História Escolhe Uchiha - Capítulo 1

Numa das maiores casas da cidade, vivia a família Uchiha, uma das mais poderosas e ricas de todo o país. Os Uchiha’s tinham empresas espalhadas pelo mundo, mas a principal residia em Tokyo, Japão. Os seus negócios em vários países proporcionaram a abertura de inúmeros postos de trabalho, contribuindo assim na ajuda ao desemprego e não só, os novos funcionários tinham todos os seus direitos, eram bem pagos e tinham boas condições de trabalho, higiene e segurança. 

Cada empresa possuía um responsável, por vezes alguém da família, que se encarregava de tudo, incluindo de reportar à família principal tudo o que acontecia, os ganhos, as perdas, os problemas, entre outros assuntos de interesse. Com tantas delas pelo mundo, não era raro ver os líderes da família viajar muitas vezes para o exterior, nem que fosse para uma pequena e rápida visita para ver pessoalmente o crescimento delas.

    O atual chefe da família era Uchiha Fugaku que se tinha casado com a sua amada Mikoto logo após a universidade, com quem teve a sorte de ganhar dois belos filhos: o primogênito de trinta e um anos, Itachi, e o caçula de vinte e seis, Sasuke. Apesar de querer que os seus filhos seguissem com o negócio da família, Fugaku nunca exigiria que o fizessem, se algum deles tivesse o sonho de ter outra profissão — o que de verdade aconteceu com o mais velho —, ou inclusive ambos, os apoiaria sem hesitar. O único que lhes pediu, foi que o ajudassem com a empresa quando fosse mesmo necessário e ocupassem o seu lugar, caso algo lhe acontecesse e ainda não tivesse tido algum neto que quisesse continuar o seu legado.

    Naquela manhã de verão, toda a família principal estava reunida na sala, na companhia de Haruno Kizashi, sua esposa Mebuki, e a sua filha Ayane. Alguns amigos do Uchiha mais novo também tinham aparecido a pedido do mesmo e todos conversavam tranquilamente, enquanto permaneciam à espera da outra filha dos Haruno, Sakura, e do neto, Kasuke.

    Itachi tinha decidido não ser o sucessor de Fugaku nos assuntos da empresa e deixou esse trabalho para Sasuke, que sempre se tinha interessado nos negócios da família. Recentemente, em meio a visitas e reuniões, Fugaku e Kizashi, dois grandes amigos desde os tempos da universidade, tiveram a ideia de juntarem as empresas e, consecutivamente, as famílias, comprometendo assim Sasuke num casamento arranjado. No entanto, ambas as herdeiras aceitaram casar-se para o benefício da família e agora Sasuke tinha uma escolha entre mãos, pois o deixaram escolher qual das duas Haruno seria a sua esposa. Algo que simplesmente odiou quando soube.

    Uma delas já a conhecia, Ayane, uma mulher que para Sasuke era simplesmente irritante, fútil, mimada e que o fazia desejar desaparecer logo que a via chegar ao mesmo local que ele. Sobre Sakura, o único que sabia além do seu nome, foi que perdeu o marido há dois anos, em novembro, quando estava grávida de dois meses. Nunca a conheceu pessoalmente, por isso não fazia a mínima ideia de como era a nível de personalidade ou aparência, já que até aquele momento nunca lhe passou pela cabeça procurar alguma foto dela nas redes sociais. E, mesmo agora, ao saber o que ia acontecer, preferiu esperar para vê-la pessoalmente.

Naquele dia, as duas famílias iriam reunir-se pela primeira vez para falar sobre o assunto do casamento e a única que faltava era Sakura, que vivia muito longe do centro de Tokyo e por isso iria demorar a chegar. Todos tinham esperança que chegasse um pouco antes da hora do almoço, para assim poderem comer com eles.

Agora, Sasuke estava sentado num dos sofás da sala bastante irritado, apesar de não o mostrar, o motivo? Um ser de cabelos ruivos estava fortemente agarrada ao seu braço, a espetar-lhe com as longas unhas de gel vermelhas, e não fechava a boca nem por um segundo. Enquanto os amigos tentavam ajudá-lo, o seu pai e o senhor Haruno estavam em outro sofá a falar de negócios, já a sua mãe e a senhora Haruno falavam sobre os preparativos do casamento. Essas estavam mais animadas que os próprios noivos.

— Ayane, solta-me! — mandou, já sem paciência, ao dirigir-lhe um olhar irritado. O seu braço doía e a sua cabeça também estava a começar a incomodar, por ouvi-la falar mais alto que o necessário perto do seu ouvido, como se fosse surdo. Se chegasse a casar com ela, era bem provável que esse fosse o seu destino.

— Mas Sasukito… — começou a reclamar, antes de ser rapidamente interrompida por Itachi, sentado do outro lado.

— Ayane solta-o, não sei se sabes, mas ele precisa respirar. — lembrou-a, numa tentativa de ajudar o irmão a sair, literalmente, das garras da ruiva.

— Não quero, vai ser o meu futuro marido, não quero separar-me dele. — reclamou novamente, antes de fazer bico, se a tentativa era parecer adorável, estava bem enganada, para Sasuke se via simplesmente ridícula.

— E quem te disse que vou ser o teu marido? — questionou, já sem paciência enquanto tirava o seu braço do agarre da mulher. — Isso não está decidido, ainda falta a tua irmã chegar e eu sinceramente espero que seja diferente de ti. — comentou, irritado demais como para conter a sua opinião. — “Eu nunca me vou casar com ela, se Sakura não for uma boa pessoa e totalmente diferente de Ayane, o acordo pode ir pro inferno, talvez o diabo queira se casar com ela.“

— Ela não é melhor que eu, é uma aberração com aquele cabelo rosa.

— A tua irmã tem cabelo rosa? — perguntou Naruto, o melhor amigo de Sasuke, surpreendido, mas também curioso pela informação.

— Sim, o pinta dessa cor desde que tinha dezasseis anos, nunca enjoou dela. — respondeu, sem muito interesse, gostava mais de falar sobre si do que da irmã. — Fica ridícula assim. — opinou.

— Mas de certeza que é mais bonita que tu. — retrucou Ino, sarcasticamente, uma amiga da infância dos Uchihas devido às ligações da família dela com a deles.

— É uma aberração, isso sim, e sou muito mais bonita — defendeu-se, enquanto tentava agarrar novamente o Uchiha, que não se deixou capturar novamente. —, não achas Sasuke?

— Não, eu nem sequer sei como ela é. — respondeu, revirando os olhos, exasperado pela pergunta. — E para de agarrar-me!

— Para de dizer que a tua irmã é uma aberração, é uma mulher muito bonita e pelo menos se esforçou em seguir uma carreira e em trabalhar, ao contrário de ti. — interviu Kizashi, já cansado de ouvi-la, Sakura nem estava ali para defender-se.

— Eu sou a melhor e vou ser a escolhida, de certeza que ela nem vem. — comentou, irritada, pelas palavras do pai.

Como se fosse feito de propósito para contradizê-la, mal terminou de falar, ouviu-se o som de um carro a estacionar na entrada. Os que estavam por perto para ouvir a resposta da ruiva olharam-na imediatamente, sem conseguir conter o riso e os comentários. 

— Estavas a dizer o quê, cabelos de tomate? — zombou Itachi, acompanhado pelos outros quando começou a rir, principalmente ao ver a cara da Ayane quando ouviu o apelido.

— Essa deve ter sido Sakura a chegar, quem mais viria? — comunicou Mebuki, ao levantar-se do sofá rapidamente e sair da casa com a companhia rápida e silenciosa de Mikoto. — Finalmente chegas-te querida. — Todos puderam ouvi-la comentar do lado de fora, já fazia algum tempo desde a última vez que viu a filha e as saudades estavam a matá-la.

— Que fofo! — ouviram Mikoto gritar, logo de seguida.

Levantaram-se todos do sofá e caminharam até à entrada, curiosos pelo grito de Mikoto e para ver quem era Sakura. Perto de um grande carro cinzento, do qual Sasuke identificou como sendo da marca Renault, estava Mebuki e Mikoto a falar entretidamente com uma mulher de longos cabelos rosa. Tinha o cabelo, que chegava quase à sua cintura, solto e os seus olhos eram verdes como duas esmeraldas, uma cor mais intensa do que os que tinha a sua mãe. Eram deslumbrantes! Usava um vestido preto curto que lhe ficava justo no corpo e, nos pés, um salto alto da mesma cor.

No colo dela, estava um pequeno bebé de curtos cabelos pretos e olhos verdes como a mãe, usava uns calções brancos e uma t-shirt azul. Ao olhar mais atentamente, Sasuke percebeu que estava descalço e tinha uma chupeta de cor azul claro com detalhes brancos na boca, e olhava timidamente para Mikoto. O pequeno continuava encolhido no colo de Sakura, que sorriu ternamente antes de dar-lhe um beijo na testa, que o fez sorrir manhoso e encolher-se mais ainda nos braços da mãe.

Naquele momento, ao olhar para os dois, Sasuke tinha encontrado a sua perdição, apenas não sabia disso ainda.