Kyung girava numa cadeira no canto do laboratório, tinha acabado de tomar mais um protótipo de antidoto, e esperava fazer efeito. O dr. Lee fazia algo concentrado no microscópio. Ele era um alfa, e lhe atraia como qualquer outro, mesmo com suas excentricidades, então se o remédio funcionasse, faria efeito ali. Do lembrava de ter atacado os lábios vermelhos do médico e ter sido rejeitado. Por algum motivo estranho, isso o deixaria feliz. Era bom estar com alfas controlados, era como respirar após um longo mergulho.
— Preciso de mais amostras... — ele disse cortando o silêncio
— Eu arranco um membro dele da próxima vez – riu de canto para a piada mórbida, mas o outro não pareceu se importar
— Não dele, preciso de mais cobaias – ajeitou os óculos o encarando
— É… legalmente, uma droga não pode ser testada em humanos antes de animais…
— Eu sei, por isso tem que ser de voluntários, vou falar com o Oh, e pegar o sangue da sua equipe. Eu tenho uma teoria, mas vou precisar testar.
— Ah, isso é bom. Gosto de testes. — Sorriu de canto, e voltou a girar na cadeira. Suk saiu da sala para falar com o Oh. Sung se aproximou do moreno.
— Jongin é um romântico incorrigível. – Ela disse quebrando o silêncio.
— Hum…? — Do observava a botânica mexendo nos frascos
— E também é transparente como sempre.
— Hum... – voltou a girar na cadeira
— Eu sei que estavam num relacionamento — o moreno levantou os olhos encarando a mulher, e tornou para as amostras — e que por algum motivo acabou. Bem, acho justo te dizer então. Que eu pretendo reatar com ele.
— Sung Kyung, pode fazer o que você quiser. Tenho certeza que eu tenho mais o que fazer do que pensar no que você faz ou deixa de fazer – levantou da cadeira
— Claro. – A mulher ficou o fitando. Jungsuk entrou na sala, percebendo a tensão entre os omegas, e seguiu direto para a sua mesa
— Eu vou seguir para o meu plantão, qualquer coisa te aviso.
— Claro Do – Suk nem olhou para o lado dos ômegas.
...
O Do andou pelo corredor, sentiu uma vertigem, encostou na parede pensando o que poderia ser. Talvez aquela versão não estivesse fazendo efeito. Respirou fundo se endireitou e seguiu. Deu mais alguns passos, e sua cabeça doeu como se tivesse levado uma paulada.
Ele acordou alguns minutos depois no PS, Luhan o olhava preocupado, e Oh entrou na sala com o prontuário na mão.
— Do, é melhor ir para casa.
— Ah... não foi nada...
— Foi sim, você estava caído no meio do corredor. Eu fiquei apavorado. – O rosado disse nervoso.
— Está bem, eu vou para casa – sorriu de canto.
— Eu já chamei um taxi para você, nada de dirigir. – Oh disse saindo do quarto.
— Uhuuuu estão querendo se livrar de mim. – riu sem graça
— Não Soo, só que fique bem. Já avisamos o dr. Lee. Que não funcionou o remédio.
— Obrigado, então tá. – Sentou na cama – vou esperar meu taxi lá fora.
...
O rosado o acompanhou até a frente do hospital, onde o taxi já esperava. Assim que o carro estava quase chegando em seu apartamento, ele mudou de ideia.
— Senhor, não para, vamos para outro lugar.
— Sim, senhor.
...
Minhyuk abriu a porta e viu o ômega sorrindo para ele.
— Isso é sério?
— Sim, provavelmente eu morra a qualquer momento – entrou e foi direto para o quarto, o Lee fechou a porta e o seguiu.
— Do que está falando? – Kyung já estava enfiado no guarda roupa vestindo uma camiseta do alfa – o que está fazendo?
— Me mantendo vivo e você? Como costuma fazer isso? – Seguiu para a cama se enfiando em baixo das cobertas.
— Tenho aceitado que vou morrer por sua causa.
— Ótimo, venha morrer aqui comigo. – Deu umas tapinhas no colchão ao seu lado. Min seguiu até ele sentando ali
— Quer fazer alguma coisa?
— Não, só conversar – riu – eu, tomei uma droga nova hoje, desmaiei. E me mandaram para casa. Então eu vim direto para cá. Pensei, talvez se for abstinência, você vai resolver. Mas não estou queimando nem nada assim, então... e você?
— O soro, ou sei lá o que era aquilo que me deu da última vez fez efeito, já fazem dias que eu não tenho os sintomas.
— Isso é bom. E desejos normais?
— É difícil não ter olhando para você só de camisa na minha cama – Do riu do ruivo
— MinHyuk... se.… se as coisas ...
— KyungSoo... vai dar certo, você tem a melhor equipe – sorriu de canto – e um deles realmente te ama. Não vai te deixar morrer, eles vão achar essa cura. E você vai casar com ele. E ter muitos filhotes de Kim. — riu alto
— Não vou ter filhotes de Kim – riu
— Vai sim, e vai ser um Omma incrível. – Se ajeitou na cama, sentando ao lado do moreno – vem cá – passou o braço por trás dele, o trazendo para si – sabe o que mais eu sei?
— Não, o que mais você sabe?
— Que um dos seus filhos vai ter o meu nome, para você ficar mandando nele. – Os dois riram
— Vou ter um cachorro com o seu nome, isso sim.
— Pode ser, mas vai mandar nele.
— Vou, vou brigar muito com ele. – Os dois riram novamente
— E você? O que vai fazer?
— Vou trabalhar, encontrar um ômega que me queira, e que goste de viajar, porque meus negócios me fazem viajar, sabe.
— Sim, vai ter filhotes?
— Talvez, mas isso bem no futuro. – Os dois seguiram conversando, até o moreno pegar no sono.
...
Sung caminhava a passos lentos pela geriatria a procura do Kim, até finalmente acha-lo em um dos quartos. O castanho falava animado com um paciente.
— Por que o meu médico não veio de novo? Você não o espantou não foi? – o senhor disse com graça pegando sua palavra cruzada.
— Não, eu não fiz isso, mas KyungSoo, pode aparecer aqui a qualquer momento – disse com um sorriso largo – acho que ele gosta do senhor.
— É bom que ele venha, vou dizer para ele que você não é tão ruim.
— Hoje ele não vai aparecer aqui. – a voz fina da botânica soou na porta e os dois olharam assustado, nenhum tinha percebido a aproximação.
— Como assim? O turno dele.... – Jongin começou e logo foi cortado
— Ele foi para casa mais cedo, recomendação do JungSuk – disse num tom morno, e o médico passou como um raio ao seu lado – Jongin?
— O doutor esta doente?
— Não posso falar sobre isso. – deu uma olhada para o senhor e saiu.
...
…
Kyung entrou no apartamento e viu Baek e Luhan correndo de um lado para o outro, um limpando e o outro perfumando.
— Algo errado?
— Estamos escondendo o seu cheiro — Byun disse passando com às almofadas do sofá para a lavanderia. Soo olhou de um lado para o outro.
— Existe um motivo para isso, ou é um passa tempo?
— Meus pais estão vindo para cá. — Luh parou no meio da sala — Soo eu sei que isso é estranho, mas… você sabe do meu segredo, e eles não ficariam tranquilos de saber que tem mais alguém sabendo.
— Por isso — Baek trouxe sua mala até o meio da sala — vai ter que passar alguns dias fora. — Do teve que rir alto, afinal era justo, tinha feito o mesmo com Luhan
— Tudo bem, precisam de ajuda com algo?
— Soo… — Luh o abraçou forte — … são só alguns dias, mas eu falei com Jongin e ele já está vindo pegar sua mala.
— Não, eu vou para um hotel.
— Não, você vai com Jongin. Dr. Lee, precisa para pesquisa lembra?
— Lembro… — disse bufando, e puxou a mala para fora dando de cara com o alfa — olha aí está você — deu um sorriso torto, deixando a mala aos pés do alfa e seguiu para o seu apartamento.
Kyung conhecia bem o caminho, o pouco tempo que tinham ficado juntos, tinha ido ali várias vezes. Não hesitou em digitar a senha e entrar, o cheiro agradável do alfa preenchia o apartamento. E o ômega, tentou não respirar fundo. Sentou no sofá, Jongin entrou atrás de si.
— Sinta-se a vontade.
— Obrigada Jongin. Onde eu vou dormir? Que eu me lembre seu apartamento só tem um quarto útil, o outro está cheio de entulhos.
— Vai ficar na cama, eu fico no sofá.
— E o que Jung Suk te disse?
— Bem, ele me deu algumas doses da suposta vacina. Vamos tentar isso por hora. É… Soo para isso funcionar, você não pode procurar outros alfas.
— Eu sei, Jung Suk me disse isso, eu só não entendi como eu vim parar aqui com você.
— Bem, Park é casado, Oh é seu chefe, e Minhyuk não serve de cobaia, já que ele em si para os seus ataques.
— Jongin, é sério. Você já viu pacientes em abstinência. Você já me viu bem fragilizado, acha que aguenta?
— Se a droga não funcionar, eu vou cuidar de você. — Disse baixo, mas com os olhos fixos no moreno.
— Agora quer cuidar de mim? Eu não quero sua pena! — Do disse com raiva — se esse remédio não funcionar, tenha a delicadeza de não me tocar!
— E agora você não me quer?
— Por mais interessante que isso seja, seu sangue naturalmente me acalma, serve tão pouco quanto o do Minhyuk. Então o que estamos fazendo aqui? Provocando ciúmes na sua ex? Por que ela mesma me disse que quer voltar com você. – cruzou os braços emburrado.
— Eu não me importo com Sung Kyung, ela faz o que quiser da vida. Eu quero me redimir com você, por ter te magoado.
— Então tá, olha isso é sério. Eu gosto de transar com você, era um ótimo namorado, meio lento, mas ótimo. E realmente o seu cheiro me acalma. Então me diga, como isso vai dar certo?
— Eu não sei. Mas eu quero que de certo. – Kyung revirou os olhos e seguiu para o quarto
...
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