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História Estarei aqui quando acordar - Sawabona


Escrita por: Mandy162

Notas do Autor


Olá ♥️
Sumi pra dar saudade 🤣.
Brincadeiras a parte, tive que me ausentar por falta de tempo.. mas agora voltei com tudo pronta para em breve dar desfecho a essa fic que tanto amo escrever e já começar a próxima rsrs.
Espero que gostem ♥️

Capítulo 35 - Sawabona


*MANDY*

A primeira vez que Chris Evans diz “eu te amo” para mim. Não imaginei que, se um dia ele dissesse, fosse ser dessa forma, nem tampouco me causar essa reação. O frio na barriga. O coração apertado e, principalmente, a vontade de olhar em seus olhos de oceano e dizer essas mesmas palavras que um dia tive tanto medo em admitir. Eu o amo

Li e reli as cartas inúmeras vezes, tantas vezes que já gravei até a inclinação de sua caligrafia. Essa pulseira deveria ser o “símbolo” do nosso compromisso, do nosso amor. Nossa aliança. Mas agora ela só me faz lembrar do que eu perdi, ou, quem sabe, o que deixei de ter. Pensei em devolver o presente, mas parte de mim queria usá-lo, nem que fosse como uma lembrança de que fui amada por um homem, um de verdade. Coloquei o bracelete, os diamantes chamando mais atenção que qualquer outra coisa em mim, provavelmente dá pra comprar uma casa com o valor desse presente. Limpei algumas lágrimas e fingi pelo resto da noite que eu ainda tinha o meu Chris comigo. Pensei em ligar e agradecer, ou quem sabe até dizer o quanto sentia sua falta, o quanto o amava e como queria lutar contra tudo pra poder me permitir ser feliz ao seu lado, mas não o fiz. Disse pra mim mesma “amanhã eu ligo”e hoje já fazem 7 dias que eu repito isso. Todo dia eu me convenço a ligar para o Chris “amanhã”. 

Cheguei no Mayo Hospital hoje por volta das 09:00 fui direto para a sala do Arthur, precisávamos discutir sobre a papelada, não vou começar a fase dois da minha pesquisa sem olhar a documentação, por que eu sei que quando eu iniciar as cirurgias, não tem mais volta e até agora não temos nada concreto 

- Bom dia, senhor Katch. Me chamou? 

- Bom dia, doutora Cooper. Chamei, sente-se – ele apontou para a cadeira a sua frente – Como está a fase um da pesquisa? 

- Quase pronta. Precisamos definir a papelada para iniciar a fase dois 

- Exato. Por isso te chamei. Na fase dois será a prática nas cobaias. Certo? – ele disse e eu automaticamente levantei uma sobrancelha 

- Não. A fase dois será a cirurgia nos pacientes. Eu já disse que não existem “cabaias”

- Foi o que eu quis dizer – Katch deu uma risada – A documentação já está pronta. Vou pedir para a senhorita Campbell te entregar no final do dia. 

- Ótimo. – respondi empolgada.

Claire entrou no escritório sem bater e nos cumprimentou 

- Pronta para a fase dois doutora? – a mãe de Arthur perguntou com um leve sorriso 

- Ansiosa, eu diria – sorri de volta – Como está a demanda? – essa sempre foi minha maior preocupação o tempo todo. Se iriam ter pacientes suficientes para o desenvolvimento do projeto. 

- Não se preocupe com isso. Temos tudo sob controle e descrito nos documentos – Claire esclareceu 

Me despedi e fui me preparar para começar o trabalho. Já fazem dois meses que me mudei para Rochester. Imaginei que já teria assinado a documentação a essa altura, ou que pelo menos eu já tivesse um lugar pra morar, mas ainda estou vivendo em um quarto de hotel.

Atravessando o corredor vejo Alex Ross (residente que o Adam mandou para me ajudar) vindo em minha direção, ele estava com seu pijama cirúrgico azul claro de residente e com um tablet na mão 

- Oi! – ele disse com empolgação – Como está a documentação? Estou ansioso para a fase dois 

- Eu também estou, Ross. – respondi mais rindo da cara dele do que para ele – Até o fim do dia eu recebo. A diretoria disse que já tem tudo sob controle a respeito da seleção de pacientes. Mas não sei.. estou um pouco insegura quanto a isso. 

- Então.. sobre isso – ele começou me parando ficando de frente pra mim me passando o tablet – Esse é o site da Mayo, a Joana é responsável por ele, aqui é publicado atualizações, artigos, aquisições. Tudo para impulsionar o hospital. Publicaram sobre o desenvolvimento do seu método 

Peguei o aparelho da sua mão e estava escrito em maiúsculo e negrito “MÉTODO COOPER PARA CONDUÍTES EM VEIA CAVA” fazendo meu coração se encher de orgulho e alegria. A matéria falava sobre o início da pesquisa sendo feita na Mayo Hospital, sem muitos detalhes. Ross rolou para o final da página, tinham centenas de comentários, pessoas parabenizando, outros profissionais empolgados, pessoas malucas com teorias da conspiração e um comentário destacado pelo residente a minha frente em nome de Bomani Adeben

- Esse cara – Ross apontou para o nome – Ele é da Etiópia. Médicos sem fronteiras. Eu já tinha lido a respeito dele há um tempo atrás. A Etiópia é o país com maior índice de crianças com problemas cardíacos do mundo. Condições e doenças em taxas jamais vistas e não é novidade que o acesso a medicina, principalmente, cirurgia no país é muito mais complicado 

- Países de terceiro muito sempre são – concordei com tristeza 

- Bomani é responsável por um programa exclusivo de crianças africanas com deficiência de veia cava. Atrofia, má formação, insuficiência, tumores, entre outras nessa área da veia. Conhece alguém que pode resolver essas condições com seu mais novo método revolucionário e que de quebra está precisando de pacientes para a fase dois? – Ross disse sorrindo empolgado e balançando os dedos como um farol de apresentação, se referindo a mim, claro. Sorri de volta 

- Não é assim que funciona Ross, você sabe 

- Conversa com o Bomani. Da uma chance de ouvir o projeto dele, eu sei que se você quiser nós podemos fazer  

Pensei um pouco – Vou ouvir. Mas não prometo nada 

É claro que a ideia incompleta do Ross ficou na minha cabeça, por isso a tarde entrei em contato com o médico africano. Ele me ligou por chamada de vídeo.

*Haai, doutora Cooper* - disse me cumprimentando em seu melhor inglês carregado de sotaque 

- Olá, doutor Adeben – respondi sorrindo na tela – Meu residente me falou um pouco sobre seu projeto, fiquei curiosa em te conhecer e saber como posso ajudar  

Ele colou as palmas das duas mãos juntas à frente da boca, igual às pessoa fazem quando vão rezar e falou algo em africano que não entendi, depois continuou em inglês *Doutora, me chame apenas de Bomani, sim?* - o homem é extremamente simpático, tem uma luz interior que é visível mesmo pela videochamada  - *Meu projeto hoje abriga cerca de 40 crianças portadoras de alguma condição cardíaca. Ajudo como posso com assistência médica para elas e suas famílias, mas tudo que faço é só paliativo*

- Quarenta? – repeti surpresa

*Ja* - percebi que era “sim” em africano, suas palavras saíram com tristeza - *Começamos com mais de 100 crianças, doutora.. mas fomos as perdendo.. uma a uma* - o homem desviou seu olhar, olhando para trás de si 

- Sinto muito Bomani... 

*Li seu artigo assim que saiu. Uma centelha de esperança surgir lendo aquelas folhas* - um pequeno sorriso branco surgiu em seus lábios embolando com seu inglês intermediário - *Podemos ajudar essas crianças, e sus pais!* 

- Doutor, o senhor sabe que é um pouco mais complicado que isso.. meu projeto ainda não está concluído, eu não sei qual é a condição das crianças, sem falar que podemos ter um impasse governamental..

*A embaixada americana dos médicos sem fronteiras se dispôs a ajudar*

- Sério? – respondi rápido quase incrédula. O MSF é uma instituição gigante, o apoio deles facilitaria muito com os dois governos. Mas precisamos de mais – isso é fantástico Bomani, mas não basta..Estamos falando de trazer crianças menores de idade 

*Ah sim.. falando nelas...* - ele se levantou segurando o celular em uma mão e entrou no que pareceu uma tenda bem equipada, com um sorriso radiante inclinou a câmera para um dos leitos - *Diga “olá”, Chiamaka. Essa é a doutora Cooper*- ele mostrou uma linda garotinha que não devia ter mais que 7 ou 8 anos, ela deu um lindo sorriso tímido colocando a mão na boca para tampar as janelinhas que mostrava a troca dos dentes de leite. 

*Haai* - o sorriso dela era contagiante, Chiamaka tentou se esconder atrás dos braços de Bomani, mas os fios conectados entre seu peito e as máquinas atrapalharam seus planos e assistir aquilo me doeu. 

Cumprimentei aquela linda princesinha e depois, um a um, ele foi me mostrando as quase 40 crianças, cada uma que passava fazia meu peito doer um pouco mais. Algumas não conseguiam falar por estarem recebendo oxigênio o tempo todo. Eu já tentava controlar meus olhos marejados quando o doutor Adeben terminou de me apresentá-las 

*Doutora.. todos os dias eu dou o meu máximo e além neste lugar, mas parece que estou constantemente perdendo... Se as pessoas dessem uma chance para essa crianças, de vê-las e ouvi-las, perceberiam como elas são incríveis e como merecem a chance de viver*

- Sim... elas merecem – suspirei – Precisamos resolver a parte burocrática, o que precisar. Vamos fazer isso acontecer 

Ele fechou os olhos por um momento e quando os abriu estavam iluminados *Cuido de tudo por aqui doutora, deixe a migração e a questão governamental comigo, a senhorita poderia resolver as coisas com o seu hospital?* - ele perguntou cauteloso

- Eu cuido disso. – fiz uma breve pausa e antes de desligar complementei – Ah, Bomani?! Me chame de Mandy, ja?!

Desligamos a chamada e fui correndo falar com Joana e Adam, os dois ficaram pasmos com a iniciativa e demonstraram apoio, mas percebi  Adam olhando de lado para Joana 

A noite, me tirando do minha casa (quarto de hotel) Joana, Adam e Victor me chamaram pra ir beber umas cervejas no bar perto do hospital 

- Ninguém bebe cerveja com esse frio de 17 graus! – resmunguei ajeitando meu sobretudo preto 

- Por isso eu vou beber whisky, depois da terceira dose você vai estar pedindo para ligarem o ar condicionado- Victor respondeu gargalhando 

Mas ele tinha razão, o álcool esquentava e depois da quarta garrafa tirei o casaco ficando apenas com minha blusa de gola alta, o relógio que eu usava como acessório e o bracelete do Chris que estavam por cima da manga cumprida logo se destacaram. 

- Ai! – Adam colocou a mão no peito fingindo estar surpreso – Quase fiquei cego com esse brilho todo 

- Tá falando da minha luz interior? – pisquei os olhos fingindo inocência e ele gargalhou – Foi um presente de aniversário – respondi olhando para o objeto no meu braço 

- Com certeza de alguém muito especial, suas pupilas dilataram quando pensou nele 

- É só o álcool – respondi desviando o olhar e Adam não voltou a tocar no assunto, mas percebi ele tentando ler o que tinha gravado 

A noite seguiu tranquila enquanto bebíamos e gargalhávamos comendo petiscos no bar. Já estava ficando tarde então decidimos ir embora. Adam, como o perfeito cavalheiro que é, me ajudou a vestir meu sobretudo na hora de sairmos e me acompanhou até o meu hotel 

- E então.. já conversou com a Joana sobre a Etiópia? – meu chefe de departamento começou despretensiosamente

- Só aquilo que falei mais cedo quando você estava – respondi o encarando – Por que? 

Ele levantou um pouco as sobrancelhas – Nada.. só imaginei que a Joana já pudesse adiantar esse assunto com a diretoria pra você 

- Eu não vejo a hora de começarmos. Essa parceria com as crianças do doutor Bomani apareceu em ótima hora. É uma demanda excelente, são crianças lindas, incríveis e que não tinham perceptiva nenhuma de sequer chegar a adolescência, tem noção? – eu sabia que meus olhos estavam brilhando nesse momento – A diretoria vai enlouquecer com a ideia! Vai ser ótimo, eles vão amar

Ele deu um breve sorriso – Acho que é a primeira vez que te vejo empolgada com Rochester de verdade – acompanhei seu sorriso e apertei os braços mais forte em volta do meu corpo devido o vento gelado – Posso? – me perguntou inseguro e passou os braços levemente ao meu redor tentando me aquecer até chegarmos na porta do meu hotel – Já tentou achar um apartamento ou uma casa?

- Ah... já – mentira

- Posso te ajudar a procurar mais alguns que você goste – ele ainda estava com os braços ao meu redor e eu não tentei fugir do contato 

- É... seria ótimo. Obrigada – completei com um sorriso. Adam começou a se aproximar, percebi que ele tentaria me beijar e no fundo eu queria... só que mais no fundo ainda, eu não consegui... Adivinha qual profundeza venceu? ... – Eu vou subir... – disse me afastando do seu toque – Boa noite Adam, até amanhã – dei um beijo em sua bochecha e o deixei 

Meu subconsciente sussurrava “burra, burra, burra” como uma canção para mim. Não consegui beija-lo, talvez eu não tenha tentado direito, eu não sei... decidi não pensar demais nisso por hoje e ir dormir. 

Ontem fiquei tão empolgada com a ideia do Bomani (apelidei secretamente de missão rio Nilo) que acabei não pegando a documentação para assinar do meu projeto e também não consegui conversar com a diretoria sobre a “missão” que vou fazer. Então assim que cheguei fui direto para o gabinete. Todos os 4 integrantes estavam lá 

- Bom dia senhores... – cumprimentei sorrindo gentilmente, acenei com a cabeça para Claire – senhora.. 

- Bom dia doutora – responderam em desarmonia devolvendo o sorriso 

- Já assinou a papelada? – Arthur tomou a frente 

- Ontem não tive tempo de pegar com a Joana, estava presa em um outro projeto 

- Outro? – Claire disse com os olhos brilhando quase com ganância 

- Na verdade..não um novo, está relacionado com o meu projeto de conduítes e será fantástico para a fase dois 

- Ah, - a mulher quase murchou – Já disse que não precisa se preocupar com a fase dois, querida. Já está definida. Leia a documentação e verá. 

- Tudo bem.. eu vou ler. Mas – comecei minha oposição ajeitando minha postura – Esse projeto conta com quase quarenta pacientes, ainda preciso ver ao certo quais deles realmente precisam do mét...

- Quarenta?? – ela me interrompeu e lá estava o brilho de novo nos olhos da mãe do Arthur  

- Do que se trata? – Jimmy perguntou

- Doutor Bomani Adeben é um médico africano dos MSF que me procurou ontem e me apresentou seu projeto com as crianças da Etiópia, ele abriga quase quarenta delas, todas possuem alguma deficiência cardíaca, a maioria na veia cava, intratável, bom... até agora – dei um leve sorriso de orgulho -  Como sabemos o país não tem acesso a intervenções cirúrgicas de grande porte como essa. 

- Espera.. o que está sugerindo? – Claire perguntou 

- Podemos unir o útil ao agradável. Essas crianças precisam de tratamento, que eu posso oferecer, posso salvá-las. E estamos precisando de pacientes para concluir a pesquisa 

- Não estamos precisando de pacientes, doutora. Como eu disse, os pacientes já foram selecionados 

- Já foram? Como? Eu quem deveria fazer a seleção, sou eu quem vai operar

- São ótimos casos – Claire se adiantou

- Mas a Etiópia apres..

- Tem noção de como um trâmite legal desse porte pode ser dificil? – Claire se apressou em dizer me interrompendo – Se.., ênfase no “se”, essas pessoas conseguissem vir, poderíamos ser acusados até de tráfico internacional – deu uma risada debochada – Crianças de um país de terceiro mundo vindo para os Estados Unidos 

- Os MSF estão assumindo a migração, os riscos legais dos transporte serão por conta deles – disse fazendo questão de mostrar como sua insinuação soava idiota agora, apesar de que sem esse apoio poderia sim ser um risco real 

- Acho que vale a pena escutar – Aaron se manifestou olhando para Arthur e percebi Claire quase fuzila-ló com o olhar – Poderia ser bom para o hospital, pensando no ponto de vista midiático, não é Claire? – senti a indireta 

- Não se trata disso, querido, temos que pensar em muitos aspectos antes de tomarmos uma decisão 

- Vou enviar um e-mail com os detalhes técnicos – respondi para esclarecer – Espero uma resposta até o fim da semana. Tudo bem? – olhei para Arthur que assentiu e sorriu levemente e sai da sala 

Não sei se foi a mudança de tempo, ou todo o vento gelado que recebi a noite, mas hoje senti como se estivesse prestes a receber uma vista do vírus da gripe, minha cabeça doida e o nariz começou a ficar vermelho 

- Você está bem? – Joana veio apressada perguntar quando me viu escorada no balcão

- Quer saber antes ou depois de “enfrentar” a Claire? – reforcei as aspas com os dedos e minha nova amiga das relações públicas arregalou os olhos – Não foi uma discussão, só apresentei a ideia em parceria com o Bomani para a fase dois 

- Você o que?? – sua voz saiu quase em um grito – O que eles disseram? – achei sua surpresa suspeita 

- Vão analisar 

-  Toma – ela tirou uma pasta azul escura do meio da papelada que carregava – A documentação revisada e assinada pelo presidente Arthur Katch, só falta você 

Dei um sorriso empolgado – Finalmente – peguei uma caneta no bolso do jaleco, mas Joana colocou uma das mãos na minha me interrompendo

- Leia com calma – ela disse baixo e cautelosamente

- Quer me dizer alguma coisa, Joana? – perguntei desconfiada de sua atitude 

- Não – ela sorriu pra mim e eu comecei com uma série de espirros, definitivamente estou gripada – Você deveria ir pra casa, sabe que não pode trabalhar se estiver doente 

- Eu sei – resmunguei e pelo bem dos meus pacientes voltei para o meu hotel, depois de mandar uma mensagem para o Adam avisando, levando os documentos 

Dois dias de remédios pra gripe, para alergia e sopas levadas pelo Adam depois e estava quase nova de novo. Com as dores de cabeça quase escassas fui terminar de ler o contrato, as primeiras páginas estavam ok, eram as “letras miúdas” que me intrigavam e eu ainda não tinha conseguido ler por causa do repouso, mas aí me interrompendo do momento de concentração, meu celular toca, era a Callie, falei com ela que estava doente e sei que minha amiga pode ser bem preocupada então atendi 

- Oi amiga. 

*Oi.. está melhor?* - procurei a empolgação de sempre na sua voz, mas não achei 

- Estou, volto a trabalhar amanhã. Está tudo bem? 

*Está.. Escuta.. não tem nenhum espaço na sua agenda mesmo? Eu sei que é antiprofissional vir falar direto com você, mas estou sem opções*

- E nós estamos falando de...? 

*Eu liguei pra Mayo, tenho um paciente aqui e preciso especificamente de você, então fui solicitar, mas disseram que você está com agenda fechada até o próximo mês devido ao seu método*

- Meu método ainda está em fase de desenvolvimento para se tornar oficial, ainda não repeti depois do Stanford, uma chatisse burocrática, amiga. Infelizmente não posso ajudar 

*Aí é que está, não preciso do seu método, ainda não. O que preciso é da sua perícia com corações de bebês e veia cava. Mas não tem a ver com o método, eu juro*

- Não me liberaram? – falei achando quase impossível, não faz sentido 

*Não!* 

- Me manda o caso pra eu poder estudar. Chego em Los Angeles amanhã 

Quase pude ouvir sua empolgação voltar pelo telefone, mas eu estava tão chateada pelos meus chefes me barrarem de ajudar outro hospital que não fosse eles (mais especificamente meu antigo hospital) que apenas desliguei o telefone e fui para a Mayo. Entrei na sala de Arthur, parece que tenho feito muito isso ultimamente 

- Por que não me liberaram? – fui direta  

- Boa tarde pra você também, doutora – Katch respondeu com uma sobrancelha levantada 

- A UCLA, por que não me liberaram para ajudar com o paciente deles? 

- Tenho certeza que foi um mal entendido 

- Minha agenda não está fechada devido ao meu método. Não podemos recusar um pedido de ajuda, eu não vou recusar e adoraria não termos um impasse com isso, senhor Katch. – sei que não dei muitas opções 

- Quando pretende ir? – ele perguntou sério 

- Amanhã. Hoje vou analisar o caso 

- Esteja de volta na segunda-feira e com o contrato do método pronto, pelo menos – seu tom estava totalmente diferente do habitual 

- Certo. Espero que não se repita e que me passem as solicitações da próxima 

- Claro – indiferença pura 

- Já discutiram sobre a Etiópia? 

Ele abaixou a cabeça e voltou a mexer nos papéis em cima da sua mesa que mexia antes de eu entrar - Segunda-feira, Cooper. Nem um dia a mais – disse se referindo ao dia que tenho que estar de volta e ignorando completamente a pergunta sobre a minha missão rio Nilo. 

Uma batalha de cada vez. Tenho que me contentar com isso, por hora. Fui arrumar minhas malas para os próximos 4 dias na Califórnia, fiz questão de colocar alguns biquínis e roupas de balada, não que eu seja uma louca festeira, mas eu não sabia a falta que isso me faria até sentir. Depois de terminar fui abrir o arquivo que a Callie tinha me mandado sobre o caso e depois de algumas horas o estudando parei pra descansar. Quando vi uma notificação do Scott, parecia que tinham séculos que não nos falávamos, a Callie falou que eu estaria na cidade por alguns dias e claro que marcamos algumas programações. 
Desde que eu e o Chris terminamos eu não procurei por nada dele, nem uma notícia ou publicação nem mesmo quando recebi seu presente, até por que o bracelete havia sido deixado para mim meses antes do meu aniversário, então talvez o que ele sentia por mim na época não era o mesmo de quando eu abri, nem o mesmo de agora... mas em mim, o sentimento continua igual. Conversar com o Scott despertou um gatilho, uma saudade que me fez ceder a vontade de ver uma foto do Chris, já faziam meses que eu não ouvia sua voz e eu tinha a sensação de estar esquecendo o som de sua risada, então não resisti e coloquei no Google “Chris Evans”. Ai que arrependimento...abaixo de suas fotos principais on-line e sua página do Wikipedia estava o link em maiúsculo “CHRIS EVANS ESTÁ SAINDO COM ANA DE ARMAS” É de três dias atrás, bem quando rejeitei o beijo do Adam, mais uma vez. Droga. Meu coração já estava acelerado quando cliquei e me arrependi de novo 

“A estrela de ‘Capitão América’  foi visto em Los Angeles com a atriz Ana de Armas. Os dois passaram um bom tempo juntos, inclusive foi flagrado um beijo. Será que vai namoro?"



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