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História Esse Amor - Estranhos Perfeitos


Escrita por: Nymus

Notas do Autor


Atraso = Mestrado.
Sou péssima revisadora.
Não sei porque resolvi escrever em primeira pessoa porque sou ruim nisso T_T;

Capítulo 4 - Estranhos Perfeitos


 

[YunJi] 

Eu nunca tinha visto aquele tipo de movimentação na YG antes. A empresa estava polvorosa com o reality show de idols que seria gravado nas instalações do prédio. HaeSol me explicou que a empresa faturaria milhões com a publicidade de sua estrutura na TV, além de contratos generosos das marcas associadas. Os participantes teriam a oportunidade de se lançarem como idols por uma das grandes do setor de entretenimento e fecharem contratos de exclusividade para divulgarem produtos.

Me surpreendia com as quantias vinculadas, embora soubesse que aqueles valores eram pequenos perto do que viria em retorno. Trabalhar ali me dava uma outra noção de mundo. Deveria agradecer a HaeSol mais uma vez por ter me falado sobre aquela oportunidade de emprego, mesmo longe da minha área de atuação. Ele estava ocupado com uma parceria para o novo single e também participaria do reality show como juiz.

Justamente por todos estarem com muito serviço devido as atividades frenéticas foi que a líder de figurino me pediu para ir ao terceiro andar e separar mais de 200 peças de roupas. Não fui escalada para trabalhar no programa, bem sabia que meu contrato acabaria no final do mês. Ainda participaria de mais duas reuniões de conceito, uma do iKon e do Winner.

A falta de emprego me preocupava, mas estava decidida a ser positiva. Talvez com o nome da YG no meu currículo, pudesse ter melhores oportunidades no futuro. Estava até mesmo conformada, as coisas eram assim, não eram? E eu não poderia ficar maquiando idols para sempre quando queria transformá-los em monstros. Parte de mim ficava feliz em ter um trabalho remunerado, a outra parte, achava um desperdício de habilidade passar pó e blush na cara de alguém.

Entrei no closet da YG e, como sempre acontecia, suspirei diante da quantidade abissal de roupas armazenadas nas araras e os pares de sapatos de todos os tipos que ocupavam as paredes. Ria sozinha, tocando as roupas com lantejoulas e babados ridículos. Estava longe de ser meu senso de moda, mas sabia que o K-pop criara um mercado estético e fashionista poderoso e que milhões ao redor do mundo se guiavam por ele.

Toquei os vestidos de festas, pensando se ficaria reconhecível dentro de um deles. Havia um de renda preta delicado que tinha uma cauda enorme. Eu gostava daquele. Duas vezes menor que meu número atual. Já sentia que estava inchada por causa da gravidez, logo não caberia nem nas minhas próprias roupas e aquele vestido seria, no mínimo, dez números menores. Retirei o vestido do cabide e o coloquei na frente do corpo, me olhando no espelho. Não havia nada errado com as minhas roupas ou meu estilo gótico, usava desde adolescente e sempre fui hostilizava por isso, mas sempre me perguntava se eu mudasse a cor das minhas roupas, se ainda saberiam que era a verdadeira Mo YunJi ou apenas Mo YunJi fantasiada de cores alegres. 

Por breves segundos, me vi entrando num grande salão de festas, usando esse vestido, um coque no topo da cabeça, uma maquiagem escura em torno os olhos e batom vermelho sangue. Seria como ser a Rose do Titanic (numa versão dark), descendo os degraus e encontrando Jack a sua espera. Grande desperdício. Não conseguia ver ninguém esperando por mim, nem mesmo HaeSol.

Desviei os olhos do espelho e suspirei. O bebê mudaria minha vida. Seria difícil encontrar um namorado sendo mãe solteira. Eu sabia. Tinha sido assim com a minha própria mãe. Foi taxada de ‘a mulher que não era boa para se relacionar e que carregava o filho de outro homem’. Queria destruir o maldito que começou com isso. Seria a próxima da lista a ser julgada pela sociedade. Talvez, se eu não tivesse nascido, meus pais ainda estariam juntos.

Suspirei novamente. Ainda que mais dura e sombria, a realidade era sempre mais segura. Afastei aquela imagem sonhadora minha da mente e coloquei o vestido no cabide, onde era seu lugar.

Ao menos, o pai do meu filho disse que assumiria. Era muito mais do que eu tinha pensando no princípio. JiYong parecia ser a pessoa decente que diziam que era. Ele que permanecesse assim até o final. Respirei profundamente e acariciei o ventre, subitamente feliz. Tudo ia dar certo. Aquela criança teria uma infância melhor que a minha e já valia a pena todos os percalços que virei a sofrer. Ao menos, ela não iria destruir nada porque não havia nada para ser destruído. A criança estaria em paz.

Tratei de ligar todas as luzes do closet e coloquei meus fones de ouvido. A lista com o que foi pedido estava na minha mão. Enquanto cantarolava Aerosmith, minha banda favorita, ia recolhendo as roupas e as deixando nas pesadas araras próxima a porta.

Depois de algum tempo no trabalho cansativo, empurrei a terceira arara e me senti completamente sem forças. O fato de não conseguir comer pela manhã estava gerando resultados negativos por todo o dia. Acho que não sabia direito como levar essa gravidez com tanto trabalho e sem poder comer. Exausta, caminhei para o imenso banco estofado próximo de onde estavam os sapatos. Tirei a camisa xadrez que usava por cima do corselet e utilizei de travesseiro. Soltei um pouco a peça preta que prendia meus seios, sem me incomodar que alguém pudesse vê-los porque todos estavam muito ocupados na companhia para se importarem com isso. Puxei a saia para baixo a fim de cobrir mais as coxas e a renda da meia preta 7/8 que estava usando, com estampa de caveira. Deixei os sapatos no chão, voltaria a calçá-los depois. Iria dormir só um pouco e já acordaria.

Escutei alguém me chamar, mas não consegui abrir os olhos. Uma mão tocou meu cabelo e meu rosto. Tão suave e carinhosa que devia ser um sonho. Novamente silêncio e voltei a dormir profundamente. 

Acordei e havia uma blusa com cheiro de amaciante em cima de mim, me protegendo do poderoso ar condicionado. Mexi a cabeça e estava deitada no colo de alguém. Olhei para cima e JiYong sorriu para mim. Oi? Me sentei num pulo, o gesto fez com que o corselet ficasse preso somente por uma força invisível ou porque meus seios estavam grandes ou porque ficavam pesados e intumescidos na presença dele. O encarei, sem acreditar. De todas as pessoas, por que eu estava deitada no colo dele? E como ele podia sempre estar mais bonito do que eu lembrava? Será que minha memória para a beleza dele não era boa? Ele ficava tão bonito usando chapéu, bem, ele deveria saber disso, principalmente aquele de aba larga que projetava uma sombra no rosto dele, que eu ainda poderia ver bem de tão perto que ele estava.

“Desde quando… Oh” senti o rosto pegar fogo e abaixei o olhar, envergonhada. Como fui parar no colo dele, era um mistério e a blusa caída no chão devia pertencer a ele. Me curvei para pegar e segurei o corselet solto. Fazia dias que não o via, ele tinha uma agenda maluca, me falaram. Eu não me importava com isso antes, mas agora, sentia um misto de querer vê-lo e não vê-lo. Odiava minha contradição.

Era por essas coisas que ele afirmou que éramos estranhos. JiYong nunca esteve tão certo e agora, o susto e a vergonha me faziam refletir sobre isso. Pessoas que nunca conversavam e que agora estavam ligadas por laços maiores que os dois. Então, acontecia essas coisas, de sexo maluco e acordar no colo dele. O adjetivo estranho explicava tudo.

“Oi… Me falaram que você estava aqui sozinha e eu vim ver se precisava de ajuda” ele explicou com muita calma e eu passei a mão no meu cabelo, tentando ficar decente, e depois desisti. JiYong esticou a mão e colocou uma mecha do meu cabelo loiro atrás da minha orelha, ainda sorrindo. “Você parecia muito cansada e não acordou quando te chamei. Minha mãe me disse que as mulheres grávidas ficam cansadas mais facilmente e achei que se eu te emprestasse minha perna, você poderia descansar mais. Se sente melhor?”.

Assenti e agradeci, murmurando fracamente com um gesto de cabeça. Que vergonha. “Ainda bem que não foi outra pessoa que te achou, você é muito adorável dormindo e tem um sono pesado. Não devia dormir por ai ou sem proteção” JiYong falou e somente aumentou meu constrangimento. Era a primeira vez que alguém falava sobre a forma como eu dormia.

“Eu não fico dormindo por aí” respondi e ergui os olhos e depois baixei quando notei que ele ainda me encarava. Levantei e segurei o corselet. Comecei a prendê-lo novamente e JiYong se levantou também. “Eu não devia ter dormido” murmurei, tão constrangida que não conseguia encaixar os fechos corretamente “eu tenho trabalho a fazer…”.

“O que precisa fazer? Eu vou te ajudar”.

“Não é necessário” neguei de pronto. Ele só podia estar louco se achava que eu iria aceitar sua ajuda, por mais que eu gostasse daquele pequena atenção que ele me dispensava. Não, não iria sonhar mais do que isso. Eu tinha o número de telefone dele e não liguei porque não precisava de nada, e não era agora que eu ia começar a precisar. “Eu acredito que você deve ter coisas mais importantes para fazer e não quero segurá-lo e além do mais, eu posso fazer tudo, eu já estou descansada graças a você”.

“YunJi-sshi… Eu não vou te machucar”.

“Hmm?” do que ele estava falando? Terminei de arrumar o corselet e o encarei. JiYong era alguns centímetros mais alto do que eu, mas não era alguém que me intimidava. Quer dizer, não da maneira que ele sugeria ou a que eu estava entendendo.

“Parece que você quer me longe de você… Acontece que eu sou o pai” ele afirmou e apontou para a minha barriga “não pode me manter longe. Eu disse que quero participar de tudo e… Você acha que eu vou te deixar fazer um serviço que não é o seu estando nessa posição? Que tipo de homem acha que eu sou?”.

Um que disse que éramos estranhos juntos. Fechei a minha boca antes que as palavras escapassem. Talvez eu não soubesse lidar com a presença dele, mas achava melhor que ele fosse embora.

“Eu posso fazer sozinha” respondi.

“Eu não quero que faça sozinha”. Ninguém me disse que ele era tão resoluto. Achando que ia perder tempo discutindo mais, eu estiquei a lista e mostrei a ele. Naturalmente, ele veria que era melhor ir embora e me deixaria em paz.

Não houve mais conversas. Ele empurrava as araras pesadas com tranquilidade e apanhava as roupas com mais agilidade. Só de bater o olho, ele já sabia o que era. Fiquei impressionada e ainda mais constrangida. Olhava o papel e os corredores de roupas, enquanto ele ia e vinha. Meu serviço estava quase pronto graças a ele. Quando eu achava uma roupa e verificava o número, ele se aproximava por trás e espiava sobre meu ombro, tão perto que meu corpo se preparava para ele. A frustração vinha assim que ele se afastava e eu o seguia com os olhos, ansiosa.

Ele estava fazendo de propósito, passando por mim, esbarrando, me tocando de leve. Quando nos esbarrávamos intencionalmente os corredores cheios de roupas, tinha a certeza que todo o ar do mundo simplesmente sumia. Na primeira vez, eu fiquei tensa; na segunda vez, eu estremeci; na terceira vez, eu prendi o ar; na quarta, ele me segurou pela cintura e me beijou.

Somente enrolei meus braços no pescoço dele e abri a boca para a língua dele. Tudo o que eu queria era minha língua se enroscando com a dele. Como é que eu ia conseguir pensar quando ele fazia isso? Era um dejavu da festa de aniversário da YG, não conseguia pensar em mais nada que não fosse nele. O hálito de menta entregava a preferência na pasta de dente.

Gemi contra os lábios dele e os beijos tornaram-se mais famintos. Alguma voz da consciência mandou um último sinal antes de ser apagada com as mãos ansiosas que exploravam meu corpo e com a minha permissividade. Pensar não era uma possibilidade, então, que se dane.

Ali estava a prova de que éramos estranhos. O entendimento acontecia muito bem quando nenhum de nós abria a boca para falar. Eu queria que ele arrancasse a minha roupa, mas ele parecia ansioso para me tocar decentemente. Com aqueles beijos indecentes, como uma garota podia pensar? Beijou meu rosto, meu pescoço e avançou para a pele dos seios que o corselet ressaltava. Tudo o que eu fiz foi me inclinar e lhe dar passagem.

JiYong se afastou somente para lutar contra os fechos da peça e ri dele. Os lábios dele se curvaram num sorriso de lado que me fizeram ensopar a calcinha. O ajudei a tirar o corselet, que caiu no chão suavemente. “Você é tão linda” ele tocou meus seios com reverência e no instante seguinte, os lambeu e chupou. O chapéu que ele usava, caiu. Meu corpo se balançava sozinho contra o dele.

Uma crescente de sensações tomou conta de mim. “Eu quero você dentro de mim” murmurei entre meus gemidos. Não sei como fomos para a parede e não me importei em descobrir. Teria ficado de quatro no chão se ele tivesse indicado a mim essa posição, mas apenas segui o corpo dele. Apenas o ajudei a abaixar as calças e montei nele, com a parede gelada as minhas costas. 

Ele tocou minhas coxas com as mãos ansiosas, deslizando pela minha meia até alcançar a minha calcinha e gemeu contra meu pescoço. “Molhada” falou contra a minha pele, parecendo fazer um grande esforço para manter a sanidade. Me segurando com uma mão, com a outra, ele esfregava os dedos contra minha intimidade de maneira tortuosa. Ele ergueu os olhos escuros “Novamente…. Eu não tenho nenhuma camisinha comigo” contou.

“Eu já estou grávida” respondi “apenas faça ou vou morrer”. E ele fez, colocando a minha calcinha para o lado e empurrando o pênis para dentro. Gritei, alucinada com a sensação de ser preenchida novamente por ele. JiYong tratou de calar meus gritos com sua boca e gemi contra os lábios dele. “Isso é tão bom” eu disse e o agarrei com mais força com as pernas enroscadas nele e os braços em volta do pescoço, querendo que ele ficasse mais rápido e mais fundo.

Meu orgasmo me sacudiu inteira. Eu o agarrava tão forte que cravei as unhas quando a sensação maravilhosa tomou conta do meu ser. Senti ele jorrar dentro de mim e tudo se acalmou. Lentamente, ele me soltou e toquei o chão. Ele se afastou e me encarou, ainda respirando rápido.

A minha sanidade retornou e com ela, o meu constrangimento. Minhas mãos ajeitaram a minha calcinha e saia, depois, subiram e cobri os seios avermelhados. Olhei para o chão, sem saber o que falar. Notando meu mal estar, ele começou a arrumar as próprias roupas, escondendo o pênis dentro da calça, alisando as roupas. Ele se voltou e apanhou meu corselet, sem nenhuma palavra, ele me entregou. Eu o vesti e ele me ajudou a fechar a peça.

Era a mesma coisa de antes. Pronto, transamos, e agora? Não havia agora porque a transa não deveria ter acontecido. Não havia conversa antes, não havia conversa agora. Apesar disso, não sentia qualquer arrependimento, eu gostava de transar com ele por ser louco e rápido, como se algum de nós fosse realmente morrer se não fizesse isso.

Os lábios dele estavam sujos de batom marrom e meu rosto devia estar uma bagunça também. Não quis pensar sobre o que aconteceu porque ainda queria reviver aquele orgasmo na minha mente. Para piorar meu constrangimento, minha barriga roncou.

“Você está com fome?” ele perguntou o óbvio e assenti com a cabeça.

“Eu não consigo comer de manhã por causa do enjoo. Tenho medo de vomitar no ônibus, daí não como”.

JiYong me encarou por alguns segundos e pensei que ele ia gritar comigo. “Meu deus, YunJi-sshi… Eu sinto muito. Eu… Vamos almoçar, o que você quer comer?” a preocupação dele me tocou, não veio qualquer grito, apenas palavras num tom seguro. Eu sorri um pouco, agradecida. Ao menos, isso eu sabia lidar. HaeSol também usava o mesmo tom quando estava preocupado.

“Eu não posso, eu preciso terminar as roupas”.

JiYong olhou em volta, como se lembrasse do que estávamos fazendo antes. “Eu nem tranquei a porta” ele murmurou e voltou a me olhar. “Eu vou na cafeteria buscar algo para você comer… As roupas 40 ficam ali” indicou o corredor com o dedo “você quer café? Chá?”.

“Você não precisa fazer isso e…” minha barriga roncou novamente e torci os lábios “chá de fruta”. 

“Fique aqui, eu já volto” ele se aproximou e beijou a minha testa, totalmente paternal. Senti meu coração se agitar com o gesto e fiquei trêmula. Ele se virou e tomou o caminho da porta. 

“JiYong-sshi” o chamei quando ele ia sair “sua boca” eu avisei e apontei para meus próprios lábios. O vi pegar a ponta da camisa preta que usava e passar na boca para remover o batom, depois, ele saiu.

Sem que ele estivesse presente, eu respirei fundo e me apoiei contra a parede. Aconteceu novamente. Toquei meu ventre e sorri. Tínhamos que parar com isso. Reuni coragem e sai do closet também, indo para o banheiro que ficava em frente. O cabelo estava uma bagunça, o batom estava manchado, a minha pele estava vermelha onde ele mordiscou. Tocar as marcas me fazia querer transar com ele mais uma vez. Tirei a calcinha molhada, lavei na pia e me limpei. Tentei usar o secador de mãos para secá-la e desisti. Arrumei a saia e sai. Voltei para o closet, apanhei a camisa xadrez que usava e vesti, para esconder a vermelhidão da minha pele. Coloquei a peça de roupa úmida no bolso da camisa e rezei para que ninguém tomasse nota que eu vivia sem calcinha depois de transar com Kwon JiYong.

Sentei no mesmo banco que adormeci e esperei. Como uma boba, eu balancei os pés e batia com os dedos na perna, olhando para a porta e esperando por ele. Minutos se passaram, depois um quarto de hora, uma hora completa. A ansiedade se transformou em decepção. Eu ri sozinha, me achando uma idiota.

A realidade era melhor, falei para mim mesma. A realidade onde eu tinha mais peças de roupas para separar, estava com fome, ficaria desempregada e estava sozinha. Me levantei, ficando novamente cansada e com mais fome. A decepção mutou para uma mágoa raivosa.

O que aquele filho da puta estava pensando? Por que eu estava agindo como se houvesse algo entre nós além de loucura? Meu deus, eu estava grávida e não louca. Aquele homem me deixava maluca, eu precisava ficar longe dele… Mas então, pensava nos toques dele e meu corpo se arqueava sozinho, desejoso por mais.

Terminei o trabalho, apaguei as luzes e sai. Fui caminhando furiosa para a cafeteria. As vozes vinham felizes pelo corredor. Vi JiYong sentado numa mesa com Jisoo e Jennie, duas beldades da YG. Bebidas servidas para todos. Minha vontade era chutar aquela mesa e jogar o chá na cara dele, mas eu respirei fundo e fiquei atrás de dois staffs na fila. 

Lil sis” a voz de HaeSol soou como uma corda de resgate jogava no poço onde tinha me metido. Ele vinha acompanhado de CL e de SeungRi. Me curvei para os dois que apenas acenaram e foram se sentar com o grande astro da YG, aquele que tinha transado comigo pouco tempo atrás. Não consegui olhar mais para ele e me concentrei em HaeSol e seus óculos de lentes escuras e a roupa colorida. “Que bom que te achei, você está tão pálida” ele disse e tocou minhas costas como sempre fazia quando estávamos em uma fila. O toque dele não causava qualquer sensação a mais, nem em mim e nem nele. “Você comeu?” ele perguntou, baixinho.

“Não… Vou comer agora” respondi e pedi um chá de rosas e ele pediu um pedaço de bolo para mim. Sorri, agradecida.

“Você não é mais criança, YunJi… Será que pode se cuidar?” HaeSol falou e fez seu pedido. Sei que ele queria acrescentar sobre meu estado, mas não o fez. A preocupação dele me alegrou.

“E perder a chance de levar uma bronca? Há, parece que não me conhece”.

HaeSol ajeitou os óculos e abriu um sorriso maravilhoso. Minha frustração, raiva e qualquer outra coisa que podia estar sentido foi jogada para o fundo da minha mente. A luz dele podia iluminar qualquer trevas que me pegasse. Era bom ser amiga dele. Quase podia esquecer que estava ouvindo a voz animada de SeungRi falando sobre JiYong e Jennie como se eles fossem o casal da empresa. Talvez fossem e eu estava no caminho.

“Você é bobinha” ele disse e tocou a ponta do meu nariz com o dedo, como se ele soubesse o que estava pensando. Os pedidos foram colocados em bandejas e eu e ele fomos para o lado de fora do prédio, no terraço. Era onde íamos sempre, HaeSol não gostava de comer na parte interna. Lá fora, eu respirei fundo, lutando contra a tontura.

Sentada, olhando para a vista da cidade, toquei o ventre. Comi o bolo devagar, tentando não pensar que era uma idiota e falhando nisso.



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