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História Escarlate - Lovesick


Escrita por: Capricornia

Notas do Autor


oi gente, desculpa a demora para postar capítulos novos, mas é que minha vida ta muito corrida.

Boa leitura!

Capítulo 16 - Lovesick


 

Eu sei que é difícil entender minha situação de paixão por duas mulheres completamente diferentes e ao mesmo tempo. E esse não é o pior problema que me aflige. Temos o problema "Carlos". No dia em que passei mal. Ok, na verdade quase morri. Enfim, no dia que o tal veneno fez efeito, eu avisei a Fred que podia ter sido ele, mesmo que internamente eu estivesse relutando para não dizer. Tinha medo da veracidade de tal fato. Dito e cujo, eu abri a boca e sofri as consequências. Alguns dias depois chegou uma das piores notícias que eu poderia ter ouvido naquele momento da minha vida.

_ Como assim batata frita com sorvete? – perguntei fazendo uma careta com aquela confissão.

_ O que é que tem? É a melhor coisa que se pode comer na vida! – Disse Mari deitada de frente pra mim, suas pernas por cima da minha coxa, E seu rosto próximo ao meu. Soltei uma gargalhada alta com tamanha esquisitice.

_ Mano, você tem gostos estranhos - Mariana fez uma cara pensativa e assentiu.

_ Concordo. Eu gosto de você! – Olho feio pra ela que ri da minha cara. – Brincadeira! Para com essa cara – Ela morde meus lábios e puxa pra si até soltar de seus dentes.

_ Então quer dizer que EU sou estranha? – A empurrei para trás e subi por cima de seu corpo e prendendo seus braços por cima de sua cabeça.

_ É até uma estranha gatinha – Ela sorri travessa e eu beijo seu pescoço. – Gostosa... - ela diz baixinho e eu sorrio. – Subo meus lábios para beijar sua boca um beijo quente, cheio de fogo.

Suas mãos geladas enfiam para dentro da minha blusa acariciando minhas costas, eu solto um gemido com o contato de quente e frio. Me levanto tirando a blusa. Volto a beija-la e suas mãos ultrapassam o tecido da minha calça de moletom apertando minha bunda por baixo da calcinha e com a outra mão ela vai abaixando minha calça lentamente. Uma batida na porta nos interrompe, eu solto um gemido de angústia , colocando a blusa novamente, para atender a porta.

_ Me desculpe senhorita se estou interrompendo algo – Fred para de sorrir ao ver minha cara de frustração. – É que eu tenho uma notícia importante.

_ E qual seria a noticia tão importante que me tirou do meu momento de descanso? - Pergunto erguendo as sobrancelhas e ele ri sem graça.

_ Lembra-se da informação que me passou no hospital sobre seu amigo? - Assenti e meu coração errou a batida por um segundo.

_ Então... Ela estava certa – Olho assustada para ele. Tive que me apoiar no vão da porta pra não cair.

_ V-você tem certeza disso? – Frederico assente. Meu coração começa a bater rápido.

_ Ele foi treinado quando criança para se passar por um agente duplo e fingir ser seu amigo. Olha – O homem alto me entrega uma pasta que eu prontamente abro. Nela havia uma folha com uma foto 3x4 de Carlos e algumas informações pessoais. – Seu nome verdadeiro é Victor Moreira, e ele é filho de um dos maiores inimigos de seu pai... – Levo minhas mãos à boca com surpresa e meu coração se aperta repentinamente. – E tem mais um nome, ele vira a página da pasta e uma foto conhecida aparece. Era a... Mick - Sinto muito Senhorita Archetti. Se me der licença – Ele faz uma reverencia com a cabeça e sai do quarto em direção à sala.

_ Não... – Deixo as lágrimas caírem sem pena dos meus olhos e sinto minhas penas não suportarem meu peso e me deixo cair. Mari que já se posicionava atrás de mim me segura. Vira meu corpo para de frente ao dela. Me dando um abraço apertado.

Deito a cabeça em seu ombro e ela se ajoelha ao chão com o meu corpo junto. Ela acaricia meus cabelos e eu espero o turbilhão de sentimentos passar pra conseguir falar, isso demorou alguns minutos. Eu estava bastante afetada.

_ Minha vida, ela. Ela foi uma completa mentira... – Digo meio soluçado e sinto Mari apertar mais o abraço.

_ Pode ter sido antes, mas agora tudo é real – Ela levanta meu rosto e faz-me olhar em seus olhos que brilhavam de tristeza. – Confia em mim? – Assenti e ela me beija com gosto de sal. Mari volta a me abraçar forte. Sinto minhas pálpebras pesarem e acabo adormecendo nos braços calorosos da morena.

P.O. V Mariana

Já se passaram alguns dias desde que Valentina e sua vida havia virado de vez de cabeça pra baixo. A cada dia que passa tudo parece levar uma proporção maior e coisas extremamente sérias estavam sendo descobertas . A vida dela parecia algo manipulado pelas escolhas de seu pai e a ultima notícia sobre seus "amigos" a destruiu por completo e consequentemente me destruiu também.

Pense bem: Você é apaixonada por uma garota desde que a viu pela primeira vez. Bom, não foi a primeira vez, já éramos amigas tempos antes na infância. E ela mudou tanto que nem percebi de que se tratava do meu primeiro amor de infância. Amor não correspondido, lógico. Ela continuava da mesma forma, ainda era tímida, tinha covinhas ao sorrir, possuía a cicatriz na cintura do dia que pulamos do alto do balanço e ela se espatifou no chão e teve que dar alguns pontos no local. Mal dormir naquele dia me culpando pelo acidente. Anos se passaram e eu me apaixonei pela mesma garota sem perceber que era ela, a garota mais incrível que eu já havia conhecido e aquele sentimento de amor que eu sentia por ela é tão grande que eu a vi namorando aquela garota e me sentia feliz por ela estar feliz, já que sua infância não foi das melhores. E então ela te chama para uma festa e te beija. Você se sente errada, confusa e não sabe como reagir aquilo, então foge para seu local de conforto e chora, chora da forma mais dolorosa possível. Chora pelo beijo finalmente dado, o mix de sensações que sentia e mais ainda por ter fugido como uma covarde. Ela namorava, estava feliz e aquilo era errado, sabe? Muito errado.

Um dia durante a aula seu telefone toca e o nome "da tal garota" faz teu coração pular, mas não pode demonstrar isso, então tenta ser o mais indiferente possível e aceita o convite de se encontrarem. O coração pula, eu pulei junto e cara ela me chamou para conversar, mas... e se for pra sermos só amigas? Expectativas ruins batem na portam e entram como intrusos e a autoconfiança desaparece. Mas ela conta sobre sua namorada que aparentemente a traiu e sobre sua paixão por mim durante todo esse tempo. Diz que tentava comprimir e não sentir e como tudo se desabrochou em um beijo. Naquele momento eu senti que por incrível que pareça o destino havia estendido sua mão para que eu pudesse pega-la e aquela felicidade indescritível surge e, cara, como isso pode estar finalmente acontecendo depois de tantos anos?

Valentina me chama para um luau, e eu mostro a música que escrevi para ela, não disse a quem se referia, pois não podia despir minha alma de tal forma que o amor gritasse ali. Iria assusta-la. E se ela fugisse, eu não me perdoaria nunca. Fomos para a barraca e fizemos amor pela primeira vez, tudo foi tão incrível, tão magnifico e eu a amava tanto naquele momento. A única coisa que eu queria saber de ouvir era os sons que saiam de sua boca e a única coisa que queria sentir era seu corpo junto ao meu, seu cheiro, seu gosto. Seu olhar na manhã seguinte me deixou sem a menor reação possível e me pergunto: como alguém não amaria uma pessoa como aquela?

Então foi aí que aconteceu, no momento que ela me pegou pelo braço daquela forma, meu coração se partiu em dois, pensei que tinha arrependimento ali e não sabia como lidar. Ela não dizia nada. Então percebi que tinha algo muito errado e depois da história eu concluo que era muito pior do que imaginava. Então prometi a mim mesma que não a abandonaria, iria apoia-la e ajudar ela em tudo que precisava. 

O sorriso foi sumindo de seu rosto e a assumindo expressões de exaustão e tristeza. Nos momentos que estávamos só eu fazia de tudo para arrancar aquele sorriso com covinhas de seu rosto, o sorriso que fazia meu coração acelerar e meu estomago ficar estranho. Quando ela adoeceu eu pensei que iria morrer, o que felizmente não aconteceu. Foi tudo maravilhoso até que Ângela chegou e eu pensei que tudo estava perdido, mas não, ela não desistiu de mim e eu agora estou sendo seu porto seguro, e vou fazer de tudo para continuar sendo pelo resto da minha vida se precisar.

Eu a amo tanto que faltei às aulas da faculdade para dar assistência. Agora estou estudando o dobro para conseguir passar e fazendo aulas de monitoria. Frederico se dispôs a colocar um guarda me acompanhando para que eu não corra perigo e minha vida não seja prejudicada. Briguei com minha mãe por isso, mas a convenci que era o melhor a se fazer. Ela compreendeu pois também se preocupava com Valentina, ela a amava como mãe e eu sempre soube disso, desde que saiu da casa dos Archetti, minha mãe vivia atrás de noticias da garota e eu entendia aquela preocupação.

Eu dormia na minha casa duas vezes por semana, pra poder estudar, trabalhava em uma lanchonete, para poder ajudar minha mãe com as despesas da casa. Depois ia para a casa da Valentina passar o resto do meu tempo com ela e sim, eu tinha todo o prazer do mundo nisso tudo. Era a melhor coisa do mundo poder ver aquele sorriso, escutar sua voz rouca, sentir seu corpo ao meu em um abraço, dormir ao seu lado e ver seu rosto sereno enquanto dorme. Acordar com aquele "bom dia" rouco não tinha moderação e ter o prazer de conversar com uma pessoa tão viva e inteligente como ela, compartilhar de ideias e histórias. Nunca vou poder reclamar disso, nunca. Mas uma coisa me tira o sono, o quanto meu amor por ela cresce descontroladamente e eu não estou conseguindo mais disfarçar isso. Preciso falar de uma maneira que não a assuste ou a afaste de mim. Quero fazer isso hoje, preciso fazer isso hoje, porque as proporções estão se assumindo colossais (Parece exagero, mas é verdade).

Hoje é sábado, não tem faculdade e eu agradeço imensamente por isso, não via a hora. Acordo e sinto um braço abraçando minha cintura forte e o ar quente da respiração de Valentina na minha nuca. Sorrio por aquele momento e fico alguns segundos ali o apreciando. Saio cuidadosamente dos braços da moça e subo para o escritório de Fred, precisava dizer algumas coisas para ele...

P. O. V. Valentina

Sinto beijos quentes na bochecha e sorrio. Abro os olhos lentamente e Mari estava do meu lado com a mesma roupa do dia anterior, assim como eu.

_ Bom dia, dorminhoca – Disse com um sorriso e eu sorrio para ela de volta. – Trouxe seu café da manhã e tenho uma novidade...

_ Primeiro a novidade, você sabe que eu sou ansiosa – Disse, me sentando na cama. –Ela ri e coloca uma bandeja com frutas, café e torrada com geleia sobre minhas pernas.

_ Você pode ter os dois ao mesmo tempo, bobinha – pegou uma pera da bandeja. – A novidade é que Frederico deixou a gente sair daqui. Mas tem uma condição, dois guardas costa um para cada uma. Relaxa combinamos distância então não vai ser algo evasivo.

_ Serio? – Ela assentiu e tomou um gole de café da xícara em sua mão. – Obrigada, mesmo. Você está sendo incrível nesses últimos dias... – Mari da de ombro e eu beijo sua bochecha. – Você é demais.

_ Eu sei Darling – Falou jogando os cabelos e eu ri. – Agora acaba logo com isso e vai tomar um banho.

Acabei de comer e fui para o banho, tomei meu primeiro banho decente em algum tempo. Sai e Mari entrou logo depois no banheiro. Coloquei um vestido e um tênis qualquer e fui procurar meu óculos de sol que tinha sumido a algum tempo, já que fazia séculos que não usava.

[...]

_ Não acredito que tu me trouxe pra esse lugar! – Disse rodando e olhando para todos os lados. – Eu não venho aqui desde que eu tinha 14 anos!

_ Eu sei, eu também não venho aqui há séculos – Disse a entregando um cartãozinho colorido. – Se lembra como era quando víamos juntas?

_ Lógico, ainda tem aquele...

_ Fliperama do Mário! – Dissemos juntas e gargalhamos juntas.

Mari Me trouxe a um fliperama que íamos sempre quando crianças e ficávamos horas jogando, começamos nossa amizade aqui. Na verdade praticamente tudo começou aqui. Meu primeiro beijo foi uma dessas coisas, até hoje me lembro do menino ruivo sardento que eu beijei. A boca dele tinha gosto de chips e Coca-Cola, Mari não quis beijar ele. Ela nunca beijou ninguém perto de mim na verdade, estranho...

Passamos a tarde jogando no lugar. Eu ganhei dela em muitos jogos, menos no de dança e no de tiro, Mariana sempre foi melhor que eu nesses jogos e eu nunca superei isso. As vezes quando nos beijávamos ali éramos cercadas por olhares julgadores, mas nem ligávamos mais, essa fase tinha se passado a tempos na minha vida. Ganhamos inúmeras fichas com todos aqueles jogos.

_ Cara, eu estou morta de fome – Disse Mari se sentando ao meu lado no banquinho que ficava no meio do salão.

_ Eu também. O que acha de trocar essas fichinhas e irmos comer algo? – Ela sorri se levantando.

_ Ótima ideia! – Segura minhas mãos e me puxa até o balcão, onde uma moça mal humorada com um chapéu colorido nos atende.

_ Posso ajudar? – Pergunta com voz de taquara rachada. Eu tiro o bolo de fichas da bolsa e ela arregalam os olhos.

_ Sim. Quero duas daquelas máscaras ali e dois anéis de bala – a mulher mal humorada olhava para nós duas com escárnio e Mari apenas deu de ombros. Ela pega os pedidos e me entrega, Mariana guarda na bolsa e agradece.

Saímos dali e fomos a uma pizzaria. Compramos duas fatias de pizzas enormes e refrigerantes e fomos até a praça próxima ali, sentamos num banco branco com a visão para o lago artificial do local.

_ De volta a realidade... – digo me recostando ao banco com uma fatia de pizza nas mãos.

_ A vida adulta – Ela ri e repete meu gesto. – Ela tem suas vantagens.

_ Diga uma – pedi em tom de desafio.

_ Bom, podemos dirigir, beber, entrar em lugares para maiores, tipo pubs e baladas e fazer coisas de adultos, sabe – Ela me olha com um sorriso de lado e eu solto uma gargalhada alta.

_ Já até imagino quais são essas "coisas de adultos", sua safadinha! – Ela ri e eu a acompanho.

_ Sua, só sua – Mari se aproxima beijando minha bochecha. E se afasta. Sinto-a pestanejar e ficar séria de repente.

_ Algo errado? – Pergunto me virando e ficando de frente para Mariana que coloca alguns fios do meu cabelo pra atrás da minha orelha.

_ Eu te trouxe a esses lugares por um motivo, eu preciso lhe dizer uma coisa – Ergo minhas sobrancelhas.

_ Mariana, o que a senhora aprontou agora? – Ela me olha e por alguns segundos eu me perco no mar negro de seus olhos.

_ Eu queria te falar que... – Ela pestaneja novamente e fecha os olhos. – Valentina, eu te amo. Desde que a gente tinha doze anos – o pedaço de pizza cai da minha boca. – Eu sei que você não sente o mesmo e não vou te obrigar a sentir. Só queria que soubesse que eu gos... – A calo com um beijo intenso e ela se assusta de primeiro, mas logo cede.

 

_Eu... – sorrio e ela me beija novamente. Não sabia o que dizer, devido ser pega de surpresa e não saber direito o que sinto.

_ Tudo bem... – Sua voz soou desapontada. – Não precisa dizer o mesmo. – Ela abaixa a cabeça e o silencio se fez, meus pensamentos gritavam alto naquele momento. Eu não quero a perder, eu preciso dizer algo.

_ Obrigada... – Ela levanta sua cabeça e me olha curiosa.

_ Pelo que?

_ Por me amar e por dedicar tudo por mim. Eu queria dizer o mesmo, mas você sabe que as coisas não são bem assim comigo – Sorrio levemente e acaricio as bochechas.

_ Tudo bem, eu espero que um dia você sinta o mesmo por mim. Não vou desistir de você e muito menos te forçar a sentir. Eu estou aqui por você.

_ Obrigada, de coração – Sorrio e a abraço forte.

P.O.V Mari

_ Eu queria de perguntar uma coisa, posso? – Pergunto segurando suas mão – Eu sei que seus sentimentos estão confusos e que sua vida está uma bagunça. Valentina, eu gosto muito de você e sabe, eu queria... – Engasguei no meio da frase e recebo um olhar curioso. - Queria saber se você aceita ser minha namorada – Fecho os olhos com apreensão pela resposta e sinto seus lábios tocando os meus. Abri os olhos lentamente e ela sorri pra mim.

_ Eu aceito – Ela diz em um sussurro, como se aquilo fosse algo apenas nosso, e só nós duas e os átomos que separavam os centímetros de distância do seu rosto do meus, precisassem saber dessa resposta. Eu sorrio e a puxo para um beijo novamente.

Meu peito, apesar de tudo, estava explodindo de alegria, pois eu estava namorando a pessoa que eu realmente amava e isso era só o que eu precisava pra ser feliz naquele momento.

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado.

Beijos e até a próxima!


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