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História Eternal Love (Jikook) - 3. made to me together


Escrita por: fxckmochi

Capítulo 4 - 3. made to me together


~ Jimin ~

Quando eu cheguei em casa, fui direto para o meu quarto, não estava nenhum pouco estabilizado para enfrentar o furacão Taehyung agora. 

Deito na minha cama e começo a pensar em tudo o que aconteceu naquele parque. A voz dele. A voz de Jungkook é igual a voz do meu sonho. 

"Te amo agora, te amarei amanhã e para sempre. Se não pudermos viver nosso amor nessa vida, prometo te procurar na próxima. 

Te amo eternamente." 

Senti uma forte sensação de que conhecia ele, fora que a forma como cheguei lá foi muito estranha, eu apenas estava caminhando e então algo me puxou para lá, e eu precisei ir desesperadamente até aquele lugar. 

– Ei, tu chega assim e não fala comigo? – Taehyung entra no quarto batendo a porta com tudo. 

– Tae, aconteceu uma coisa estranha. Eu estava caminhando pelo campus e então alguma coisa me levou até aquele parquinho sabe? Que eu ficava quando criança? Eu acabei indo para lá, eu sentia a necessidade de estar lá, tanto que teve uma hora que eu praticamente saí correndo até lá. 

– Pera, o que? 

– Sim! E lá eu encontrei um cara, lindo por sinal, e quando eu falei com ele, quando eu olhei pra ele... Taehyung eu senti como se aquilo fosse certo, como se eu já tivesse conhecido ele em algum lugar e agora finalmente pude ter a oportunidade de vê-lo novamente. E a voz dele, é igual a voz do homem no meu sonho. Sabe aquele sonho que tenho quase toda noite? A voz é igual... – Falo tudo apressadamente, ficando mais nervoso a cada segundo que lembro do que aconteceu lá. 

– E o que você sentiu? Quando viu ele? Você se apaixonou? – Jin entra no quarto afobado, pula em cima de mim e me enche de perguntas. 

– Da onde você saiu, homem? – Taehyung pergunta confuso. 

– Você acha que ele pode ser sua alma gêmea? A cara, com certeza é. – Ele continua super empolgado, ignorando Taehyung. 

– Jin, para com isso. Eu tenho um namorado, se alguém tem que ser minha alma gêmea, tem que ser ele. 

– Discordo completamente. – Jin fala se aproximando da cama e deitando nela. – Vou te contar a história de quando eu conheci minha alma gêmea. 

– A pronto. 

– Desde bebê eu ouvia minha avó contar histórias sobre almas gêmeas, vidas passadas e coisas do tipo. Então desde novinho eu já me interessava por esses assuntos, quando eu tinha apenas 9 anos eu encontrei minha alma gêmea. Eu estava no aeroporto esperando para embarcar para a Austrália quando vejo uma menina do outro lado do corredor enorme, ela tinha um laço enorme na cabeça e tinha o sorriso perfeito. – Jin conta sua história com os olhos brilhando de amor e um sorriso bobo nos lábios, parecia que apenas lembrar do momento o fazia feliz. – Quando nos encaramos, senti vontade de chorar. Meu coração acelerou e eu senti uma vontade incontrolável de chegar perto dela, de tocar nela. 

Ele faz uma pausa e olhou para nós sorrindo, dava para perceber o amor brilhando em volta dele e isso me encantou. 

– Não nos vimos mais por 3 anos depois desse dia. Até que um dia eu estava no ponto esperando o ônibus e então eu a vi, do outro lado da rua passeando com o cachorro. Na mesma hora eu atravessei a rua e corri atrás dela, não sabia o porquê de estar fazendo aquilo mas... – Ele faz um pausa e solta um suspiro. – No momento em que toquei seu ombro e seus olhos se direcionaram aos meus, eu sabia que aquilo era o certo. O certo pra minha vida. Nesses três anos que não nos vimos eu sonhei com ela todas as noites, sonhos que na época não entendia mas hoje sei que foram visões de vidas passadas. Com o tempo começamos a namorar, ela passou a se interessar por vidas passadas e reencarnação assim como eu, ou até mais do que eu. 

Vejo ele parar de falar e seus olhos se encherem de lágrimas, dava para sentir a dor dele apenas de olhar. 

– Namoramos por 5 anos, fomos muito felizes. Não sei dizer em qual momento nos apaixonamos, talvez tenha sido na outra vida. Mas eu sei que fui amado e amei intensamente e da maneira certa. Até que... 4 anos atrás, ela se envolveu em um acidente de carro. E não resistiu. – Lágrimas escorriam por seus olhos e soluços escapavam de sua garganta, corri até ele e o abracei, sendo retribuído. – Não sei se foi isso que o destino escolheu para nós, mas tenho certeza que nossa história não morreu junto com ela. Nossas histórias ficam vivas enquanto nosso amor existir, e saiba que o amor não deixa de existir quando a morte vem. Não, o amor vai muito alem disso e com isso, nossa história será eterna assim como nosso amor. 

Sinto meus olhos arderem e uma forte dor preencher meu coração, em nenhum momento dessa história eu pensei em Taemin. Eu o amo, amo de verdade. Mas desde o início soube que isso não era o certo pra minha vida. 

– Jimin você pode achar que é bobagem, mas eu sei como é. Eu vivi isso na pele, o que você sentiu hoje eu senti a 15 anos atrás. Nem sempre a pessoa que amamos agora é a pessoa na qual fomos destinadas. Muitos podem até viver com a pessoa "errada" e ser feliz assim, sem nunca conhecer sua outra metade. Mas a partir do momento que você encontra sua alma gêmea, você não quer outro alguém. Porque agora você está ciente de que seu coração pertence a aquela pessoa e não é de agora. Eu vou estar aqui tá bom? Para qualquer dúvida que precisar. – Jin me explica tudo com empolgação, esse assunto parece realmente interessar a ele. E pra falar a verdade está me interessando também. – Na verdade, vem comigo. Acho que você vai se interessar por algo que eu tenho. Quer vim, Tae? 

– Eu não, vocês já estão viajando demais. To fora. 

Eu e Jin saímos do meu quarto e fomos em direção ao dele. Quando entramos lá ele vai direto ao guarda-roupa e começa a mexer em algo. 

Enquanto isso penso em tudo o que aconteceu. Na sensação de paz que senti ao olhar para Jungkook, a queimação que senti ao tocar sua mão. Só tinha vontade de ficar perto dele, abraçar sua cintura e segurar seu rosto. Mas eu mal o conheço, como posso sentir esse tipo de coisa por um estranho? Mas não sentir por meu namorado?

– Aqui! A cara eu amo isso. – Jin vem até mim com uma caixa em mãos. – Minha alma gêmea encontrou essa caixa em uma biblioteca pequena em Suwon. Essa caixa tem artefatos de uma linda história de amor de 1930. – Ele abre a caixa e lá é possível ver um medalhão, uma caixinha vermelha e um livro. – Esse livro é um diário, nele os dois amantes relatam sua história de amor. É incrível ler suas palavras com todo o amor transmitido por eles. Nessa caixinha tem a bala de ouro que Kang ManYoung usou para matar Kim Dongsun. 

– O que? 

– Sim, é triste saber que uma história de amor acabou assim. Não consigo acreditar que Manyoung matou Dongsun. Todos dizem e provam que foi ele mas não posso acreditar. – Ele abre a caixinha vermelha e lá dentro estava a bala de ouro. Pego-a em minhas mãos e então uma dor preenche meu peito. Meus olhos se enchem de lágrimas me deixando incapaz de enxergar algo. Quando vejo, estou no cenário aquele típico sonho, onde estou em um campo e então um homem atira em mim. Com essa bala de ouro. 

– Esse medalhão tem a foto de Kang ManYoung – Volto a realidade quando Jin continua a história. 

– Kang ManYoung?! – Sinto minha cabeça doer, como se minha mente se esforçasse para lembrar de algo. 

– Nesse medalhão está escrito "meu amor eterno, Kang ManYoung" não é lindo? 

– P-posso ver? – Peço a ele e então o seguro em minhas mãos trêmulas. Sinto uma familiaridade muito forte com isso. O que está acontecendo? 

Quando abro o medalhão é possível ver uma foto um pouco apagada mas visível. Quando percebo quem é na foto, fico chocado. Levo minha mão trêmula até a boca e lágrimas começam a escorrer de meus olhos. 

– Jimin? O que foi? Por que está chorando? – Jin me pergunta colocando sua mão em meu ombro. 

– A-a foto, o h-homem da foto... – Digo entre soluços. – É idêntico a Jeon Jungkook, o garoto que encontrei no parque! 

– O que? Mas isso é impossível, desde que encontramos essa caixa, a foto sempre foi irreconhecível, está apagada demais. – Jin pega o medalhão de minha mão. – Até tentamos restaurar a foto mas não con- – Sua voz é interrompida quando ele olha para o objeto em suas mãos, e vê a foto completamente visível e bem clara. Era completamente possível ver o rosto de um homem muito parecido com Jeon Jungkook. – É o Jungkook. 

Soluços gritam em minha garganta e me vejo com falta de ar. Uma forte dor em meu peito faz com que eu feche os olhos por um momento. Quando abro meus olhos novamente, não estou mais no quarto do Jin. 

Estou em uma casa de madeira, pequena mas aconchegante. Existem quadros pintados à mão por todo lado, muitos com fotos minhas pintadas. Tenho a sensação de que já estive aqui em algum momento, mesmo tendo certeza de que nunca vim aqui. 

A porta da frente se abre e então um homem idêntico a mim entra pela porta. À semelhança é tanta que me assusta. Penso em me esconder mas ele parece não me ver. 

– Amo esses passeios pelo campo que fazemos, seu eu pudesse faria isso com você todos os dias. – O homem idêntico a mim diz para alguém que está na porta. Logo em seguida passa por ela, um homem idêntico a Jeon Jungkook. Bem vestido e cabelo bem penteado, um verdadeiro príncipe. 

Esses são Kang ManYoung e Kim Dongsun? 

– Se depender de mim, nosso futuro será lindo com muitos passeios no campo, Sun. – Diz o sósia de Jungkook se aproximando de meu sósia e o selando os lábios. O mais estranho é que sinto seus lábios nos meus, sinto o calor em meu peito e a tranquilidade que sua presença trás a ele. 

Como se DongSun e eu fôssemos a mesma pessoa. 

– Bom, já que vamos ficar um tempo afastados por causa de seu noivado com Lady Hyerin, quero que fique com isso. – ManYoung entrega a Sun o medalhão. – Quando sentir saudade, quando sentir que não tem mais forças para continuar. Lembre de mim, e lembre de nosso amor eterno, meu doce. 

Mais uma vez ManYoung sela Sun nos lábios e eu sinto a sensação,  pela primeira vez na minha vida eu soube o que era o sentimento de ter algo certo na vida. Pela primeira vez eu percebi que não posso ser feliz com aquilo que não foi feito pra mim. 

Então percebo que o certo para mim agora, é terminar com Taemin. Para que ele possa encontrar a pessoa certa pra ele e eu possa encontrar a minha. 

Se é que eu já não encontrei.

 

xXx

 

Abro meus olhos lentamente, vejo que estou no meu quarto novamente. Eu diria que aquilo foi um sonho, mas depois de tudo o que Jin me disse e me mostrou, eu tenho quase certeza que não, não foi um sonho. 

– Graças a Deus! – Um grito ao meu lado me assusta. – Jimin como você me assustou, eu pensei que tinha matado você. Não desmaie assim outra vez ou eu vou ter um treco. E provavelmente o Taehyung vai me matar. 

– Jin, você acha possível uma pessoa voltar no tempo? – Eu pergunto a ele, ignorando sua crise. 

– Bom, acho que não fisicamente mas, espiritualmente, talvez seja possível. Por que? Você acha que voltou no tempo? 

– Eu fui até 1930, eu acho. Pode ter sido apenas um sonho, não sei. Mas eu vi Dongsun e ManYoung. – Faço uma pausa para ingerir tudo isso que estou dizendo, isso é loucura. – Dongsun era exatamente igual a mim e eu conseguia sentir tudo o que ele sentia mesmo sem estar no corpo dele. E ManYoung é igual ao Jungkook. Você acha que esses foram nós dois na vida passada?

– Eu não acho meu querido, eu tenho certeza. 

– Ai Jin você devia falar que isso é loucura e que eu to ficando maluco. Não incentivar essas ideias. – Digo levantando da cama, nervoso. 

– Mas eu acredito, e pra mim isso não é loucura. Vá por mim, no final você vai ver que é estava certo. 

– Tá bom, só... deixa eu descansar um pouco. Esse dia foi cheio demais pra mim. 

– Certo, boa noite pequeno passarinho. – Jin acena e sai do quarto. 

Deito novamente na cama e começo a pensar em tudo o que aconteceu. O que senti naquela hora, quando ManYoung e Sun estavam juntos... eu nunca senti aquilo antes. Parecia que eu estava no lugar certo, com a pessoa certa. Vivendo do jeito certo. Eu era feliz do jeito que estava, mesmo sentindo que algo estava errado eu conseguia viver feliz. Mas agora, eu só consigo pensar em como eu preciso buscar o certo em minha vida. E o certo para mim não é o Taemin, eu percebi isso. 

Lembrando dos acontecimento no parquinho hoje cedo, lembrei da sensação de segurar a mão do Jungkook. Parecia que eu queria aquilo a tempos mas nunca pude ter. Olhar em seus olhos era como olhar para o horizonte na praia. 

Minha mente tinha tanta vontade de conhecer ele, meus braços tinham tanta vontade de abraçar ele. Meu corpo inteiro tinha vontade de tocar no seu. Analisando tudo isso com mais calma finalmente entendo o sentimento que tive quando o vi. 

Saudade. Uma saudade enorme. 

Mas como é possível sentir falta de alguém que você nunca conheceu? 

Mergulhado em pensamentos e dúvidas, acabo pegando no sono. 

 

xXx

 

Caminho pelo longo jardim e chego até o enorme muro. Apenas esse muro, apenas alguns tijolos me separam de meu amor. A incerteza me cerca por um momento. Será que dará certo? Será que seremos felizes? Vale a pena abandonar minha vida para recomeçar uma nova? 

– Sun? Meu amor? – Escuto a voz de meu amor do outro lado do muro. Sua voz tão esperançosa, já imaginando nosso futuro juntos. A incerteza de minha mente logo vai embora e percebo que sim, vale a pena. Tudo vale a pena ao lado dele. 

Me preparo para escalar o muro e finalmente ter a vida que sonhei, mas um grito me interrompe. 

– Não ouse fazer isso, Kim Dongsun! Não estrague sua vida e a vida de sua família para viver como um pecador. – Escuto a voz daquele que mais temo, viro para trás e o vejo lá. Trajava seu típico uniforme, sempre com um olhar de ódio em minha direção. 

– Não pode me impedir de ser feliz! Essa vida que levo não é o que quero para mim. – Me afasto do muro e vou em sua direção. – Por favor deixe-me ir embora. Prometo que nunca mais ouvirá falar de mim. 

– Vejo que nunca desistirá de ir contra as ordens de seu pai. Não deixarei você sujar a imagem da família, fugindo com um homem e ainda por cima pobre. Ou você vive dentro desta casa com a vida que já foi prometida a você. Ou não viverá em lugar algum. – Sua voz era grave e repleta de ódio, o vejo tirar sua arma do uniforme e apontá-la para mim. 

O medo percorre meu corpo, minhas mãos tremem e meus olhos estão cheios de lágrimas. Esse não pode ser meu fim. Escuto um barulho atrás de mim e o vejo. ManYoung pulou do muro e vem em minha direção. 

– Que bom que está aqui, Manyoung. Assim poderei matar os dois de uma vez. 

Young corre em minha direção e me abraça, me cobrindo completamente com seu corpo. Um barulho é ouvido, olho para meu amor e vejo lágrimas escorrendo de seus olhos. O abraço fortemente pela cintura e então sinto algo molhado. Meu amor levou um tiro. 

– Não... Não! Meu amor por favor olhe pra mim. – Seguro seu rosto e o vejo lentamente cair no chão. Me jogo em seu lado e seguro sua mão. Aquela mão que sempre me trouxe segurança. – Por favor Young, não me deixe assim. Não sou capaz de viver sem você. – Soluços arranhavam minha garganta e a dor em meu peito nunca foi tão imensa. Abraço sua cintura mais uma vez, aquela que sempre amei abraçar. 

Então escuto mais um barulho. 

Caio sobre o corpo de meu amado e então percebo nosso fim. 

Desde o momento em que conheci o amor de minha vida, eu vivi por ele e vivi com ele, lutei por ele e lutei com ele. Agora morrerei por ele... E morrerei com ele. 

Te amo eternamente. 

Acordo em um pulo, lágrimas descem pelo meu rosto e soluços saiam de minha garganta. Sinto uma dor em minhas costas, mas a dor em meu peito é muito mais forte, dói muito mais. Começo a sentir falta de ar e levanto da cama rapidamente. 

Vou até à porta e saio do quarto. Meus olhos estão completamente embaçados por lágrimas. Mas sei o caminho que preciso fazer. Abro a porta do apartamento e saio. Corro pelas escadas, mesmo sem enxergar nada, meus pés me guiam sem que eu esbarre em nada. 

Chegando ao térreo eu saio do prédio, corro pelo campus em direção a aquele lugar. Meu peito dói como nunca doeu antes e eu não consigo parar de chorar. A noite está fria mas eu estou suando como se estivesse morrendo de calor. 

Chego ao parquinho, o encontro vazio. Meu peito dói cada vez mais e eu caio no chão, não sou capaz de controlar meus soluços e meu corpo todo treme. Não sei o que está acontecendo, não sei se estou morrendo. Mas sinto vontade de gritar. 

Quando sinto mais uma pontada forte em meu peito, solto um grito agudo e doloroso. Não sei como fazer parar, não sei quanto tempo vou aguentar. Continuo ajoelhado na grama do parque, chorando compulsivamente e soltando resmungos de dor. 

– Jimin! – Ouço alguém me chamar e olho na direção da voz. Não enxergo quem é, pela quantidade de lágrimas que saem de meus olhos. Mas mesmo assim, tenho forças para levantar e correr até ele. 

Quando chego perto, vejo que é Jungkook. Igualmente chorando compulsivamente. Não pergunto nada, não falo nada. Apenas abraço sua cintura, o sentindo retribuir abraçando meus ombros. Me cobrindo com todo seu corpo. 

E então tudo se acalma, a dor em meu peito vai embora e nosso choro vai se acalmando em segundos. 

– Senti tanto a sua falta. – Dizemos ao mesmo tempo e então nos encaramos. 

Mais uma vez sinto a sensação de que aquele era o lugar certo para estar. Olho em seus olhos e vejo que olhar para ele é igual olhar para o horizonte na praia. Toco seu rosto com minhas mãos e sim, tudo está no lugar. 

Não tenho uma explicação para tudo o que senti do momento em que acordei até agora, não tenho uma explicação para como Jungkook me encontrou neste parque no meio da madrugada e o por quê ele estava chorando tanto quanto eu. Não tenho uma explicação para o fato de que falamos um para o que que sentíamos saudade, mesmo sem nos conhecer direito. Mas não tenho dúvidas de que ele é a pessoa que tirará toda a dor e angústia do meu peito.

– Eu não sei como vim até aqui. – Jungkook diz com uma expressão completamente confusa. – Mas eu sinto que isso precisava acontecer, eu precisava estar aqui. 

– Eu tive um sonho estranho e acordei com uma forte dor no peito. Não sei explicar o que aconteceu mas eu sei que vim pra cá, desesperadamente como se aqui fosse o lugar onde tudo se resolveria. 

– Desde o momento em que eu passei a pesquisar sobre esses negócios de reencarnação e vidas passadas, tudo começou a ficar estranho. Acho que estou ficando maluco. – Jungkook fala enquanto se afasta de mim e senta no balanço. Sinto o frio da noite me atravessar quando não o sinto perto de mim. 

– Está acontecendo a mesma coisa comigo, eu sempre tive certeza que amava meu namorado. Mas depois do que aconteceu aqui nesse parque. Depois que o Jin me mostrou aquele diário e aquele medalhão, tudo... tudo ficou confuso. 

– Diário? 

– Sim, depois que eu cheguei em casa, e contei que... que encontrei você. O Jin insistiu de que você era minha alma gêmea e tal, porque ele encontrou a alma gêmea dele e foi exatamente igual. Então ele me mostrou um diário que foi escrito por duas pessoas na década de 30. – Paro de falar quando ele me encara assustado. – O que foi? 

– O que estava escrito no diário? 

– Bom eu só li a primeira estrofe, não consegui ler o resto. 

– Mas o que dizia? 

– "Hoje conheci o amor de minha vida... 

– ...Por ele vou viver, lutar e morrer." – Jungkook completa a frase e então o olho assustado. – Li essa frase em um artigo na internet, mas não pude ler o resto. Algo estranho aconteceu. 

– O que aconteceu? 

– Pode parecer maluquice mas, assim que terminei de ler essa frase no artigo, eu desmaiei e quando vi estava em uma casa. Vi duas pessoas idênticas a nós mas eles não me viam. – Me afasto dele rapidamente e começo a tremer, a mesma coisa que aconteceu comigo aconteceu com ele. 

 

– Junto com o diário, o Jin me mostrou um medalhão, que continha a foto de Kang ManYoung. E ele era exatamente como você. Logo depois que vi esse medalhão, acabei desmaiando também e então me vi em um cenário diferente, onde vi ManYoung e Dongsun. Juntos. 

– Você acha que estamos ficando malucos? Ou o universo está realmente querendo nos mostrar alguma coisa? 

– Eu nunca fui de acreditar no poder do universo, mas, não tenho outra explicação para tudo isso. 

– Já que estamos compartilhando esses pensamentos loucos, posso compartilhar mais um? – Jungkook diz vindo em minha direção novamente, senti-lo perto de mim me acalma. 

– Claro. 

– Desde mais cedo quando nos conhecemos eu senti uma necessidade louca de ficar perto de você, me senti muito estranho por estar sentindo isso por um desconhecido, não sei explicar porquê mas... 

– Parece que nossos corpos são como imãs que se atraem, e se não estamos perto. Sentimos como se algo estivesse errado. Acertei? 

Ele suspira e então sorri para mim, seu sorriso de dentinhos avantajados me faz suspirar também, o que está acontecendo comigo? 

– Sim, acertou. 

E então caiu a ficha, eu estou no meio da madrugada, em um parquinho abandonado conversando com um quase desconhecido. Oh Deus, o que estou fazendo da minha vida? Eu nem mesmo quero ir embora. 

– É muito estranho estarmos aqui no meio da noite não é? Mas mesmo assim não sinto a mínima vontade de ir para casa. – Jungkook fala como se estivesse lendo meus pensamentos. Isso nem me assusta mais. 

– Nós podemos ir para algum lugar. Também não quero ir embora. 

– Conheço uma lanchonete 24 horas que tem a melhor batata frita do mundo. Vamos? – Jungkook diz estendendo a mão para mim. Pode parecer estranho ele querer segurar minha mão, mas eu também quero. – Ah, desculpa. Não precisa me dar a mão. Seria estranho. – Ele diz enquanto ri, meio constrangido. 

– Tudo bem Jungkook, eu também quero segurar sua mão. Desde o momento em que nos conhecemos e nos cumprimentamos. Pode ser estranho mas depois de tudo o que aconteceu hoje. Eu não estranho mais nada. – Digo a ele sorrindo, e então seguro sua mão. 

Se foi Deus que nos criou, ou se foi o universo, ou até mesmo a evolução da matéria, qualquer que seja a forma como fomos criados, sei que nossas mãos foram feitas para estarem juntas. 

Seguimos andando de mãos dadas pelo campus, até sair dele. Mesmo na rua, não soltamos nossas mãos. Acho que nenhum de nós quer soltar agora. 

E talvez, nunca mais..


Notas Finais


Sim, vou atualizar a fanfic todos os dias até não querer mais.


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