Anteriormente...
O único problema era que eu não tinha leite. A única ideia que tive foi de bater na casa da vizinha pra pedir o que eu precisava. Fui até a porta da frente e dei algumas batidas na mesma. Comecei a ouvir uma gritaria lá dentro e resolvi voltar pra casa. Quando pensei em me virar pra ir embora, a porta foi aberta.
...
- É melhor você ir embora mesmo... – o menino disse vindo atrás de uma menina que saía da casa – eles pararam e só ficaram olhando pra minha cara com olhos arregalados. E eu o mesmo.
- Perdão, quem é você? – ele cortou o silêncio enquanto a menina ficava parada me olhando.
- Desculpa, eu não quero atrapalhar vocês, vou voltar pro meu apartamento – já disse me virando pra ir embora, mas ele continuou.
- Não está atrapalhando em nada, a Ana já estava de saída – quando ele falou aquilo ela se virou pra ele com cara de raiva e saiu batendo pé – Então, precisa de ajuda?
- Olha, desculpa se eu fiz algo de errado agora pouco, ela pareceu bem brava.
- Que isso, não é culpa sua não. Entra.
Entrei em seu apartamento, ele fechou a porta e sentou no sofá.
- A Ana é muito mandona, mimada, sabe? Tudo tem que ser na hora dela. Isso me irrita.
Eu ainda estava de pé perto do sofá e quando ele notou meu olhar confuso se levantou rápido.
- Perdão, eu não devia estar falando da minha ex-namorada pra você. Aliás, qual seu nome? É a nova vizinha, não é?
- Me chamo Mariana, e sim, me mudei pra cá tem pouco tempo. Sua mãe até foi lá nos dar as boas vindas. Ela é bem simpática.
- Ah, ela me disse que iria até seu apartamento, mas eu estava ocupado. Perdão.
- Não tem problema. Está me recebendo agora – dei um sorriso amigável e ele correspondeu.
- Me chamo Bruno. Por que veio até aqui? Precisa de ajuda?
- Então, é que mais tarde vou a um jantar importante e queria levar uma sobremesa. Só que está ai o problema, falta um ingrediente em casa e eu preciso muito dele. Pode parecer esquisito, porque é mais coisa de filme isso, mas será que você podia me dar um pouco de leite?
- E o que eu ganho em troca?
- Olha, sua mãe disse que podíamos pedir ajuda quando precisássemos, aposto que ela não estava esperando que déssemos algo em troca. Os meus pais foram viajar e eu não posso sair sozinha.
- É uma pena que ela não está aqui. E eu não sou minha mãe. Então sim, eu espero algo em troca.
- Quer saber? Deixa pra lá, eu me viro sozinha – virei as costas e saí batendo pé.
- Calma, loirinha, eu estava só brincando. Senta ai, eu vou pegar o leite.
A minha vontade era de sair daquele apartamento e me virar sozinha mesmo, mas eu precisava dele. Ele voltou da cozinha e me deu uma xícara de leite.
- Se precisar de mais alguma coisa é só pedir, eu estou aqui na frente – disse com uma voz suave e me deu um sorriso sincero.
Bruno tinha um sorriso sapeca, de moleque, por mais que aparentasse ter alguns anos a mais que eu. Seu olhar era quente e profundo. Olhos negros e brilhantes, como o céu quando anoitece. Seu cabelo preto era liso e meio bagunçado o que o deixava muito charmoso.
- Valeu, eu te devo essa. – agora sim, virei as costas e voltei pro meu apartamento.
Comecei a arrumar as coisas pro bolo de chocolate. Como eu sabia que iria me sujar toda, tirei a roupa que estava e coloquei só uma blusa grande velha. Liguei uma música alta e abri os trabalhos. Enquanto eu preparava a massa, cantava e dançava acompanhando a música. Só parei quando virei pra trás e Bruno estava em pé rindo e me observando. Tomei um susto tão grande que quase derrubei tudo.
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