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História Eternal - I Think I Wanna Marry You


Escrita por: Haroldinha

Notas do Autor


Alguém presente pra jogar na minha cara o quanto eu demorei?
Errr, então, vamos fazer o seguinte: eu não vou dar desculpas esfarrapadas, vocês não me xingam e apenas leem, ok?
Eu não gostei do cap, mas como nunca gosto do que escrevo, espero que VOCÊS gostem.
Perdoem os possíveis erros e tenham uma boa leitura!
A gente se fala lá em baixo.

Capítulo 14 - I Think I Wanna Marry You


Fanfic / Fanfiction Eternal - I Think I Wanna Marry You

- Melanie, cadê meu spray fixador?

- Tio Zayn pegou.

- ZAAAAAYN!

Aquela casa tinha virado um verdadeiro antro da bagunça. Homens elegantemente vestidos com seus ternos finos e caros, gritos de uma mulher que não conseguia achar nada por conta da bagunça, e uma criança despreocupada que praticamente voava pelos corredores em cima de seu patinete rosa Pink, recebendo broncas que frisavam que a pequena devia tomar cuidado para não sujar seu vestido. Havia de tudo, menos organização.

No andar térreo, Niall e Liam, os únicos que já estavam arrumados, conversavam enquanto esperavam os demais. Estavam igualmente vestidos com ternos pretos impecáveis, cabelos penteados, sapatos polidos... Tudo no modo mais formal possível, afinal, iam para um casamento e não para uma festa qualquer.

Sentados cada um em uma guarda do sofá, comentavam sobre o que passava na televisão. Ouviram um estrondo vindo do andar de cima e se entreolharam com as sobrancelhas arqueadas.

- Niall! – Anne gritou, bufando. – Eu já não disse pra não deixar os tênis no meio do corredor? Ta querendo que eu quebre umas costelas rolando pela escada?

Niall rolou os olhos com o drama feito.

- Ela que é vesga e não olha por onde anda e a culpa é do meu tênis...

- Eu escutei isso, heim! – Desta vez não foi um grito, ela não estava longe, já descia a escada.

Exceto por andar de pés descalços, ela aparentava estar pronta.

Anne não era a noiva, mas usava um vestido branco; discreto, bonito e do tamanho certo, não mostrava a bunda e não tinha decote, porém não era nada tão formal assim. Uma mulher aprende a se vestir bem sem ser vulgar. Ela segurava seus sapatos de salto em uma das mãos, e na outra tinha sapatilhas pequenas que deviam ser de Melanie. E a inseparável amiga de Anne, sua câmera profissional, estava pendurada em seu pescoço, junto com uma espécie de fita vermelha.

- Cadê a princesa Verônica Malik ladra de spray? – Perguntou assim que se aproximou dos rapazes, que a seguiam com os olhos desde que ela descia a escada. Até mesmo Liam a olhava babando, como se ela fosse um apetitoso pedaço de carne ambulante. – Nossa, mas vocês não são nenhum pouco discretos – Balbuciou, olhando de soslaio para eles, que riram sem graça. – Sorria, Liam, você será fotografado – O rapaz mal teve tempo de se recompor e o flash disparou na face dele. Anne riu com gosto ao ver a foto. – Liam ficou com cara de panaca – Riu mais ainda. – Vou postar no instagram.

Enquanto ela se afastava, Zayn apontou em um dos corredores junto com Melanie. A garotinha com seu patinete e Zayn em cima de um skate, segurando a lata de spray. Porque é super normal um cara de terno andar de skate.

O moreno arremessou a embalagem na direção de Anne, e ela de imediato notou a leveza do produto.

- Usou todo meu spray, seu boiola?! – Esbravejou trincando os dentes.

Zayn fez pouco caso.

- Tinha só um pouquinho...

- Só um pouquinho? – Repetiu, incrédula. – Comprei isso ontem! E agora? Não tem fixador e no meio da festa meu cabelo vai estar parecendo o cabelo da Marge dos Simpsons. To adoraaando isso! – Revirou os olhos. – Eu sabia que não era uma boa ideia vocês virem se arrumar aqui. Eu sabia.

- Mas quanto drama! É só passar um gel e pronto – Zayn sugeriu, mas a solução apresentada por ele não foi bem aceita.

Anne chiou.

- Vou colocar gel na tua bunda – Ameaçou.

Zayn riu, dando um tapa na própria bunda só para debochar da amiga.

Como ela tinha vontade de colocar em prática o que dizia...

Chamou Melanie, pondo a garotinha no sofá e agachou-se em frente a filha para calçar a sapatilha bege nos pés dela.

- Mamãe, por que eu não posso ir com meu sapato que brilha e toca musiquinha? – A pequena indagou, cruzando os braços.

- Porque a única que tem que brilhar hoje é a noiva, não o seu sapato – Apertou o nariz dela.

Posto as pequenas sapatilhas nos pés de Melanie, Anne retirou a fita vermelha do redor do pescoço e passou pela nuca da garotinha, juntando as duas extremidades no topo da cabeça dela e fez um tope, uma espécie de tiara com a fita vermelha que combinava com alguns detalhes do vestido da filha. Melanie seria a daminha de honra junto com Lux.

A menininha sorriu, recebendo um outro sorriso em resposta e Anne levantou, indo pegar a câmera para se certificar de que não teria problemas na hora que estivesse fotografando.

- Anne! – Ouviu Harry a chamar e levantou os olhos, assim vendo o amigo vir calmamente da parte externa da casa com as mãos nos bolsos da calça do terno. – Eu não achei o Sun.

Niall foi o primeiro a desviar os olhos de Harry para Anne, apenas esperando para ouvir a resposta que ela daria.

Anne, por sua vez, encarava Harry com a boca entreaberta. Ela sabia da feição que Harry tinha por Sun, o gato de estimação dela, então não sabia o que esperar quando ele soubesse do ocorrido.

- Harry, o Sun... Morreu – Disse receosa, com todo cuidado possível.

- Morreu? – Repetiu incrédulo. – Mas como? Gatos têm sete vidas, ele não pode ter morrido! – O rapaz dizia como se protestasse, mas quando viu que não era brincadeira, ele prendeu a respiração. Pôs uma das mãos na cintura, a outra sobre os olhos, naquela posição de quem não estava acreditando.

- Acho que ele ta chorando – Niall sussurrou no ouvido de Anne.

- Ah não, Harry! – Ela o repreendeu. – Nem a Mel chorou com a morte do Sun, pelo amor de Deus!

Aproximou-se dele, desacreditada por estar realmente vendo lágrimas caírem dos olhos do amigo. Tudo por causa de um gato de estimação.

- Olha aí, agora vai ir pro casamento com o rosto todo inchado.

Harry fungou.

- Poxa, o Sun morreu. Meu amigo vai casar... Eu to sensível, caramba! – Ele argumentou, visto que todos riam dele, inclusive Melanie. – Você fez um enterro digno pra ele, pelo menos?

Anne estalou os lábios e fez uma cara sofrida.

- Amigos normais pra que, né? – Falou para si mesma, suspirando. – Agora chega, ta? Vamos indo senão vamos chegar atrasados e eu ainda preciso fotografar tudo antes dos convidados chegarem.

Quando todos assentiram, ela pôs Melanie no chão. Na sequencia, pegou seus pertences, câmera e sapatos, e calçou uma pantufa.

- Ué, vai de pantufa pro casamento? – Niall disse, mas Anne não se deu o trabalho de responder porque era óbvio; não se pode dirigir de salto alto.

Na van estacionada em frente à casa, todos entraram, ajeitando-se de modo que não amassassem suas roupas. Anne foi para o banco da frente, e enquanto os outros tomavam seus lugares, ainda escutava murmúrios.

- Eu queria meu tênis que brilha.

- Sun era jovem demais pra morrer.

Se olhou no espelho retrovisor, arrumando alguns fios de cabelo que estavam fora do lugar (por culpa de Zayn) e olhou para trás, se certificando de que estavam todos bem acomodados e com os cintos de segurança postos; Liam e Niall nos bancos do fundo com Melanie no colo do pai, Harry e Zayn nos penúltimos bancos e os acentos mais da frente eram para as outras garotas que seriam pegas em suas respectivas casas durante o caminho. O banco do carona devia estar ocupado, mas se encontrava vazio.

- Cadê o Louis? – Anne juntou as sobrancelhas, não recebendo respostas e arregalou os olhos. – A gente ia esquecer o noivo!

Sentindo-se infinitamente culpada pelo esquecimento inaceitável, ela saltou do carro e correu de volta a casa. Um pé da pantufa ficou no gramado, mas nada importava mais do que o fato da casa estar trancada e com Louis lá dentro.

- Ai meu Deus, Louis! Me desculpa, me desculpa por ter te deixado pra trás! – Ela suplicou assim que adentrou em um dos quartos de hóspedes, onde Louis se arrumou.

Ao contrário do que pensou que veria, Louis não estava apavorado, e sim sentado na borda da cama enquanto batia o pé freneticamente no chão e tinha as mãos entrelaçadas, os antebraços apoiados nos joelhos e olhava sem expressão para o piso.

- Louis? – Anne chamou.

O rapaz a encarou, juntando as sobrancelhas.

- Eu to nervoso – Ele disse, somente.

Com um sorrisinho discreto nos lábios, Anne foi até a cama e sentou ao lado do amigo. Deslizou a mão direita pela parte de trás dos ombros dele e o balançou.

- Isso é normal – Disse, soando compreensiva. – Você vai ver que vai passar.

- Mas eu não sei se vou conseguir dizer os...

- Não, Louis – Ela o repreendeu. – Não me venha com frescuras! Você vai levantar essa bunda gostosa daí e a gente vai ir logo porque a única que pode se atrasar hoje é a Eleanor. Vamos, levanta!

Contudo, o único jeito de fazer Louis se mover foi empurrando-o. O nervosismo dele era aceitável, afinal, dali algumas horas seria um homem comprometido da forma mais séria e formal existente. Estar nervoso até era pouco.

E enquanto Louis roia as unhas e as pontas dos dedos, os outros ainda se encontravam em um estado de absorção. Eles de fato aparentavam estar calmos, tranquilos e agiam naturalmente. Entretanto, a mente de cada um girava em meio a tentativas de compreensão e até mesmo de aceitação. Quer dizer, a ficha de cada um só cairia quando vissem Eleanor vestida de noiva, afinal, o mais surpreendente de tudo era que Louis Tomlinson ia mesmo se casar.

 

 

 

Louis andava de um lado para o outro incansavelmente, e às vezes invadia o espaço dos que o rodeavam, que a cada demonstração de nervosismos de Louis, ficavam mais impacientes.

O casamento seria feito ao ar livre, sobre um gramado perfeitamente verde. Dezenas de cadeiras brancas foram espalhadas e decoradas com rosas brancas e vermelhas e laços de fitas das mesmas cores, e havia um corredor entre as cadeiras. Um tapete branco ia até o charmoso bangalô, onde o padre já se preparava, e Louis também se encontrava lá, juntamente com Johannah, que tentava de toda maneira acalmar o filho. Os outros rapazes ajudavam, mas parecia não surtir efeito no noivo, que teimava em continuar com aquele nervosismo irritante.

- Para com isso, Louis! – Niall reclamou de mais um pisão no pé que recebia do amigo, que sequer se desculpava.

- Eu to nervoso. É tão difícil de entender?

- Cara, vocês já viviam como casados – Niall disse com paciência. – Agora só vão oficializar a porra da união. É tão simples...

O loiro permaneceu emburrado até o momento que o senhorzinho de batina alva com detalhes dourados parou em sua frente, encarando-o como se fizesse uma crítica a ele.

- Palavras mal criadas não são aceitas em uma cerimônia de casamento – Disse o mais velho.

- Oh, me desculpe, eu só estava...

- Reze vinte pai nossos e dez aves maria e será perdoado.

O loiro arregalou os olhos, mas vendo que era realmente sério ele apenas assentiu, e assim que o padre se afastou, Niall praguejou baixinho, para logo em seguida ser bastante zoado pelos parceiros.

 

***

 

Quando se espera muito por algo, esse algo parece demorar mais do que o desejado.

No contexto, esse algo era Eleanor, e Louis já pensava em milhares de bobagens que justificassem o atraso da noiva.

Passado mais minutos de pura apreensão, os que estavam perto do altar fixaram os olhos na mulher de branco que passava pelo corredor entre as cadeiras.

Mas não era Eleanor. Ainda não.

Anne corria desajeitada mente sobre os sapatos de salto. Parou em frente a Niall, levando as mãos até a gravata dele para arrumar o nó mal feito. Repetiu o ato com os demais rapazes, e ao finalizar sempre pedia que eles fossem para seus lugares. Por fim, o padre estava posicionado, os padrinhos de Eleanor ficaram de um lado, e Harry, que seria o padrinho de Louis, ficou do lado contrário. Anne logo chegou em Louis e ajeitou a gravata dele.

- Ela chegou – Anne disse, sorrindo divertida, porque sabia que Louis praticamente teria uma síncope. – Sendo bem sincera, Louis... Minha ficha só vai realmente cair quando você colocar a aliança no dedo da Ellie.

- Nem a minha ficha caiu ainda, pode acreditar.

Louis fez uma de suas caras cômicas e puxou a amiga para um abraço. Ele precisava. Caso contrário não conseguiria permanecer ali sem surtar de vez.

- Obrigada por ter me escolhido pra ser sua madrinha, viu?

- Pff, e tinha como ser outra que não fosse você?

- Ah, valeu por fazer parecer que eu era a única opção...

- Não foi isso que eu quis dizer.

- Eu sei. Só estava zoando.

O rapaz riu descontraído, e por um momento pareceu mais tranquilo, mas era só impressão mesmo. Louis respirou fundo, afastando-se de Anne.

- Eu até me sinto culpada por não ter escolhido você pra ser padrinho da Mel – Disse sugestivamente.

- E eu até me sinto ofendido por não ter sido escolhido – Louis devolveu no mesmo tom irônico e ao mesmo tempo descontraído. – Mas como eu já disse uma vez, é obrigação sua fazer outro bebê e dar pra eu batizar. Não aceito um não como resposta.

- Vai sonhando, Tomlinson. Vai sonhando – Disse convicta e deu um tapinha amigável no ombro dele. – Posso dar início à cerimônia e dizer pra Eleanor vir logo?

- É melhor ir rápido, antes que eu saia correndo de pavor.

Antes de ir avisar que o show podia começar, Anne deu mais um abraço sufocante em Louis. Sem dúvidas aquele dia seria um daqueles que sempre seria lembrado. Ver um amigo naquela situação soava um pouco engraçado, mas ao mesmo tempo era como um avanço, afinal, era preciso uma certa maturidade para dar um passo tão grande em um relacionamento. Significava que Louis havia “crescido” (talvez nem tanto...).

Não. Definitivamente, Louis seria um eterno bobão, tanto que começou a rir quando a marcha nupcial começou a tocar. Até ele não acreditava no que estava fazendo.

A expressão “corações de gelatina” se encaixava perfeitamente em Niall e Anne no momento que viram Melanie passar pelo tapete branco. A garotinha carregava uma pequena cesta e ia espalhando pétalas de rosas vermelhas pelo caminho. Mais atrás, Lux carregava as alianças, e por fim, mas não menos importante, Eleanor e seu pai. Embora seu vestido fosse sem exageros, ela estava deslumbrante, principalmente aos olhos do noivo, que agora sorria como nunca.

A cerimônia em si correu perfeitamente bem, fora algumas bobagens ditas por Louis na hora dos votos, mas foi aceitável, até porque se não tivesse bobagens não seria Louis Tomlinson.

- Inveja de quem vai aproveitar a festa desde o início – Anne resmungou, ajeitando a lente da câmera. – Por que eu fui dizer que meu presente seria o álbum de fotos do casamento? Por quê?

Havia chegado a hora da festa, que ela julgava ser a melhor parte de tudo, e como havia pontuado anteriormente, ela perderia o início da festa porque estaria fotografando.

O mais torturante era estar presa em uma tarefa que havia prometido meses atrás e ao mesmo tempo ouvir a música altíssima atrás de si. Remoia a vontade de largar tudo e ir beber loucamente. Nem lembrava de quando fora a última vez que colocara bebida na boca.

Por mais que fotografar fosse uma paixão, especificamente naquela noite, fotografar havia se tornado um saco.

E embora tenha gastado um bom tempo com a câmera na mão, o resultado havia ficado ótimo. E levando em conta que a festa não acabaria tão cedo, estava tudo uma beleza.

- Chega de fotos por hoje – Disse, jogando-se de qualquer jeito na cadeira ao lado de Niall. – Meu dedo indicador ta doendo.

- Tira uma foto de mim – Zayn chamou e quase recebeu um tabefe na cara por estar com um palmito no canto da boca, imitando um charuto. Ele mais parecia um cafetão.

- Não me provoca, Zayn. Ainda guardo ressentimentos do meu spray.

O moreno deu língua, assim iniciando uma discussão sobre sprays de cabelos. As pobres azeitonas de dentro dos drinks serviram de armamento, Anne e Zayn atacavam-se com as bolinhas verdes comestíveis, e nem tinha bebido ainda...

Minutos depois, os outros se juntaram a mesa que era suficientemente grande para tantas pessoas. Por um momento, a atenção deles ficou focada em Louis e Eleanor que se juntaram ao grupo, aparentemente cansados.

- E eu achava que o primeiro a casar seria o Liam – Anne comentou. – As coisas mudam...

- A próxima vai ser você – Eleanor disse com certa convicção.

Anne arregalou os olhos.

- Eu tenho fé em Deus, ta? – Ela exasperou-se, recebendo em resposta um olhar incrédulo de Niall. – O próximo vai ser o Zayn que vai casar com a ornitorrinca, digo... Com a Perrie.

Com exceção de Zayn, todos soltaram risinhos, principalmente Lara e Julia. O moreno arremessou mais uma azeitona.

- Não sei se consigo dançar. To cansada – Eleanor murmurou, suspirando, provavelmente respondendo alguma pergunta de Louis

- Esquenta com isso não, Ellie. Eu danço por mim e por você. To indo.

- Nope! – Louis interveio. – Senta aí, bonitinha.

Com a testa franzida, Anne tornou a sentar, mesmo não entendendo o motivo da ordem.

- O que eu fiz?

- Quero saber se fez o que eu pedi – Louis cobrou. Olhava diretamente para Anne, como se estivessem apenas os dois ali. – As passagens. Comprou as passagens?

- Desde quando eu deixo de cumprir minhas promessas, Louis?

- Eu posso listar...

- Ta, eu comprei sim!

Louis sorriu satisfeito, como se não tivesse praticamente intimado a amiga e girou o corpo para olhar para Eleanor.

- Vamos passar a lua de mel em Veneza.

- Oh, meu Deus! Sério mesmo?

Enquanto o casal trocava fofuras, Anne tomou um drink em apenas um gole, na tentativa de disfarçar o riso que quase escapava.

- Veneza? – Ela repetiu, lançando um olhar culposo na direção dos noivos. – Não era Espanha, Louis?

Mais uma vez ele encarou Anne, agora com o maxilar trincado.

- Anne, minha querida – Disse sarcástico. – Eu repeti mil vezes que era Veneza. Ve-Ne-Za. V-E-N-E-Z-A!

- Mas... Eu podia jurar que era Espanha...

- Não. Diz que você ta me trollando. Vai, pode dizer.

- Ah, eu... Devo ter me confundido, Lou. Desculpa.

O rapaz virou a cara para a miga e apoiou os cotovelos na mesa, começando a massagear as têmporas. Estava visivelmente decepcionado por não ter as passagens para Veneza.

- Ah, mas... Espanha esta de bom tamanho. Deve ser legal – Eleanor soou compreensiva e sorriu para Anne.

- Claro! Eu e Niall vamos para lá com a Mel – Sorriu encantadoramente. – Harry e Lara também vão.

Harry encarou a namorada, confuso. Ele não estava sabendo de nada.

- Nós vamos? – Perguntou encarando a loura.

- Sim, nós vamos – Lara sorriu cúmplice para Anne.

- Que lindo, eu e Liam sobramos – Zayn ficou emburrado.

- Imagina, Zayn. Tem passagem pra vocês também.

Desconfiados com a última declaração, os rapazes ao redor da mesa se entreolharam. Era uma impressão boba ou aquilo tudo parecia ser algo planejado?

- Seu eu for ficar longe da Julia, tudo bem – Zayn soltou, provocando a garota que estava ao seu lado.

- Se ela quiser ir, eu é que não posso impedir – Anne deu de ombros.

- Chuuupa, Zayn! – Julia debochou, fazendo uma dancinha tosca da vitória.

- Cala a boca, diaba!

- Me ame menos, Malik.

- Stop, babys – Anne gesticulou. As demonstrações de afeto entre Julia e Zayn já haviam se tornado normais, e o que de fato preocupava Anne eram as caras descontentes da maioria dos amigos, principalmente de Louis, o que deixava tudo ainda mais estranhamente preocupante, visto que ele devia ser a pessoa mais feliz naquele dia. Ela sabia que toda aquela tensão não era só por conta das passagens trocadas. – Vejam pelo lado positivo: vamos todos para o mesmo lugar, como uma linda família feliz – Sorriu. Em ocasiões normais aquele seria um sorriso contagiante, mas no momento surtiu o efeito contrário.

A música tocava, os convidados se divertiam, bebiam... Passado alguns minutos, Louis e Eleanor voltaram a interagir com quem estava presente e finalmente foi possível ver Louis rir com vontade. Talvez o nervosismo e o impacto do acontecimento ainda estivessem o incomodado na hora da pergunta das passagens. A julgar pelo desgosto anterior dele, era bem provável.

O bom era que ninguém além de Lara ficaria sabendo que a tal “troca de destinos das passagens” havia sido pensada e repensada por Anne, tinha sido proposital...

- Essa animação de vocês me contagia – Disse ironicamente, bebericando seu drink. – Cadê a Mel?

- Deve estar brincando com as outras crianças – Niall respondeu.

- Então, se me dão licença, eu vou divar um pouco nessa pista e depois tomar um porre.

- Nope! – Niall não deixou. Segurou-a pelo braço, impedindo-a de levantar. – Antes de tomar um porre, vai dançar comigo e não adianta me dizer que não.

- Mas eu nunca digo não pra você, chuchu – Fez bico, enquanto ele tirava o blazer do terno, ficando apenas com a camisa social branca. Anne o puxou pela gravata. – Vem! Vou te ensinar a descer até o chão, mas com classe.

- Pfff, como se você conseguisse descer até o chão sem cair de bunda...

- Eu caio porque quero, ta?!

- Aham, claro.

Niall fez um sinal com a mão na direção do DJ. O mesmo assentiu, e imediatamente a batida forte da música eletrônica que tocava foi substituída por acordes calmos. Ah sim, Niall não desceria até o chão, Anne ficou decepcionada, e não se importando com a cara desgostosa dela, Niall a guiou até a pista, onde os demais casais imitavam eles e se abraçavam para dançar ao som de A Thousand Years.

Ela apoiou os antebraços nos ombros de Niall, mantendo uma certa distância, mas ele a puxou, de modo que ficassem o mais juntos possível, nada de distância. Rindo, Anne o abraçou pelo pescoço. Estava exatamente da mesma altura que ele. Milagrosos sejam os saltos altos.

- Aquilo foi de propósito, não é? – Niall sussurrou ao pé do ouvido dela.

- Aquilo o que? – Fez-se de desentendida, porém, já segurava o riso, então, negar não adiantaria.

- Espanha. Passagens trocadas – Ele especificou, mesmo sabendo que não era necessário. Ela sabia exatamente sobre o que ele se referia.

Anne nada disse, se bem que não era preciso. Aquele sorrisinho maléfico dizia tudo.

- Ah... – Murmurou. – Tenho meus motivos pra ter feito.

- Quais seriam?

- Bons motivos, posso garantir – Olhou cética para o loiro. – Acho que vocês cinco andam separados demais. É cada um pra um canto, andam discutindo entre si... Não gosto disso – Anne explicou. Viu Niall tentar desviar o olhar e fugir de uma explicação que ela obviamente queria ouvir. – O que ta acontecendo, hum?

Lábios torcidos, testa franzida e olhares desviados foram as formas de respostas vindas do loiro. Ele aparentemente ponderou o que falar.

- É só um pouco de stress – Disse, em tom nada convincente. – O novo single não bombou... Quer dizer, teve uma aceitação boa, mas nada comparado com aquele sucesso que a gente tava acostumado, sabe? Houve algumas vaias também.

Niall pressionou as pontas dos dedos na cintura dela, ao mesmo tempo que repousava o queixo no ombro de Anne. Se sentia desconfortável em apontar os pontos negativos que infelizmente apareciam ao decorrer dos anos. Não era lá um de seus assuntos preferidos para comentar, ainda mais em uma festa.

- E você realmente acha que se distanciando um do outro vai acrescentar em algo? – Ela perguntou, a pitada de sarcasmos soava como uma piada.

- E o seu deboche ajuda por acaso? – Niall retrucou.

- Não muda de assunto, não!

- Ta, eu sei, eu sei. Nós sabemos que é errado – O loiro admitiu, mesmo que contrariado. – Mas poxa, ninguém é feito só de sorrisos e bom humor. A gente precisa de momentos de privacidade, ficar sozinhos às vezes.

- De momentos juntos também – Anne se manteve firme. – O fato de cada um ter sua namorada, suas obrigações, não significa que tenham que se isolar e tentar resolver sozinhos. Isso não faz bem pra vocês, nem pros fãs, nem pro diabo a quatro!

- Não precisa se exaltar, ta bom?

- Fica quieto e escuta – Ordenou. – Sempre faço questão de lembrar que, de certa forma, eu tive culpa na junção de vocês. Agora é como se fosse obrigação minha fazer de tudo pra manter vocês unidos. Não to a fim de entrar em um site e ver a notícia que o One Direction se separou. Entende porque to fazendo isso? Sinceramente, não me importo com a cara de bunda que o Louis fez, ele vai me agradecer no final da viagem.

Niall apenas a olhou de soslaio, em parte envergonhado, em outra duvidoso, mas no final ele se rendeu.

- Você tem razão – Assentiu levemente, dando um selinho nela. – Vamos todos pra Espanha, como uma...

-... Linda família feliz – Completou, sorrindo radiante.

- A gente ta mais pra Família Addams.

- Julia é a Mortícia.

Riram da comparação, e Niall a girou, para logo em seguida tornar a abraçá-la forte, ainda movendo-se no ritmo lento e envolvente da música. Atrás deles estavam Harry e Lara, igualmente envoltos na mesma sintonia; Por cima do ombro de Niall, Anne viu Harry cochichar algo no ouvido da namorada, e quando ergueu os olhos o rapaz deu de cara com o olhar cínico da amiga. Harry deu uma piscada cúmplice para Anne, e a mesma respondeu jogando um beijinho para Harry.

 

Time stands still

(O tempo fica parado)

Beauty in all she is

(há beleza em tudo que ela é)

I will be brave

(terei coragem)

I will not let anything take away

(não deixarei nada levar embora)

What's standing in front of me

(do que esta em minha frente)

Every breath

(cada suspuriro)

Every hour has come to this

(cada momento trouxe a isso)

 

Cantarolaram um perto do ouvido do outro. Talvez fosse aquela situação de casamento que fazia parecer que, ficarem ali, abraçados, era o melhor que podiam fazer.

 

I have loved you for a thousand years

(eu te amei por mil anos)

I'll love you for a thousand more

(eu te amarei por mais mil)

 

- Que fedor de cigarro – Anne acabou com o romantismo, com o momento de ternura, fazendo cara de nojo

- Ué, eu estava perto do Zayn – Niall tentou distorcer.

- Essas desculpas não funcionam mais – Afastou-se dele. – Será que agora eu posso ir beber? Ainda preciso buscar meu parceiro de porres.

- Harry?

- O padre que não há de ser, né?

Anne se recusou a beijá-lo, tudo por causa do cheiro de cigarro e sumiu pela multidão, levando Harry consigo.

Era hora de aproveitar.

 

***

 

- Our hearts go boom boom, boom boom boom. Our hearts go boom boom, boom boom boom! – Anne chegou cantando, pulando, se pendurando no pescoço de Niall. Em outras palavras, estourando os tímpanos do coitado.

Ela tinha conseguido ficar bêbada. O normal seria Harry acompanhar a amiga naquele vexame, mas quem estava com ela e aparentemente lúcido era Liam.

- Quem é o filho da mãe que ta botando música do The Wanted pra tocar na minha festa? – Louis reclamou.

- Louis – Anne chamou, dando um sorriso embriagado. Ela ia falar bobagem. – Por que não convidou aqueles seus amigos?

- Meus amigos estão todos aqui.

- Eu digo aqueles... Como é mesmo o nome deles? Acho que... Tom Parker e Nathan Sykes. Aqueles que você vive trocando tweets carinhosos.

Ela riu descontroladamente.

Mas parou assim que viu Harry beijar Lara.

- Não sou obrigada a ficar vendo essa putaria – Empinou o copo de bebida. – Eu vou fazer uma homenagem pro Louis.

Niall tentou impedi-la de ir, a segurando, mas é impressionante como as pessoas ficam mais “brutas” quando bêbadas e Anne facilmente se livrou do loiro. Cambaleando, ela foi até o palco onde o DJ tocava.

- Que cagada ela vai fazer agora? – Liam perguntou, vendo Anne pegar o microfone.

- Entãããão... – Já começou tropeçando nos fios da aparelhagem de som e consequentemente chamando a atenção de um jeito totalmente trágico. – Eu realmente queria dizer algo inteligente e bonito pros noivos, mas o álcool já tomou conta do meu ser e não vai sair nada que preste. Lembrem-se que o que vale é a intenção – Anne tinha a cara de pau de admitir. – Não sei vocês, mas eu to abismada, porque o Louis casou. O Louis, gente! Isso não é inacreditável? – Recebeu em resposta alguns murmúrios, uns discordando e outros concordando, enquanto Anne dava uma de folgada e se debruçava na aparelhagem do DJ. – Mas ao mesmo tempo que eu acho isso um absurdo, fico feliz também, pelos dois. Eu conheço essa criatura aí – Apontou para Louis.- há muito tempo; tempo suficiente pra saber que, se nem a fama mudou ele, não vai ser uma aliança no dedo que vai mudar. Ele continua sendo o meu King Carrot. Sei que ele sempre vai ser um legítimo retardado que sabe ser sério quando necessário, e francamente, Louis – Fez uma pausa. – Você não podia ter achado alguém mais perfeita do que a Eleanor. Sei que vocês vão ser muito felizes juntos, mais do que já são – Ela sorriu. – E eu juro que quando esse casamento completar quatro anos, eu me caso com Niall.

- Repete que eu vou gravar! – A risada alta de Harry se fez audível, e ele mirava o celular na direção do palco.

- Não precisa. Eu já gravei – Foi Niall quem disse, sorrindo satisfeito.

- Ops, falei merda – Anne se repreendeu, balançando a cabeça negativamente e desceu do pauco um pouco frustrada.

Quando chegou perto do loiro, viu pelo olhar vitorioso dele que súplicas para apagar o vídeo não adiantariam. Ele certamente usaria aquela promessa contra ela.

 

***

 

- Go, Harry! Go, Anne! – Um pequeno aglomerado de pessoas gritava.

Segurando um copo de drink em uma das mãos e a outra enfiada no bolso, Niall se aproximou da multidão, e por um vão entre os corpos amontoados viu Anne e Harry empinando shots de alguma bebida. Pela quantia de copos vazios sobre a mesinha redonda que eles rodeavam, aquela “competição” já durava um bom tempo.

- Que isso aí? – Ele perguntou, não tendo certeza se alguém escutaria devido ao barulho excessivo.

- Tequila, Babe! – Anne falou, a voz embargada, e na sequencia tomou mais um shot. Ela bebia como se fosse água, não fazia nem caretas.

Niall se perguntava no que seria o fígado daquela mulher (?)

Ele foi paciente ao esperar que a batalha de shots acabasse, e no final tanto Anne quanto Harry mal conseguiam sustentar os próprios pesos sobre as pernas. Sorte que aquele tipo de bebedeira acontecia raramente, porque se fosse ao contrário, Niall e Lara seriam dignos de pena por terem que aguentar os dois frequentemente bêbados.

- Agora chega. Ta na hora de ir embora – Niall impediu que Anne pegasse mais um drink.

Ele já havia combinado com os outros para irem embora. Dali alguns minutos o relógio marcaria 5h a.m. Provavelmente dormiriam o domingo inteiro, e na segunda viajariam. Era melhor irem adiantando as coisas, a começar por ir embora.

- Não quero ir – Anne fez birra.

- Bêbados não tem querer.

- Mas a festa nem acabou...

- Vamos pra casa.

- Fes-ta.

- Ca-sa.

- Cha-to.

Revirando os olhos pela infantilidade, Niall retirou delicadamente o copo das mãos dela, que não estava nem um pouco contente em ter que ir embora. Mas protestos à parte, minutos depois ela já estava sob supervisão de Liam, que havia recebido a missão de não deixá-la fugir enquanto Niall ia pegar Melanie que havia dormido há um tempo.

A festa continuaria rolando, visto que Louis e Eleanor tinham convidados festeiros, e o fato dos noivos não terem um vôo marcado para Veneza automaticamente dava oportunidade de festejarem até que o último convidado decidisse ir embora.

Enquanto muitos ainda dançavam loucamente, as reclamações de Harry e Anne só aumentavam. Ninguém entendia que eles queriam mais. Ou melhor, ninguém dava ouvidos a duas pessoas embriagadas.

De volta a mesma van de antes, havia espaço mais do que suficiente. Por serem os mais sóbrios, Niall dirigia, enquanto Liam levava Melanie desacordada no colo. E a galera do fundo continuava com a baderna; Zayn e Julia discutiam, Anne e Lara brigavam pela atenção de Harry, e Harry se sentia amado.

- Vocês são burros e nunca perceberam a mensagem criptada das tatuagens do Harry – Anne falou com a língua enrolada. – Aquele “A” e aquele “G” que ele têm tatuados nos ombros, na verdade significam “Anne Gostosa”. Faz sentido agora, não faz?

- Perfeitamente – Liam disse irônico, olhando para Niall, que ria silenciosamente com as bobagens que ouvia.

Alguns quarteirões depois Zayn foi o primeiro a desembarcar em frente a sua humilde mansão, e Julia foi a próxima a deixar a van. Facilitando muito, Harry quis ficar na casa de Lara. Eram menos destinos para irem.

- Toma aqui, Haroldinho – Anne chamou-o, gesticulando para que o amigo voltasse, e assim ele fez. A morena fez o que sempre fazia; entregou embalagens de preservativos para Harry. – A da embalagem rosa é boa!

A porta deslizou, fechando a van e imediatamente Anne deitou sobre os bancos, resmungando coisas incompreensíveis.

- Não sei se dou risada ou se fico chocado por ter visto Anne recomendar camisinhas pro Harry – Liam balbuciou com a testa franzida.

Restaram apenas os quatro dentro da van, que percorria as ruas escuras e desertas. Liam bocejava sem parar quando finalmente Niall encostou no meio fio, bem em frente a casa dele. Não demorou muito para restarem apenas três ocupando os acentos e igualmente cansados e sonolentos, exceto Melanie que continuaria dormindo pelo resto da noite, e quem sabe pelo resto do dia também.

- Eu to um trapo – Liam resmungou, escorado no vidro da janela. – Acho que se eu deitar só acordo dali dois dias.

Niall riu e aproveitou para relaxar as costas no estofado do banco, esticando as pernas também.

- E ainda diz que eu sou o exagerado – O loiro disse cético. – Mas sendo bem sincero, acho que também vou fazer isso. Só quero dormir.

- Não tão fácil, meu caro – Liam disse em tom debochado. – Ainda tem que cuidar de duas pessoas inconscientes.

Niall olhou para trás, vendo as duas deitadas nos bancos de qualquer jeito.

- Que maravilha – Falou totalmente desanimado.

Ele teve que cutucar para que Anne acordasse. Ela estava sem cinto.

- A gente se vê amanhã, então – Liam acenou com a cabeça.

- Beijo na bunda e até segunda – Anne disse acenando, quase impossível de compreender, mas Liam já tinha ido. – Essa frase faz muito mais sentido em português.

O carro arrancou mais uma vez, finalmente indo para o último destino da noite. Cansados, suados, precisando de descanso; assim estavam os três.

Niall foi o primeiro a descer quando chegaram. Rodeou a van, abrindo a porta deslizante e pegou Melanie nos braços, fazendo também um esforço danado para ajudar Anne a levantar. Ela não desgrudava da câmera.

- Devo acordar ela pra dar banho? – Niall perguntou aos sussurros, na verdade com pena de acordar a garotinha.

- Não – Sussurrou de volta. – Se ela acordar não dorme de novo. Aí você vai ver o nível de hiperatividade dessa menina.

Assentindo, eles subiram pelos degraus na velocidade que o cansaço lhes permitia, ou seja, vagarosamente. No quarto de Melanie, Anne substituiu o vestido dela pelo pijama, mesmo Melanie estando com o corpo sujo de suor. Era muito menos trabalhoso deixá-la dormir daquele jeito.

Aparentemente, Anne estava consciente, mas o que fez assim que passava novamente pelo topo da escada provava o contrário. Quer dizer, ela simplesmente escorregou pelo corrimão da escada até chegar ao andar térreo. E Niall sequer teve tempo de impedir que ela fizesse.

- Meu Deus, essa mulher é suicida ou o que? – Falou abismado, descendo apressadamente os degraus.

Viu ela abrir a porta que dava acesso ao quintal e correu mais ainda, já imaginado que ela faria outra cagada.

Niall estava certo.

Só teve tempo de ver Anne pulando na piscina.

- Mereço... – Balbuciou emburrado, balançando a cabeça de um lado para o outro. E riu. Não tinha como não rir.

Que bela maneira de começar o domingo.

 

 

- Que merda você foi fazer na piscina há uma hora dessa e com esse frio? – Perguntou ele, quase que retoricamente e enrolou uma das toalhas que havia pego no corpo dela.

Com os dentes trincando, Anne respondeu:

- Eu estava procurando o Nemo.

Niall mordeu a língua para não soltar uma gargalhada.

- E achou?

- Não – Ela ficou decepcionada.

Foram pela escada (Niall rezava para que fosse a última vez), e no meio do corredor Anne parou. Começou a cantarolar uma melodia desconhecida. A toalha virou uma espécie de capa, mas o pior foi quando ela começou a “tocar” uma guitarra imaginária.

- Um brinde pra quem realmente importa, um pra essa noite e outro pra nós dois. Pra não deixar nada pra depois, sinta prazer agora – Sorriu presunçosa para Niall. – Porque a gente às vezes pensa demais, se apega a algumas que são tão banais...

- Chega! Para de cantar música em português! – Niall se indignou e a fez parar, levando-a em direção ao quarto. – Às vezes eu me pergunto como que te aguento por esse tempo todo...

- Porque você me ama, oras.

- Devo amar muito mesmo, porque olha... – Ele deixou no ar.

Anne riu por um momento, mas logo parou, pendurando-se no pescoço dele.

- Você não vai usar aquele vídeo contra mim, né?

- Pode ter certeza que sim – Sorriu vitorioso.

- Mas nós não podemos nos casar, Niall.

- Por que não?

- Porque eu sou uma amendoboba. Você é um duende. Temos naturezas diferentes, entende?

- Entendo que o jeito é te colocar debaixo do chuveiro.

Assim que chegaram ao quarto, Niall a pôs no banho, de roupa e tudo mais. Embora protestasse no início, ela recuperou parte da consciência, e a julgar pelo olhar direcionado para o chão, parecia ter percebido que se atirar na piscina não fora a melhor das ideias que teve.

- Desculpa – Sussurrou, sentada na cama, enrolada na toalha.

- Desculpa por que se quem vai pegar uma gripe é você? – Niall fez pouco caso, visto que era vez de ele tomar banho.

Ao contrário dela, demorou-se pouco e logo retornava para o quarto para dormir.

Silêncio. Uma cama macia. Sossego.

Achou que Anne estivesse dormindo já, mas escutou-a chamar por ele.

- Niall?

- Hum?

- O que nós somos?

- Uma amendoboba e um duende. Não foi o que você disse?

- Não! – Disse manhosa, virando o corpo para ficar defronte a ele, continuando com os olhos fechados. Talvez nem tivesse forças para abri-los. – Louis e Eleanor são casados. Harry e Lara são namorados. Zayn e Perrie são noivos. E nós somos o que?

O loiro respirou fundo, e com a testa franzida, começou a pensar no que falar.

Bem, eles moravam juntos há consideráveis bons anos. Tinham um relacionamento estável. Tinham uma filha.

Ele não soube dar uma rápida resposta.

Entretanto ficou, de certa forma, contente por perceber que não havia um “rotulo” que se encaixasse neles. Havia algo diferente, e o diferente, na maioria das vezes, é bom.

Niall ponderou bastante até encontrar as palavras certas, e quando achou, até se sentiu orgulhoso por estar dando aquela resposta.

- Nós... Estamos juntos.


Notas Finais


E aí? Espero que não tenham achado muito absurda minha ideia de casar o Louis e a Eleanor. É que eu shippo MUITO eles, sabe? Enfim... Lembram que eu perguntei sobre o capítulo hot? Pois é, a maioria, claro, quer o hot, mas algumas leitoras disseram que como a fanfic é mais "família", um hot não seria necessário, e eu concordo com isso, então, eu vou tentar fazer um capítulo que agrade tanto quem quer o hot quanto quem não acha tão necessário. Ou seja, não vai ser nada tãão explícito, certo? Ah, prometo que a Mel aparece muito mais nos próximos capítulos!
Bem, acho que é isso. Se não me engano, não respondi os comentários do cap passado, né? Vou responder agora.
Torno a atualizar quando der.
xxx


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