História Eu, a lua e a Mariela - Capitulo 06

Narração Luan

To aqui no quarto mais acordado que uma coruja, fico olhando pro teto pensando na mulher do quarto ao lado, ouço o barulho da chuva que começa a cair forte e me levanto para fechar a janela, observo o mar bravo e violento se Mariela realmente morasse em um barco e estivesse lá fora provavelmente neste momento estaria em apuros ou morta, pensar nessa possibilidade me deixa aflito não poderia deixar ela sozinha até onde ela me contou saiu de perto da família muito cedo e por opção própria aprendeu a viver sozinha, bom ela não precisava estar mais sozinha agora, ela me salvou e eu devo retribuir o bem que ela me fez. Voltei a deitar na cama e continuei olhando para o teto, ouvi a porta abrir sabendo que era ela, aos poucos ela se aproximou e eu fingi estar dormindo, percebi ela sentando ao lado da cama, ela acariciou meu rosto por um tempo e sussurrou.

– Ainda não acredito no quanto você é lindo.

Abri meu olhos e sorri ela se assustou então peguei sua mão.

– Você também é linda. Parece uma deusa.

Ela sorriu corando será que nunca havia sido elogiada?

– Não gosto do barulho do céu ele deixa o mar nervoso.

– Então deita aqui comigo até o barulho do céu parar.

Barulho do céu! Achei meigo a maneira que ela chamou os trovões, Mariela deitou - se ao meu lado e eu a abracei, puxei ela contra meu peito e a apertei mais contra meu corpo, sua pele era tão gelada, a cobri e acariciei seus cabelos logo senti ela adormecer.

Acordei com o som do celular era de manhã e Mariela dormia profundamente, atendi e sai da cama com cuidado para não acorda - la.

– O que aconteceu Roberval?

– Que mal humor.

– Roberval ou eu acordo cedo ou eu acordo de bom humor os dois não dá.

– Certo. Achou sua salvadora ou descobriu que realmente estava alucinando?

– Bom a mulher na minha cama não parece uma alucinação, pelo contrário é realmente linda.

– Já comeu boi! Você é rápido.

– Não, não comi e peço para que não use esse termo com ela, ela não é esse tipo de mulher.

– E que tipo de mulher ela é?

– Ela é... inocente, um pouco leiga, mas...sei lá ela parece que saiu de um conto de fadas.

– Não vai dizer que tá apaixonado, pelo amor de Deus Luan você nem conhece a mulher.

– Cala a boca Roberval! Eu não estou apaixonado, mas estou encantado isso é fato. Agora me deixa em paz e faça um favor.

– Qual?

– Peça pra Josie dar um jeito no quarto de hóspedes do meu apartamento.

– Luan você não vai...

– Já mandei calar a boca, ela me salvou não vou deixar ela morando em um barco.

– Ela mora em um barco?

– Bom, ela não disse diretamente, mas disse que o mar é a casa dela e ela não tem roupas então...

– Nossa de onde saiu essa garota?

– Dos meus sonhos. Ela acordou vou desligar.

- Tchau boi.

- Tchau.

Eu estou louco, mas vou leva - la comigo pra Alphaville quem sabe desta vez não me aquieto com uma namorada de verdade? Ela olhou pra mim e sorriu, então se levantou e veio me beijar.

– Não, eu devo estar com bafo matinal minha linda.

– Não sei o que é isso, mas pouco me importa.

Ela puxou minha nuca e beijou meus lábios, aprofundei nosso beijo. Nossa ela beijava muito bem, não aguentei e a peguei em meu colo levando - a para cama, a deitei enquanto acariciava seu corpo, apertei sua coxa e Mariela gemeu. Não, Luan! Gritou minha consciência. Você não pode fazer isso, você nem sabe se a moça é virgem ou se ela sabe o que é sexo. Me afastei tentando me recuperar.

– Por que parou Luan?

– Você é uma moça pura e inocente não posso me aproveitar de você.

– Pensei que praticariamos o coito. Se bem que devo lhe avisar que é melhor esperar pois não estou fértil.

Quê?

– Graças a Deus você não está fértil.

– Mas como iríamos reproduzir?

– Quê? Mariela você sabe o que é sexo?

– É o que define se você é mulher ou homem.

– Não digo, o coito. Você sabe o que é?

– Sim, de onde eu venho todos praticam o coito na praia é assim que reproduzimos.

– Só praticam pra reproduzir?

– Sim. As mulheres de onde venho ficam férteis apenas a cada três meses.

De onde ela vem?

– Você vem de um lugar onde a ciência não se aplica.

– Não sei o que você quer dizer, mas estarei fértil daqui há dois meses quando a próxima estação chegar.

– Eu vou me lembrar disso.

Definitivamente ela é estranha, precisa ser estudada pela nasa eu diria, e se ela for um Alien? Penso nessa possibilidade, bom talvez só tenham ensinado coisas erradas para ela.

– Vou tomar um banho.

– Gosto de banho. 

– Você pode tomar banho quando quiser tá bom. Depois do banho farei nosso café da manhã.

– Certo.

Entrei no chuveiro e senti meu corpo relaxar aquela garota doce e confusa precisava de algo maior que um lar, ela precisava de alguém que lhe mostrasse o mundo, bom ao menos ela sabia ler ou não teria me encontrado, sai do chuveiro e peguei a escova estava escovando os dentes quando ela entrou.

– O que está fazendo?

Cuspi a espuma da boca e olhei para ela.

– Escovando os dentes.

– Gosto de escovar o cabelo.

– Bom, tem uma escova aqui que você pode usar é só fazer igual a mim.

Coloquei a pasta na escova e vi ela olhar confusa devagar fui escovando os dentes e ela foi repetindo os movimentos, ela tinha um sorriso perfeito como podia nunca ter escovado os dentes? Bom talvez ela limpasse os dentes de outra forma, terminamos e ela riu.

– Minha boca tá fresquinha.

– A minha também. Como fazia pra limpar os dentes?

– Existem plantas que limpam igual essa coisa que você usou.

– O nome é pasta de dente.

– Nome engraçado.

– Bom agora não estou mais com bafo. Isso quer dizer que você pode me beijar.

Ela riu e me beijou de forma doce.

– Gostinho de menta.

– Sim.

– Eu gostei.

Dei uma risadinha e voltei a beija - la.