1. Spirit Fanfics >
  2. Especial >
  3. 14

História Especial - 14


Escrita por: PortugaGirl

Notas do Autor


Tadaima

Capítulo 14 - 14


A chuva era intensa e aquele casal estava totalmente encharcado. Optaram por se manter na aldeia abandonada, que lembrava um local fantasma; Reita encontrou uma casa que havia escapado aos pequenos bombardeamentos e esta estava, em parte, intacta.
Naya percorreu a casa de apenas rés-do-chão, tinha três quartos, tudo estava empoeirado e revolto como se tivessem saqueado a casa á muito; entrou no quarto principal e estudou o espaço, foi junto de uma cómoda que havia perdido um dos apoios, acocorou-se perante a moldura que havia escorregado do tampo daquela cómoda, soprou o pó que cobria a foto emoldurada e viu a família que ali morava, era uma família de apenas Vampiros, os pais e três filhos, sorriu ao ver as faces sorridentes de todos e recolocou a moldura no local onde a encontrara. O soalho de madeira rangia por vezes a cada passo que Naya dava, a jovem abriu o guarda roupa e ficou contente por ver que as roupas haviam sumido, portanto, certamente aquela família havia-se colocado em fuga antes que os ataques dos Revoltosos chegasse á sua porta de casa.

- Tivemos sorte. – Reita falou assim que a encontrou no quarto principal da casa. – A zona das caldeiras não foi destruída, temos água quente e um pouco de aquecimento central. – anunciou com um sorriso – Parece que quem aqui vivia fugiu. – olhou o que restava de peças rasgadas de roupas pelo chão. Naya tirou do bolso da sua capa negra um fio com um pingente, ele olhou a peça – O que é isso? – perguntou enquanto caminhava para perto dela.

- Matei um sem forma dos comandos. – ela anunciou com um sorriso tonto e mostrou a marca dos Revoltosos que estava gravada no pingente.

- É mesmo. – o Elády falou e também sorriu – Restam três, então. – gozou um pouco

- Muito engraçado, não. – Naya disse divertida enquanto encarava aquele homem – Estavas destemido á pouco. – suspirou – Nunca tinha visto tanto uso dos elementos sobre o qual a tua raça tem poder.

- Tu desses-te para eu começar a dar uso ao meu poder. – ele brincou e juntou mais o seu corpo ao dela, beijando-a ligeiramente e envolvendo-a em seus braços. – Mas não gostei do charme para cima do vampiro. – recordou – Não mesmo. – Naya gargalhou – Não tem piada, Naya. – resmungou contra o pescoço dela

- Ora…nada me impede de apreciar outros homens. – ela brincou – Tu não aprecias-te as formas curvilíneas lá da Elády que te atacou? – encarou-o – Ficamos de igual, Reita.

- Mesmo assim. – suspirou – Aquele Vampiro estava a dar palavras charmosas. – adorava quando encarava fortemente aqueles olhos de cor verde profundo de Naya e parecia que todo o resto desaparecia em redor.

- Ok, ok. – ela rendeu-se e tomou a iniciativa de roubar um beijo dos lábios de Reita. – Agora…depois do acontecido de á pouco, julgo que estaremos bem e que não seremos atacados. – afastou-se – Não haverá problema em aqui ficarmos. – olhou pela janela, parcialmente, oculta por umas cortinas bege.

- Não. Se alguém se aproximar desta casa ou da área circundante eu saberei. – o Elády falou – Tu sentes a magia de Sem Formas, portanto…estamos protegidos, para já.

- Vou procurar a casa de banho e relaxar debaixo de água quentinha. – ela anunciou subitamente animada.

- Certo. – ele disse e sorriu apenas enquanto a via afastar-se.

Mal Naya saiu do quarto principal da casa, sentiu o doce aroma de um guisado, inspirou lentamente e seguiu o aroma, encontrou Reita junto da mesa da área da cozinha, encostado a uma bancada, vestindo umas calças meio descaídas, o que revelava o tecido dos seus boxer’s negros, e com uma simples t-shirt vestida, os cabelos loiros estavam ainda molhados e a faixa que ele sempre usava sobre o nariz não se encontrava no seu sitio. – Isso surpreende-me. – ela falou enquanto olhava o nariz descoberto dele.

- É porque nunca olhas-te para mim quando durmo. – ele falou – Não uso a faixa quando durmo.

- Desculpa lá se da ultima vez que estive deitada a teu lado vi que, de facto, usavas a faixa. – ela brincou e logo se foi aconchegar entre os braços dele – Gosto de te ver de qualquer das maneiras. Com ou sem faixa. – corou ao falar aquilo.

- Isso parece-me agradável. – beijou-a, um beijo que se prolongou, que foi de absoluta entrega mas acabou por cessar pois a fome apertou.

Horas haviam passado, o casal havia partilhado conversas de mero acaso e por vezes recordavam o que os esperava a menos de 20km. Naya havia dado numa de curiosa e espreitava tudo o que podia naquele quarto principal onde ela e Reita iriam dormir, sentir a quietude do Elády junto da janela protegida pelas cortinas, obrigou-a a esquecer o resto e concentrar-se no loiro.

- Que se passa? – perguntou enquanto se colocava ao lado do loiro, junto da janela.

- Toda esta quietude. – ele pronunciou num tom profundo – Nada acontece nesta aldeia, nem existe um animal perdido que seja. – suspirou – É como se fosse o ultimo inspirar fundo antes da…batalha final.

- Amanhã ao final da manhã chegaremos, com sorte, ás muralhas da cidade ponto. Pelo caminho devemos encontrar jipes de moto4 de patrulha. Eles sabem da minha existência. – encostou-se á portada da janela

- Naya… - Reita falou num murmúrio e olhou-a – á algo que tenho que te contar. – a jovem ficou meio inquieta com o tom profundo que a voz de Reita ainda adotava – Algo que só a minha raça e os Sem Forma conhecem. Mas algo que tens que saber. – encostou-se também á portada da janela e olhou bem nos olhos verde daquela lutadora.

- O…quê? – ela falou timidamente

- A minha raça, os Elády…também podem morrer. – a surpresa estampou-se nas feições belas de Naya – Existe um feitiço completo que os Sem Forma conhecem. Mas é-lhes proibido por lei de raça que o lancem sem que o Elády lho peça. Eles sabem o feitiço mas se o tentarem fazer sem que seja a pedido do ser da minha raça, esse feitiço não surte efeito. – interiormente o corpo da mulher estremeceu.

- Porque…me estás a contar isto, Reita? – quis ela saber

- Acho que é justo saberes uma vez que eu…

- És o único que me pode matar. – ela concluiu tenebrosa e o loiro assentiu.

- Também. – falou então – Aquilo que o Vampiro falou, o primeiro que nos atacou… «tu sentes a magia mas ele não»… - recitou – para mim foi um aviso. – esclareceu – Não sei se os altos comandos conhecem do meu…poder, sobre ti ou não. Mas se o sabem eles irão usar-me.

- Os Sem Forma não te podem matar a não ser que lhes peças. – ela recordou as palavras que ele mesmo lhe havia dito.

- Pois não…mas podem usar outras magias sobre mim, podem ultimar-me. Irão tentar corromper-me, Naya. – confessou então – É fácil para eles corromper os outros seres e os seus mesmos.

- Eles não te vão corromper, Reita. Foste ensinado com o bem. – defendeu

- Pois fui, tal como muitos dos que já matamos. Corromper uma raça é simples, volto a te dizer. Só tu não podes ser corrompida. – entrelaçou a sua mão direita com a esquerda dela. – Será certo. Mesmo que não o façam por saberem daquilo que eu sou capaz, tentaram por verem que eu estou a teu lado. É tudo isto que eu temo quando entrarmos naquela cidade. – ela baixou a cabeça, olhou a sua mão entrelaçada com a de Reita e respirou fundo.

- Se isso acontecer eu quebrarei a minha promessa, Reita. Nem que seja a ultima coisa que faça. – voltou a olhar nos olhos dele.

- Que promessa…? – mostrou-se confuso

- Quando vi que poderia confiar em ti, prometi a mim mesma que nunca usaria o meu dom especial contra ti. Se fores corrompido. Dominar-te-ei a mente, controlarei os teus sentimentos, a tua fúria, o teu poder…estarás sobre a minha dominação e voltarás a ser o Reita por quem estou apaixonada. – o loiro nada falou, sorriu apenas e puxou Naya para si, abraçando-a fortemente.

- Agradecia que o fizesses se tal acontecer. – ele disse contra a pele dela. Ele temia dizer que a ama, aquele sentimento era intenso, inabalável…tinha noção que Naya só poderia ama-la para ele se ter tornado aquele que poderia acabar com a sua raça especial. Mas guardaria as confissões dos seus sentimentos para depois, para quando tudo terminasse. Bem ou mal.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...