1. Spirit Fanfics >
  2. Étranger II >
  3. Chapitre Quatre

História Étranger II - Chapitre Quatre


Escrita por: sheselectric

Notas do Autor


Demorei?? Me desculpem, mas eu tive um bloqueio x_x Na verdade foram vários fatores. Eu tenho uma conselheira que sempre lê minhas fics e me dá conselhos, pq eu costumo ter muitas ideias e as vezes não sei alinhá-las sozinha =/ então eu simplesmente criei duas saídas diferentes pra situação do capítulo 3 e eu não sabia qual delas usar no capítulo 4, ai juntou isso com o meu bloqueio e eu acabei demorando mais do que o normal x_x

Bem, pra que estou falando isso agora, né?? Vamos ao que interessa, né??
Boa leitura para todos ??

Capítulo 4 - Chapitre Quatre


 Cher Journal,

Já fazem mais de três anos que eu me mudei pra Paris e não tenho sombra de familiares ou amigos ao meu lado. Eu estaria tentando me enganar se falasse que nunca senti falta de alguma companhia. Na verdade eu senti o que é ter alguém por perto nesses últimos meses, os quais eu realmente tive alguém batalhando para ficar comigo. O engraçado é que senti como é confortável não estar sozinho, mas tentei jogar tudo fora.

Não é realmente engraçado, né? É lamentável mesmo...

 

--

 

Baekhyun estava sentado em um banco com o casaco de Chanyeol envolta dos ombros enquanto esperava um de seus clientes ir buscá-lo. Seu salvador, diga-se de passagem. Deve ter demorado aproximadamente uns vinte minutos até que o carro parou na frente da casa de show. A porta foi destravada e Baekhyun se levantou andando até o carro.

 

- A donzela não tem ninguém para levá-lo essa noite? - Perguntou Kris.

 

Kris era um de seus clientes mais antigos. Para ser mais exato, ele foi o primeiro de Baekhyun. Na época ele era apenas um estudante de psicologia que estava noivo e para desestressar dos preparativos do casamento foi procurar uma casa com garotos de programa. Mas o tempo foi passando, Kris se casou e não conseguiu abandonar Baekhyun. Ele não o ama e nem deseja adotá-lo como muitos pensariam, é só um sentimento extra que provavelmente seja impossível de descrever.

Com 30 anos, nenhum filho, uma esposa infelizmente traída e um consultório de psicologia, Kris não esconde a existência de Baekhyun, mas para todos os efeitos o menor é apenas um paciente muito dependente que precisa de sua ajuda em horários estranhos, como agora. Essa é uma desculpa perfeita para uma esposa ingênua.

 

- Minha carruagem virou abóbora... - Disse fechando a porta e se acomodando no calor confortável do carro.

 

- E você estava dentro dela quando isso aconteceu? O que é isso na sua boca? - Perguntou olhando para o menor rapidamente se referindo ao machucado em sua boca.

 

- É uma longa história...

 

- Você me fez sair de casa essa hora para vir buscá-lo, pode começar a falar. - Disse antes de partir dali.

 

Baekhyun suspirou insatisfeito e com um pouco de dor, mas não seria fácil se livrar da tarefa de contar tudo o que aconteceu então resolveu falar logo de uma vez, ao menos seria para Kris. O menor começou falando a respeito de Chanyeol primeiro, afinal era preciso vim do início de tudo. Depois contou o acontecido daquela noite. A conversa rendeu mais que o caminho até a casa de Baekhyun e por isso Kris optou por virar uma rua antes e ir para a beira do Rio Sena. Lá tinham bancos e poderiam se sentar e conversar, pelo horário teria ninguém passando e incomodando também.

 

Sentados em um dos bancos de frente para a mureta do rio, Baekhyun terminava de relatar a discussão com Chanyeol do lado de fora da boate. Lembrar palavra por palavra que havia dito mais cedo o fazia se sentir uma pessoa horrível, mas nada superava o baque dito pelo outro. “O que você me deu nunca foi o suficiente.” Não era algo que estivesse acostumado a ouvir, era um tiro em seu ego.

 

- Sua vida anda bem emocionante esse ano! - Comentou Kris.

 

- Você vai mesmo ficar fazendo piada? Que espécie de psicólogo é você? - Perguntou Baekhyun.

 

- O tipo que você proibiu de avaliá-lo em um dos nossos primeiros programas. - Disse com sua seriedade típica.

 

Era engraçado pensar que Kris o conhecia a tanto tempo, na verdade ele era a pessoa mais duradoura em sua vida parisiense e não sentia necessidade de afastá-lo. A presença de Kris nunca lhe pareceu ameaçadora, nunca nutriu nenhum sentimento que não fosse simpatia e o mesmo servia para ele. Era diferente do que vinha acontecendo com Chanyeol resumidamente.

 

- Eu estou no fundo do poço mesmo, então vou deixar que me avalie hoje... - Olhou para ele.

 

- Jura? - Esboço espanto enquanto se levantava. - Quer um cigarro? - Perguntou oferecendo.

 

Baekhyun aceitou e Kris pegou um para si também. Após acender o de ambos, o maior ficou pensando um pouco a respeito de tudo que acabara de ouvir e foi direto sobre o que achava.

 

- Você está sofrendo com o desgaste da sua juventude junto com a falta de socialização.

 

- Como assim?

 

- Separando em dois grupos distintos, no primeiro está a sua vida de garoto de programa que ocupou boa parte de sua juventude enquanto no segundo está a falta de convivência com outras pessoas, uma real convivência no caso. O conflito atual da sua vida vem da junção desses dois grupos, entendeu?

 

- Você esta me dizendo então que eu estou cansado da minha vida por que não tenho ninguém ao meu lado?

 

- Não exatamente isso, mas pode ser interpretado assim.

 

- Mas eu nunca precisei de ninguém ao meu lado, isso não tem lógica. - Suspirou. - E você não conta, até porque é meu cliente no final das contas.

 

- Eu realmente não conto, mas você nunca achou que um dia isso iria acontecer?

 

- O quê acontecer?

 

- Que um dia iria acabar gostando de alguém, Baekhyun. Por que você gosta desse garoto, o Chanyeol.

 

- Eu gosto dele como qualquer cliente meu.

 

- Mas ele não é mais seu cliente. - E isso era a maior verdade dita por Kris. Uma verdade bem pesada por sinal. - Não estou dizendo que você o ama, estou falando que ele lhe atrai.

 

- Eu me sinto atraído por várias pessoas.

 

- Baekhyun, seremos adultos aqui, ok? Sem mentir para si mesmo. Você quer sair dessa carreira?

 

O menor ficou um pouco indeciso em responder, mas acabou apenas balançando a cabeça positivamente.

 

- Você quer ter alguém ao seu lado pra recebê-lo depois de tudo?

 

- Eu não quero ficar sozinho, isso é óbvio. - Disse como defesa em sua insegurança.

 

- Então sinto muito em lhe informar, mas no momento a pessoa que você quer ao seu lado é o Chanyeol. E você sabe disso, tanto que se sente confortável em saber que ele corresponde.

 

- Mesmo que você esteja certo, não estou falando que está, mas mesmo que esteja, ele não me corresponde mais porque eu praticamente o chutei.

 

- Para alguém que pagou por meses para ficar ao seu lado, eu não acho que ele iria desistir tão fácil.

 

- Nem eu achei, mas ele desistiu!

 

- Ele deixou o casaco dele com você, pela forma como você falou com ele se fosse mesmo pra desistir ele tinha tacado pimenta no seu machucado e ainda lhe deixava no frio. - Disse antes de tragar o cigarro.

 

- Você costuma falar assim com seus outros pacientes?

 

- Não, sua análise é especial! - Soltou a fumaça no ar e sorriu.

 

Baekhyun balançou a cabeça e riu baixo. Kris estava fazendo piada de sua situação, mas no fim das costas estava certo sobre tudo. E era disso que tinha medo, descobrir a verdade.

A vida como garoto de programa não iria durar pra sempre, era uma certeza em sua vida, mas nem reparou que seu corpo já pedia o fim a algum tempo. Faltava a mente entender.

 

- Ok e que eu faço agora? - Perguntou Baekhyun jogando o cigarro no chão.

 

- Você terá que criar um plano para conseguir sair dessa vida, como um prazo e terá que ter força de vontade para isso. - Disse jogando seu cigarro no chão também e pisando. - Essa última parte você terá que correr atrás, acho que ainda dá tempo... - Falou olhando o relógio de pulso.

 

- Como assim? Agora?!

 

- Vamos para o carro, donzela.

 

Do outro lado do rio Sena e alguns quilômetros a mais, estava Chanyeol em seu apartamento. Era mais um dormitório devido o prédio ter em sua maioria estudantes e a lavanderia ser comunitária, mas ainda sim era um bom lugar para se morar.

O maior veio de metrô e acabara de chegar em casa com muito frio, as noites parisienses poderiam congelar mortais sem alguma proteção. Estava só com camiseta e pensar que seu casaco estava com Baekhyun o fazia se lembrar de tudo que rodeava esse fato.

 

- Que ódio! - Disse fechando a porta com força.

 

Estava tão irritado com o rumo que tudo tomou. Talvez estivesse esperando mais a respeito de Baekhyun, mas talvez estivesse esperando mais de si mesmo. Não sabia bem ao certo o que queria na verdade, entretanto, sabia que havia desistido muito fácil. Agora conseguia perceber com clareza. Após tudo o que fez para ficar perto de Baekhyun, a crise de ciúmes mais cedo iria acarretar alguma atitude negativa dele, era óbvio que ele iria tentar afastá-lo com todo aquele pensamento individualista que tinha, mas no calor das emoções acabou caindo e o deixou sozinho.

 

- Ótimo Chanyeol, você foi ótimo! - Pensou alto.

 

Andou até o banheiro e ligou a luz, se olhando no espelho conseguiu finalmente ver o que a briga na pista de dança havia lhe causado. Não era grande coisa, mas abaixo do seu olho esquerdo bem em cima do osso, estava roxo e dolorido. Lavou o rosto e depois tirou a camiseta jogando-a no cesto de roupa suja. Levou a mão até o cabelo e o bagunçou um pouco frustrado. Aquela era definitivamente uma péssima noite.

Pegou o celular e ligou para seus colegas de faculdade, no meio de toda a confusão acabou nem explicando nada para eles e simplesmente sumiu. Conseguiu falar com um e deu uma desculpa qualquer para justificar o sumiço, sua sorte era que nenhum havia presenciado a briga então não teria que explicar essa parte.

Sentou no sofá da sala e ligou a televisão. Passava um filme qualquer em um dos canais e deixou lá. Não era como se fosse conseguir prestar atenção em qualquer outra coisa mesmo.

 

"Você não é nada pra mim e quando deixar de ser meu cliente será como se nunca tivesse existido" ainda ecoava na cabeça de Chanyeol.

 

Cada movimento do ponteiro no relógio fazia sua mente formar uma nova opinião a respeito do que devia fazer.
Sabia-se que havia desistido muito fácil, então iria procurar Baekhyun? Negativo. Não podia jogar seu orgulho no chão também, Baekhyun o havia lhe tratado como algo descartável e precisava ter amor próprio.
Quem sabe Baekhyun não estivesse sendo sincero? Definitivamente negativo também. Baekhyun não foi sincero, mas Chanyeol não poderia forçar nada até que o próprio Baekhyun não decidisse ser sincero consigo mesmo.
No final o que teria que fazer era simplesmente nada. Sem sombras de dúvidas não era satisfatório, mas era a única opção.

 

Dentro do carro parado em frente a um prédio, Kris trocava suas últimas palavras antes de deixar Baekhyun novamente sozinho.

 

- Você já sabe o que vai fazer, certo? - Perguntou desligando o carro.

 

- Sim, estou me sentindo estranho, mas eu sei.

 

- Isso se chama ansiedade, você vai sentir muito a partir de agora. - Riu. - Dará tudo certo, mas se não der você me liga de novo.

 

- Obrigado Kris.

 

- Magina... Por sinal, feliz aniversário dois dias atrasado! 21 é uma idade de grandes responsabilidades.

 

- Meu pai sempre me dizia que era a idade de maturidade... - Falou abrindo a porta do carro.

 

- Estava totalmente certo.

 

E teria mesmo que utilizar muito da sua maturidade agora. Após se despedirem Baekhyun saiu do carro e olhou para o prédio a sua frente, esperou Kris finalmente partir e respirou fundo criando coragem para o que estava prestes a fazer.

 

- Vamos lá... - Disse baixo apenas para si e entrou.

 

Há quanto tempo não se sentia ansioso? Ultima vez que estava tão nervoso a ponto do coração acelerar tinha 17 anos e estava vindo se aventurar como garoto de programa em Paris e totalmente sozinho. Um pouco mais de três anos depois estava subindo as escadas em busca de uma ajuda para iniciar a primeira etapa do fim dessa aventura.

 

Dois andares e finalmente em frente à porta de número 27, bateu duas vezes e respirou fundo novamente. A porta se abriu e essa era a hora.

 

- Não esperava que viesse tão cedo... - Disse a outra pessoa um pouco espantada.

 

- Nem eu esperava isso de mim... - Sorriu sutilmente.

Chanyeol se afastou e deu passagem para que Baekhyun entrasse.  


Notas Finais


O capítulo foi rápido, i know =/ mas é pq eu acho que seria bom terminar aqui e iniciar o próximo capítulo com a conversa dos dois!!!
Deu pra entender o clima do capítulo de hoje? Baekhyun não irá simplesmente mudar do nada, mas topou tentar! Será que o Chan aceita?
Vocês gostaram do cliente Kris?? Eu infelizmente acho que apenas ele caberia nesse papel, mas eu li a opinião de todos vocês e adorei me ajudarem!!

Muito obrigado por estarem acompanhando e continuem me dando luz!! Amo vocês ?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...