Axl POV
- Achei que você fosse me ignorar pra sempre. – A encarei, sem ao menos me levantar da mesa.
- Posso me sentar pelo menos? – Erin revirou os olhos com minha falta de educação.
- Claro. Mas o que você quer? – A garota se sentou ignorando minha pergunta.
- Bom, eu trouxe algo aqui que vai te interessar. – Ela balançou a folha de papel que havia trago consigo.
- Pois então desembucha. – Eu disse, impaciente. Erin sorriu e me entregou o papel.
Quando eu comecei a ler, minha boca se escancarou em um “O” perfeito. Aquilo não podia ser real, podia? Eu estava ao mesmo tempo feliz e muito puto com aquilo. Não sabia direito o que pensar. Era um exame de beta hcg! E pra minha sorte – ou não – ele estava positivo.
- Eu sempre quis ser pai! – Murmurei com um fio de voz.
- Eu sei! – Erin bateu palminhas. – E agora podemos fazer isso juntos!
Eu estava num misto de felicidade e frustração. Felicidade porque sempre quiser ser pai, e frustração porque com certeza essa não era a hora, já que o Guns estava na sua melhor fase, e agora eu já não tinha mais certeza se Erin era a mulher certa. Mas eu não podia deixar aquilo transparecer pra ela. Erin tinha que ter a gravidez mais tranqüila possível. Eu não ia fazer com meus filhos o que meus pais fizeram comigo. De jeito nenhum.
Eu tive uma infância muito conturbada, mas isso era assunto pra outra hora, agora eu tinha que contar pros caras que eu iria ser pai!
[...]
- Caralho, eu não estou acreditando! – Slash me abraçou e me deu um tapinha nas costas.
Reuni os quatro após o ensaio, e contei tudo que havia acontecido. Desde a parte que Erin estava super esquisita comigo nos últimos dias, até a parte que ela chegou lá em casa com um teste de gravidez positivo.
- Imagina como vai ser ter um mini Axl em nossos ensaios? – Steven fez todo mundo rir.
- Parabéns, man! – Izzy me deu um abraço de lado meio tímido.
- Você está feliz, cara? – Duff perguntou.
- Muito... Estou confuso, mas feliz.
- Quem não vai ficar nada feliz com essa história vai ser a Liv. – Ele rebateu.
- Eu sei... – Meu tom saiu desanimado, de repente. – Mas ela sabe de Erin, sabe que tínhamos uma história. Acho que ela irá entender. – Disse tentando passar uma confiança que eu mesmo não tinha.
Eu sabia que Liv ficaria puta, mas não deixaria transparecer, afinal a gente tinha que manter as aparências para que o videoclipe de November Rain fosse um sucesso. Liv não pagaria de doida... Não com a sua carreira em jogo, mas pelo pouco que conheço dela, sabia que ela se vingaria de alguma forma.
Imediatamente se formou uma imagem em minha cabeça: Izzy. Se vingar de mim, usando meu melhor amigo. Isso era tão típico de todas garotas. Revirei os olhos ao imaginar que isso pudesse realmente acontecer.
Mas agora eu não tinha que me importar com isso, não é mesmo? Eu tinha que me preocupar com minha nova vida em família, com meu filho que estava pra nascer. Eu tinha somente que me concentrar em ser um bom pai.
Mas porque então que o ciúmes de uma possível vingança de Liv já me consumia por inteiro? Caralho. Olhei pras minhas mãos e percebi que elas voltaram a tremer. Droga!
Izzy se materializou na minha frente com outro cigarro de maconha. Traguei, me sentindo mais aliviado. A tremedeira foi diminuindo lentamente, assim que fui sentindo o efeito da droga.
- Relaxa, man, você vai ser um bom pai. – Ele colocou uma mão em meu ombro.
Izzy era meu amigo desde que éramos crianças e ele, mais do que ninguém, sabe tudo o que passei com meu pai que batia na minha mãe e mais tarde, o que passei com meu padrastro que me estuprava toda vez que podia. Izzy sabia melhor do que ninguém, o medo que eu tinha de não ser um bom pai.
- O mini Axl não pode herdar o Axl do pai. Imagina dois Axls nessa família? – Steven estava se achando realmente muito engraçado. Revirei meus olhos.
- Coitada da Erin. – Slash riu e virou sua cerveja.
- Cala boca! – Rebati, já puto com eles.
- Ele fica puto porque sabe que é verdade! – Duff gritou, provocando.
Resolvi ignorá-los.
O resto do dia foi super agradável, e a noite quando cheguei Erin me esperava na sala de estar da casa, com algumas revistas. Ela correu ao meu alcance, quando me viu adentrar o local.
- Eu andei olhando essas revistas, e o que acha do quarto do nosso filho ser assim? – Ela me mostrou uma foto de um quarto de bebê em uma das revistas. Revirei os olhos.
- Erin, é muito cedo pra isso. – Ri da preocupação desnecessária dela. – Temos outras coisas pra se preocupar agora.
- Tipo o que? – Ela rebateu.
- Tipo o Rock in Rio. – Suspirei cansado me sentando no sofá. Tirei meu maço do bolso e comecei a fumar ali mesmo.
- Axl! – Erin me repreendeu.
- Ok... Ok! – Apaguei o cigarro e fiz sinal de rendição com as mãos.
- Eu não sei se irei ao Rock In Rio com vocês. – Ela bufou irritada.
- E porque não?
- Porque não sei se toda essa fumaça e o ambiente barulhento fará bem para o bebê.
- Talvez não faça mesmo. – Dei de ombros, tratando Erin com indiferença.
- Ok, se não quiser que eu vá, é só dizer, Axl. – Ela se levantou do sofá e foi indo em direção a escada da casa, fazendo uma cara mais feia que a fome.
- Não é isso, Erin, você sabe muito bem. É só que, nós cinco esperamos por essa oportunidade há muito tempo. Eu não posso simplesmente desistir.
- É pelo seu filho, e não por mim, ok? Mas se você não pode fazer isso, tudo bem. – Ela virou de costas pra mim, ignorando tudo que eu havia dito. Bufei irritado e me levantei também.
- Para de ser mimada! Você sempre quer que tudo seja do seu jeito! Caralho, não é possível que por uma única vez nessa vida, as coisas sejam do meu jeito.
- Você só pode estar brincando, Axl. – Ela riu sem humor. – Tudo é sempre do seu jeito. Sua banda, sua casa, sua carreira, suas regras. Tudo diz respeito a você. Nunca eu sou importante... Mas agora, agora isso tem que mudar, Axl! Que droga, será que você não percebe que eu estou carregando um filho seu?
Droga! Eu sabia que mais cedo ou mais tarde chegaríamos nesse impasse.
Tentei relaxar porque se não, sairia outra briga muito feia entre nós dois, e bom, naquele momento Erin estava certa, ela carregava um filho meu. As coisas tinham que ser diferentes.
Liv POV
3 semanas depois...
Eu estava no meu quarto em Boston, finalmente. Suspirei e cai cansada na cama. Serafina – minha gatinha – logo se aconchegou ao meu lado.
Axl tinha razão, acompanhar o Guns N’ Roses era realmente muito cansativo. Eu não tinha idéia de que era tanto.
Eu precisava de um banho. Constatei e levantei da cama, indo direto pro banheiro, preparar meu banho com bastante espuma e uma água bem quentinha. Eu precisava relaxar, mas em questão de segundos fui interrompida por Alicia que entrou com tudo no meu banheiro. Minha amiga estava pálida e com uma expressão de choque total. Em uma das mãos ela segurava uma revista de fofoca. Arqueei minha sobrancelha, curiosa com a reação da minha amiga.
- O que aconteceu pra você interromper meu banho assim, hein garota? – Perguntei me divertindo com a expressão da minha amiga.
- Axl... – Ela balbuciou o nome do ruivo, me deixando arrepiada.
- O que tem ele?
- Ele vai ser pai. – Ela me olhou incrédula. Quase cai pra trás.
- O que? – Perguntei com um fio de voz.
- Isso mesmo que você ouviu. Ele vai ser pai. Erin está grávida.
- Filho da puta. – Murmurei ainda sem acreditar no que eu estava ouvindo.
- Você não vai fazer uma cena, não é mesmo? – Ela me encarou.
- Claro que não.
- A gente vai no Rock In Rio. – Alicia disse simplesmente.
- O que? Da onde tirou isso?
- Isso mesmo que você ouviu... Liv, Duff chamou a gente pra ir com eles pro Rock In Rio... E você precisa ir... Ainda bem porque Axl deve ir com a magrela da Erin, você precisa mostrar pra ele o que ele está perdendo.
- Alicia, eu não preciso mostrar nada pra Axl! – Rebati, irritada.
- Então não mostre, vai só pra se divertir.
- Não quero.
- Seu pai vai.
- O que? Porque não me disse isso antes? – Perguntei indignada.
- Você estava no Axl. Ele me ligou... Estava em algum país da América do Sul... Diz que vai direto pra lá.
- Eu não acredito! – Murmurei, visivelmente feliz. Eu nem acreditava que depois de meses, eu finalmente ia matar a saudade do Sr. Steven Tyler! Aquilo era incrivelmente incrível!
- Que bom que consegui te animar. – Alicia sorriu satisfeita.
- Ah, mas você apelou não é mesmo, querida? – Revirei os olhos.
- Que nada, eu tenho um super poder de te animar! Sempre foi assim... – A garota foi saindo do banheiro. – Mas agora faz suas malas, partimos em meia hora!
- O que? – Minha boca ficou escancarada. – Como vou arrumar malas pro Rio de Janeiro em meia hora? Eu pretendia comprar biquínis... – Choraminguei.
- Bom, eu posso comprar pra você. – Bati palminhas. Alicia era realmente o máximo. – Agora vai tomar banho! – Ordenou.
Obviamente, eu segui suas ordens com um sorriso de orelha a orelha
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