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História Escola Anti-gays - Jikook - Diga que não vai me deixar


Escrita por: Nickendipity

Notas do Autor


CheGAY
e nem demorei muito, uma semana, tão orgulhosos?

Esse capítulo era pra ter outro nome (pra combinar com os últimos capítulos), mas mudei em cima da hora.
Respirem fundo e:
Boa leitura <3

Capítulo 11 - Diga que não vai me deixar


Hesito para abrir a porta, com medo de quem possa ser, mas decido fazê-lo e me espanto quando eu vejo um Jimin-hyung muito diferente atrás dela.

-Ei, hyung. O que está fazendo aqui? – Indago e ele se apoia – ou se joga - em mim, minha pergunta parece fazer ele querer chorar. –Ei, o que aconteceu? –Ele me abraça e eu sinto o cheiro do problema: álcool.

-JungKook... – Ele soluça. -Eu...

-Vamos entrar. -Eu digo, o puxando e fechando a porta.

Taehyung havia sentado em sua cama, ao vê-lo, Jimin me solta e fica olhando profundamente para meu colega de quarto.

-Eu... devo voltar a dormir? –Kim pergunta retoricamente.

Eu volto minha atenção a Jimin, o sentando em minha cama e em seguida, me aproximo e sussurro para Tae:

-Ele está bêbado, o que devo fazer?

-Sei lá, ele precisa de um banho, acho que ele vai se sentir melhor. Ajude ele com isso.

-Eu? Eu não posso! –Sussurro em desespero. –Faça isso por mim, por favor!

-Não, não. Ele é seu “amigo”, eu vou voltar a dormir. –Ele diz, colocando dois tampões de ouvido.

-Taehyung... –Imploro, então ele pega seu tapa-olho na gaveta e o coloca também.

-Não ouço, nem vejo, esqueça de mim. –Ele murmura antes de deitar de volta.

Me sinto perdido.

-Hyung, está tudo bem? Você pode falar comigo?

-Eu me sinto zonzo... e enjoado.

-Vem aqui. –Digo, o levantando da cama e o apoiando em mim para leva-lo ao banheiro.

O sento no vaso e molho minhas mãos na pia, molhando o seu rosto que estava coberto de suor.

-Por que você bebeu tanto? – Digo, enquanto repito o ato, lavando seu rosto. –É véspera do jogo.

-Desculpe. –Ele me responde e o vejo querer chorar de novo.

-Não... não precisa se desculpar, já passou. –Sinto como se ele tivesse 5 anos hoje. –Que tal tomar um banho? –Ele assente. –Você consegue tirar as roupas sozinho? Eu... não quero te deixar com vergonha. – Na verdade, era eu quem iria ficar com vergonha.

Sem me ouvir muito bem ele começa a tirar sua camiseta com certa dificuldade, eu o deixo, abro o chuveiro em uma temperatura fria e deixo uma toalha limpa perto enquanto ele luta com as calças.

-Hyung, quando tirar as roupas, tome banho e se seque com essa toalha, está bem? –Mostro-a e ele assente.

Eu viro de costas e rezo para que ele não precise de mim. Jimin-hyung não estava legal, mas ainda era ele, eu não queria fazer nada que o fizesse se sentir envergonhado em sua versão normal ou me aproveitar disso, por mais que eu me sentisse um pouco quente apenas com a possibilidade de que Jimin está atrás de mim nu, tento não pensar muito nisso, embora a imaginação fosse traiçoeira.

-Está tudo bem aí? –Eu pergunto para Jimin, quando percebo que ele já está debaixo do chuveiro.

-Sim. –Ele responde e ri.

Ele demora um pouco no banho e tenho que o apressar algumas vezes, acho que ele estava apenas vegetando lá de baixo. Então, finalmente, ele desliga o chuveiro.

-Use a toalha.

-JungKook, eu estou melhor. – Ele diz e eu fico um pouco aliviado. –Pronto, pode me olhar. – Ele afirma e ri, como se houvesse algo engraçado.

O olho meio receoso e a toalha já estava enrolada em sua cintura, mas seu cabelo estava molhado, as bochechas vermelhas e o tronco descoberto.

-Roupas. – Eu lembro. -Você precisa de roupas.

-Me sinto tonto. –Ele diz e, ao se apoiar na parede, a toalha quase cai de sua cintura, mas ele consegue segurá-la.

-Jimin! –Vou até ele e ajeito a toalha sem tocar muito nele, então o levo para a minha cama novamente, o deixo sentado enquanto procuro roupas que caibam nele e alguma cueca nova dentro da gaveta.

Dou para ele se vestir e viro de costas novamente.

-Você não precisa fazer isso. –Ele diz. –Eu não ligo.

Mas eu ligava! O ignoro e continuo sem o olhar.

-Pronto. –Ele avisa e ao me virar reparo que meu pijama ficou bem grandinho pra ele, o que é fofo, mas a camisa do pijama estava abotoada errado, me fazendo rir.

-Está errado. –Eu realmente acho que estava sendo maldoso demais deixando uma pessoa bêbada se arrumar sozinha. Então, abro os botões de novo. Tento me concentrar nos botões – honestamente sempre tive dificuldade com eles – e não em qualquer coisa como o quanto a pele dele deve ser macia, mas não consigo deixar passar quando eu vejo uma mancha vermelha no seu peitoral, mas apenas fecho a camisa e coro quando vejo que ele estava me encarando com as bochechas tão vermelhas como as minhas devem estar agora.

Lhe dou uma barra de cereal e pego a toalha para secar seu cabelo enquanto ele come.

-Eu posso dormir aqui com você? Eu não quero voltar para o meu dormitório. – Ele diz depois de um tempo.

-Tudo bem, eu posso dormir no chão. –Termino de secar seu cabelo e levanto da cama para dar fim na toalha.

-Não precisa. – Diz e me empurra na cama e, ao deixar a embalagem da barra de cereal na cômoda, deita-se ao meu lado. A cama de solteiro era pequena e ele quase se desequilibrou.

-Tudo bem se a gente se abraçar agora? –Ele sugere e eu hesito, apenas pelo meu coração que começou bater como um louco. -Ou ele... –Ele olhou para trás, onde Taehyung dormia.

-Ele está dormindo com tampões de ouvido, acredite, ele nem vai reparar na gente. – Com a mão meio trêmula, abraço suas costas e o puxo para mais perto, impedindo que ele caia da cama. -Você quer... me contar o que aconteceu? –Sussurro.

-Eu estava com a minha namorada. –Ele diz e sua mão se aperta contra minha cintura. –Eu bebi para aguentá-la, às vezes me sinto um monstro.

-Você deveria terminar e encontrar alguém que goste de verdade. Eu já te disse isso.

-Eu não posso. – Eu sinto que ele quer chorar de novo. –Eu não posso nem confiar em alguém.

-Você não confia em mim? – Quando essas palavras saíram da minha boca minha respiração ficou descompassada, eu já conseguia me imaginar dizendo “hyung, eu gosto de você”, talvez, ele fosse embora, talvez, ele me entendesse e me desse uma chance, era um risco, mas era um risco que eu não conseguia correr.

-Eu confio e nem deveria. Você pode estar me usando, querendo saber de mais coisas que possam me incriminar para contar tudo para os superiores. –Sua voz falhava entre sinais de choro.

-Você sabe que eu nunca faria isso, você sabe. Eu... – Engulo seco. –Eu gosto muito de você, hyung... gosto muito. – Eu não acho que ele entendeu o que eu realmente quis dizer.

Ele me abraça mais forte, enfiando seu rosto no meu peito.

-Droga! Eu não consigo desconfiar de você. –Escuto sua voz abafada.

Minhas mãos sobem das suas costas para o seu cabelo e eu apenas acaricio ali por um tempo. Essa proximidade era tão... intensa. Os nossos corpos estavam colados, conectados, entrelaçados, era tão íntimo e singular, eu conseguia sentir o cheiro do meu shampoo no seu cabelo, que ficava ainda mais cheiroso nele, e o aconchego familiar dos seus pés roçando nos meus, que aqueciam meu peito e faziam meu estômago pestanejar como se estivesse com fome.

Ele ergue a cabeça para me olhar, provavelmente estranhando meu silêncio, mesmo no escuro eu posso ver seus olhos perdidos e os cílios molhados pelo choro recente.

-Está incomodado? –Ele indaga.

-N-Não. – Eu admito que não pareço tão convincente, então repito: -Está tudo bem.

-Você já... dormiu abraçado com alguém? –Ele pergunta e eu não achei que fosse possível minhas bochechas queimarem mais.

-Não.

-Já dormiu com alguém? –Isso me faz lembrar que Jimin ainda está um tanto bêbado.

-Não... por que? Eu estou fazendo algo de errado?

Ele ri.

-Claro que não, como você pode fazer algo de errado só abraçando?

-Então, an... vamos dormir. –Digo, tentando fugir daquele assunto estranho.

-Hum, sim... estou com tanto sono...

Ele se aconchega em mim e antes que eu sequer raciocine percebo que ele cai no sono. Achei que seria difícil dormir com ele assim, tão próximo e com tantas questões – sobre ele e o jogo de amanhã – me gerando ansiedade, mas ao contrário do que eu pensava, eu simplesmente durmo, como se Jimin fosse um calmante homeopático.

 

 

Acordo com um vazio que sinto nos meus braços, tateio Jimin e, então, me sento ao não encontra-lo. Mas meus olhos inchados o veem no chão.

-Hyung, o que aconteceu? –Minha voz sonolenta soa ridícula.

-Eu caí. – Mas a dele era linda. –Me desculpe por te acordar e por... isso tudo. –Ele se levanta e olha ao redor. –O que estou fazendo? Que vergonha... –Ele murmura consigo mesmo, cobrindo o rosto e indo para o banheiro.

Eu levanto da minha cama e o sigo.

-Ei, hyung, o que foi?

-A gente dormindo daquele jeito... o que o Taehyung deve ter pensado de mim...? Mil perdões...

-Ei, ele nem viu, e se viu, ele não tem que pensar nada.

Ele apenas iria adorar e usar isso para me provocar pelos próximos meses.

-Eu fiz você dividir uma cama pequena com um homem adulto na véspera do jogo, você deve estar péssimo. –Ele continuou a falar como se não estivesse me escutando.

-Ei, hyung, pare, graças a você eu dormi bem. –Eu fui sincero, mas ele sequer parece ter escutado.

-Já amanheceu, eu preciso ir trocar de roupa e tomar café... faça isso também, um café bem reforçado... –Era o Capitão do time de basquete ali, não meu hyung, por isso, me afasto. Ele se olha no espelho. –Essa roupa é sua?

-Sim, você pode ficar com ela se quiser, eu vou buscar as suas. – O deixo sozinho no banheiro e ele fecha a porta.

Eu percebo que ele não está muito bem e isso faz toda sensação ruim voltar novamente.

Após ele usar o banheiro, dou uma sacola com suas roupas para ele, ele as cheira:
-Meu Deus, eu bebi muito, não me espanta eu ter que tomar um remédio para dor de cabeça antes do jogo. – Ele resmunga. –Eu vou indo, a gente se vê em duas horas no vestiário, pode ser?

Ele vai indo para a porta.

-Claro.

-Me desculpe. –Ele repete antes de sair e bater a porta.

Me sento na cama ainda meio tonto com tanta informação, então Taehyung retira a venda e os tampões, se levantando.

-Ele já foi? –Pergunta.

-Você estava acordado?!

-Sim, faz um tempo, mas achei que se eu levantasse agora ele ia ficar desconfortável. Você dormiu com ele!

-Cale a boca, não era pra você ter visto isso!

-Eu acordei no meio da noite para ir no banheiro e vi. Ele gosta de você, é sério, eu não tenho dúvidas. Vocês dormiram agarradinhos, como um casal meloso.

-Ele não parece ter gostado tanto...

-Como assim?

-Ele acordou estranho.

-Talvez seja só pressão pelo jogo, inclusive, esqueça um pouco o Jimin e foque nisso. – Kim me aconselha. –Mas pode confiar em mim, essa batalha está ganha.

 

 

Nessa mesma quadra alguns meses atrás eu te observava da arquibancada, dessa mesma arquibancada cheia que me olha agora. Você era o centro, agora somos nós, eu achava que aqui era onde eu queria estar, mas na verdade, é ao seu lado.

Eu vim pelo basquete e fiquei por você ou vim por você e fiquei pelo basquete, não é claro para mim ainda, mas quando eu pensava em sonho, era o basquete que vinha a mente e ele me causa o mesmo prazer que eu imaginava, a mesma adrenalina, o mesmo coração acelerado cada vez que eu arremessava, e a mesma felicidade toda vez que fazia uma cesta e via o placar subindo, mas agora, sinto que não é suficiente, porque meu novo sonho é você.

 

-Você foi um irresponsável! - Jimin grita para Bang ao entrarmos no vestiário.

-Por que está gritando? Nós ganhamos! - Ele comemorou.

-Por que não passou a bola para o JungKook? Ele estava na posição perfeita para arremessar, mas por sua birrinha e egoísmo de querer se mostrar, perdemos duas cestas!

-Nós ganhamos mesmo assim!

-Eu não quero saber se ganhamos, ganhamos fácil hoje, mas cada ponto é importante! Nunca arremesse essa merda quando tem opções melhores! E não me diga que não o viu!

-Jimin, calma. - Namjoon diz, colocando a mão no ombro do cunhado. -Não queremos te ver estressado no dia que ganhamos nosso jogo, seu primeiro jogo como Capitão!

-Você vai passar a mão na cabeça dele? -Park revirou os olhos.

-Não, ele realmente atrapalhou muito hoje. Bang, na próxima...

-Não vai ter próxima, se tiver, ele está fora do time. -Meu Hyung diz e então sai de perto, indo até seu armário.

-Tudo por causa desse novato! Por que mimar tanto ele?!

-Bang, cale a boca, Jimin está nervoso. –Yoongi diz e ninguém toca mais no assunto.

Eu fico mal, no fim eu sei que o problema era todo comigo, eu não queria ver ele assim, isso diminui os ânimos de todos por ganharmos.

 

Desisto de tomar ducha no vestiário, não quero esperar todo mundo ir dessa vez, então ouso ir embora do jeito que estava, mas Jimin me segue.

-Ei, saindo de fininho?

-Oh, Hyung, desculpe é que...

-O clima ficou pesado, não é? Sinto muito.

-Eu que devo lhe pedir desculpas por toda essa confusão.

-O que? Não... o Bang foi um babaca, eu não vou tolerar isso. –Ele suspira. -Mas... esqueça, eu vim perguntar se você vai na festa hoje à noite.

-Que festa?

-Ah, eu imaginei que você não sabia. É nossa festa de comemoração. Você pode chamar Taehyung, mas acho que ele não vai querer ir, vai ter bastante gente... complicada.

-Que horas vai ser isso, a diretora...?

-É depois do horário de recolher, eu posso te levar lá... obviamente é algo clandestino, mas fica tranquilo, nunca descobrem coisas do tipo, não com a gente.

-Ah... eu não sei se vou, eu acho que Taehyung realmente não vai querer ir e eu vou ficar deslocado.

-Eu vou estar lá com você. –Ele insiste.

-Mas todo mundo fica em cima de você, você tem seus amigos, sua namorada...

-Não vou sair do seu lado hoje, eu prometo. Vou cuidar de você, como cuidou de mim. –Como ele conseguia estar gritando 5 minutos antes e sendo tão fofo agora?! -Inclusive, eu não agradeci, obrigado por ter cuidado de mim ontem.

Eu coro, eu sei apenas sentir meu rosto queimar.

-Aquilo não foi nada, Hyung.

-Foi sim, ninguém saberia lidar comigo naquela situação. Hoje de manhã eu estava tão envergonhado que em vez de te agradecer, fiquei me culpando.

-Você não precisa ficar com vergonha.

-É claro que eu preciso. - Ele riu. -Mas você vai hoje? Por mim?

-Claro, ganhamos um jogo, certo? –Eu não sabia dizer não para ele.

-Sim, inclusive, você jogou incrivelmente bem, de verdade.

-V-Você também, Hyung. Mas isso não é uma novidade.

Ele sorri.

-Te vejo mais tarde.

 

No caminho ao dormitório algumas pessoas estranhas falaram comigo e deram tapinhas no meu ombro, estava todo mundo feliz com a vitória de Rosestock e, definitivamente, agora todos sabem quem sou eu.

 

...

-Isso é um porão?! –Eu fico chocado quando Jimin me leva para o local da festa. –Como vocês conseguiram isso?

Ele ri.

-Não olhe para mim, não sou eu quem organizo isso.

Um dos grandes porões da escola estava cheio de gente, música e bebida.

-Vocês chegaram! –Hoseok exclamou no meio dos garotos do time que estavam reunidos. –Pessoal. –Ele subiu em cima de uma cadeira e todos pararam para olhar para ele. –Recebam o grande Capitão do time de RoseStock, que nos levou à vitória hoje: Park Jimin!

-Hoseok! –Ele o repreendeu, mas sei que estava envergonhado.

Todos gritaram e os meninos caíram em cima de Jimin, bagunçando o seu cabelo.

-E também, o nosso novo ala-pivô que fez 7 cestas hoje, Jeon JungKook! –Hoseok continua e eu fico realmente surpreso de ele ter se lembrado de mim.

Então, todos gritam novamente e os garotos do time tentam nos levantar de brincadeira. Olho para Jimin e ele está sorrindo verdadeiramente. No fundo, acho que fiquei um tanto emocionado. Éramos um time.

 

Após os meninos nos provocarem e festejarem, Jimin me leva até um balcão, resmungando:
-Eu odeio cerveja. – Eu fico um tanto surpreso quanto essa sua fala, em vista de como ele estava bêbado ontem, mas também, um pouco aliviado, até que ele diz: -Preciso beber algo mais forte.

-Hyung... –Começo a dizer.

-Fique tranquilo, eu não vou ficar bêbado como ontem, hoje eu estou com você. –Ele diz, lendo meus pensamentos. –Você quer beber? –Ele questiona e eu sou pego de surpresa. –Você já bebeu alguma vez? –Ele reformula a pergunta.

-Ahn... não.

-Ok... você quer? Só experimentar?

-Eu não sei se... –Eu hesito. –Não quero passar vergonha ou te dar trabalho.

-Você não tinha dito que aquilo não foi trabalho? –Ele riu. –Não se preocupe, é só não beber muito, confie no seu hyung, prometo cuidar de você e te levar até o quarto.

Eu coro quando ele diz isso, que nem percebo que assinto.

Ele mistura algumas coisas satisfeito e depois me dá um copo:
-Está fraquinho, você vai gostar. Se quiser beber mais, me peça, não pegue nada com os meninos.

Assinto e dou um gole, era bom, um tanto doce e deixava um amargor na língua. Ele ri com minha reação.

-Fez alguma coisa pra mim? –Min-hee diz, se aproximando de nós dois, eu tinha até esquecido da presença dela.

-Não, faça você. –Ele responde e eu sinto a tensão entre os dois.

-Jimin...

-Eu combinei com você que queria ficar com meus amigos hoje, então, por favor, não fique em cima. –Ele diz, sem paciência e percebo que esse namoro já não tem mais futuro.

Ela sai, sem discutir e isso me deixa com ainda mais medo.

 

Jimin conversa com várias pessoas diferentes durante a festa, me apresenta pessoas além do time, seus colegas de classe, os garotos do time de beisebol e as líderes de torcida - que acho que estavam dando em cima de mim -. Eu apenas fico do lado dele, sem saber o que dizer na maioria das vezes. Jimin sabia falar com todos e sobre tudo, ele era realmente tão legal...

-Você está vermelho. –Ele diz quando ficamos sozinhos, olhando minhas bochechas. –Esse é seu segundo copo?

-Hum... sim.

-Fofo. –Ele diz e eu me pergunto se escutei certo, provavelmente meu coração errou alguma batida. -Bebe um pouco de água. –Eu ainda estava pensando no “fofo”. –Ei, o que foi? Está zonzo?

-Sim. -Não é uma mentira, mas não é só por causa da bebida.

 

Nós bebemos bastante, os meninos fizeram alguma brincadeira que envolvia bebida e bolinhas e me chamaram para participar, Jimin disse que eu já havia bebido demais, mas os meninos apenas o zoaram e disseram para ele parar de tentar ser minha mãe. Agora Jimin havia bebido tanto que já nem ligava mais.

O momento de brincadeiras passou e agora as pessoas estavam preocupadas com o romance. Na verdade estou sendo muito bonzinho chamando isso de romance, era mais um monte de adolescentes cheios de hormônios e carências carnais.

Vou no banheiro, e quando saio percebo que perdi Jimin de vista.

-Ei, JungKook, não é? –Uma garota, provavelmente mais velha do que eu, que estava esperando na porta do banheiro diz.

-An... sim.

-Eu estava de olho para ver quando você ficava sozinho, eu queria conversar um instante com você... –Ela diz, me puxando para dentro do banheiro novamente e então fechando a porta e a trancando.

-S-Sobre o que? –Eu fico apreensivo quando percebo que ela está me cercando contra a parede.

-Você é tão fofo... e bonito, eu não sei como não havia reparado em você antes. –Eu realmente não sabia como lidar com esse tipo de situação. -Você é tímido, não é? –Ela sorri, tocando meus braços e meu tronco de uma forma que eu não gostava. –Está tudo bem, gosto de caras assim... até porque eu não sou nada tímida. – O seu vestido que tinha botões na frente começou a ser aberto dando uma visão do seu sutiã.

-Ei, moça, e-eu acho que tem a-algum mal entendi-dido. –Consigo dizer, a empurrando, então, abro a porta do banheiro e saio correndo a procura de Jimin, antes que a garota me ache de novo.

Felizmente, o Capitão me acha primeiro:
-Ei, JungKook, você sumiu, achei que estava passando mal... –Ele me encara. –O que foi? Parece que viu um fantasma, você realmente está passando mal?

-Não, não é isso, só... pode não sair de perto de mim?

-Claro... – Seu tom de voz era tão suave. –Alguém te incomodou, não é? Foi o Bang?

-Não... – Eu senti meu rosto corar mais. –Esquece isso.

-Ok... depois você deve me contar, está bem? –Contar o que? Que saí correndo quando vi os peitos de uma garota? Ele olha as pessoas que estavam dançando. –Quer dançar?

-Não sei fazer isso, melhor não.

-Eu entendo, muita confusão ali. Prefiro beber. –Ele admite e eu franzo a testa surpreso.

-Achei que gostasse de dançar.

-Eu gosto, mas não assim, não desse jeito. -Ele encosta a boca na minha orelha e eu me sinto estranho, quase imploro para que ele a chupe. -Mas eu rebolo até melhor do que essas garotas.

Sinto o cheiro de álcool vindo dele, ou de mim, eu não sei, eu só sei que rio e ele também.

-Eu quero ver isso. –Peço com uma sinceridade que quase me surpreende, estávamos claramente bêbados. Ele me dá um tapa na nuca de brincadeira e ri.  O sorriso dele é tão lindo…

 

 

 

Hoseok nos disse que não iria dormir no dormitório hoje, como estávamos bêbados demais para ficar andando por aí depois do toque de recolher, Jimin me levou para o seu quarto. Nós praticamente tropeçamos e caímos um sobre outro quando chegamos lá o que fez ele rir. Ele me ajuda a levantar, me apoiando nele. Ele estava tão próximo que eu podia contar seus cílios e quando eu o olhei dessa vez foi diferente, quando eu encarei sua boca inchada senti uma vontade tão forte, mas tão forte, de beijá-lo que quase o fiz.

A ideia de encostar minha boca com de outra pessoa sempre fora estranha a um ponto de eu me perguntar qual era a graça ou porquê eu faria algo assim ou sentiria vontade de fazer algo assim, mas o olhando agora... tudo fez sentido. De repente sinto como se meu estômago fosse pular para fora, de primeira eu penso que é apenas um dos sintomas que Park Jimin causava em mim, mas quando percebo que realmente ia vomitar consigo me afastar, mas não o suficiente, liberando tudo nos seus sapatos.

 

No começo, acho que ele vai ficar bravo comigo, mas ele, com aquela calma toda, apenas limpa tudo enquanto eu termino de vomitar na privada, e depois me oferece água. Eu me sinto terrivelmente mal.

-Desculpe, hyung. De verdade.

-Está tudo bem, eu deixei você beber demais. –Ele acaricia os meus cabelos de forma carinhosa. –Melhor você tomar um banho, não? Você pode vestir o pijama que me emprestou ontem.

Eu assinto e então ele me deixa a sós para tomar banho. Eu sinto tanta confusão e raiva de mim mesmo que sinto uma vontade imensa de chorar.

Eu me deito na cama de Hoseok enquanto é a vez dele de tomar banho. Ele volta e percebo que está sem camisa, isso faz minhas bochechas queimarem e meu corpo ativar lembranças que eu não queria. Por que ele me fazia se sentir assim e eu não senti nada quando vi os peitos daquela garota? Por que eu não podia ser um pouco normal?

-Se sente melhor? –Ele pergunta.

Eu não respondo, ele veste uma camiseta e deita na sua própria cama.

Eu me sentia tão estranho, eu não sei se era por causa da bebida, dos sentimentos ruins que aquela garota me causou ou por causa de toda aquela mistura de sentimentos que Jimin me causa, mas parece que tudo despencou em cima de mim como uma avalanche. Estava realmente doendo.

-JungKook, você está chorando?! –O escuto exclamar do meu lado e isso faz com que eu despenque as lágrimas que eu estava segurando.

-Me desculpe. –Eu consigo dizer antes de chorar escandalosamente.

-Por que está se desculpando? Por causa do vômito? Eu disse que aquilo realmente não tinha importância...

-Eu não quero que fique chateado comigo. – Doía muito. -Eu vou morrer. –É tudo que eu consigo pensar agora.

Dessa vez ele ri.

-É claro que não vai, eu estou aqui. – Eu não digo nada e ele suspira. -JungKook, o que está acontecendo?

-Você vai me matar. –Eu sussurro e é mais pra mim do que pra ele.

-JungKook... –Dessa vez seu tom de voz parece preocupado.

Eu não consigo apenas ficar chorando feito um bobo, guardar isso para mim mais um segundo me mataria. “Já pensou em se declarar?” – a voz de Taehyung volta à minha cabeça como um eco.

-Eu gosto de você, hyung. –Aquilo sai sem pensar muito. Isso ou o choro me deu uma falta de ar absurda e eu precisei inalar algumas vezes, mas foi a vez dele de ficar em silêncio. –Não é como você pensou agora, não é como um amigo. –Eu continuo, mas não o olho, apenas encaro o teto. -Eu não queria, doeu em mim muito mais do que todos os socos que já levei, eu queria te odiar, eu tentei, eu juro que tentei, hyung, você tem que acreditar em mim! – Mais choro vem. – Mas eu gosto de verdade, de querer te proteger, de querer te tocar, de querer fazer você sorrir. – Eu não sei de onde essa coragem ou essas palavras estão vindo, apenas deixo que elas saiam. -Eu te conheci quando estava tudo tão escuro e então você me iluminou, você foi a minha luz no fim do túnel, me fez sentir como se eu fosse alguém, como se eu fosse suficiente. –Os olhos já sensíveis encheram ainda mais de água. –Ninguém nunca me tratou assim, eu não sabia o que era ser feliz até conhecer você. – Eu não conseguia falar mais, então, me deixei chorar um pouco e após algum tempo, que durou entre segundos ou minutos, eu acrescento, fungando, ainda com a voz de choro: –Eu estou realmente muito apaixonado por você, mas ser só seu amigo é o suficiente, realmente é, isso já me faz muito feliz. - Eu espero que ele diga algo, mas ele apenas fica em silêncio. - Hyung. – O chamo, espremendo meus lábios, então imploro: –Diga que não vai me deixar.

Não há uma resposta e eu também não tenho coragem de o encarar. Eu seguro o choro um pouco, então escuto sua voz:

-Durma. Estamos muito bêbados.

Tudo começa mudar.

Você foi minha inspiração e minha pior distração.

Você é minha ruína, o meu fim.


Notas Finais


ABAIXEM AS PEDRAS, CALMA AÍ
Vamos respirar fundo e recapitular aqui:
1 - Por que Jimin foi parar no quarto do JungKook no começo do capítulo? Acham que Jimin vai largar Min-hee?
2 - JungKook se declarou, mas e aí? O que vai acontecer? QUAIS SÃO OS SENTIMENTOS DO >JIMIN< pelo JungKook?

Bem, eu não posso fazer perguntas muito reveladoras para não entregar muita coisa, mas tudo que repararem podem me contar, amo os comentários de vocês <3 Lembrem-se também que toda ação, por mais pequena que seja, tem ou terá uma consequência.

Eu vou demorar um pouquinho mais para voltar porque preciso atualizar minhas outras fanfics e também estou escrevendo uma nova (não publico história nova há 4 anos!) para postar para vocês.

Amanhã tem o ENEM, que infelizmente não foi adiado, já estou na faculdade, mas para quem for fazer, tomem todos cuidados e se mantenham calmos para fazer uma boa prova, acreditem em mim, 50% da prova não é o que você sabe, mas sim, como você está.

Amo vocês, COMENTEM e me mimem,
BEIJÃO <3


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