História Eu, a lua e a Mariela - Capitulo 32

Narração Luan

Roberval mudou seu semblante pra uma mistura de raiva e ironia e disparou.

– Era pra ela ser minha se você não fosse um sortudo filha da puta.

Quê?

– Que história é essa?

– Você sempre fica com tudo e eu fico com suas sobras, tava esperando a primeira oportunidade de você chifrar a Mariela porque eu sabia que você não ia saber dar valor a ela, mas pelo jeito o babaca se apaixonou de verdade.

– Que porra...

– EU VI ELA PRIMEIRO!

– Cala a boca você mesmo disse que ela não existia.

Ele riu com ironia.

– Você é tão burro que demorou pra perceber que eu tava tentando fazer sua cabeça.

– Pensei que fôssemos amigos.

– Você é muito trouxa, eu tive que te aguentar por tempo demais porque eu ganho muito bem, porque você paga minhas viagens, meu aluguel em Alphaville, mas eu não suporto você, suas piadas ruins, apelidos toscos, odeio suas fãs irritantes, mesmo as que eu posso comer de vez em quando, não suporto suas músicas e muito menos sua voz odeio trabalhar pra você, mas como disse o sacrifício vale a pena, ou ao menos valia até você tirar a minha sereia de mim.

O quê? Ele sabe.

– Como...

– Eu disse que eu vi ela antes. Assim que você caiu do barco ela surgiu, só eu vi aqueles olhos castanhos e a cauda vermelha, pensei ser uma miragem, mas ela deixou um rastro na água pra gente te achar, achamos que era algo seu e seguimos até a ilha e ai eu vi ela correr pro mar, quando você falou dela tive a certeza. Voltei a ilha e não encontrei, mas você achou, você não merece ela, eu mereço.

Não pensei duas vezes antes de meter um soco na fuça daquele filhote de cobra, como pude ser tão burro? Estive cego todos esses anos, vai saber quanto mais ele me prejudicou? Roberval revidou acertando minha barriga afinal era onde ele alcançava, cai em cima da mesa da sala a quebrando e me cortando com o vidro que se espatifou. Nunca havia brigado assim, mas também nunca havia sido tão humilhado e enganado dessa forma, não sei quem de nós batia ou apanhava mais, nunca fui de brigar, mas usei toda a raiva que estava sentindo pra encher ele de socos, então uma voz entoou e nós tomamos um banho de água.

– CHEGA!

Ao levantar o olhar vimos Mariela parada nos observando, Roberval se levantou e eu também, ele parou os pés dela como se já não fosse baixo o suficiente, avancei pra cima dele, mas Mariela fez sinal para que eu parasse.

– Mariela eu te amo, ele não sabe te dar o valor que você merece, eu vi você primeiro eu...

– Não me importa. Você não tem decência é egoísta e manipulador, não me importa se o Luan não vai me dar valor pois se ele não der eu terei a decência de deixa - lo. Agora suma da minha frente.

– Se não ficar comigo vou contar e provar pra todo mundo o que você é.

– E o que eu sou?

– Uma sereia.

Mariela riu.

– Você é louco, sereias não existem.

Mariela entrou num jogo que não achava que fosse capaz, mas eu a segui.

– Deu pra falar loucuras agora Roberval? Acha que eu namoraria uma sereia?

– VOCÊ SABE LUAN ELA É UMA SEREIA.

– Não ela não é e você tá louco, agora fora do meu apartamento antes que eu tenha que mandar o Wellington vir aqui e te tirar.

– Eu vou provar.

– Boa sorte e antes que eu me esqueça. Tá demitido.

Roberval saiu bufando e bateu a porta o olhar de Mariela não ficou mais sereno ela ainda tinha raiva.

– A verdade tem que literalmente bater na sua cara não é mesmo?

– Me desculpa.

– Te desculpar pra acontecer de novo? Ah Luan você tem o coração tão bom e tão bobo.

– Não consigo mudar isso.

– Eu sei, mas pode ficar mais esperto.

– Ella...Eu...

– Você precisa confiar em mim eu nunca vou mentir pra você. Eu sei que dei uma enganada nos seus amigos, mas tinha motivos pra isso, jamais mentiria pra você ou pra sua família.

– Eu tô com medo de perder você.

– Você só deve temer se você tem motivos pra isso, afinal você sabe que nunca vou ficar com o Roberval.

– Você disse que iria se eu não soubesse te dar valor.

– Você nunca me traiu, mesmo com as piranhas que o Roberval jogava pra cima de você e isso que aconteceu tenho consciência de que foi planejado. Você nunca me desrespeitou, sempre me protege, cuida mim, se isso não é dar valor então não sei o que é. No momento que isso faltar vamos conversar e se nada der certo aí sim eu irei embora, mas levarei o melhor de você.

Corri e a abracei forte.

– Eu não mereço você. Você é demais pra mim.

– Merece ou eu não estaria aqui. A gente se completa ao mesmo tempo que somos iguais.

A beijei com fevor depois ficamos uns bons minutos abraçados.

– A gente pode fazer amor agora?

– Não, é seu castigo. Eu não esqueci o beijo na vadia.

– Mas você mesmo disse que foi combinado.

– Ainda sim seus lábios tocaram os dela e sua boca é minha Luan, seu corpo também.

– Sou todo seu.

– E eu sou sua.

– Toda minha.

Ela fez doce até ceder ao meu charme irresistível e aos meus lábios naturalmente hidratados.