História Estações de Verdades - Inverno - Rosas Cristalinas

                          "Meu amor,
         Estou aqui, mais uma vez. Nem sequer sei se essa carta chegará em suas mãos, mas eu espero que o vento possa lê-la por ti. Por onde devo começar?
       Recorda-se daquele dia em que nossos olhos se esbarraram? Sim, naquela tarde de 20 de Junho, em que a chuva caía sobre aquele solo de tijolos. Foi naquela tarde de inverno, que seu sorriso, que um simples "Oi, como vai?" fez meu coração acelerar. Eu odiava o inverno, não existia nada que, de fato, me agradasse.
      Mas em todas aquelas tardes de frio rígido você estava ali. Eu apreciei todas as suas feições, palavras, sorrisos...
       Peço perdões, não posso evitar as lágrimas. Elas vem involuntárias, como a chuva.
       E eu passei a amar o inverno, o frio, por sua causa. Porque você amava observar o filme, que eram as gotas caindo daquele vasto céu que nos cobre. Nunca tive dúvidas de meu amor por você.Nunca. Nunca terei.
       O amor são como Rosas Cristalinas, querido. É bonito, brilhante, é para ser colhido e repassado. Mas tendo a falta de cuidado, ele corta, arde, faz sangrar. E se você não se importa, não cuida, ele murcha, apodrece, e então...se despedaça.
      Quis viver somente a parte boa do amor, e no entanto, agora você está longe, e simplesmente outra ocupou o meu lugar.
      Dói.
    Eu não quero desistir, eu não posso desistir. Não quero que tudo que senti seja como dias efêmeros de lavoura.
       E então estou aqui. Meu amor, meu amor.
       Só meu.
                         Com carinho, seu eterno pingo de chuva. "