História Esse não é o fim. - O primeiro fim.

10:17 A.M.

Não sei o que está acontecendo comigo,não sinto minhas pernas,estou tremendo,minhas lágrimas estão caindo tanto que acho que posso morrer desidratada. 
Olho para porta, que agora tem um sofá e uma estante na frente,sei que se quisermos sair, terá que ser pela garagem,mas o clima lá fora ainda está tenso,faz mais de uma eternidade que estou parada
 olhando discretamente para fora pela janela. 
O mundo ficou muito pequeno de repente, respiro fundo e tento entender o que se passa com a sociedade atual.
Meus pais estão nervosos, e arrumam várias coisas, acho que pretendem nos tirar da cidade,mas os peço para sentar e ouvir o rádio,ele deveria passar uma programação de emergência,algo que nos ajude para termos uma ideia do que fazer. 
Eu estava certa. A pessoa do rádio, falava que todos deveriam ficar na cidade por alguns dias até o governo resgatar os sobreviventes da cidade.
Meus pais queriam sair da cidade, mas ao mesmo tempo queriam esperar a ajuda do governo, minha mãe disse:
-Luís,leve Fred e sua irmã para seu quarto e peguem o que acham de útil,vão rápido! 
Corremos rapidamente para os quartos e pegamos tudo de necessário para sobrevivência e alguns álbuns de fotos, pegamos tudo de útil e descemos, meus pais pediram para que a gente se escondesse em algum quarto e que devíamos espera-los. 
Ficamos no quarto do meu irmão,que era o maior e tinha um banheiro,fechamos a janela e arrumamos um canto para esperarmos minha mãe e meu pai, e felizmente eles não demoraram, e trouxeram algumas facas,um machado e um martelo.
Eu escolhi o machado, uma excelente arma,e esperamos...esperamos as coisas melhorarem, mas, coisas assim demoram para voltarem a serem boas.
02:03 P.M. 
eu estava morta de fome, e estava prestes a morrer de medo, meus pais estavam discutindo sobre o que seria melhor:
Sair da cidade, procurar os pais de Fred ou ficar em casa e esperar ajuda.
Logicamente, eu queria me esconder e apenas aparecer quando todo esse pesadelo acabar, mas isso só iria piorar tudo, depois de um tempo, meus pais decidiram sair para irem em busca dos pais de Fred, pois sabiam que não iriam nos encontrar. 
Colocamos tudo no carro, e nos despedimos de nossa casa, quando saímos de nossa casa, muitas pessoas machucadas estavam andando pelas ruas, eu vi pelo jeito que olhavam para o nada, que estavam doentes.
Entramos em uma rua que parecia estar meio vazia, meu pai desacelerou o carro, e fomos admirando a calmaria, sei que muitas famílias estavam escondidas em suas casas, meu pai viu uma criança caída na rua, meus pais saíram do carro e foram ajudar, eu fiquei vigiando pela janela.
Eu pisquei.
A criança estava devorando o braço da minha mãe. 
Eu pisquei novamente.
E aquilo era real.