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História Estrelas do Céu de Abraão - Rumo a Belém.


Escrita por: onlyreason

Notas do Autor


Voltei com o 49! Não foi tão rápido, mas também não demorei tanto quanto da última vez, espero que gostem. Rute na capa!

Capítulo 49 - Rumo a Belém.


Fanfic / Fanfiction Estrelas do Céu de Abraão - Rumo a Belém.


Tamar havia se acalmado assim como sua mãe Ula, ao ver seu pai Mireu chegar em segurança na tenda após a guerra, mas ao ouvir que Seraías havia sido ferido, sua preocupação voltou, ele foi ferido, precisava vê-lo...
Foi para a tenda onde estava os feridos, rapidamente, antes mesmo que Mireu terminasse de falar, entendeu que, Israel havia vencido a guerra, Israel estava livre, faltava que Seraías ficasse bem.
— Onde ele está? Como ele está? — perguntou aflita, a Deborah.
Deborah já sabia de que se tratava. 
— Acalme-se Tamar, ele ficará bem. Está ali. — apontou a maca.
— Shalom. — disse a jovem, ao se aproximar.
Esther estava em sua presença, porém nesse instante, o sobrinho de Seraías, Hatate adentrou o local dizendo que para Esther que ela precisava ver algo, ambos se retiraram, não antes, de Esther olhar para ela com esperança, ela torcia para que Seraías e Tamar ficassem juntos.
—  Eu fiquei tão preocupada. — começou Tamar, ao se aproximar. 
— É preciso que eu quase morra, para que você venha falar comigo? — perguntou ressentido.
— Não fale isso. Eu não suportaria te perder. Você sabe o significado do seu nome?
Embora soubesse, ele esperou que ela dissesse:
— Soldado do senhor.
Seraías sorriu, e sentiu um pouco de dor. 
— O que foi!? — Tamar preocupou-se.
— Só sinto um pouco de dor, mas estou bem. — ele a tranquilizou. — Bom, pode se dizer que eu fui um soldado do senhor, nesse dia. Tamar, eu quero que as coisas voltem a ser como antes. Não fuja mais de mim, eu lhe imploro.
— Você não compreende o quanto é difícil para mim, eu me esforço muito Seraías, mas não consigo. — ela respondeu tristemente. — Mas, graças a Deus, você está bem. E eu vou embora, shalom!
— Tamar, espera... — Seraías falou e suspirou, ao ver ela sair depressa.
Deborah que observava a situação, se aproximou de Seraías, ela e Tamar eram muito amigas.
— Até quando Deborah, até quando ela vai fugir de mim? — ele a perguntou.
— Ela te ama, sei que já esperou tanto por ela, mas... Esse trauma mexeu com ela.
—  Eu quero fazer ela feliz, basta ela deixar. 
— Confie em Deus, Soldado do Senhor, vocês ainda serão muito felizes juntos. Ela também te ama, vai superar o passado.
— Emuná Deborah. Emuná.
— Emuna, agora descanse, eu tenho que ir cuidar de outros feridos.
Seraías ao ficar sozinho, lembrou-se então do irmão Alec que ele não conhecia ainda, se tudo desse certo, em breve conheceria seu irmão.

                                  ***

Esther observava a filha dormir emocionada, tão calma, ela sorria, devia estar tendo um sonho lindo, pensou ela.
— Parece um sonho que ela está aqui com a gente. — Otniel disse, ao lado dela, também observando a filha, encantado.
Esther sorriu, e olhou nos olhos do marido, sentindo sensações que não sentiam à tempos: segurança, paz.
— Hoje é o melhor dia da minha vida, nunca me senti tão completa.
— Tem razão. A opressão acabou, e nossa filha está aqui conosco.
Ele a beijou com carinho, e perguntou:
— Vamos lá ver como meu irmão está?
— Sim, vamos. — concordou Esther.
Saíram da tenda juntos.
— Eu já ia me esquecendo... — Otniel disse à ela. — Alec me disse que precisa falar com você.
Esther viu o primo, conversando com sua avó Adele. Eles finalmente se conheceram, avó e neto.
Esther caminhou até Alec, e o abraçou. Quem mais sofreu com toda a guerra, sem dúvidas, foi ele.
— Eu sinto muito, primo. — disse.
Alec meneou a cabeça, os olhos estavam umedecidos.
— Meu pai forjou sua própria destruição com sua grande ambição, e sede de vingança. Mas, Esther tem algo complicado que eu preciso te dizer. — noticiou ele.
— Pode dizer. — pediu Esther, preocupada. O que poderia ser, depois de tudo?
— Meu pai sempre disse para Ishtar, que ela era filha dele.
— O nome dela é Yarin, foi uma homenagem a avó materna dela. — ela o corrigiu, imediatamente. 
— Eu sei, eu compreendo, mas nós a chamávamos de Ishtar. Ela acreditava ser filha dele, minha irmã, e que a mãe dela, ou seja que você a abandonou para ficar com um hebreu.
—  Ela se chama Yarin, eu nunca a abandonei, ela foi arrancada de mim, e é filha de Otniel. Como eu vou consertar isso?
— Não sei, mas sei que você e seu marido vão conseguir. 
— São os pais verdadeiros, ela vai acabar sentindo, retribuindo todo o amor. — disse Adele.
— E é tão bondoso, que ainda se preocupa comigo. Como você está, Alec?
— Triste, abalado, ele podia ter muitos defeitos, e às vezes parecia que me odiava, mas era meu pai... E minha mãe também está morta.
— Nina!? O que aconteceu com ela?
— E não tem nada a ver com a guerra. Foi ontem à noite, meu pai não quis explicar o motivo, e agora não explicará nunca.
—  Nada que eu diga agora fará com que essa dor passa, eu sei porque já passei por isso.  
— Eu sei, você tinha apenas sete anos quando perdeu seu pai, sua mãe. E sobreviveu, eu irei sobreviver também, preciso, a Mesopotâmia precisa.
— Aos poucos, essa dor, vai dissipar Vejo que já conheceu sua avó Adele.
— Sim. — Alec respondeu sorrindo.
— Foi ela quem esteve ao meu lado, quando fiquei órfã, Adele, sua avó.

                  ***

— Fui ferido, mas vou ficar bem. — Seraías falou para Esther.
— Foi um grande susto; quando eu te vi ferido, chegando. —ela respondeu ao primo. — Você foi muito corajoso de ter vindo para guerra.
— Eu posso até ser um artesão, mas eu soube que tinha que vir ajudar Israel.
Otniel se aproximou mais dele.
— Meu irmão, você conseguiu, é mesmo um guerreiro. Nosso pai Quenaz, iria se orgulhar, não é?
— Do seio de Abraão, ele se orgulha, meu irmão. — garantiu Otniel.
— De você, principalmente, juiz Otniel. — Seraías falou, fazendo Otniel sorrir.
— Sua mãe está radiante lá fora com o neto. — contou.
— Eu quero muito conhecer meu sobrinho. — falou Seraías, sobre Alec.
— Você vai, Alec é um rapaz de bem.
— Só espero que o trono não mude sua essência.
— Você parece preocupada com algo, prima. — percebeu Seraías, ao ver Esther tão pensativa.
— Eu estou mesmo, bastante preocupada com o que Alec disse. — revelou Esther. — Parece que nossa filha Yarin, acreditava ser filha de Marduk.
— Não será fácil, mas vamos conseguir. Essa mentira não será mais forte que nosso amor, e tudo de bom que temos para ensinar.

                             ***
Amanheceu, e o príncipe Alexander voltou para o palácio, junto da avó. Ele fez questão de ele mesmo mostrar o palácio para a sua avó, Adele. Era sua salvação, sem a presença dela, ele teria desmorado. Um príncipe herdeiro era preparado para muitas coisas, mas não para ficar órfão de pai e mãe num único dia, e ter que subir ao trono, do reino mais poderoso da terra, em seguida, com apenas dezesseis anos. 
Ele era um menino ainda, que não se sentia que estaria pronto para governar. Algum dia, mas agora esse era o seu dever.
— Aqui é tão grande. — Adele falou caminhando pela sala do trono. — Esse palácio é muito maior que o de Jericó, e o de Jerusalém foram um dia!
— Aqui é muito mais que um reino, é um império, minha avó. Você precisa conhecer cada província dessas terras: Assur, Ur, Babilônia... É tudo magnífico.
— Será um prazer conhecer, e tudo isso pertence a você, por direito. Você não passou cima de ninguém. 
— A senhora vai ficar aqui comigo?
— Alec perguntou caminhando pela sala do trono, a avó abraçada à ele.
Adele estava radiante, porque teria a chance de viver com o neto, que demorou tantos anos para conhecê-la.
— Sim, eu criei meu filho Seraías com muito amor, hoje ele é um bom homem. E se você permitir, ficarei para te fazer companhia.
Alec sorriu para Adele.
— É claro que permito, eu vou adorar sua companhia, minha avô. Sou muito jovem, não pretendo me casar ainda, e será maravilhoso ter uma Rainha-Mãe.
— Rainha-mãe? — indagou Adele, sem acreditar.
— Sim, sentará naquele trono, ali. Ao meu lado.
— A guerra passou mas ainda estou preocupada... — confessou.
— Com o que, vó?
— Com você, você agora é um imperador, Alec, outros reis podem a atacá-lo, agora que está vulnerável.
— Eu deveria temer se não tivesse um exército, mas tenho, o exército assírio é tão numeroso, que apesar de termos tidos muitas baixas, os que ficaram, lutarão por mim. Lutarão pelo reino. — ele a tranquilizou.  — Muita coisa precisa ser feita, muita coisa precisa mudar por aqui, preciso começar.

                         ***

No jardim do palácio, Rebeca conversava com Melina aos prantos.
— Eu fiz tudo errado, Melina. — contou ela. — Eu trai o Gabriel, com o General Adonis, foi uma vez, mas essa vez foi o suficiente para que eu engravidasse. Espero um filho dele, em meu ventre. Justamente agora que eu poderia ficar com Gabriel.
Melina pensou como diria sobre a morte de Gabriel.
— Não precisa sentir tanta culpa. Tem uma coisa que você precisa saber...
— O quê?
— Sobre o Gabriel... Ele não está mais entre nós, está junto de Deus.
— Não! Que ele tivesse se casado novamente, mas isso não.
— Infelizmente, ele faleceu, na época  em que você veio para cá. 
—Meu Deus! 
— Você precisa se acalmar, Rebeca, pensa nesse filho, que está no seu ventre.
— Só espero que dessa vez de tudo certo, que eu tenha a chance de criar esse filho. E eu espero reencontrar o filho que tive com Gabriel. O meu Miguel.
— Bem, vamos encontrá-lo sim, assim como Esther encontrou sua filha. Ela é muito grata à tudo o que você fez pela filha dela. Ela virá aqui no palácio, e quer conversar com você.
— Será um prazer, eu a julguei muito no passado, mas Esther é uma pessoa generosa, fico feliz por ela.
— Shalom. — falou Adele ao se aproximar das duas.
— Rebeca, eu tenho um convite para te fazer. O que acha de ficar no palácio, e ser minha dama?
Tanto Rebeca, quando Melina, observaram Adele, sem entender.
— Como assim, Adele? — indagou Melina.
— Eu não voltarei a Israel, ainda hoje, quando meu neto for coroado, eu também serei, como rainha-mãe desse reino.
— Eu não me vejo mais em Israel, e aceito o convite, mas preciso que saiba que estou grávida.
— Mas como? — indagou Adele.
Não era um julgamento, e sim uma confusão, Adele não entendeu.
— Grávida de Adonis, eu sei que falhei, mas essa é a verdade.
— Sem problemas, um filho é sempre uma bênção na vida de uma mulher.— disse Adele, compressiva. — Dessa vez, ninguém fará mal a seu filho, eu lhe garanto.
Rebeca então pensou em Miguel. Onde ele estaria? Pensava ela, com o fim da escravidão, iria encontrá-lo?
— Muito obrigada, Adele. Terei a chance de recomeçar minha vida.
— Agora preciso mepreparar para coroação de meu neto. E mais tarde, terá o discurso de Alexander, na sacada do palácio.

Quando Rebeca caminhava direção ao harém, Adonis chegou a surpreendendo. Ela sabia que ele estava vivo, afinal ele não foi para a guerra, mas não acreditava que ele voltaria, a menos... que estivesse pensando em se livrar do príncipe Alexander.
— Adonis. — ela falou estagnada.
— Eu não disse que voltava, meu amor? — sussurrou. 
— Seu plano deu errado, a rainha que morreu.
— Por Assur! Eu desconfiei, todos falam que Marduk morreu na guerra, Marduk teve ter descoberto a verdade. E Nina... Foi ingênua mais uma vez.
— E agora você veio para se livrar do príncipe herdeiro, é isso? —Rebeca perguntou temerosa. — Ele será coroado hoje.
— Não, eu refleti tudo o que a gente conversou. Chega de tanta vontade por poder, Marduk tinha tanto, e olha o que aconteceu?
— Você está dizendo que...
— Que única coisa que eu quero, é ficar com você, e com o nosso filho. Eu sou feliz sendo general do exército, agora mais ainda, eu não havia me dado conta do quanto minha vida está completa, o emprego, amo e sou amado por uma mulher maravilhosa, e serei pai. 
— O que mais eu posso querer? Marduk era meu amigo, e eu vi o poder o enlouquecer, e o destrui. 
— Como vou saber se está mentindo ou não, Adonis?
—  Sei que depois do que planejei não sou digno de sua confiança. Só o tempo irá mostrar se estou falando a verdade, Rebeca. — disse Adonis. — E eu espero o tempo que for preciso para me casar com você.

                                   ***

Os Assírios  demonstravam o medo de toda a população. Temiam Otniel, o homem que tirou deles seu temido monarca.
Otniel não ficou muito surpreendido, sabia que infelizmente os povos estrangeiros estavam tão acostumados com a monarquia, que não saberiam viver sem rei, mesmo sendo um regime opressivo, eles preferiam viver em um mundo de desigualdade. Onde os poderosos mandavam. Onde eles não tinham "voz", onde suas opiniões não importavam.
— Você não é um usurpador, juiz Otniel, se fosse... Já teria me matado.
— Minha guerra foi apenas para retornar a paz. Em Israel, não temos reis. — Otniel falou para Alec. — Temos líder escolhidos por nosso Deus, nosso Deus é nosso rei. Então, porque eu seria rei da Mesopotâmia? — Sei que esse império precisa de um rei. — prosseguiu Otniel. — E terá, o único a quem a coroa pertence; você Alexander, o príncipe herdeiro.
O príncipe estava muito surpreso.
— Eu nunca pensei que viria algo assim. Todas as rebeliões que estudei, nunca foi apenas pela liberdade, todos queriam poder, sempre o poder, acima de qualquer outra coisa. Mas, vocês hebreus são diferentes, e tem um Deus muito poderoso.
— Um Deus que enquanto nosso povo crer nEle, o temer, e obedecer suas leis, a paz perdurará.
— Você não é um inimigo, é bom saber disso.
No mesmo dia, o príncipe foi coroado o rei de toda Mesopotâmia, e assumiu um acordo de paz com Israel, e tornou o Sul da Núbia uma província independente. Depois se apresentou para a população de Nínive, já coroado, fez um pequeno discurso:
— Povo da Mesopotâmia, escutem, caldeus, arameus, assírios, babilônios, pára todos uma nova era se inicia. Eu vou provar que um monarca pode mudar a realidade de um povo, que podemos sim.
O povo se alegrou e começou a gritar:
— Viva ao rei Alexander! Que Assur protega o novo rei!

                                 ***

Otniel estava com Esther, as pequenas Yarin e Noemi, e seus pais Iru, Melina observando a grande festa, o grande louvor, que estavam fazendo ao Senhor, por sua liberdade. O hino era antigo, o mesmo que os hebreus cantaram, após a travessia do Mar Vermelho:
"O Senhor é a minha força, e o meu poder, ele me foi salvação; este é o meu Deus... Ele é o meu Deus, por isso o exaltarei... O senhor é varão de guerra... Ò Senhor quem é como tu entre os deuses? ... O Senhor reinará eterna e perpetuamente. [Êxodo 15]
Avistaram a família de Zuma, que se aproximava.
— Em primeiro lugar, parabéns, Zuma. Suas terras são independentes. —Iru disse à ele.
Zuma estava emocionado.
— O mundo precisa de mais monarcas, como esse jovem rapaz que subiu ao trono no dia de hoje. Os Assírios haviam tomado meu reino, escravizado meu povo, e venderam a mim e minha família como escravos. Agora com o fim desse Reinado de opressão,voltarei a governar a Núbia. — contou o núbio. — Para deixar claro, a partir de hoje, seremos um reino monoteísta. Nosso povo conhecerá o Deus de Israel. 
— Que bom ouvir, rei Zuma!
— Mas ainda existe uma preocupação. Minha filha Maya, foi levada para Mesopotâmia numa incursão. — contou Mandisa, esposa de Zuma.
— Ela tem quantos anos, agora? — Esther perguntou.
— Treze anos.
— Faremos o possível para encontrar a princesa Maya. — Otniel garantiu a eles.

                ***

Seraías foi até Tamar, e ela tentou se afastar, como sempre.
— Não faça isso, Tamar. Precisamos mesmo conversar. — ele pediu.
Ao contrário, das outras vezes, ela decidiu ficar e ouvi-lo. Estremeceu quando ele segurou em sua mão. E a soltou rapidamente.
— Desculpe, foi sem querer.
Tamar — ele se desculpou. — Uma vez você me disse que conhecia a história de Tamar.
Ela assentiu.
— E certamente conhece a de Diná, também. — ele prosseguiu. — Filha de Jacó.
— Sim, Diná...
Tamar parou, ao entendeu onde Seraías queria chegar. 
O que aconteceu com ela, havia acontecido também com Diná.
— Não deve se sentir culpada, Tamar. Ninguém acha isso, nem a congregação. Se achassem você teria sido apredrejado junto dele. Mas não, você foi vítima daquele maldito.
Estava desenterrando o assunto da época mais sombria de sua vida, que deixou marcas para sempre. Mas Seraías sempre mostrou para ela o quanto a amava.
Assim como a irmã de José, que viveu tantos anos antes dela, Tamar foi violentada.
Seu pai Mireu, ficou tão revoltado que teria o matado com sua espada, mas segundo as leis de Moisés, ele deveria ser apedrejado, e assim aconteceu.
Mas como apagar da memória tudo o que aconteceu? Desde dia Tamar se afastou de Seraías, disse à ele que deveria se esquecer dela, e se casar com outra.
—E você não se importa que não seja mais pura? — ela perguntou, envergonhada. 
— Já disse que não. Esperei anos para me casar com você, e ainda espero o seu sim.
— O que aquele homem fez foi te machucar, eu vou curar as feridas que ele deixou. Será uma mulher respeitada em toda Israel. Deixa eu te fazer feliz, casa comigo?
— Sim, eu caso Seraías, te amo.
Depois de todos anos, finalmente se casaria com sua Tamar.

                           ***
No palácio da Assíria, Seraías sorria, finalmente Tamar disse sim para ele.
— A senhora não vai voltar mesmo para Israel? — Seraías perguntou a sua mãe Adele.
Ela demorou um pouco para responder, Seraías tinha que admitir que ainda era estranho ver sua mãe vestida com uma rainha e com uma coroa, mas era exatamente isso que ela era. 
— Não é uma decisão fácil, mas Alec está sozinho nesse mundo, é meu neto, não posso abandonar ele aqui nessa terra. Com uma responsabilidade tão grande, de governar um império.
— Eu entendo perfeitamente minha mãe, mas será, já aviso que a senhora terá que ir para Israel, daqui à uns meses, afinal eu vou me casar.
— A Tamar vai se casar com você, filho?— Adele perguntou, alegre.
— Sim, estamos noivos.
— Deus seja louvado!

                             ***

       Sul de Israel, Hebrom de Judá

Havia chegado o grande dia.
Otniel iria se apresentar diante de toda Israel, no monte Hebrom, como primeiro juiz de Israel. 
Ele era visto como libertador, algo que nunca imaginou que aconteceria, mas se Deus o escolheu, e ele cumpria essa missão. Seu pai, ele se lembrou muito de Quenaz, que sempre acreditou nele.
— Pronto? — Esther perguntou à ele.
— Se Deus designou essa missão, eu me sinto pronto.
Yarin estava ao lado da mãe, aos poucos se acostumava com a cultura hebraica. Otniel tinha muita paciência, sabia que não seria fácil, ela ainda não o chamava de pai, mas ter a filha ao seu lado, era maravilhoso, o resto viria com o tempo.
— Nossa princesinha está linda. 
— E o meninos? — ele questionou, referindo-se a Hatate, e Elias.
— Estão ansiosos, então saíram na frente, para encontrar, Seraías, Esaú, Jacó e Boaz.
— Bem, podemos ir, meu amor.
Ao chegarem, ficaram impressionados com a multidão que os esperava. Hebreus de todas as tribos vieram para saudar o primeiro juiz de Israel.
— Vida longa ao juiz Otniel. Que Deus o abençoe. 
— Parabéns primo, você mudou a história de nosso povo. Trouxe de volta nossa liberdade,  nossa paz.
—  Eu não fiz nada sozinho. Todos estiveram ao meu lado, os guerreiros que lutaram bravamente, como você, meu primo Iru, todos aqueles que ajudaram a espalhar a fé, e que apoiaram minhas decisões também são responsáveis por esse novo tempo de paz.
Aquele era o inicio de um novo tempo para o povo de Deus. O tempo dos juízes.
                         ***

              Alguns meses depois...

Flash Back On

Martha observava a bisneta Yarin as margens do rio, emocionada.
— Valeu a pena, a esperança, de que um dia, Yarin estaria conosco, finalmente se realizou.
— Sim, estou muito feliz, por ter ela aqui.
Martha tocou os cabelos ruivos da neta,  Esther estava diferente, um sorriso encantador, e os cabelos ruivos, soltos novamente, como a muito tempo, ela não deixava.
— Você está linda Esther, e sabe o que eu quero dizer, seu exterior, mas o interior também. Como eu fiquei quando soube que não tinha te perdido na batalha de Jericó.
— Sente falta dele? —  Esther perguntou sobre Joel.
Martha havia ficado viúva.
— Sim, mas não tenho do que reclamar, só agradecer. Vivemos bem todo o tempo que tivemos.
Olhou para Yarin novamente, que brincava com a prima Noemi.
— Esther, quanta felicidade meu deu! Eu fico impressionada, com a pessoa especial que você se transformou. Uma menina que nasceu no cenário de idolatria, morte, horror que era o reino de Jericó, se converteu, transformou sua vida, construiu uma família repleta de amor.
— Sou muito privilegiada por ter a senhora ao meu lado, todos esses anos.
Avó e neta se abraçaram.
Flash Back Off

As lágrimas de Esther, em frente ao Jordão, era ao relembrar sua avó Martha havia partido alguns dias após essa conversa.
Otniel se aproximou de Esther. 
— Estou me lembrando de minha avó. — disse ela.
— Ela faz muita falta, Martha foi o mais próximo que eu tive de mãe em toda vida. — reconheceu Otniel.
— Por fim, resta uma saudade, e nostalgia de bons momentos.
— E é por isso que temos que aproveitar cada segundo ao lado de quem amamos, a vida é muito curta.
— Curta, porém feliz, para quem ama, como eu amo você. — ela disse, antes de beijar o marido.

                            ***

                   Nos campos de Moabe

O que Rute tanto temia aconteceu. Havia ficado viúva, assim como Orfa, e sua sogra Noemi. A doença que atingiu os pulmões de Malom e parecia ter sido curada, anos atrás voltou mais forte. Foram poucos meses, e Malom faleceu, à duas noites:

Flash Back On

Ele dormia, e acordou de repente a chamando.
— Rute. — chamou sem fôlego.
Ela acordou assustada.
— Eu não estou conseguindo respirar... — falou com dificuldade.
— Fica calmo, Malom. Vai ficar tudo bem. — falou ela, tentando acalmá-lo.
No entanto, ele fez que não com a cabeça.
— Rute, eu estou morrendo, não tenho muito tempo. Por isso, preciso que me escute... — ele pediu.
Ela o olhou nos olhos. Lembrou se do quando o conheceu. Se encantou com sua educação, com o homem raro que ele era.
Era muito jovem, filha de camponeses, se mudou com sua família para outra região de Moabe. O viu na colheita, uma amizade, que se transformou em amor em pouco tempo. 
— Eu sinto muito, por você, e pelo nosso Obede, que tantos sonhamos, eu não fui capaz de te dar esse filho.— falou frustado.
Sabendo que ele estava mesmo se despedindo, ela falou o quanto ele foi importante para ela.
— Você me fez muito feliz, meu amor.
Eu amo você, Malom. — declarou, segurando a mão dele.
— Eu não tenho da morte, só lamento o fato de minha mãe ficar sozinha.
— Eu não a deixarei só, prometo. Estarei com Noemi, até o fim.  — prometeu.
Malom sorriu fraco.
— Quero que abra seu coração para um novo amor, Rute... Deus foi bom comigo. Posso ter vivido menos do que espera, mas eu tive privilégio de amar uma mulher como você, Rute. — disse em tom baixo. — Nem mesmo em Israel, eu encontraria uma mulher como você. A vida valeu a pena, porque eu amei, e fui amado... Por você...
Essas foram as últimas palavras de Malom.
Flash Back Off

Rute observava a casa, e a expressão triste da sogra Noemi. Rute não via mais a mulher de fé que tanto ensinou à ela, sobre fé.
Noemi estava pensativa, soube que assim como a fome havia acabado em Belém, e a escravidão na Assíria e na Babilônia, também tinha chegado ao fim. 
Israel era novamente uma terra fértil e de paz, e que Otniel havia se tornado líder, denominado primeiro juiz de Israel. Certamente tudo ficaria bem, Otniel seria um líder próspero para Israel.
Noemi não via mais motivos para permanecer em Moabe, a doença venceu Malom, e o único filho, que ainda estava vivo, morreu. Não lhe restava mais nada.
Estava decidida, voltaria à Belém de Judá. Mas antes, deixaria suas sogras voltarem para suas familias.
No caminho, falou para Orfa e Rute.
Ela já havia em outra ocasião logo após a morte de Quiliom, aconselhado Orfa, a voltar para casa, mas a nora recusou, dizendo que sua vida não seria muito diferente do que era antes, e que gostava da companhia da sogra e de Rute.
Noemi estava disposta à ir sozinha, as noras poderiam ficar em sua terra.
—  Por que vocês não voltam para casa de sua mãe? Que Deus trate vocês, com a mesma bondade que vocês tiveram com meus filhos, e comigo. Deus faça cada uma de vocês encontrar marido e viver feliz.
Orfa se despediu, e ficou em Moabe, voltando para sua família. Rute porém, ficou com Noemi.
Noemi então disse a ela:
— Veja, Orfa voltou para seu povo e seu Deus, volte você também com ela.
Foi então que Rute, lembrou-se da promessa que fez a Malom, e também de tudo o que tinha ouvido sobre o Deus de Israel, tudo o que Ele já tinha feito. Era nessa fé que queria viver.
—  Não insista comigo, não vou voltar, não vou te deixar. Aonde você for, eu também irei. Onde você viver também viverei. Seu povo será o meu povo, e seu Deus será o meu Deus.
Noemi não insistiu mais, Rute estava mesmo decidida, suas palavras à tocaram, assim Rute e Noemi seguiram juntas para Belém de Judá.



Notas Finais


E esse foi o penúltimo capítulo,
cheio de acontecimentos, o drama de Tamar :(, mas o amor de Seraías por ela vai ajudar ela superar isso. E a princesa Maya, filha de Zuma, será encontrada? Martha e Malom foram para os braços do Senhor, para o seio de Abraão, no próximo e ultimo teremos Rute e Boaz ❤ Até o próximo...


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