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História Estrelas - Sorvetes e corações partidos


Escrita por: Miss_Giannini

Notas do Autor


Olá pessu! <3 Boa leitura para vocês !

Capítulo 27 - Sorvetes e corações partidos


            Yuri e eu pegamos um táxi até a casa de Helena e a ajudamos a terminar de arrumar as malas. Uma semana e meia se passou desde o dia em que ela e Jimin tiveram aquela conversa. Durante esse tempo todo, os dois não se falaram e ficaram profundamente tristes, era terrível vê-los com um olhar inexpressivo e vazio.

            Fomos com ela até o aeroporto da cidade. Lena passou um ano em Seoul, infelizmente, acabamos nos conhecendo um pouco tarde, nos seus últimos meses de estadia. Todas nós estávamos tristes, mal conseguíamos conter as lágrimas.

            - Você virá nos visitar novamente, né? – Perguntou Yuri em um abraço apertado.

            - Não sei se vai ser possível, Yui, mas eu jamais me esquecerei de vocês...

            - Não fale assim, Lena... vamos nos ver de novo, tenho certeza disso! – Entrei no meio do abraço das duas, estava muito triste com sua partida, queria que ela ficasse conosco para sempre. – Aliás, por que Jimin não veio até agora? Logo, você já precisa ir...

            - Eu... não disse a ele que estava indo – disse com a cabeça abaixada.

            - O que??

            - Não sou boa com despedidas, eu não ia suportar dizer adeus a ele...

            - Vocês não precisam dizer adeus, Lena! – Disse Yuri. – Jimin gosta de verdade de você, a distância não vai separa-los.

            - É, Lena – complementei com um sorriso -, vocês podem conversar por mensagem e Skype sempre que quiserem, mas por favor, não o abandone... – Helena abraçou Yuri novamente e voltou a chorar baixinho no ombro dela. Eu peguei meu celular e mandei uma mensagem sem que ninguém percebesse.

            To: Jimin

            Estamos no aeroporto com Lena, se você vier voando, dá tempo de se despedir. Run, Jimin, run! Não perde essa chance! – Astrid.

            From: Jimin

            O QUE? Ela não disse que estava indo hoje! Não diga a ela que estou indo! Chego aí o mais rápido que puder! – Jiminie.

 

            - Bem, meninas, eu preciso ir agora... – dei um olhar para Yuri e mostrei meu celular disfarçadamente. Precisávamos enrolar Helena até que Jimin chegasse.

            - Espera um pouco, nem chamaram seu voo ainda...

            - É que tem os detectores e tudo mais, pode ser enrolado...

            - Relaxe, Lena – completei -, vamos aproveitar nossos últimos momentos todas juntas. Ainda temos tempo, vamos curtir!

            Demos algumas voltas pelo aeroporto e compramos lembranças para ela levar para seu país. Tiramos algumas fotos e até comemos um lanche. E nada de Park Jimin aparecer. Da primeira vez que chamaram seu voo, nós a distraímos e ela não percebeu. Na segunda vez, dissemos que era a primeira, então conseguimos um pouco mais de tempo. Mas na terceira não teve jeito, ela precisou ir.

            - Acho que então é um adeus...

            - Não! Você ainda não pode ir!

            - Vou perder o voo, As. Desculpa, mas eu realmente preciso ir.

            - Jimin está vindo! – Interrompeu Yuri rapidamente. – Espere por ele, por favor!

            - Não vou dificultar as coisas para ele, acho melhor terminarmos assim. Nunca daria certo...

            Como em uma cena de filme, Helena pegou sua mala de mão e correu em direção ao portão de embarque com lágrimas nos olhos. Nós não conseguimos impedi-la, e quando Jimin chegou, cerca de quinze minutos depois, com um punhado de margaridas nas mãos, já era tarde demais.

            - Onde ela está? Diga-me que ainda tenho tempo! – Ele estava exausto, o rosto vermelho e os cabelos molhados. Indiquei devagar com a cabeça e ouvi o barulho de seus joelhos tocando o chão, as margaridas alegres de repente perdendo a vida.

            - Chim... – me abaixei do lado dele um pouco sem jeito, eu o abracei com força e Yuri fez o mesmo logo em seguida.

            - Eu não acredito que ela nem me contou que era hoje! Por que ela fez isso?! – Nunca senti tanta doer ao ver meu amigo sofrendo dessa forma, ele jogou as margaridas não chão e as olhou com pura tristeza. Não sabia dizer como ele se sentia, parecia devastado e profundamente magoado, eu queria simplesmente conseguir apertar um botão e tirar toda aquela tristeza de seu coração. Meu Jiminie não merecia sofrer dessa forma.

            From: Anonymous

            Finalmente, menos uma com quem me preocupar

            From: Anonymous

            Achou mesmo que o jogo tinha acabado? Está prestes a começar.

           

            Li aquelas mensagens e joguei meu celular longe de mim, me arrependi um pouco com medo da tela ter quebrado (o que felizmente não aconteceu), mas na hora eu nem liguei para isso, estava com tanta raiva! Por que de alguma forma eu sinto que a culpa é dela? Por que ela voltou? Passei semanas de tanta paz sem ela por perto!

            Levamos Jimin para nossa casa e cuidamos dele durante o resto do dia. Nunca o vi desse jeito. Não conversava e não comia. Não sorria. Parecia respirar apenas porque precisava disso para viver e porque é algo que nosso corpo faz sem que percebamos. Suga parecia sentir tudo aquilo junto com ele também, deitou-se em sua barriga e só saiu dali quando Jimin foi para casa.

***

            Taehyung assistiu ao treino de futebol hoje. Era engraçado vê-lo assistir ao jogo porque ele não entendia nada, muitas vezes me perguntava discretamente o que estávamos fazendo e eu me divertia tentando explicar de uma forma simples para que ele entendesse. Quando as meninas foram tomar banho, esperei com ele na quadra e fiz diversas embaixadinhas, tentei ensina-lo a fazer o mesmo, mas ele só conseguia chutar a bola ou chuta-la em mim, o que nos fazia rir muito.

            Tomei banho rapidamente, eu e ele precisávamos fazer um trabalho de botânica no parque antes que anoitecesse. Estava feliz por estar livre do gesso, finalmente podia voltar a jogar e viver normalmente. Quando ele lembrou que esqueceu sua mochila na sala de aula e correu para busca-la, fiquei esperando por ele no pátio enquanto dava voltas distraída.

            - Oi! Pode me dizer onde fica a secretaria? – Senti uma mão em meu ombro e virei em sua direção, era uma garota de cabelos compridos e lisos, de um tom de preto quase azul. Seus olhos são castanhos e gentis.

            - Seguindo aquele corredor, à direita.

            - Muito obrigada! – Ela acenou e seguiu na direção que eu indiquei, Taehyung surgiu pouco tempo depois.

            - Quem era?

            - Não sei, acho que uma aluna nova – respondi dando de ombros.

            Chegamos no parque alguns minutos depois. O tempo estava suave e com algumas nuvens no céu, sabia que choveria à noite e levei um guarda-chuva. Essencialmente, tínhamos que catalogar algumas plantas e informar suas características, é divertido fazer trabalhos com Taehyung, ele tem uma visão diferente sobre as coisas e tudo fica mais leve e interessante. Demoramos muito para terminar porque nos distraíamos com qualquer coisa.

            - As! Vamos tomar sorvete!

            - O tempo não está bom para isso, Tae – respondi dando risada, às vezes me sentia como sua mãe, sempre cuidando dele, e ele me zoava por conta disso.

            - Eu pago um para você também! Sorvete sempre deixa todo mundo feliz e você precisa parar de ser tão chata!

            - Aish, tudo bem... – revirei os olhos e ele me puxou pelo braço com um sorriso. Disse ao vendedor que queria um de morango, e Taehyung, depois de muito tempo, escolheu um de limão.

            - Por que tanta indecisão? É só um sorvete...

            - Não é só um sorvete! – Respondeu indignado, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo inteiro. – Pensa assim, se eu sempre escolher o mesmo sabor, nunca vou provar outros diferentes, então nunca vou saber se gosto deles ou não.

            - Eu escolho morango sempre porque sei que é algo que eu gosto, não tem perigo depois de eu escolher um sabor aleatório, tipo limão, e ficar com essa cara azeda que você está agora – ele riu e mostrou a língua.

            - Se todos pensassem como você, só haveria sorvete de morango no mundo!

            Terminamos o trabalho enquanto discutíamos assuntos aleatórios. Quando uma criança derrubou a bola perto de onde estávamos, Taehyung devolveu a bola e acabou indo brincar com ela. Eu me sentei em uma balança vazia e observei os dois jogarem bola por um tempo, ele parecia uma criança, estava se divertindo muito, e quando a garotinha foi embora, sentou-se cansado ao meu lado na balança.

            - Fazia tempo que eu não me divertia tanto!

            - Estou vendo! – Comecei a balançar devagar e ele me acompanhou, quando dei por mim, estávamos competindo para ver quem ia mais alto. Estava me divertindo muito também, e fiquei irritada quando uma garota de uns dez anos veio nos tirar de lá.

            - Quantos anos vocês acham que têm? Isso aqui é para as crianças!

            - Por que você não vai brincar com outra coisa? Tanto brinquedo por aí e você quer ficar exatamente onde estamos?!

            - Porque eu quero brincar aí! Vocês não têm direito de ficar aqui, esse parquinho é das crianças, e não de dois bobões que acham que podem monopolizar a balança!

            - Bobões? Ora sua pestinha... – levantei rapidamente e fui em direção a menina, que deu um passo para frente com um olhar desafiador. Taehyung segurou meu pulso e me puxou para o lado.

            - As, deixa ela, a gente já está aqui há algum tempo...

            - Ela tem que aprender a respeitar os mais velhos! – Taehyung cobriu minha boca com sua mão e continuou me puxando para o lado, lancei um olhar mortal para aquela garotinha.

            - Seu namorado é menos bobão que você, sua tonta! – Ah, eu fiquei brava! Mordi o dedo de Taehyung e mostrei a língua para a menina, que fez o mesmo. Taehyung então pisou no meu pé e me levou para longe dali antes que eu desse uma voadora na garota.

            - Ficou louca, Astrid? – Perguntou ele dando risada quando já estávamos do lado oposto do parque, cruzei os braços com o rosto fechado. – Desde quando arruma briga com garotinhas?

            - Ela nos chamou de bobos e depois me chamou de tonta!

            - Ela tem dez anos, Astrid, pega leve – virei o rosto emburrada e ele riu mais ainda. Continuamos andando até ele parar de repente e se abaixar para pegar alguma coisa. – Para você ficar menos chata, desse jeito não vai mais assustar ninguém.

            - Se eu tivesse assustado ela, ainda estaríamos balançando.

            - Tem razão, sua chatice não serve para nada mesmo, nem quando precisamos dela – fiz uma careta e ele sorriu. Taehyung fez com que eu parasse e colocou uma flor em meu cabelo e eu fiquei um pouco sem reação. – Está um pouco menos assustadora agora.

            - Obrigada, eu acho.

            Quando anoiteceu, a garotinha irritante deixou o parquinho junto de outras crianças, voltamos para lá com um sorriso vitorioso e ele começou a me girar no gira-gira.

            - Esse é um dia inédito. Astrid Fontanatta está brincando num parquinho como uma criança, não achei que viveria para ver isso.

            - Idiota – eu o empurrei de lado e ele me empurrou de volta. Parecíamos dois amigos de infância se divertindo. Lembrei de Jimin e me senti triste, queria que ele estivesse ali conosco e não parecia certo me divertir com Taehyung com ele triste por causa de Helena. Quando os primeiros pingos de chuva começaram a cair, abri meu pequeno guarda-chuva para nós e andamos nos empurrando para não nos molharmos.

            - Está triste por causa de Jimin, né?

            - Lena nem falou para ele que estava indo embora, ele ficou tão triste...

            - Acho que Helena foi o primeiro amor dele, o que faz doer ainda mais. Ele não vai esquecê-la, por mais que tente, o primeiro amor sempre fica – de alguma forma, aquelas palavras machucaram meu coração.

            - Ele não anda legal, não come direito, não conversa, está indo mal na escola. Não sei o que posso fazer para ajudá-lo.

            - Eu também não sei, As, mas há coisas que nós precisamos resolver sozinhos. Jimin-hyung é forte e vai conseguir se levantar, nós sempre conseguimos.

            - Você já teve um grande amor? – Perguntei devagar e baixo, temendo a resposta. Me arrependi de ter perguntado assim que as palavras deixara minha boca.

            - Já. Uma vez – respondeu com um olhar distante. – Ela se chamava Minna, semana passada completou dois anos desde sua morte.

            - Sinto muito...

            - As – ele segurou meus ombros e olhou em meus olhos com um sorriso, sorriso esse que guardava muito mais segredos do que eu podia imaginar -, tudo bem se não falarmos disso? Estou me divertindo tanto com você hoje, não quero que isso acabe.

            - Claro – seu dedo passou por meu rosto e ele rapidamente voltou a olhar para frente. Por que eu fui abrir a minha boca?

            - Está ficando tarde e a chuva está aumentando, acho melhor eu te deixar em casa.

            Não questionei, abaixei a cabeça e andei lentamente ao seu lado. Me sentia cruel por tê-lo feito lembrar dela. Me sentia péssima por ter perguntado isso. Queria voltar no tempo e jamais ter dito algo que o magoasse. Chegamos em meu prédio sem dizer uma palavra sequer, ele acenou para mim e saiu andando na chuva.

            - Taehyung! – Ele se virou em minha direção com um olhar confuso e eu caminhei rapidamente até ele. – Me desculpe por ter feito aquela pergunta, não queria deixa-lo triste.

            - Astrid Fontanatta tem sentimentos? – Seus olhos traziam um quê de desafio. Por um momento, tive vontade de fazer alguma loucura.

            - Tem – eu responderia, e ele daria um sorriso lindo e desafiador.

            - Pois eu duvido – e então eu daria dois passos e puxaria seu rosto para perto do meu. E o beijaria. Nossas bocas se tornariam uma e sequer a chuva conseguiria apagar o fogo que arderia em mim naquele momento.

            - Tem – foi o que eu respondi na verdade -, e é uma completa idiota.

            - Talvez um pouco, mas faz parte – ele deu um pequeno sorriso e colocou a mão sobre minha cabeça antes de voltar a andar -, até mais, Astrid.

            Eu continuei parada na chuva vendo-o partir para longe de mim. De alguma forma, dentro de mim eu sentia que havia feito algo errado, que havia deixado ele triste mesmo sem querer. Quis jogar o guarda-chuva no chão e correr atrás dele. Mas eu não o fiz, tampouco o beijei como gostaria de ter feito. Perdi a única chance que tive, uma chance que jamais teria novamente.

            De uma forma estranha, senti que tudo mudaria entre nós. E nas semanas seguintes eu perceberia que isso era de fato verdade. Que ela faria com que eu me arrependesse por não o ter beijado enquanto pude, por não ter corrido até ele naquela mesma noite e ter mudado tudo que aconteceria depois disso. Mal sabia eu, mas o rei estava prestes a cair, e naquela mesma noite eu havia perdido minha última chance de salva-lo.


Notas Finais


Está aí um capítulo que teve um rumo completamente diferente do que eu havia imaginado - rumo esse que eu curti bastante. Passamos dos 50 favoritos e das 60 adições na biblioteca, geente não consigo expressar a felicidade que tô, na boa! Adorei ver vocês comentando e me dizendo o que andam achando da história, adoro saber o que vocês pensam e fico feliz demais em ver tanta gente gostando! A história tá chegando no seu clímax, TANDADAAN (o que me deixa um pouco feliz e um pouco triste, mas whatever), tenho nada a declarar no momento, deixo isso com vocês! <3 Até o próximo capítulo!


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