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História Estrelas do Céu de Abraão - Capturadas.


Escrita por: onlyreason

Notas do Autor


Olá :)
Sei que dessa vez demorei mais do que normalmente, mas jamais me esqueço dessa fic, estava adiantando tudo, escrevendo os capítulos, mas enfim, estou aqui! Boa leitura ❤

Capítulo 35 - Capturadas.


Elias sorria junto dos pais, estava feliz com a notícia de que a mãe estava grávida.

— Eu quero sentir ele se mexendo na sua barriga, mamãe — falou o menino, alegremente.

Esther riu diante da ansiedade do filho.

— Ainda é cedo, esse irmão ou irmã é muito pequeno ainda.

— Quando você ainda estava dentro de barriga de sua mãe, Hatate vivia tentando sentir o mesmo. — recordou Otniel.

Esther sorriu com lembrança, tantos momentos que passou felizes ao lado de Otniel, Hatate e Elias, e agora mais um filho.

Ela sabia que era exatamente coisas assim que tinha que recordar, Esther tentava não pensar nos últimos acontecimentos, em coisas ruins.

Esther não conseguiu evitar um gemido de dor.

— O que foi, meu amor? — quis saber Otniel, preocupado. — O que está sentindo?

— Foi só uma pontada, já passou. Sara avisou que eu poderia sentir dores.

Com o passar dos dias as dores foram diminuindo,  com tanto carinho que recebeu em seu lar,  não poderia ser diferente, mas uma notícia a chocou completamente,  a tribo de Aser havia sido escravizada, e quando recebeu a terrível notícia, se sentiu muito infeliz.

— Graça à Deus Ula, Mireu e Tamar, estão aqui. Mas e os outros!?

Pensou em Elói, Ioná, Tiléia, Arauto, os meninos lagartos gosmentos que agora cresceram, Zilai, Diná, Kira e Kalu.

Tantas pessoas que nunca perderam sua fé,  mas perderam sua liberdade, por culpa do pecado de outros.

— Kalu, não pode ser! — exclamou, cheia de tristeza. — Meu amigo, Kalu.

— Faremos o possível para reverter essa situação. — garantiu Otniel.

Esther sabia que eles teriam um longa jornada, antes de acabar com aquela opressão, não era algo tão simples.

— Sei que vocês guerreiros,  não podem fazer nada, ainda que o Sul, tenha um exército poderoso, Deus não sei comunicou com nenhum hebreu. Não temos líder, sabemos do perigo de enfrentar um exército, sem que Deus tenha garantido a nossa vitória.

— Eu, você, e muitos outros tem fé, e isso é o suficiente.  Deus não vai nós abandonar,  porque nós não o abandonamos.

Otniel a abraçou, e Esther soube que era verdade. Deus não os abandonaria.

Mas notícias só pioravam confirme os dias passavam.

Certa tarde, Otniel chegou da cidade junto de Hatate com a seguinte notícia:

— Os Assirios atacaram Judá.

Esther se desesperou.

— Atacaram?  E você está bem?

— Estou inteiro. Nossa tribo tem um grande numero de guerreiros, por isso contornamos a situação rapidamente. Mas você sabe, sempre ficam vitimas... E alguns hebreus foram feridos.

— Mas eles viram, Esther. Viram a força de nossas tribos do Sul. Benjamin tem sofreu um ataque  a alguns dias. Mas também os expulsaram rapidamente.— explicou Otniel.

Lembra do que você me disse? Porque a nossa fé permanece. Deus não vai nos desamparar. Ele não se esquece daqueles que mantem firme em fé.

Esther sentiu uma leve vertigem, e Otniel a segurou.

— O que você está sentindo?

— Foi só uma vertigem, eu acho que e porque não alimentei direto, hoje. Com tudo o que está acontecendo, perco a fome. — falou, se sentando.

— Não deveria, você está grávida, come por dois, agora. Eu vou pegar água.

Esther bebeu um gole da água.

— Se quiser podemos ir ate a Sara. — disse ele, preocupado.

— Não, eu estou bem melhor. A congregação vai se reunir? — perguntou ela.

— Em breve, mas amanhã faremos uma grande reunião. As tribos do Sul vão se reunir aqui em Hebrom. — Otniel contou. — Mas você não precisa se preocupar com isso,  tem que cuidar de você, e de nosso filho.

                                     

                        ***

— É isso. É aqui que eu deixo minhas artes.  — Seraias disse a Tamar.

Havia a convidado a jovem para conhecer a sua oficina.

— Você é muito talentoso,  parabéns Seraías. — ela o elogiou. — Devia fazer uma exposição.

— Obrigada. Você acha mesmo?

— Claro.

— Está gostando do Sul, Tamar?

— Muito, é um lugar muito bonito, as pessoas são cordiais, mas confesso que vou sentir muita falta de Aser. — falou nostálgica. — até mesmo amigos meus, foram escravizados.

— Um realidade, infelizmente. — lamentou Seraías.

Hatate e Boaz, chegaram a oficina.  Afim de fazer uma surpresa a Seraías, pois seria a primeira vez que Boaz iria até a lá.

— Shalom.  — disseram.

— Boaz, quanto tempo, meu amigo.—  Essa é Tamar,  irmã de Melina. — Seraías apresentou à eles.

—  Shalom. Um prazer conhecer vocês. Logo, se voltou ao jovem artesão de Israel. — Obrigada pelo convite, Seraías. Eu gostei muito de conhecer a oficina e seu trabalho. Estou indo, shalom.

— Que sorriso é esse? — Hatate perguntou, quando ficaram apenas nos três.

— Está apaixonado por Tamar? — Boaz perguntou. — Como é está apaixonado?  Comigo ainda não aconteceu, mas meu pai  sempre diz que quando eu encontrar a mulher de minha vida, eu saberei que é ela.

— Também não sei,  porque ela só uma amiga. — Seraías respondeu, meio sem graça. — Agora,  mudando de assunto,  só a congregação se reunindo aqui em Hebrom, para você vir aqui.

— Infelizmente a guerra se aproxima. — disse Boaz. — Temos que nos unir, terei muito orgulho em defender Israel em grande batalha, pela primeira vez.

— Até parece que seu pai Salmon, vai permitir que você lute na guerra. — Hatate disse a ele. — É preciso ter no mínimo vinte e um para a guerra, e Salmon é muito sensato,  provavelmente não vai  abrir uma exceção por ser filho dele, Boaz.

— E porque não?  Eu tenho vinte anos,  treino com ele para valer desde os quinze. E também, não acho que guerra vai acontecer, não agora. — refletiu Boaz. — Deus não falou com ninguém. E Finéias disse que temos que esperar Deus escolher o libertador.

— Quem sabe nós três teremos a oportunidade de guerrear contra os assírios, juntos? — questionou Seraías.

— Você também quer ir para guerra?  — perguntou Boaz.

Dos três, Seraías sempre foi o que menos se interessou em ser um espadachim, não porque não gostava, mas o artesanato era sua grande paixão.

Ele assentiu, sorrindo.

— Claro, seria uma honra lutar por Israel,  pelo menos uma vez na vida, afinal, meu pai lutou a vida inteira.

— Quenaz era um bravo guerreiro mesmo, e seu  irmão Otniel, não fica atrás.— comentou Boaz,  caminhando pela oficina. — Ficou um lugar organizado, e essa peças, você é talentoso mesmo, Seraías.

— Otniel que pediu para uns  de seus criados construírem, e o local foi pronto rapidamente. E quantos as peças, eu tanto melhorar a cada dia. — disse Seraías.

— Por falar em Otniel. — Boaz voltou-se a Hatate.  — Soube que ele será pai, que você terá mais um irmão, Hatate.

Hatate sorriu, assentindo.

— Pois é, ou irmã. Elias diz que será uma menininha, se for mesmo, terá o nome de minha avó, Yarin. Estamos todos muito felizes.                                         

                                ***

— Sei que essa não é a melhor situação, mas pelo menos assim reencontro minhas amigas. — comentou Esther.

Ela, Lila, Nira, Melina e Rebeca, conversavam juntas, em Hebrom. Todas estavam ali, porque era o dia da reunião das tribos, em Hebrom.

— Escravidão. — começou Nira. — Acho que o povo de Israel não esperava por isso,  nunca mais.

— Servindo à aquele Deuses falsos, estavam sim. — disse Lila. — Somente o verdadeiro Deus,  nos liberta,  nos salva. Somente na fé dele, somos livres.

— Um novo líder seria bom. — Rebeca falou esperançosa.— Em breve,  Deus tocará alguém.  Enchendo de sua glória e esse irá nos libertar. — Lila completou, confiante.

Esther sorriu.

— Linda sua fé, Lila. Como a de sua família. 

— Mas será que novo libertador, vai demorar tanto para aparecer? — questionou Rebeca.— Moisés surgiu só depois de quatro séculos.

— Não,  Deus não teria trago seu povo para a terra prometida,  para serem escravos. Tenham fé. Se tivermos fé, Ele logo libertará nosso povo. — Esther disse confiante, esperançosa.

— Mas devemos ser bastante cautelosas, todo cuidado é pouco. — avisou Melina.

Poucos segundos depois, as cinco viram, uma movimentação. Eram soldados inimigos, perceberam.

— São inimigos invadindo Hebrom. — percebeu Melina.

Melina bem tentou em lutar contra os soldados Assírios, já que tinha uma adaga com ela, mas acabou ferida, ensanguentada no chão.

— Melina! — Esther gritou, enquanto os Assírios a levavam. E também Rebeca. — Vão pedir ajuda, vão!

— Cuidado com elas, lembre-se de que uma delas tem grande importância para o nosso soberano. — recomendou um dos Assírios.

O mesmo pensamento surgiu entre elas: o que o rei da Mesopotâmia poderia querer algo especial com alguma delas?

Nira e Lila correram para avisar aos outros sobre a captura de Esther e Rebeca, e para pedir ajudar a Melina.                                               

                           ***

— Eu estava com elas,  Melina até dizia que deveríamos tomar cuidado. — contava Nira deseperada e ofegante.

— A questão é que eles vieram atrás da Esther. Queriam ela e apenas ela. — acrescentou Lila. Ouvi o que dizeram, "é a ruiva", "com o pentagrama no pescoço".

— Certamente eram assírios, são eles que estão escravizando o nosso povo. — Finéias falou.

—  Exatamente,  o reino da Mesopotâmia está escravizando hebreus. — Ezequiel destacou, ao lado da esposa Nira.

— O que eu e Nira achamos é que levaram a Esther, não por acaso, que vieram aqui,  exclusivamente para isso. — explicou Lila.

"Esther foi exilada." "Se é que ainda está viva" muitos guerreiros começaram a dizer.

Otniel apenas ouvia sem dizer nada.  Não podia ser! Aquilo não podia estar acontecendo! 

— Não pode dar ouvidos ao que muitos vão dizer à você. — Nobá aconselhou se aproximando. — Não se pode perder as esperanças. 

Gael também se aproximou,  e avisou:

— Estamos dispostos a ajudar nas buscas. 

— Eu sabia que podia contar com você, meu amigo. — Otniel disse à ele,  em seguida,  olhou para Nobá.  — Com vocês, obrigado.

Gabriel se aproximou deles, também desesperado, pois haviam levado também sua esposa, Rebeca.

— Eu irei com vocês, preciso encontrar minha esposa. — afirmou.

                         ***

— Eu mal posso acreditar no que aconteceu. É pior é que não consegui evitar. — Melina falou, entristecida.

— Melina, meu amor, você precisa se acalmar, descansar. — disse Iru.

Ele entrou em desespero ao saber que sua amada,  havia sido ferida,  graças à Deus,  o ferimento não foi muito grave,  e ela estava consciente, estava bem.

— Já foram atrás deles? — perguntou, dando de ombros, ao que Iru havia acabado de dizer.

— Sim, Otniel e outros foram sim.— confirmou ele.

— E você não foi, por quê? 

— Porque você é minha esposa, está ferida, eu tenho que ficar ao seu lado.

— Uma coisa horrível que aconteceu, meu amor. — lamentou.  — Com a minha irmã, porque para mim Esther, é como uma irmã.

— Vocês são muitos próximas, mesmo. —  sorriu Iru, admirava a amizade de ambas. — Vamos orar a Deus, para que Esther e Rebeca, voltem para casa, sãs e salvas.

— Vamos sim. — Melina concordou, e então começaram suas orações.                                       

                           ***

Aquela viagem, estava sendo muito mais calma que havia imaginado,  pensou Esther, porque ela e Rebeca se surpreenderam em como estavam sendo tratadas.

Não estavam sendo tratadas como escravas, os homens ofereciam alimentos, frutas e água. 

Depois de três dias, chegaram a Babilônia,  e mais um dia estavam na Assíria, na cidade fortificada de Nívine.

A cidade fez com que Esther recordasse de Jericó,  embora nunca mais viu muralhas tão fortes e altas, as de Nívine também eram menores.

"Sejam bem vindos à Nívine, capital da Assíria", havia uma faixa escrita com letras grandes. 

Aquilo significava que elas estavam no Norte da Mesopotâmia, na Alta Mesopotâmia.

O que fazia Esther se lembrar do primo: Marduk.

As coisas tinham terminado tão ruim, será que havia alguma chance de se reencontrar com ele? Ela esperava que não!

O caos nas ruas era visível, assírios caminhavam pelas rua, como se nada estivesse acontecendo, ignorando os muitos escravos, a sua volta.

Esther recordou-se de Quenaz, ele relatava que foi escravo por muitos anos, e que o tratamento era desumano. Agora ela podia ver.

Esther desconfiou que aqueles escravos eram hebreus, e isso a deixava entristecida, se chegaram a aquela condição, a culpa era deles mesmos. Do pecado que comentaram. Apesar de nem todos terem culpa.

Sentiu um súbito medo de ver alguém que conhecia naquela condição.

Continuaram caminhando de carruagem até o grande palácio de Nívine. E levaram as duas para a masmorra.

Elas ficaram ainda mais intrigada. O que esse rei queria, afinal!?

— O que vai ser da gente,  Esther?  — dizia Rebeca deseperada.  — Eles vão nos matar!  Gabriel sempre diz que os Assírios são muitos cruéis.

— Rebeca,  eu sei que é difícil, mas precisamos manter a calma.  Estamos na masmorra,  se fizemos muito barulho, o carcereiro virá até aqui. 

— Eu sei, mas estou desesperada,  Esther. Acabou para gente!

— Não acabou, agora mais do que nunca,  precisamos ter fé.  — insistiu Esther. 

Rebeca pensou um pouco, e deu um leve sorriso.

Pelo menos Nira e Lila fugiram. — falou,  encontrando algo bom em meio a tragédia. — Espero que Melina, fique bem.

— Eu também espero. Temos que pensar em tudo o que deixamos para trás. Eu, por exemplo, eu tenho Hatate,  Elias e... — ela fez uma pausa.  — Agora essa nova vida que eu carrego dentro de mim.

Rebeca ficou surpresa.

— Você está grávida?

— Sim, eu estou.  — confirmou, e colocou a mão sob o ventre. — E é exatamente por isso, que eu serei forte, pelo meu filho, eu não vou desistir.


Notas Finais


Sobre Hatate, Seraías e Boaz, com a mudança de fase , eles cresceram, e estão com dezesseis, dezessete e vinte anos anos agora, respectivamente. E sobre o capítulo, a única coisa que eu vou pedir é para vocês não desistirem de mim, e da fic, tudo o que acontece aqui, tem um motivo 💔


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