Jongin devolveu os prontuários a enfermagem, e seguiu pelo corredor. A geriatria estava calma, ele pensou em descer ao PS, mas era o turno do casal Park, e ainda não estava recuperado da última confusão que tinha criado com eles. Parou em frente ao quarto do idoso, que KyungSoo tinha passado um bom tempo junto, no outro dia. O senhor fazia palavras cruzadas, tinha um largo sorriso no rosto, como se fosse a coisa mais incrível descobrir a palavra. O médico ficou ali algum tempo até ter os olhos cansados voltados para si.
— Meu rapaz, tão novo, e já com falta de esperança? – disse com graça voltando os olhos para a palavra cruzada
— Não estou sem esperança senhor...
— Esta sim, suspirou algumas vezes parado ai – Jongin corou, não tinha percebido o que tinha feito – é por causa do outro médico, não é?
— Desculpe?
— Eu não me lembro o nome dele, mas é um ômega muito simpático, sempre me traz bolinhos, e vocês sempre param no corredor para discutir sobre algo.
— Ele te traz bolinhos? – disse incrédulo – de que? O senhor esta numa dieta...
— São de arroz, ele mesmo faz, e não sai da minha dieta. – fez uma careta para o Kim
— Ele mesmo faz...
— Ele é um bom garoto, não sei porque você briga tanto com ele.
— Eu não brigo com ele...
— Briga sim, ele sempre sai bufando quando fala com você.
— O senhor, presta muita atenção nele, não é? – disse triste e sentou ao lado da cama
— Sim, ele é um bom neto. Mas me diga rapaz, você gosta dele?
— Sim, eu gosto... – suspirou – mas ele não gosta de mim.
— Por que diz isso?
— Ele ... saia com muitos alfas, nós até namoramos um tempo, mas acabou...
— Acho que você não se empenhou o bastante.
— Sim, eu também acho.
***
Rain entrou no laboratório, acompanhado de um ômega,
— Dr. JungSuk, aqui está a paleobotânica. Ela veio lhe ajudar com às plantas.
— Prazer, Lee Sung Kyung, Jeong me deixou a par, posso ver as plantas?
— Claro, por aqui. Bem temos apenas algumas amostras.
— Interessante — ela observou as várias folhas separadas em palhetas de vidro — algumas dessas plantas não são naturais da Coréia.
— Não, pesquisei sobre elas, temos um lírio tibetano, e outras do leste europeu. Mas está aqui. — Ergueu uma das plaquinhas de vidro — não encontrei nada sobre.
— Isso sim é interessante. Sahichi
— Desculpe...?
— Nativa de uma parte do Havaí. Veio parar longe.
— Bem longe.
— Eu gostaria de conhecer nosso paciente.
— Dr. Do está de plantão no PS hoje.
— Vou até lá.
— Certo.
…
Sung Kyung caminhou pelos corredores do hospital tranquilamente. A paleobotânica observava a movimentação. De todos os lugares do mundo que poderia estar, o hospital era o último que gostaria. Lhe remetia lembranças ruins da infância, e do ex marido. Mas o caso apresentado pelo dr. Jeong era incrível, se pudesse auxiliar, e solucionassem o mistério da família Do. Teria seu nome na história, era uma grande investida.
E lá estava o pequeno ômega, encostado no balcão da enfermagem, com um prontuário em mãos, a expressão séria e centrada. Médicos e suas preocupações.
— Dr. Do?
— Sim? — O moreno respondeu sem olhar para ela, umedeceu os lábios evitando se estressar com aquilo
— Eu sou Lee Sung Kyung, paleobotânica. Vim a pedido do dr. Jeong sobre a sua pesquisa. — Finalmente as orbes negras se voltaram para a mulher.
— Do KyungSoo — estendeu a mão e a Lee apertou firme — imagino que ele já deixou a par da pesquisa. — Do deu um sorriso de canto, estava sempre rodeado por Lee’s
— Sim, já estive com o epideumo. Mas fiquei curiosa em lhe conhecer. — Soo passou a se sentir um rato de laboratório, estava pensando na resposta mal-educada que daria quando a voz de Jongin cortou seus pensamentos e os da ômega a sua frente.
— Dr. Do, ambulância chegando… — no instante que os dois ômegas se viraram para a voz Kai parou de falar e ficou pálido ao recolher Sung
— O que você…?
— Então é aqui que faz residência Jongin. – Disse com um sorriso nos lábios
— Sim…— os olhos do castanho correram rápido para o moreno e de volta para a Lee. Um silêncio se fez, e Kyung decidiu resolver a situação
— Ah, bem, srta. Lee. Não há mais o que eu possa lhe passar. E como vê às coisas aqui estão movimentadas. Foi um prazer. Vamos dr. Kim.
— Sim. Sung Kyung. – Kai fez um leve comprimento e seguiu o mais baixo para a emergência. Deixando a mulher ali parada.
***
Do seguiu na frente, Jongin não parecia querer falar como de costume.
— Aquilo foi estranho, um médico que conhece uma paleobotânica?
— Fomos casados. — Kyung parou onde estava, e o alfa quase se chocou contra ele.
— Então ela é sua ex.…?
— Sim…
— Ah… interessante — deu mais um passo e se voltou para o maior — ela é muito bonita, porque acabou?
— Ela me deixou, ela não gosta de médicos, e disse que o amor acabou — o moreno riu e tornou a andar, Kai segurou seu braço.
— Não vai perguntar? — O maior disse perto do ouvido do Do
— O que? — Sussurrou em resposta
— Se eu ainda gosto dela?
— A resposta ficou óbvia na reação de vocês. — Arfou ao sentir a respiração do alfa mais perto de si — não vou poder te acompanhar com à ambulância — deu um passo se afastando
— Você disse que consegue se controlar perto de mim.
— Tem coisas que apenas não tem como controlar. — Soo não esperou resposta apenas se afastou rápido pelo corredor. Jongin não o seguiu tinha que ir receber os pacientes.
***
Kyung entrou em um quarto de descanso, a luz estava apagada, trancou a porta e se abaixou ali sufocando o choro. Kai estava certo, perto dele se sentia um ômega normal, seu cheiro tinha aquele efeito em seu corpo, mas um efeito totalmente contrário em seu coração.
— Soo…? — A voz sonolenta veio da cama. Do engoliu o choro ao ver o rosado ali, Luhan estava em sua hora de descanso estava com o cabelo bagunçado e o olhava confuso da cama.
— Desculpe, não tinha te visto, pode voltar a dormir, eu saio…
— Não Soo, o que aconteceu? Porque está chorando?
— Não Luluh, eu não estou chorando — se levantou indo até o mais novo, sentou ao seu lado, arrumando os fios rosados
— Não precisa esconder de mim, somos amigos, não somos?
— Somos sim – fungou – Mas era bobagem, eu não sou alguém que pode se apaixonar sabe. — Suspirou — então eu apenas vou esperar.
— Se está falando do Jongin, eu sei que ele também gosta de você.
— Eu não estava falando daquele alfa bobão. Imagine se eu ia gostar dele. – riu de canto
— Vocês estavam namorando, não estavam?
— Ele terminou comigo, o que posso dizer, acho que acabou a graça.
— Ele gosta de você, quando você sumiu, ficou desesperado. Foi várias vezes lá em casa te procurar, até descobrir que você estava no hotel com o Minhyuk.
— Então ele foi até lá. — Apertou os lábios tenso
— Mas você não estava lá.
— Oi?
— Oh pediu que eu não falasse para ninguém então eu não falei para ele, quando ele te procurou.
— O chefinho sabia onde eu estava? Quer dizer com quem?
— Sim — os olhos grandes do rosado o encarava com certa dúvida e curiosidade — eu sei que não é da minha conta… — Soo riu soprado olhando o outro se enrolando para falar.
— Pode perguntar, somos amigos, não?
— Ah… eu sei que a sua doença te leva a sair com vários alfas…, mas porque não pediu ao Jongin ou mesmo ao Minhyuk…
— Eu odeio Minhyuk, e Jongin não me quer. Agora mesmo... ele. – travou os dentes – Então o que eu podia fazer? Apenas precisava de alguém para o cio, então aconteceu. — Apoiou a cabeça no ombro do rosado
— Eu sinto muito — Luh abraçou o amigo tentando consolar de alguma maneira.
…
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