirou e brincou com os dedos dela como se fosse algo para distraí-lo da dor que ainda estava por vir. “Eu nasci muito doente, minha mãe teve uma gravidez de risco e morreu de complicações no parto. Eu nunca a conheci.” ele parou e Raquel abriu a boca, achando que ele tinha acabado de falar, mas então continuou. “Como eu lhe disse antes, passei minha infância em hospitais diferentes e meu pai costumava planejar e executar roubos para pagar minhas despesas clínicas. Ele morreu em frente a um banco no meio de um de seus assaltos quando eu tinha 14 anos.”

"Vocês dois pareciam muito próximos", disse ela, acariciando seu peito para acalmá-lo.
"Nós éramos. Ele me contava suas aventuras como histórias para dormir, roubando dinheiro dos ricos para dar aos pobres como um Robin Hood”. Sérgio riu ainda olhando para o teto, mas Raquel viu uma única lágrima rolando por seus olhos. “Ele era meu herói, meu amigo. Tudo o que eu tinha. E quando ele morreu, fiquei arrasado. Eu me tornei um órfão doente da noite para o dia e teria ido ao sistema de adoção se não fosse por um adolescente egocêntrico que entrou no meu quarto no hospital dizendo "Olá, irmãozinho"

Raquel deixou o peito de Sérgio e sentou-se, sentindo-se um pouco claustrofóbica com a menção de seu irmão. O fato de o doce Sérgio ter alguém tão nojento e extravagante quanto Andrés de Fonollosa como irmão era demais para ela digerir. E, como irmãos, Raquel se perguntou quantas semelhanças os dois compartilhavam. O gene egoista e cafajeste estava em seu DNA também? Lembrou-se da vez em que conheceu Berlim, dentro da fábrica da moeda, e a raiva ferveu em seu estômago quando recordou sua falta de educação e sarcasmo. Mas então, um novo sentimento emergiu de suas entranhas, que ela nunca pensou que sentiria por alguém como Andres: pena. Não parecia certo para ela, como os rumos do universo se cruzavam e duas pessoas tão diferentes poderiam significar tanto um para o outro quanto Andres parecia ser para Sérgio. Ou como Sérgio era para ela. Raquel se sentiu um pouco tonta, com muito a processar em sua mente e o professor também se sentou, apoiando-se nos braços do sofá e observando sua mente trabalhar enquanto franzia a testa.

"Sobre o que aconteceu no hangar... quando Helsinki explodiu o túnel..." ela começou.
"Sim, eu sei" Sérgio suspirou e desejou que ela não tivesse saído de seu peito porque sentir sua pele na dele o fazia se sentir menos perdido com a morte de Andrés.
"Eu ... eu não sei o que dizer"
"Tudo bem" ele assegurou e fez um gesto para ela voltar para seus braços. A inspetora hesitou, mas fez o que lhe foi pedido, sentando com as costas apoiadas no peito dele, a cabeça confortavelmente deitada no espaço entre seu pescoço e seu ombro. Sérgio a abraçou e sentiu o doce aroma do cabelo dela como se aquilo fosse dar a ele toda a força que ele precisava para continuar.

“Andres também éramos muito próximos. E eu sei que ele não era um exemplo de ser humano, mas ele me salvou daquele hospital quando eu era muito novo e ele nem me conhecia direito.” ele continuou, sentindo-se arrepiado quando Raquel suavemente roçou as unhas em seu antebraço. “Ele me encontrou não sei como e me levou para morar com a avó dele, na Itália, por alguns anos. O suficiente para eu terminar o ensino médio e economizar um pouco para viver sozinho aos 18 anos. Foi nessa época que a ideia do assalto começou a se tornar uma realidade eu passava meus dias e noites planejando, estudando e me preparando para isso. Ele não queria me distrair com a notícia de sua doença, então eu só soube no ano passado”

Raquel virou a cabeça e lhe deu um beijo reconfortante em seu pescoço. “Eu sinto muito, Sérgio. Eu não posso imaginar como é perder tantas pessoas importantes, tão jovem ”, ela descansou a testa no lado do pescoço dele, ouvindo o ar entrar e sair da garganta dele, indo em direção aos pulmões.

Tudo ficou em silêncio por um momento. A música na TV acabou, os grilos não cantaram do lado de fora e a brisa não soprou as cortinas cinzas da janela. Parecia que eles estavam congelados no tempo, presos em um vazio onde as memórias de um passado doloroso que eles nunca poderiam realmente mudar flutuavam ao redor deles. Ele olhou para ela, a forte e teimosa inspetora e a doce e frágil Raquel. A mulher que ele amava que o observava de volta, com olhos sonhadores que contavam tantas histórias. Sérgio podia ver neles todas as cicatrizes que ela carregava na alma e, mesmo as que ele causou, pareciam combinar perfeitamente com as marcas que ele mesmo conseguiu em anos difíceis. Tudo ficou em silêncio por um momento, mas o som de seus corações partidos batendo em sincronia parecia o suficiente para ensurdecer seus ouvidos. Ele suspirou. Ela afastou uma lágrima teimosa no canto dos olhos dele e lhe ofereceu um meio sorriso. Talvez toda dor valesse a pena no final.

"Eu tenho outra coisa para te contar", ele sorriu suavemente, tentando quebrar a tristeza no ar  "Já que estamos sendo honestos um com o outro, eu sinto que devo confessar meu último segredo profundo"
Raquel franziu a testa de novo, tentando para ler sua expressão, mas falhou completamente "Eu não gosto de seus segredos"
"Eu sei" Sérgio riu "mas eu acho que você vai gostar deste"
"O que é?"
"Bem, digamos que você não é a única que tem uma mãe nessa relação ”

Raquel se sentou novamente, inquieta. Ela demorou alguns segundos para processar a informação, olhando fixamente para seus brilhantes olhos castanhos para encontrar o menor desvio de verdade em seu detector de mentiras mental. Ela não encontrou nada além de diversão e verdade. Então ela riu, incrédula
"Você está brincando"
"Não estou"
"Mas você acabou de dizer ..."
"A avó de Andrés ainda está viva, eu acredito."

"O que?" foi tudo o que Raquel conseguiu dizer, cruzando as pernas na frente dele e um sorriso divertido no rosto. Sérgio a olhou e sentiu como se estivesse prestes a contar uma grande história para uma criança.
"Bem, ela foi a única figura materna que eu já conheci, então se você considerar isso..."
"Por que você nunca me contou sobre ela?" ela o interrompeu.
"Eu queria, mas não tivemos tempo" ele disse, pegando a mão dela novamente "Tenho certeza que ela ficaria muito feliz em conhecê-la" Sérgio sorriu, observando dedos deles entrelaçando novamente.

"Então vamos!", ela sussurrou e seu tom fez os olhos dele voarem das mãos para o rosto de Raquel. As palavras tinham exatamente a mesma emoção e intensidade que ele usou alguns dias antes, quando Sérgio sugeriu que eles deveriam fugir para um país no Caribe. Ele viu os olhos dela brilhando e conteve um sorriso. Ela riu quando ele levantou uma sobrancelha, fingindo considerar seu pedido.

“Eu quero conhecê-la porque ela faz parte de você. E eu preciso saber tudo, as partes boas e as ruins” Raquel deu um beijo em cada um dos seus cinco dedos “Eu prometo que vou ser uma boa nora”
Agora foi a vez de Sérgio ajustar sua postura e sentar-se adequadamente na frente dela, sentindo nas nuvens com a animação de Raquel. Ele mudou a posição da mão de forma a prender seu dedo mindinho no dela e abriu um grande sorriso. Ele se sentia tão seguro sobre seus sentimentos que começara a acreditar que eles poderiam realmente fazer aquele relacionamento complicado funcionar por um tempo, mesmo que não para sempre. Porque o para sempre poderia esperar, assim como todos os problemas que teriam que enfrentar.

"Sem mais armas apontando para mim?" perguntou ele.
“Sem mais armas”
“Nem cenas falsas para chamar atenção da polícia?” Sérgio sugeriu e Raquel fez uma careta.
"Sim, isso também", ela riu, um pouco envergonhada "mas nada de mentiras ou esconder as coisas de mim também!"
"Ok" Sérgio deu uma risada "temos um acordo."

Mas em vez de beijar o dedo, como o ritual exigia, ele a puxou de volta para seus braços e a beijou profundamente, suas línguas dançantes parando apenas quando ela sorriu entre os lábios dele.



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