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História Esse Amor - Reunião de Família


Escrita por: Nymus

Notas do Autor


Olás, perdoem a demora - eu fiquei mal novamente, mas já estou em processo de melhorar.

Esse capítulo é um extra. Estava com dificuldades de encerrar uma das pontas da história e lançar o JiYong para o alto, assim, tentei o máximo mostrar como ele é descolado da realidade.

Boa leitura ♥
Pode ter erros.

Capítulo 42 - Reunião de Família


[JiYong]

A satisfação que sentia mergulhava minha consciência num lugar pacífico. Fiz a coisa certa. Compartilhei Mo YunJi com o mundo, mesmo que não quisesse isso e agora todos podiam se ocupar com outras coisas. Não seria nada muito complicado, minhas outras namoradas foram aceitas pelas fãs e tudo acabou bem - e sim, eu soube que houve certas implicâncias na épocas, mas tudo foi solucionado e acabou bem. Mesmo assim, eu protegeria minha família porque era isso que um homem de verdade devia fazer.

Estava indo a sala do meu agente saber se precisava assinar mais alguma coisa dos contratos no momento que vi Jennie parada no corredor. Usava um shorts de cintura alta e um top, calçava lindos saltos agulha vermelhos. O cabelo estava preso num rabo de cavalo e sua maquiagem era pouca pois dava para ver as olheiras e o ar cansado. Conforme me aproximava, notava que as expressão dela mudava. O rosto fofo e amigável era agora uma máscara de frieza e indiferença.

Desde nossa última conversa em Bali, estava evitando Jennie de propósito. Ainda não me sentia confortável com a mudança de humor repentina. E também, havia fotos nossas na praia, justamente naquele momento embaraçoso do biquini. As pessoas entenderam errado meu instinto protetor e ainda havia muita especulação virtual sobre o que era verdade. Esperava que com a minha declaração, tudo se resolvesse.

“Você deve estar feliz, não é, sunbaenim? Jogou sua carreira fora por uma garota… Eu jamais pensei que você chegaria a esse ponto, eu achei que você era mais esperto do que isso e agora vejo como estava enganada. Em seu processo de autodestruição, você me puxou junto. Não sei se dou risada do que você acabou de fazer ou apenas ignoro e finjo que isso não ocorreu”.

Tentei entender o sentido daquelas palavras maldosas. Por instantes, eu a encarei, lembrando do nosso passado harmônico. Não entendia a hostilidade contra Mo YunJi. Ignorava tanta coisa e elas pediam por uma conexão nesse momento. Jennie disse que gostava de Mo YunJi, até mesmo ajudou no primeiro escândalo, então, ela aparecia agora, tão hostil e estranha que me fazia questionar o que era tudo aquilo de verdade,

“Qual é o seu problema afinal?” perguntei.

“Qual você acha que é? Qual parte não entendeu que pertencíamos um ao outro?”

“Isso nunca aconteceu” respondi, muito seguro. Eu nunca a olhei de outra forma.

“Mas não era para acontecer… E estava tudo bem ser de mentira” ela disse, furiosa. “Quer saber? Chega. Você é um idiota” apontou o dedo para mim e me deixou sozinho no corredor.

Estava tão estarrecido com a ofensa que não ouvi DooJoon se aproximar. Quer dizer, como ela poderia me xingar e achar que tudo ficaria bem? Ainda era o mais velho, tanto na idade como na agência. O que tinha sido aquele desrespeito? O que havia de errado com aquela mulher afinal?

“Não se preocupe com ela, eu vou cuidar disso” DooJoon disse, tocando meu ombro. Ele me mostrou o celular e estava bastante sério. “É seu pai no telefone” ele disse com a voz rouca. Sem ter como dar uma desculpa, peguei o aparelho dele e me perguntei porque meu pai ligaria para meu agente e não para mim se queria falar comigo.

“Eu vi o que você fez pela TV… Venha nos encontrar naquele restaurante japonês que sua mãe gosta” ele disse, sem maiores problemas, uma ordem direta. Eu nem sabia que ele estava em Seul, mas desde Jeju, eu não estava mais em contato direto com meus pais. Não queria ouvi-los se queixar de Mo YunJi e como ela não era adequada. Tudo o que fiz foi concordar com o encontro - não poderia ser de outra forma - e devolver o telefone a seu dono.

“O que você acha?” perguntei a DooJoon.

“Nada, apenas que deve ir e assumir a responsabilidade que prometeu ter para todas as milhares de pessoas que ouviram e viram seu discurso. Você não achou que seria fácil, não é?” o agente respondeu de maneira séria.

“Na verdade, eu achei que seria sim. O que mais ninguém entendeu?”.

“O que você não entendeu?”.

Ah, eu odiava esses enigmas. Por que raios ninguém falava abertamente? Eu tinha tantas coisas para pensar e ainda as pessoas agiam de maneira misteriosa. O ataque de Jennie me deixou irritado, mesmo que meu espírito estivesse nas alturas pelo meu ato de amor, receber uma ligação do meu pai não ajudou a me manter feliz, ver DooJoon falando daquele jeito somente me irritou. Sendo assim, ajeitei meus óculos e apertei o botão do elevador.

“Você não percebe, não é? Não percebe o que você fez?” DooJoon perguntou as minhas costas. Eu me virei e o encarei através das lentes escuras. “JiYong… Eu espero que você esteja certo dessa vez”.

Não quis mais ouvi-lo. Entrei no elevador e fui para o estacionamento. Odiava que achassem que eu não sabia o que eu estava fazendo. Claro que eu sabia. Eu dividi a informação de Mo YunJi com o mundo, algo que me doía pensar, mas que era necessário. Não queria mais saber de Jennie, daqueles boatos, de mais nada. Eu queria apenas ficar com a minha amada. Não era pedir muito e com certeza, minha posição no mercado do entretenimento não poderia me privar daquilo que eu mais queria: uma família.

Ao que parecia, o número de pessoas na porta da agência aumentou. Bem, elas já tinham minha posição sobre todos aqueles boatos.  Uma batalha parecia vencida, agora encontraria meus pais e escutaria o que eles tinham a dizer com a maior paciência que eu conseguisse reunir. Lidaria com as fãs depois, não era o momento caso elas não tivessem entendido a clara mensagem dada por mim.

Evitei ligar a rádio e escutar os comentários do que eu fiz. Meu celular não parava de vibrar, provavelmente com mensagens de pessoas querendo dar sua opinião sobre aquilo que não lhes dizia respeito. Era incrível como eu estava certo do que eu fiz e essa sensação me fazia sorrir. Eu iria a qualquer inferno para ter a liberdade de amar Mo YunJi em paz. Não queria que ela sofresse mais ou que se afastasse de mim. Se ela se sentisse confortável, ela me deixaria entrar em suas duras defesas - e sentia que esse dia estava chegando e estava animado por antecipação.

Cheguei ao restaurante. Minha mãe gostava do ambiente reservado das salas japonesas e dos papéis de arroz com desenhos feitos a mão. Eu gostava da comida e do uso dos bambus para o relógio de água. Aquele espaço era um pedaço do Japão na Coreia do Sul e para muitos, era um insulto e para tantos outros, como minha mãe, era um excelente lugar.

Assim que cheguei, fui acompanhado por uma senhora em um quimono até a sala onde meus pais estavam. Ela abriu a porta de correr e eu vi meu pai e minha mãe de uma forma que não lembrava ver há muito tempo. Minha mãe estava com o cabelo solto, usava uma blusa de seda que lhe dava um ar menos austero. Meu pai vestia uma camisa social e calça jeans. Por segundos, eu os olhei da porta, querendo entender o que estava acontecendo, então, a senhora indicou que eu deveria entrar e ela deslizou silenciosamente a porta.

Retirei os sapatos na porta e sentei no banco estofado. Já havia alguma comida servida e uma cerveja. Levantei os óculos, deixando-o no topo da minha cabeça e os encarei sem as lentes. “Sua irmã vai chegar em breve… Não consegui falar com Mo YunJi” minha mãe disse.

“Você convidou YunJi?” perguntei, um pouco assombrado.

“Eu tentei, mas ela não atendeu… Acho que depois de tudo o que aconteceu, ela ainda deixa o celular desligado… Bem, é uma reunião de família, o que espera? Que deixemos ela de lado?”.

A naturalidade que minha mãe trouxe YunJi para aquele cenário me estarreceu ainda mais. Quis duvidar daquela bondade imediata, mas tudo o que estava acontecendo comigo hoje parecia rodar em uma velocidade que não conseguia suportar. A verdade era que eu me sentia pronto para defender a minha preciosa amada do restante do mundo e agora, parecia que estava fazendo um esforço inútil porque aquelas pessoas não representavam mais perigo.

“O que está acontecendo? Por que estão sendo tão legais?”.

“O que acontece é que não podemos mudar mais nada disso. Sua mãe gosta dessa garota e mesmo que eu ache que ela está bem abaixo do que é esperado de uma companheira para você, ela ainda será a mãe da minha netinha… De certo modo, para preservar o casamento com a pessoa que eu mais amo no mundo, eu vou me esforçar para ceder” meu pai disse, tão sério que eu não acreditei. O que era tudo aquilo? Por que parecia bom demais para ser verdade? Minha mãe teria pressionado meu pai? Eles pareciam tão mais jovens e carismáticos que nem conseguia lembrar a última vez que os notei assim (ou se teve alguma vez que percebi isso). “O que você fez hoje foi insanidade… Por que não deixou que as pessoas acreditassem no que elas quisessem?”.

“Eu não quero magoar Mo YunJi com essas mentiras”.

“Ela não ficaria magoada se conversasse com ela” minha mãe falou e serviu cerveja para meu pai. “Você não parece conversa muito com ela” comentou.

“Claro que converso!” disse, exaltado. Como podiam pensar isso? Eu sempre conversava com YunJi.

“Se conversasse, saberia que ela odeia o quarto da bebê”.

Foi um choque ouvir isso. Mo YunJi não gostava do quarto? Bem, ela me disse que não gostava do nome… Será que ela falou algo sobre isso e não percebi? Eu ficava tão fascinado por ela que muitas vezes não sabia se ela tinha falado ou se eu tinha imaginado. Era difícil explicar o que acontecia comigo.

Não consegui responder. A porta foi aberta e minha irmã chegou. Assim como eu, ela ficou na porta encarando nossos pais e o estranho encontro. Ela me olhou, perplexa. Minha irmã se parecia comigo no quesito de roupas, nós dois estávamos muito bem vestidos para a aparência casual dos nossos pais. Aquela diferença incomoda pois normalmente, os dois se vestiam a altura dos papéis que representavam na sociedade. Retirou os sapatos e sentou-se a meu lado.

“O que está acontecendo? Não sabia que vinha a Seul, papai” disse, preocupada. “Tem algo errado?”.

“Não tem nada de errado… Estou tentando acertar as coisas com sua mãe” falou e trocou olhares e sorrisos com ela.

“E quanto a você? Que diabos tem nessa sua cabeça para dar uma declaração daquelas a imprensa? Você está louco?” minha irmã virou-se para mim e disparou as perguntas. Ora ora ora, quem ela era para falar do que eu devia falar sendo que postava bobagens na internet?

Ia abrir a boca para responder e minha mãe ergueu a mão e entendi que não deveria falar nada. “Dami, não vamos discutir, está bem? Não foi por isso que os chamamos aqui”.

“Mas mãe, JiYong está destruindo a vida dele. Como isso não é importante? Vocês não podem achar o que ele acabou de fazer normal… E quanto a Jennie-yah? E quanto a ela? Existem milhares que apoiam o relacionamento dos dois e isso era bom para a carreira deles, agora JiYong decide ter uma mulher que nem a sua altura está e ainda causa um escândalo”.

O discurso era uma reprodução de tudo o que me falavam desde que tomei Mo YunJi para mim. Ela não era boa. Ela não era adequada. Ela não estava a minha altura. De todas as bobagens que escutei sobre ela, apenas concordava que Mo YunJi não estava mesmo a minha altura, estava tão mais no alto, no topo do mundo que eu não sabia se um dia conseguiria alcançá-la. Eu queria que ela ficasse lá, isolada, porque nada mudaria no que eu havia criado para ela na minha mente.

“Já chega” minha mãe voltou a falar, dessa vez um pouco mais severa. “Mo YunJi é parte dessa família agora e você vai tratá-la bem”.

“Isso não vai acontecer” Dami disse e ficou de pé “eu jamais vou aceitar aquela mulherzinha entre nós… Além do mais, JiYong vai perceber o erro que cometeu assim que ver a reação das fãs… Antes tivesse ficado com Jennie-yah e nada disso estaria acontecendo”.

“Ela vai ser uma péssima tia” meu pai comentou e pegou o copo com cerveja, achando graça da cena. Sua expressão divertida mudou quando Dami caminhou para a porta, pronta para ir embora. “Vamos Dami, sente aí e escute o que vamos fazer… Eu vou me casar novamente com a sua mãe… Se ela me aceitar, é claro”.

Quando meu pai revelou aquela intenção, nada mais importava, além de Mo YunJi, no mundo. Até mesmo esqueci que iria esbravejar com a minha irmã e encarei os dois com surpresa. O que estava acontecendo mesmo?

Dami voltou a se sentar, calada, como eu. Assim que meu pai soube que estávamos prestando total atenção, ele começou a falar o que aconteceu entre ele e minha mãe depois de Mo YunJi e a primeira vez dela em Jeju. Os dois brigaram e ficaram de lados opostos, meu pai defendendo os valores de família, minha mãe defendendo a chance ao amor. Eu nunca pensei que ouviria isso deles. Enquanto meu pai narrava como ficou triste e se sentiu ameaçado com a promessa da minha mãe de abandoná-lo, ele notou como a minha situação se parecia com a dele e como ele esqueceu disso, fascinado com o que tinha agora. O dinheiro o corrompeu, mas minha mãe o trouxe de volta, segundo o que ele contava.

Durante a narração, me senti leve. Desejei que Mo YunJi estivesse comigo e que escutasse aquela história. Meus pais não se oporiam mais e desejavam que eu fosse feliz como eles desaprenderam que eram. Sorri, intensamente aliviado.

“Eu nem sei o que dizer” comentei ao final da narrativa “achei que iria brigar com vocês até o fim dos meus dias para provar que meu lugar nesse mundo é ao lado de Mo YunJi…”.

“Não é conosco que você deve se preocupar, filho… É com o que você fez hoje” meu pai disse.

“Não se preocupem quanto a isso, Mo YunJi vai ficar bem, eu mesmo vou garantir isso” me comprometi. 

 

 

(Estava tão certo e tão arrogante na minha atitude que eu não vi o que todos estavam vendo. Seria algo que eu me arrependeria amargamente depois).


Notas Finais


Meu tuit é @/ladynymus - se quiser conversar ♥


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