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História Estrelas - Aquele que a salvou


Escrita por: Miss_Giannini

Notas do Autor


Chegaram os primeiros favoritos! Tô tão feliz, gente, de verdade! Vocês são demais :D

Capítulo 4 - Aquele que a salvou


            Trabalho em uma cafeteria no centro da cidade, ela é pequena e muito aconchegante, meu patrão, o senhor Pyon, é muito gentil e me trata como sua filha. Comecei a trabalhar aqui no ano passado, foi meu primeiro emprego. Coloquei meu avental branco decorado com pequenas flores amarelas e prendi meu cabelo no alto da cabeça. A primeira mesa que servi foi a de Yuri, que pediu um cappuccino.

            - Não, não quero ser atendida por você, As, você é muito atrapalhada.

            - Eu não sou atrapalhada, Yui!

            - É verdade, ela tem melhorado muito – falou Namjoon surgindo por trás do balcão. – Sou testemunha disso, desde que voltou das férias não quebrou nada!

            Yuri riu e deu um sorriso bobo quando Namjoon lhe trouxe o café. Ela achava que ninguém percebia, mas estava apaixonada por ele. Namjoon é um garoto legal, faz faculdade de direito e tem covinhas adoráveis, seu cabelo é pintado de rosa bem claro, fruto de uma aposta que perdeu com os amigos, mas todos sabemos que por mais que ele negue, adorou do jeito que seu cabelo ficou.

            Mais e mais clientes chegaram, durante o entardecer a casa está sempre cheia. Adoro trabalhar aqui, sempre conheço pessoas novas e gentis, muitas famílias nos frequentam, adoro quando tem uma criança ou outra por aqui, faço desenhos em seus chocolates quente e lhes dou uma moeda de chocolate por cortesia da casa. Elas saem felizes e eu também. Perto do meu horário de sair, quando já estávamos quase fechando, um cliente entrou e se sentou rapidamente.

            - Boa noite, se... O que está fazendo aqui, Taehyung?

            - O que você está fazendo aqui, Astrid?

            - Eu trabalho aqui, não está vendo? – Respondi com um meio sorriso, ele parecia preocupado e distante. – Aconteceu alguma coisa?

            - Nada que você precise saber. Chame o Namjoon, sim? Diga que é urgente.

            Fiz o que ele disse sem entender muito bem porquê, saber que eles se conhecem foi uma surpresa para mim. Fiquei arrumando o caixa eletrônico enquanto eles conversavam, tentando me concentrar em outras coisas para não parecer interessada na conversa. Despedi-me deles quando deu meu horário de sair. A rua estava vazia e a neblina dificultava a visão naquela noite. Levei um susto enorme quando um homem passou perto de mim.

            - Oi, gracinha – senti o aroma da bebida em sua voz e me apressei em andar. – O que faz sozinha tão tarde na rua? – Eu o ignorei e continuei andando de cabeça baixa, rezando para que ele não me machucasse, até que ele me alcançou e apertou meu braço com força, fazendo com que eu me virasse e o encarasse. – Estou falando com você, docinho. Não sabe que pode ser perigoso? Pode aparecer um cara muito mal e te machucar.

            - Por favor, me solte! – ele enrolou uma mecha de meu cabelo em seus dedos e se aproximou do meu rosto, seu corpo cheirava a bebida e cigarro.

            - Não vou te machucar, só vamos brincar um pouquinho... – ele começou a me puxar pelo braço, apertando-o cada vez mais e fincando suas unhas. Quando comecei a gritar e me debater, ele tapou minha boca. – Mas você precisa ser boazinha, meu amor. – Entrei em pânico e comecei a chorar. Ele me arrastou em passos lentos enquanto apertava meu braço e mexia em meu cabelo, vez ou outra aproximando sua boca de meu pescoço.

            - Ei, cara. – Alguém o chamou. Pronto, já era, eram seus amigos. Estava perdida. Quando ele olhou para trás, levou um murro no rosto que pareceu bem forte, o homem cambaleou e me soltou, me afastei dele assim que pude. Taehyung estava ali.

            - Olha só quem encontrei por aqui, quanta sorte a minha... – Peguei dois coelhos de uma vez só... – Taehyung lhe deu um soco na barriga antes que o homem pudesse terminar de falar, e ele revidou, acertando o rosto de Taehyung duas vezes. Aquilo só acabou quando, minutos depois, Taehyung quebrou o braço do homem.

            No desespero, abracei o garoto que me salvara quando já estávamos longe do homem caído no cão. Apoiei minha cabeça em seu ombro e solucei baixo, contente por aquilo ter acabado e por ele estar ali. Ele pareceu surpreso com o abraço, de início ficou sem reação, depois seus braços me envolveram mais forte.

            Taehyung colocou seu braço sobre meu ombro e nos levou para longe dali em passos rápidos. Minha respiração estava agitada e a dele também, já estava parando de chorar, mas ainda estava muito assustada, e não conseguia esquecer da sensação da barba daquele homem nojento em meu pescoço.

            - Como você está? – Perguntou. Seus olhos pareciam vidrados e assustados, sua boca estava cortada e sangrava na lateral, seu nariz também.

            - Bem, eu acho, só um pouco assustada – respondi com a respiração entrecortada -, obrigada por ter...

            - Não – ele me interrompeu e apertou meu ombro, me colocando um pouco mais próxima dele -, foi culpa minha.

            - Como assim?

            - Entrei para falar com Namjoon porque aquele cara estava me perseguindo, é um dos amigos do meu pai... Vem, vou te levar para casa.

            Caminhamos em silêncio até meu apartamento, que não ficava tão longe dali. Fiz com que ele entrasse e se sentasse no sofá. Busquei no banheiro a caixa de primeiros socorros e pedi que ele ficasse quieto para eu cuidar de seus ferimentos.

            - Não precisa disso, Astrid – disse segurando meu pulso -, não foi nada demais.

            - Foi sim, agora por favor. – Com o pulso agora solto, passei um algodão ligeiramente molhado sobre seu nariz para tirar o sangue, sua respiração estava quente e um pouco agitada, fazendo cócegas em minha mão. Passei para boca, seus lábios são macios e bem contornados, ele fez uma careta quando passei o anti-inflamatório, fazendo com que eu olhasse em seus olhos castanhos. Taehyung estava bem próximo de mim, seus olhos analisavam meu rosto como uma pintura, e quando ele olhou diretamente em meus olhos, corei e olhei rapidamente para sua boca, para terminar o curativo. – Terminei.

            - Você tem certeza de que não se machucou?

            - Meus braços estão um pouco arranhados, mas não é nada demais – falei com um leve sorriso, ele retribuiu o sorriso, pegou um algodão molhado e o passou para tirar o pouco sangue seco das marcas de unhas do homem em meu braço. Disse que não precisava e ele continuou mesmo assim, suas mãos estavam quentes e com cicatrizes de machucados recentes e de outros mais antigos.

            - Tae... Obrigada por... você sabe... – ele beijou minha testa, o que eu não esperava.

            - Se cuida, tá bom? Te vejo amanhã no laboratório.

            Taehyung saiu logo que Yuri entrou, ela me deu um abraço apertado e agradeceu o menino que havia me salvado, xingou o homem de todos os nomes e disse que nunca mais deixaria que eu saísse sozinha na rua quando já fosse muito tarde. Yuri é como uma irmã mais velha para mim, me sinto muito amada e protegida por ela. Dormir foi muito difícil, acordava suando e me debatendo diversas vezes. Por volta das duas da manhã recebi uma mensagem.

            From: Taehyung

            Você está bem? – Tae

            To: Taehyung

            Sim... (como você tem meu número?) – As.

            From: Taehyung

            Também não consegue dormir? (peguei enquanto você não estava vendo, desculpa) – Tae

            To: Taehyung

            Não... (esperava mais de você rs) – As.

            From: Taehyung

            Não vá amanhã, eu te ajudo depois a recuperar a matéria de biologia, não se preocupe. Tente descansar... (uma hora ou outra ia precisar dele) – Tae

            To: Taehyung

            Vou ver o que eu faço. Boa noite, Taehyung – As.

            From: Taehyung

            Durma bem, Astrid – Tae

            De alguma forma, isso foi suficiente para que eu me acalmasse ao menos um pouco. Da janela do quarto, pude ver uma ou outra estrela sorrateira, apenas me observando, talvez me protegendo daquela noite sombria. Você está aí também, não está, pai? Sempre cuidando de mim. Obrigada por ter pedido às estrelas para que Taehyung aparecesse, não quero nem imaginar o que teria acontecido se ele não estivesse lá. Lembrar dele é reconfortante, um pouco estranho até. Mas depois de hoje, independente de quão irritante às vezes ele possa ser, adicionei Taehyung em minha constelação.


Notas Finais


Vejo vocês no próximo capítulo! <3


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