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História Esse Amor - O amor do Dragão


Escrita por: Nymus

Notas do Autor


Pode ter erros, eu já avisei que não sou uma revisadora.

Para manter a minha agenda de capítulos, eles estão ficando maiores do que eu costumo postar por aqui~

Capítulo 29 - O amor do Dragão


[JiYong]

Mo YunJi não estava em nenhum lugar do hotel. Não conseguia me livrar da sensação de que algo terrível aconteceu a ela. Meu pai estava falando com o delegado, minha mãe estava no escritório comigo, tentando me manter preso ali. Era claro que chamei a polícia, eu não a encontrava em canto algum, eu já não sabia mais o que fazer.

“Você precisa se acalmar” ela me disse.

“Me acalmar? Eu não sei onde ela está” respondi, furioso.

“E ficar assim não vai fazê-la aparecer, não é? Seu pai vai resolver isso”.

Torci as mãos e voltei a andar de um lado para o outro. Quando meu pai entrou, ele fechou a porta de correr dupla atrás dele.

“E então?” perguntei.

“Eles vão olhar nas redondezas…” disse de forma evasiva. Não parecia feliz com nada do que estava acontecendo.

Appa, tem certeza que o senhor não a viu ir embora?”.

“JiYong, é melhor você se acalmar” me disse e foi para a mesa dele. Eu o acompanhei com os olhos, sua calma me irritava ainda mais. O escritório era escuro e sóbrio, assim como meu pai. Nenhum ambiente no mundo combinava mais do que aquele. “Você e sua loucura estragaram o aniversário do Senador Jang… Você sabe que ele é meu amigo de longa data e estávamos combinando uma surpresa para ele”.

“Eu pedirei desculpas, se faz questão, mas eu não me importo. Eu avisei ao senhor que iria trazer ela, como parte de sua exigência em conhecê-la. Não sei porque decidiu dar essa festa de aniversário sabendo que ela viria. Eu quero saber onde está minha Mo YunJi, é tudo o que me importa”.

Meus pais trocaram olhares significativos. Apenas me irritaram ainda mais. Eles ainda achavam que eu não sabia o que estava fazendo da vida - quer dizer, eles nunca se meteram em relação a música, mas o restante das coisas, eles tinham certeza que eu não sabia de nada. “Você disse algo a ela?” minha mãe perguntou, desconfiada, encarando meu pai com firmeza.

“Claro que não… Ela deve ter visto que não pertence a esse lugar” meu pai disse e se serviu de uma dose de bourbon que mantinha atrás dele. Nenhum de nós se incomodava com o fato dele beber suas doses, mas eu não achava que era o momento para isso. Era como se ele estivesse jogando na minha cara que não se importava e estava celebrando que a minha garota sumiu. “A garota não é burra, ela deve ter visto que isso só causaria um embaraço social maior… Nem mesmo cabelo ela tinha para por o enfeite, ela não se levantou para servi-lo… Que tipo de mulher é essa que arrumou?”.

“Vocês não fizeram questão alguma de deixá-la à vontade. Ela está grávida da neta de vocês, como podem exigir que ela faça o ritual? Eu não a convidei aqui para me servir, eu que deveria servi-la. Como podem ficar calmos com ela desaparecida?” perguntei e bati meus punhos na mesa de mogno maciça.

“Como é que você pode vir com uma garota como essa e achar que vamos aceitar?” meu pai retrucou, mexendo o copo com o líquido âmbar escuro. Bebeu a dose de uma só vez e colocou o copo no apoio no bar atrás dele. Depois, ele mexeu nos papéis em cima de sua mesa e puxou uma pasta. Eu gelei na mesma hora. Ele a abriu e expôs fotos de Mo YunJi e de outras pessoas que eu não conhecia. Sabia que procedimento era aquele. Era a pasta que DooJoon preparava sempre que eu arrumava uma garota, a mesma pasta que ordenei que ele não fizesse. “Quer conversar sobre essa garota agora? Você sabia que ela não sabe quem é o pai dela? Você sabia que a mãe dela está numa clínica porque é louca?”

Me lembrei de Mo YunJi em meus braços naquela tarde e a naturalidade como ela disse “minha mãe não pode responder a questões dessa natureza”. Eu entendi que a mãe dela tinha algum problema e não pensei que poderia ser tão grave. Ela disse algo sobre esquecimento, mas não cogitei nenhuma gravidade. YunJi era tão cautelosa em tudo, eu acreditei que tinha alcançado alguns pontos com ela quando a ouvi falar de sua família. Agora, já não sabia mais o que pensar.

Sempre que tinha a impressão que estava perto dela, que ela me deixaria entrar em seu reino fantástico, acontecia algo que fechava os portões e me empurrava quilômetros de distância para trás,

“Ótimo saber que não sabia… Esses genes ruins foram misturados aos nossos… O que você está pensando?”.

“Querido” escutei a minha mãe adverti-lo.

“O que foi? Ele não tem que saber? Ele não tem que ser impedido? De todas as garotas que você trouxe aqui, essa é a pior de todas. Não tem classe, não tem família, a mãe é louca… Até quando acha que pode manter essa insanidade? Quanto acha que pode suportar quando ela ficar louca também?”.

Fui até a mesa e recolhi todas as informações e fotos de Mo YunJi, juntando-as na pasta e a peguei, abraçando com força. Não queria e não escutaria nada daquilo. Mo YunJi permanecia intocada em minha mente, como um objeto que eu deveria adorar e me aproximar, como algo que era muito maior do que meu pai estava falando. “Appa, por que fez isso? Omma, a senhora sabia também?” perguntei olhando para a minha mãe. Seu silêncio foi o sonoro sim. “Eu vou me casar com ela, com ou sem a permissão de vocês. Vocês não podem entender, eu gosto de Mo YunJi e ela foi a melhor coisa que já me aconteceu na vida”.

“Sim, a melhor coisa, e destruirá sua carreira. Essa moça nem está a sua altura, filho, por que escolher alguém que não pode acompanhá-lo? Eu estou feliz que agiu como homem numa situação como essa, engravidar uma moça, você não pode usar um preservativo? Tem uma máquina no final do corredor que vende centenas deles” disse, bravo. “Escute, mande ela ter o filho no exterior para não lhe causar mal estar e procure outra mulher, uma que caminhe com você. Essa garota deve adorar o demônio, ela definitivamente não serve para você...Por que não volta com aquela moça que sua mãe gosta, Sandara alguma coisa? Ou não namora essa que Dami adora? Jennie, acho que é o nome. A garota é muito bonita...”.

Não respondi a isso. Que absurdos que estava ouvindo. Porque todo mundo ficava me falando que ela ia me destruir? Como se isso fosse possível. Ela era só uma mulher, pelo amor de deus. Ninguém tinha confiança que eu havia construído uma carreira sólida, deviam achar que eu e o Big Bang éramos de açúcar e íamos derreter ou quebrar se fôssemos pressionados. O que mais me irritava, além de acharem que eu não sabia lidar com as situações, era que eles estavam indo contra Mo YunJi que era a criatura mais doce de todo o mundo, talvez do universo (e perderia essa posição assim que a bebê nascesse, mas ocuparia a segunda posição com muito orgulho).

“Filho… Acho que devíamos conversar sobre Mo YunJi” minha mãe sugeriu.

“Eu não quero conversar, ela está desaparecida… E se eu souber que estão por trás disso, não pensem que eu vou voltar… Ninguém vai tirar essa garota de mim, nem mesmo vocês…”.

Pedi licença a eles e saí do escritório. Havia policiais ali fazendo perguntas aos convidados da festa e passei por eles. Fiquei na porta do hotel, abraçado a pasta, olhando para todos os lados para ver se a via surgir das sombras da noite. Respirei fundo, extremamente preocupado. Não conseguia afastar a sensação ruim do meu peito. Ela não apareceu, mas um senhor manco surgiu descendo a rua. Ele parecia exausto e me olhou quando ficou próximo. Deu um breve sorriso que demonstrava todo o seu cansaço e entrou no hotel. Peguei o celular do bolso e liguei para meu agente.

“Quero que venha agora para Jeju… Não me importa se estava dormindo, por sua culpa, Mo YunJi sumiu. O que eu disse sobre essa maldita pasta? Obrigado por destruir minha vida” gritei e encerrei a ligação antes de ouvir as desculpas dele. Meu deus, eu não conseguia mais esperar. Voltei para o estacionamento e abri o carro, jogando a pasta no porta malas. Eu mesmo ia procurar Mo YunJi novamente, estava frio e escuro. Meu deus, onde será que ela tinha se metido?

“JiYong-sshi?” um policial me chamou e fui até ele correndo. “Esse senhor disse que há uma jovem na casa dele, vamos mandar uma patrulha verificar e…”.

“Não! Eu posso ir… Eu te levo de volta, harabuhjee… Venha comigo” eu o levei para o carro e o fiz entrar, ele me indicou o caminho para a casa dele. Ainda assim, uma patrulha me seguiria para confirmar que estava tudo bem e cancelar o pedido de buscas. A casa ficava cerca de três quilômetros do resort. Que seja Mo YunJi, que seja ela, pelo amor de deus. Estacionei e ele saiu, acenando para que o seguisse.

Dentro da casa silenciosa e aconchegante, Mo YunJi estava deitada na sala, coberta. Meu coração quase saiu pela boca e me aproximei dela. Toquei os cabelos e fiquei aliviado. Meu deus, ela parecia bem. A sensação boa acalmou meus nervos. Eu não sabia quem eram aquelas pessoas, mas já as adorava por terem acolhido minha YunJi.

Eu acenei para o policial que me acompanhou na patrulha e murmurei que estava tudo bem. Não lidaria com mais ninguém que não fosse ela.

“Mo YunJi?” a chamei, para despertá-la. Ela se mexeu devagar e abriu os olhos. Eu sorri quando ela me olhou. O perfume de baunilha veio ao meu olfato com o leve movimento dela. “Mo YunJi, você quer mesmo me matar, não é?” murmurei em tom de brincadeira e toquei o rosto dela. Estava muito quente, aquela febre devia ter voltado. “Venha, eu vou te levar de volta”.

“Não… Eu não vou voltar” ela respondeu.

“Você está doente, eu não posso deixá-la aqui”.

Ela não respondeu e se escondeu na coberta, deixando apenas os olhos de fora. Havia algo nos olhos castanhos dela, mas eu não soube o que era pois ela desviou o olhar. Mo YunJi estava salva, então por que aquela sensação ruim persistia?

“Eu quero ir embora” confessou, bem baixinho. Trinquei os dentes e tentei me controlar. Não estava certo. Nós estávamos próximos, ela tinha me deixado se aproximar. Agora, ela estava distante novamente. O que eu não estava vendo? Será que ela não gostava mesmo de mim? Isso não era possível, era? “Eu não vou voltar…”.

“O que houve?” perguntei.

“Eu só não consigo mais” ela me olhou rapidamente e pude ver toda a tristeza estampada nos olhos escuros. Era visível que ela esteve chorando e já fiquei de coração partido. “Eu não posso mais… Eu só… Quero ir embora”.

“Mas o que houve? Como eu posso te ajudar se você não me deixa saber o que aconteceu?”.

Mo YunJi me deu as costas e se escondeu na coberta emprestada, chorando. Não. não, YunJi, não faça isso. Não se feche. Suspirei, frustrado. Meus pais deviam estar por trás disso.

“Mo YunJi” a chamei e toquei seu ombro “vamos embora, então… Se você não está feliz, vamos embora… Mas antes, vamos cuidar dessa febre, está bem?” apanhei o celular e vi um outro hotel próximo. Os donos da casa estavam abraçados e nos olhavam com tanta compaixão que me senti um inútil. “Veja, YunJi-sshi, tem um hotel a leste daqui, vamos para lá, sim?”.

“Por que você não vai embora e me deixa aqui?”.

Aquelas palavras me feriram mais do que eu podia admitir, além de distante, ela me queria ainda mais longe. “Isso não vai acontecer, Mo YunJi. Venha, vamos…” eu a toquei novamente e demorou muito tempo para que ela se movesse. Assim que retirou a coberta de cima do corpo, vi que ela vestia uma camisa branca e uma bermuda muito grande para o corpo dela. Eram roupas de homem. Primeiro, o choque de ver Mo YunJi usar branco, ela parecia um fantasma com aquela roupa, depois o ciúme por ela estar usando roupas de outra pessoa. Estava farto de vê-la usando outras roupas que não fossem as suas próprias roupas góticas - que eu tanto adorava. Respirei fundo e me despi do blazer que usava para pôr nos ombros dela. “Onde está o vestido?”

“Eu não vou vestir aquilo novamente” ela respondeu e se abraçou, apertando o blazer em volta do corpo.

“Não, claro que não… É que essas roupas não são suas…”.

“Está tudo bem, deixe no hotel que pegamos depois” a dona da casa disse. “O hanbok está sujo… Ela vomitou nele...”.

Vomitou? Oh meu deus, Mo YunJi...

“Vou mandar alguém do resort vir pegar” disse e me curvei, me desculpando. “Obrigado por terem cuidado dela, eu vou levá-la agora”.

YunJi deixou que me aproximasse apenas para guiá-la até o carro. Ela estava silenciosa novamente e ainda chorava. “Cuide bem dessa garota, ela parece muito triste” a senhora me disse e eu assenti com a cabeça, agradecendo novamente.

Dentro do carro, YunJi estava encolhida e se encolheu ainda mais quando curvei para apanhar o cinto de segurança e passar no corpo dela. “Você não devia estar fazendo isso” ela murmurou, limpando as lágrimas. Abri o porta-luvas e achei a caixa de lenços que meu pai costumava deixar ali para suas crises de alergia.

“Fazendo o quê? Me preocupando com você?” perguntei e olhei o celular para ver a direção do tal hotel. “O que meu pai te disse, Mo YunJi?” quis parecer casual para ver se ela falava.

“A verdade” murmurou.

“Que somos feitos um para o outro?” respondi e a encarei.

“Meu deus, sua mãe me disse que você falaria isso… Eles sabem de tudo… Eu não me sinto bem”. Ela olhou desolada para a janela. “JiYong-sshi… Vamos terminar”.

NÃO! 

“Ah, Mo YunJi, você está mesmo doente… Fique calma, eu vou cuidar de você” respondi e liguei o carro. Comecei a tremer porque ela não disse mais nada e quis não me preocupar, mas foi em vão. Olhava de relance para ela e a via chorando baixinho. “Por favor, YunJi-sshi… Me diga o que está acontecendo… Você está me enlouquecendo...”.

Mas ela não disse. Ela não conversava comigo. Me senti impotente enquanto a via escorregar por mim em uma forma que eu não poderia pegá-la. Mordi a ponta do polegar durante o trajeto silencioso até o hotel. Mo YunJi espirrou e se apertou dentro do meu blazer.

Meus pais deviam ter feito algo muito grande. Muito poderoso para infringir tanto medo a uma pessoa tão inofensiva. Eu iria brigar com eles assim que ela estivesse segura e bem. Claro, eles sabiam de tudo sobre ela, algo que eu nunca desejei que soubessem, eles haviam tirado meu desejo de explorar a personalidade daquela mulher adorável. Eu gostava tanto de Mo YunJi, teria um filho com ela, por que ninguém conseguia ver que era isso que eu mais queria? Aquela ideia de família que rondava em minha mente estava se desfazendo, parecia um castelo de areia que construí e meus pais estavam destruindo ele com as duas mãos. Meus pais e DooJoon-sshi, aquele traidor.

“Me fala o que eu fiz de errado” implorei.

“Você não fez nada de errado… Fui eu” ela disse, olhando para a janela. Ao menos, havia parado de chorar. “Eu não estou me sentindo bem, JiYong-sshi” ela me olhou e deu um sorriso triste. Parei o carro e tocou o rosto dela.

“Acho que é melhor irmos para o hospital” murmurei, ela estava queimando de febre. “Você precisa ficar segura para cuidar da nossa criança” disse. Ela não me olhava mais, apenas fechou os olhos e se afastou mais, quase colando na porta do carro.

Troquei a rota do GPS e a levei ao hospital. Embora não fosse um homem forte, para uma grávida, Mo YunJi não pesava nada. Eu a levei para a emergência e expliquei sobre a febre e a gravidez, eles a levaram para a enfermaria. Observei, zeloso, enquanto a medicavam para que a febre baixasse. Ela respondia as perguntas com a voz fraca e aquela pressão horrível em meu peito apenas se ampliou. Ao final, ela estava deitada na maca, coberta e ele deixaram que eu me aproximasse.

Ela estava com os olhos vermelhos, parecia que ia chorar novamente. “Você vai ficar boa” disse, pensando que talvez ela estivesse com medo por causa da febre.

“Estou tão cansada de tentar” ela murmurou e as lágrimas voltaram a escorregar pelo rosto dela. “Eu vou desistir agora, JiYong-sshi… Por favor, não tire a bebê de mim”.

Fiquei sem palavras. O que ela estava falando? Uma coisas dessas nem havia passado pela minha cabeça. Não havia nada que pudesse me afastar dela ou da bebê, eu nunca quis separar ninguém. Não fui eu quem a convidou para morar junto? Que disse que tudo ficaria bem? Mo YunJi não confiava em mim, eu já sabia, mas aquelas palavras soavam horríveis quando tidas com tamanho desespero.

“YunJi… Eu quero você e a bebê… Eu não quero que ninguém fique separado”.

“Eu estou com medo” ela murmurou e o remédio aplicado juntamente com o soro começou a fazer efeito. Sequei as lágrimas dela e beijei sua testa.

“Não fique, eu vou ficar aqui e cuidar de você. Tudo vai ficar bem, YunJi-sshi”.

Mo YunJi fechou os olhos e adormeceu. Toquei a barriga dela com cuidado e falei em pensamento para a bebê ficar tranquila que ninguém mais assustaria a mãe dela. Eu não iria permitir.

Enquanto YunJi dormia, eu andei para fora da enfermaria. Aquela madrugada estava fria e fui pegar um cappucino enlatado na máquina de bebidas. Sentei no banco de madeira no corredor e abri a lata. Meus olhos estavam atentos as pessoas que entravam na enfermaria, mas havia certa paz no hospital. Bebi o líquido quente e tentei me acalmar.

Pensei sobre como as coisas foram ficar daquele modo. Não sei o que havia dado de errado. Mo YunJi sempre me pareceu cheia de força e garra, desde que veio morar comigo, ela parecia aflita o tempo todo. Eu a estava pressionando? Eu só queria que ela ficasse a vontade e que gostasse de mim, mas tudo o que eu fazia não dava certo. Não sabia cuidar dela e não sabia cuidar de nada. Minhas ideias sempre pareciam ofendê-la e sempre me achava um idiota por não saber como lidar com os problemas. Para piorar, todo mundo parecia se meter o tempo todo e isso me irritava. Se ela tivesse ficado escondida como eu queria e eu tivesse aprendido a lidar com ela, não estaríamos nessa situação. Mas roubaram meu tempo com ela e agora todo mundo sabia de sua existência.

Gostava tanto dela que não queria dividi-la com ninguém até que tivesse certeza que estávamos bem. Essa certeza nunca veio e era minha culpa.

Balancei a latinha nas mãos e uma enfermeira parou na minha frente. “Desculpe, você é o GDragon do BigBang?”. Oh, eu estava tão preocupado com minha YunJi que nem me atentei a minha aparência. Respondi que sim e a ela sorriu. “Eu sou muito a sua fã… Pode me dar um autógrafo?”. Assenti novamente. Ela me distraiu tempo suficiente para que eu não prestasse mais atenção na porta da enfermaria. Apenas pedi que ela respeitasse o motivo de estar no hospital e ela concordou. Eu sempre desconfiava dessas atitudes, mas não estava mais preocupado. Quando ela foi embora, fui para a enfermaria e vi minha mãe parada com a mão no peito, olhando para YunJi.

Omma…” a chamei e ela virou-se para me olhar. Tinha colocado um chalé grosso em cima do hanbok e tirado o enfeite do cabelo. “Como chegou aqui?” perguntei, a puxando para fora para que minha garota descansasse sem se incomodar com vozes.

“Eles ligaram avisando… Você é famoso e sabem que seu pai tem o resort. Essas coisas se resolvem com muita facilidade”.

“E por que está aqui?”.

“Ela está bem? Pobrezinha, parece tão cansada…”.

“Mo YunJi vai ficar bem… Agora, pare de me enrolar, omma… Por que veio aqui? Se foi para me buscar, saiba que eu não vou a lugar nenhum sem ela”.

“Eu vim vê-la… Ela está grávida da minha netinha… Acha que eu não tenho sentimentos?” minha mãe perguntou, horrorizada com o que eu pudesse pensar dela. De fato, eu não tinha os melhores pensamentos, mas ela não precisava saber disso.

Sentamos no banco que eu estava antes e ela segurou minhas mãos. “Filho, escute… Eu sei que você gosta dela, eu sei de verdade… Seus olhos brilham como estrelas quando você fala dela… Mas Mo YunJi e você… Isso não vai dar certo.”.

“Como a senhora pode saber? Eu nem, ao menos, tentei. Vocês ficam tirando tudo de mim e me protegendo o tempo todo… Omma, como eu posso crescer se você fazem isso?”.

“Você está brincando, não está? Escute uma coisa, eu gosto dela, eu realmente gosto. Ela é uma boa garota, mas ela não foi feita para esse mundo… Não foi… É tão claro que não vai dar certo, por que insistir nisso? O que suas fãs vão falar quando souberem? E se você perder contratos? Estamos preocupados com isso… Filho, você deu muito duro para chegar onde está e não queremos que perca isso porque está apaixonado…”.

“Eu não ligo… Por que acha que não sei lidar com isso? Não é meu trabalho?” apontei para a porta da enfermaria “Omma, eu amo Mo YunJi e eu não vou abrir mão dela, de jeito nenhum”.

A palavra amor e a confissão fluíram livremente. Eu tinha falado em voz alta algo que mantinha preso dentro de mim. Aquela pressão no peito cedeu de imediato. Nada mais de ruim podia acontecer agora que eu tinha certeza das coisas. Uma vez que o sentimento foi liberado, eu me sentia ainda mais determinado em ficar com quem eu amava.

Não falei porque estava com medo ou queria provar meu lado, falei porque estava furioso e resoluto. Eram meus sentimentos, era minha vida. Eu queria ter uma família com Mo YunJi, eu teria uma família com ela porque sabia que ela também buscava algo similar. Iríamos criar nossa filha juntos e quem sabe, ter mais filhos. Eu continuaria sendo músico, não havia como YunJi destruir nada. Eu sabia do que minha mãe falava, sobre as fãs, mas ou eu as agradava ou me agradava. Felizmente, eu preferia me agradar e continuar bem para fazer novas músicas e ter novas fãs.

Eu amava Mo YunJi, amava de verdade.

Minha mãe me encarou perplexa, depois riu e tocou meu rosto. “Meu filho cresceu… Não podia estar mais orgulhosa”. Acho que ela entendeu que eu estava muito sério sobre minha garota. Ela só pode ter entendido isso.

Falei com ela onde achei Mo YunJi e sobre o casal de idosos que a acolheu. Tínhamos que pegar o vestido, devolver as roupas e agradecê-los por terem prestado ajuda. Fatos ainda não se encaixavam, mas eu teria minhas respostas assim que minha YunJi acordasse. Quis saber se ela tinha alguma coisa a ver com o sumiço de minha noiva, mas ela negou. Murmurou que possivelmente meu pai tenha espantado a garota porque ele declarou que não gostava dela. “Omma… É melhor que a senhora volte para casa… Eu vou ficar aqui com Mo YunJi e depois vou levá-la para outro hotel… Então, a convencerei a ficar comigo novamente. Mais tarde eu vou conversar com vocês...”.

“Está bem… Eu vou deixar de impedi-lo… Mo YunJi é uma garota tão fofa… Cuide bem dela enquanto isso”.

Ela foi embora e eu fiquei ali, guardando a minha noiva e o bebê. Pela manhã, eu ainda estava acordado - bebi muito café durante toda a noite - e ela despertou. A febre foi controlada e tanto ela como a bebê estavam bem. Para minha surpresa, YunJi não ofereceu resistência quando a levei embora, indo para o hotel mais próximo. Como ela havia pedido, não voltamos mais ao resort. Pegaria as malas depois, por enquanto, eu e ela bastávamos.

Eu a ajudei no banho e depois sequei seu cabelo desbotado. Pedi o café da manhã no quarto e a vi comer, enquanto murmurava que estava faminta. Suas poucas palavras. Ela não conversava comigo e não me afastava. Aquele misto de proximidade me confundia. Após comer todo o café servido, ela deitou na cama e se encolheu. Eu segui seu exemplo e apanhei o edredom macio para nos cobrir.

Enquanto estávamos ali, embaixo do tecido, foi como se todo o mundo tivesse sumido. Eu a encarei e ela me olhou de volta. “Mo YunJi, diga que quer ficar comigo… Não existe nada nesse mundo que a impeça de ficar comigo, a não ser sua vontade” murmurei. Ela tocou meu rosto e deu um sorriso triste.

“Quando voltarmos a Seul, eu vou embora” ela murmurou.

“O que há de errado?”.

“Nós dois, JiYong-sshi… Você mesmo disse que éramos estranhos… Agora entendo isso…”.

“Não diga essas coisas… Mo YunJi, eu amo você” sussurrei.

“Eu sei…” ela respondeu no mesmo tom e seus olhos ficaram marejados “eu não quero destruir mais nada… Por favor, vamos terminar quando voltarmos…” as lágrimas saltaram dos olhos “estou com frio, JiYong-sshi…” ela disse, livrou-se do roupão que vestia, ali mesmo, embaixo do edredom e se aproximou de mim, abrindo meu roupão e colando-se a meu corpo. Eu a abracei com força. “Eu só não quero destruir mais nada” ela repetiu e escondeu o rosto no meu pescoço “só por agora, deixe que eu fique aqui” ela pediu e chorou em silêncio.

O que fizeram a Mo YunJi?, pensei, devastado. Não a deixaria ir embora. Ela não podia ir embora.

“Entenda uma coisa, YunJi-sshi, se você for embora, você vai me destruir… Se ficar, vamos construir nossa família juntos… É como eu disse, não existe nada no mundo que possa me impedir de ficar com você… Somente você mesma”, garanti, solene.

“Não minta pra mim” ela implorou.

“Eu não estou mentindo… Tudo vai ficar bem, meu amor” prometi e ela me abraçou com mais força. “Você só precisa confiar mais em mim e eu vou te ajudar”. Ela não respondeu. Acariciei suas costas e a mantive perto. Ela estava mesmo gelada. Assim que começou a esquentar, ela foi parando de chorar e adormeceu. Abraçado a ela, acabei dormindo também



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