16 de fevereiro, terça-feira.
A lua e as estrelas estavam mais brilhosas do que nunca naquela madrugada, o vento suave que parecia brincar com as folhas das árvores trazia um frio agradável junto de si. Não havia absolutamente nenhum movimento nas ruas, o silêncio era predominante e a única coisa que se podia ouvir era os miados de um gato gordo que me vigiava de cima de um muro distante... Sério, essa desgraça de quatro patas não ficou quieto por um minuto sequer! Por sorte ninguém veio ver o que era, talvez esse bichano sempre faça muito barulho.
Em meio a esse monólogo quase me esqueci que já era chegada a hora de entrar em ação! A respeito do que disse sobre "pegar o pervertido"... Bom, era uma mentirinha. POIS O PERVERTIDO SOU EU! Peguei o item especial que deixei guardado no meu bolso, uma calcinha de cor rosa, e a coloquei no meu rosto para preservar minha identidade. Também coloquei um par de luvas em minhas mãos, afinal digital é uma coisita boa identificar as pessoas. Andei alguns passos a frente e pude ficar de frente com a casa da Flávia, o muro ao redor é consideravelmente pequeno e aparentemente não tem nenhum cachorro pro lado de fora, mas sempre há risco de ter um pastor alemão dormindo junto com ela.
Me aproveitando da minha habilidade de parkour, consegui escalar o muro usando os ferros do portão sem provocar nenhum barulho. Sim, tenho essa cara de sedentário, mas presto pra alguma coisa! Já do outro lado dos muros corri pelo curto quintal até chegar a casa, é uma residência de dois andares com uma bela sacada; olhando a porta dali me lembrei da foto de perfil dela que tinha a mesma porta ao fundo, sem dúvidas ali era o quarto dela.
Usei a parede do vizinho como ponto de impulso para saltar até a beirada, depois usei as grades de segurança para poder subir. Ali no topo toquei levemente na porta e me surpreendi quando vi que ela estava aberta! Apesar de isso parecer sorte grande, acabei ficando mais alerta que o normal, afinal Flávia podia ter acabado de sair dali. Após abri-la lentamente, o quarto dela se revelou; uma parede rosada levemente iluminada por um abajur com pequenas estrelas dentro de si, a cama de casal dela com a garota dormindo calmamente, um guarda-roupas bem maior que o meu com um espelho grande e um puff em formato de panda.
Cuidadosamente entrei no quarto, o som do ronco dela soava como música para meus ouvidos. Andei até o guarda-roupa e o abri de forma silenciosa, depois abri uma gaveta e lá estava o pote de ouro! Todas tinham estampa de ursinho, juntei várias de uma única vez e fui colocando nos bolsos largos da minha blusa, em cerca de 25 segundos todas estavam comigo; feito isso, fechei a gaveta e a porta do guarda-roupa, tinha tanta peça íntima ali que não era necessário vasculhar outros lugares.
— Filha, você tá acordada? — Uma mulher falou do lado da fora.
Rapidamente pulei para trás do puff em formato de panda, sorte que ela gosta de ursos! Ali pude ouvir a menina dando aqueles leves gemidos de quem está acordando. Sei que isso soou estranho, mas enfim.
— Mãe, o que foi? — Respondeu com uma voz bem sonolenta — Eu só queria saber se você lembrou de fechar a porta da sacada. — Ah cacete, agora tomei naquele lugar. — Lembrei sim, pode voltar a dormir... — Hein?! — Tá filha, boa noite!
Fiquei totalmente imóvel atrás daquele panda até ouvir o ronco dela. Por sorte, em menos de 3 minutos aquele som maravilhoso voltou a ecoar por todo o ambiente! Tendo sinal verde, sai dali sem maiores dificuldades; logo estava no meio da rua de novo. Puxei meu celular do bolso da calça e cortei o nome dela da lista, agora só faltam 3.
Marcela era quem morava mais perto dela, mais precisamente na rua de cima. Eu dei uma sorte gigantesca com a Flávia, mas sabia muito bem que não podia contar com aquilo toda hora; precisava ser ainda mais rápido e silencioso dessa vez! Logo cheguei em frente a casa dela, a residência só tem um andar e os muros ao redor possuem cercas elétricas. No quintal não tem nenhum cachorro ou gato, mas é aquilo que falei mais cedo... Olhando no muro vizinho, pude ver que ele era mais alto e não possuía sistema de segurança algum.
Me aproveitei disso e escalei uma árvore em frente a casa do vizinho e pulei no muro, olhando para o telhado da casa dela percebi que a distância e a altura eram propícios para um pouso suave, apenas precisava me equilibrar na beirada do muro e pular usando o impulso da parede somado a minha altura reduzida. Fiz isso e deu tudo certo, porém o barulho das telhas é alto conforme me movo, mesmo sendo super cuidadoso; por conta disso, a melhor estratégia foi usar meu pezinho de valsa e fazer o barulho parecer apenas um gato correndo pelo telhado. Não que isso seja mentira, afinal sou o maior gatão mesmo!
Corri pela telha por uns 4 segundos antes de conseguir descer sem grandes problemas. Agora preciso vasculhar os arredores da residência e achar uma porta ou janela dando sopa, rodei a área toda e não tive sorte alguma. Eis então que o som de uma das portas abrindo me chamou a atenção; rapidamente pulei atrás de um moita com formato de urso... Espera, de novo um urso?
— Gatinho, cadê você? Cadê você gatinho? Psss pss — Marcela tinha saído de casa e estava procurando o gato que na verdade era eu, Dio! Quero dizer, Christopher. Aproveitei aquela distração dela para correr até dentro da casa, ali corri até o quarto com a porta aberta e me esgueirei por baixo da cama em completo silêncio.
— Poxa, não consegui achar nada. Aposto que era um gambazão selvagem de novo — Gambazão selvagem... Ta aí uma coisa que não esperava ouvir hoje. Ela resmungou isso voltando pro quarto, fechando a porta e se deitando.
Se passaram alguns minutos e o silêncio não parecia mudar, porém num dado momento pude ouvir com clareza o som do respiração nasal dela sendo feita com um pouco mais de intensidade. Vagarosamente sai de baixo da cama e pude vê-la dormindo, diferente da Flávia o quarto dela fica num breu quase completo, o que complica um pouco minha movimentação; por sorte havia memorizado a posição da maioria das coisas, por isso sabia onde o guarda-roupa estava.
Consegui chegar até ele sem problemas, o abri e coletei todas as peças íntimas dela com muita agilidade! Após ter feito isso, agora vem a parte mais difícil que é abrir a porta sem fazer barulho e dar o fora daqui. Cuidadosamente fui até a porta e tentei a abrir, porém ela está trancada e a chave não está na maçaneta; olhei nas paredes esperando encontrá-la pendurada em algum canto, mas não tive sorte nisso.
— Ah não... — O único lugar onde a chave poderia estar era com a própria garota, mas tem um certo limite moral que realmente me faz pensar oitocentas vezes antes de sequer encostar um dedo num fio de cabelo de uma menina indefesa no meio do sono. Sim, até eu tenho moral, é um grau de hipocrisia que posso conviver sem problemas.
Apesar dos pesares, não tenho muita escolha. De forma gentil tirei o cobertor de cima dela e pude ver de perto o pijama que ela está trajando, ele é todo branco e bem simples mesmo. Verifiquei onde estavam os bolsos e vi que a blusinha dela tem um bolso, coloquei minha mão ali e encontrei a chave na primeira tentativa. Minha felicidade durou pouco, pois logo após ter pego aquele item a mão dela segurou meu braço e me puxou pra cima da cama junto dela.
— Gatinho fofo... — Ela falou isso acariciando meu cabelo. Aquilo tava bom, mas sabia que ao amanhecer eu teria grandes chances de ir parar num isekai. Sabendo disso, tentei sair dali sem a acordar a menina, mas a força dela era algo de outro mundo.
— Minhéééééuuuuu~~~~ — Tentei imitar o miado do gato gordo que vi mais cedo — Gatinho chato! — Ela me empurrou pra fora da cama...
Feliz por ter dado certo e triste por ter perdido um excelente cafuné, sai do quarto e dei de frente com a porta da cozinha, na parede ao lado da porta tem um par de chaves penduradas; graças a isso consegui sair dali pelo portão da frente com a maior facilidade do mundo. Ali fora tranquei o portão e joguei as chaves no terreno de volta.
— Agora só faltam mais duas! — Puxei o telefone e percebi que a Eduarda e a Vitória moravam no mesmo lugar. Elas viviam poucos metros a frente virando a esquina, o prédio delas se destaca por conta da sua altura única; eram três andares e os dois superiores possuíam uma sacada própria. Provavelmente ambos são conectados aos quartos, no entanto é impossível ter certeza.
— Esse vai ser o mais fácil! — Sem dificuldade alguma consegui escalar o muro frontal e pular na sacada, no entanto o som de sirene que aquele guardinha de moto sempre faz para sinalizar sua presença roubou minha atenção. Rapidamente me deitei no chão e tentei me misturar com o ponto mais escuros ali. O guarda passou direto e nem sequer olhou para os lados, algo me diz que esse cara só pega o dinheiro da galera e não vigia merda nenhuma!
Depois desse pequeno susto tentei abrir a porta da primeira sacada e não tive sorte, o jeito era escalar para o terceiro andar. Confesso que tenho um certo medo de altura, porém não estou na posição de ficar achando desculpas para desistir! Escalei para o terceiro andar e ali vi que a porta também estava trancada; minha última alternativa seria tentar achar alguma entrada no telhado, e foi isso que tive que fazer... Subir ali não foi nada fácil, afinal se eu perdesse o equilíbrio era morte certa. O lugar é bem alto mesmo, não estou exagerando.
Chegando no telhado nunca senti tanto alívio na minha vida. Olhando ao redor encontrei uma porta de acesso, verifiquei e ela estava aberta; adentrei ali e percebi que o corredor estava todo clareado, a direita tem uma porta que leva diretamente ao apartamento, mas infelizmente ela estava trancada. Desci as escadas de forma silenciosa e cheguei no segundo andar, o local é exatamente idêntico ao de cima e a porta está trancada da mesma forma; minha última saída era verificar diretamente com o porteiro, ali poderiam ter chaves reservas dos apartamentos.
Desci para a recepção e ali estava um rapaz sentado dormindo um sono profundo enquanto ouvia uma música. Silenciosamente andei até o balcão e consegui achar duass chaves, ambas tinham marcações: A1 e A2. Voltei a subir as escadas para o segundo andar e consegui abrir a porta, o apartamento é relativamente pequeno o que exige um cuidado muito maior na hora de se mover; o quarto com a sacada fica na parte frontal do AP, basicamente é só entrar e seguir reto. Apostei minhas fichas que ali era o quarto de alguma das duas.
A porta estava fechada, mas não trancada. Abri ela com bastante cuidado e não pude ouvir nenhuma resmungada; ali dentro estava deitada na cama, julgando pela respiração ela está num sono bem profundo. Sem muita enrolação fui até o guarda-roupa e peguei o que estava procurando, depois sai fora dali sem problema nenhum. Foi tão fácil que chegou a ser sem graça...
Saindo dali subi ao terceiro andar, local onde residia meu último alvo daquela madrugada. A chave A2 abriu a porta dela como o esperado, ali dentro a arquitetura é idêntica a do AP da Eduarda, por isso fui direto ao quarto com sacada. Abri a porta com bastante calma, ao tê-la aberto pela metade...
— Filha, o que houve? Está com cólicas de novo? — Falou uma mulher com a voz exalando seu sono; vendo que errei, lentamente fechei a porta. — Boa noite, querida!
Agindo rapidamente fui até o outro quarto, abri a porta cuidadosamente e vi Vitória dormindo com o celular a poucos centímetros do seu travesseiro, a tela ainda estava ligada e aquilo clareava seu rosto... Seus olhos estavam inchados de tanto chorar e sua expressão parecia gritar por ela; o cobertor estava aos seus pés, então não fazia tanto tempo que Vitória apagou.
Fui até o guarda-roupa e peguei o que precisava, depois disso me arrisquei e coloquei o cobertor por cima dela, afinal estava fazendo um grande frio naquela madrugada.
— Obrigada, mamãe...
Ajeitei minha blusa e sai dali, descendo as escadas voltei pra recepção onde pretendia sair pela porta da frente, entretanto...
— Meu jovem, o que está fazendo aqui a uma hora dessas? — Falou o atendente — Olá, eu vim me encontrar com minha namorada e agora preciso voltar pra casa... — Falei isso olhando pra ele com um sorriso no rosto, porém não demorou nem meio milésimo pra mim me lembrar que estava com uma CALCINHA NA CABEÇA! — Ah, mas é claro! — Disse isso vindo na minha direção. — Na minha época as coisas eram mais calmas, mas hoje os jovens saem de seus encontros até levando uma recompensa... Hahahahaha! — Ele estava rindo, mas eu não conseguia fazer nada além de balançar a cabeca enquanto suava pra cacete. — Bom, então tenha uma boa noite, senhor Calcinha Rosa.
Sai dali tremendo mais que vara bamba, mas o importante é que no final deu tudo certinho. Eu já havia planejado uma rota de fuga rápida, por isso subi um pequeno monte de terra e consegui acessar uma rua rodeada por árvores e matagais. Esse é o tipo de lugar que os antigos diriam que tem assombração... Apesar que um cara com uma calcinha rosa na cara seria um belo conto de horror.
— Aaaaaaaauuuuuuuuuuuuuuuuu~~— Olhei para o lado e vi uma verdadeira matilha de cães ferozes surgindo em meio a vegetação. Aumentei um pouco a velocidade do meu passo sem tentar causar alarde, porém não demorou muito pra mim começar a correr igual louco com uma cacetada de cachorros atrás de mim. Acho que o nome disso é karma, não e?
— Agora me ferrei bonito! — Disse isso enquanto torcia pra minha stamina não ir pro saco, porém a cada metro a minha respiração ficava mais intensa e minha força pra correr ia diminuindo. Em dado momento vi uma pequena ladeira a esquerda da rua, e pela claridade lunar pude ver uma silhueta muito estranha no topo; seja lá o que era aquilo, perdeu o equilíbrio e desceu rolando até a rua.
— Como se já não bastasse os cachorros... Agora isso?! — Sem muita escolha continuei seguindo em frente, quando passei ao lado da coisa branca os cachorros imediatamente pararam alguns metros atrás. Uma bola peluda branca, era tudo que estava na minha frente. Porém logo dois grandes olhos se revelaram, rapidamente o bicho se levantou e isso fez todo os cachorros saírem correndo de medo; eu fiz o mesmo e aquela coisa continuou vindo atrás de mim.
— MAS PORQUÊ?! — Corri mais alguns metros e finalmente avistei meu bairro, entrei pelo meio do mato e consegui chegar numa rua iluminada por postes. Percorri mais alguns metros até chegar em minha casa, onde entrei pulando o muro. Seja lá o que era aquela coisa branca, consegui a deixar pra trás no meio do caminho.
— Caramba bicho, isso foi insano. — Entrei em casa e fechei a porta, o relógio do meu celular indica que já são 03:50 da manhã. Subi as escadas e coloquei meu celular pra carregar, depois fui tomar um ótimo e merecido banho de 5 minutos. Feito isso, me deitei e dormi até às 06:10, horário que costumo levantar.
De manhã verifique os itens que havia coletado na madrugada passado, pra minha surpresa todas as calcinhas possuem uma estampa de ursos, morangos, abacaxis, tudo que vocês possam imaginar. Mas os Ursos são o que mais me chamaram a atenção, qual é a do paradoxo com esse bicho hoje? Enfim, fiz as coisas que tinha pra fazer no quarto e desci até a sala, lá tinha a TV com excelentes notícias me esperando.
O jornal fluiu da mesma forma de sempre, até chegar nas notícias da madrugada. Me sentei com meu pote de iogurte com cereal prontinho e foquei toda minha atenção ali.
— Nas notícias dessa última madrugada, um circo que estava de passagem na rodovia deixou seu urso branco raro fugir! — A imagem da TV muda pro urso, e é o bicho que tinha me perseguido na noite passada! — Por sorte ele já foi capturado sem causar maiores danos. Apesar de pelugem branca, ele não é um urso polar! — A imagem volta para a repórter — E essa foi a única coisa que rolou nessa madrugada, parece que o pervertido das calcinhas tirou a noite de folga.
Ergui minha mão com o controle e desliguei a TV, enquanto isso encarava meu cereal que nem sequer comi uma colherada sequer.
— Droga, será que teve o efeito contrário? Elas demonstraram uma hostilidade e uma barreira emocional muito boas para que tudo saísse perfeitamente bem... — Comi um pouco do cereal enquanto pensava. — Até o posicionamento políticos delas era excelente pra todo o planejamento. Bom, mas não adianta eu tentar adivinhar o que aconteceu, o jeito é ver cara a cara no que deu! — Virei a tigela toda de uma única vez goela abaixo, depois coloquei os itens na lavadora e fui vestir meu uniforme, igualzinho da outra vez.
Já arrumado, sai de casa e fui até a rua.
— Olha só quem está atrasado hoje! — Alex disse isso enquanto mantinha uma expressão de orgulho. — É só você que está na hora certa hoje, meu nobre. — Falei quase sendo interrompido pelo meu próprio bocejo. — Cara, você tá bem? Pela tua cara parece que virou a noite vendo uns hentão brabos! — Falou rindo — Sou um rapaz crente, jamais iria ceder a tal tentação... — A gente se encarou seriamente por alguns segundos, mas depois começamos a rachar o bico. A gente não presta, caso você não tenha percebido isso ainda!
Passamos na frente do mercado do Zé, dei uma paradinha ali e comprei uma caixa de chocolate. Depois andamos pela passarela e CARAMBA, ali tava um espetáculo. A razão disso é por conta das garotas das outras terem mudado suas saias para o modelo mini também, talvez o meu argumento tenha chegado até lá? Que orgulho!
— Cacete mermão, olha que belezura! — Cochichou Alex — Cara, tá melhor que encomenda aqui hoje...
Apesar das meninas estarem mais bonitas do que nunca, algo me chama a atenção. A filha do prefeito não estava em nenhum lugar, e olha que todos os dias de aula pude vê-la fazendo esse mesmo percurso nesse mesmo horário.
— Christopher, tu tá procurando alguém? — Questionou Alex — Sim, a filha do prefeito. Ela sempre cumprimenta a gente de longe, não quero perder o costume...
Eis que uma mão bate no meu ombro.
— Então você pode me cumprimentar de pertinho hoje! — Ali estava a filha do prefeito. Não faço ideia de como ela conseguiu se aproximar de uma forma tão silenciosa enquanto a procurava... — Ué, não vai falar nada, Christopher? Bom, eu me chamo Andressa! E você deve ser o Alex, né? O loiro maluco. — Ela disse isso rindo. — Loiro... Maluco? QUE APELIDO DAHORA! — Exclamou — Olha, acho que você não deveria ficar tão feliz com um apelido desses. E você, Andressa... — Ergui a minha mão e acenei pra ela. — Hahahahaha! — Ela ergue o braço e acena pra mim de volta. — Vocês dois são muito gente boa! Sabia que mudaram o uniforme das outras escolas por causa do que tu falou, Chris? — Exclamava isso enquanto se aproximava de mim mais e mais. — Sim, era minha ideia. Viva ao feminismo por entender meus argumentos complexos e difíceis! — Caramba, nem me esofecei em soar convincente. — Hehe, você é espertinho. Acho que vou ficar mais de olho em ti, Chris. — Ela disse isso se afastando. — Agora vou pegar a rota pro meu colégio, tenham um bom dia na universidade! — Exclamou — O mesmo pra você, Andressa — Dissemos juntos.
Após essa conversa minha cabeça estava mais leve do que nunca, até tinha me esquecido das falhas estranhas que haviam ocorrido no meu planejamento perfeito. No restante do caminho até a universade eu e o Alex jogamos muita conversa fora, nada que seja tão interessante assim, por isso vamos ir direto pra parte onde chegamos na sala!
Lá na sala apenas me sentei na minha carteira e fiquei totalmente de boa, até abri meu mangá e continuei lendo da onde parei. Caso vocês tenham curiosidade, o mangá que estou lendo fala sobre uma capivara que vive diversas aventuras em diferentes dungeons da Amazônia. É um plot bem fumado, mas olha a história que você está lendo agora!
Em um dado momento as 4 garotas que havia roubado na madrugada passada entraram na sala, elas pareciam bem mais felizes do que o normal. Todas se encaravam com um sorriso no rosto e rindo atoa, nem sequer pareciam as mesmas de ontem que demonstraram tanta hostilidade. Eis então que uma brisa suave entrou pela janela e invadiu a sala com força suficiente para fazer folhas voarem e saias levantarem... Quando a saia delas se levantaram, acabei vendo algo que REALMENTE não deveria ter visto.
Eu olhei ao redor e percebi que mais ninguém tinha visto nada. Lentamente abaixei minha cabeça sobre a mesa e fiquei deitado sobre meu mangá... EU PENSAVA QUE GAROTAS ASSIM SÓ EXISTIAM EM ROTEIROS DE SACANAGEM, MAS REALMENTE CONSEGUI ENCONTRÁ-LAS JUSTAMENTE AGORA!! Era isso que passava na minha cabeça.
— Christopher, cê tá bem?! — Perguntou um dos personagens secundários. — Estou sim, acho que vou sair pra tomar uma água!
Me levantei e sai fora dali, andei calmamente até o bebedouro e ali tomei um pouco de água. Num dado momento senti uma mão acariciando meu cabelo de uma forma assustadoramente similar.
— Achei você! — Exclamou a voz feminina.
Continua.
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