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História Eu depois de você - Capítulo seis


Escrita por: MissAtomicBomb_

Notas do Autor


Ooooi, minhas jujubas! Decidi fazer um capítulo pelo caderno e depois passar pro celular e postar. Desculpem se tiver algum erro.
Boa leitura!

Capítulo 7 - Capítulo seis


   Passadas algumas — longas — semanas, finalmente eu poderia fazer o meu trabalho sem que Marcus ficasse me observando. Embora alongar pacientes parecesse fácil, foi a coisa mais difícil que eu já fiz, pelo fato de eu estar lidando com a saúde de outra pessoa. 

   — Não quero fazer isso — James (um garotinho) resmungou, enquanto eu flexionava o seu joelho esquerdo. — Não estou melhorando. 

   James havia sido vítima de bala perdida num confronto entre policiais e bandidos, no subúrbio onde morava. 

   — Claro que você vai melhorar, querido! — sua mãe olhou para mim. 

   Sorri para o menino ruivo e depois encarei sua mãe. A mulher era uma morena muito bonita e se tornava difícil olhá-la e não sorrir. Talvez ela tenha ficado com vergonha, porque depois de alguns segundos que eu a encarava, ela desviou o olhar, corada e séria. Sorri um pouco mais, pensando se ela era tão tímida em outras ocasiões também. Mas a espera de James pela minha opinião me fez afastar o pensamento. 

   — É verdade. Você é tão forte, impossível não se recuperar — assegurei.

   Na verdade, o quadro do garoto era grave, mas como eu diria a ele que havia a possibilidade dele nunca mais andar ou correr? James jogava no time infantil da escola, eu não conseguia ser tão cruel. 

   — Se você ficar comportado, posso buscar uma barrinha de chocolate para você, depois — fiz uma leve bagunça em seus fios alaranjados e James suspirou.

   — Tudo bem, não tem como eu bater o pé mesmo — ele cobriu os olhos com as mãos.

   Os minutos se passaram e eu terminei o meu trabalho com o garoto. 

   — Bom menino, vou buscar seu merecido chocolate — falei antes de sair da sala.

   Além da barrinha de James, comprei uma de cereal para sua mãe e quando voltei, encontrei Marcus conversando com ele. Eles pareciam se dar muito bem e por um momento, pensei se um dia algum paciente também gostaria de mim tanto quanto pareciam gostar de Marcus. 

   — Aqui está o seu prêmio! — animei-me ao entregar o chocolate de James. 

   — Obrigado — ele respondeu desanimado, mas logo sorriu quando se voltou para Marcus.

   — Não decidi ainda qual é o meu filme favorito de Star Wars — o menino disse e o fisioterapeuta sorriu. 

   Aproveitei a animação dos dois para dar uma palavrinha com a mãe de James, que estava mexendo no celular. 

   — Então, quando você vem... Quer dizer, quando o James vem de novo? — sorri a mulher não retribuiu. — Aliás, eu trouxe isto — mostrei-lhe a barra de cereal. 

   — Não gosto de cereal — respondeu seca. 

   Depois de afastar-se de mim, se despediu de Marcus e arrastou a cadeira do filho até sair completamente da sala. Guardei a barra de cereal no bolso como se nada tivesse acontecido. 

   — Barrinha de cereal para o garoto... Eu disse que você iria gostar da coisa — Marcus colocou as mãos nos bolsos.

   — Não enche o saco — sorri.

   Ele deu uma olhada na sua inseparável prancheta marrom.   

   — Quem é o próximo? — perguntei. 

   — Próxima, na verdade. Emma Esme — Marcus apontou o dedo para mim. — Primeiro dia dela, seja legal com a moça. 

   Era inacreditável que poderia existir uma Emma Esme além da que eu conhecia. Quer dizer, claro que poderia, mas seria muita coincidência. Minhas mãos começaram a suar e meu coração iniciou um ritmo de batidas desconhecido para mim. 

   — Ela era dançarina e agora não anda mais — Marcus continuou, ainda lendo algo na prancheta. 

   Pensei no que poderia ter acontecido com ela e se estava sofrendo muito. 

   — Nunca me conformo com essas coisas, mesmo trabalhando nessa área — ele coçou a cabeça loira.

   Eu não queria que Emma me visse ali. 

   — Você pode me liberar mais cedo, hoje? — pedi, masssageando as têmporas. — Pode atendê-la para mim?

   — Você não pode sair antes só horário, Benjamin. 

   — Só faltam vinte minutos, Marcus. Eu vou ao banheiro, lavo o rosto e fico esperando.

   Ele me encarou.

   — Estou com dor de cabeça — falei.

   — Tudo bem, a moça não merece um resmungão no seu primeiro dia, mesmo — ele riu. - Mas não de acostuma. 

 

                         ***

 

   Levantei a cabeça e encarei o meu reflexo molhado, no espelho. Eu estava pálido, talvez pelo susto e talvez eu fosse um covarde ou qualquer coisa parecida. Olhando bem para mim mesmo, lá no fundo, além das minhas características físicas, eu não parecia com o meu pai. Ele não era um babaca, era um homem bom, que fez de tudo para viver ao lado da mulher que ama, mas infelizmente uma doença o levou, sem lhe dar o direito de escolha. 

   

                       ***

 

   — Aqui é muito irado, você iria gostar — Daniel falou ao celular. — Sou quase o líder de uma fraternidade. 

   — Fala sério, Daniel! Você não pode estar com essa bola toda, cara! — ri.

   — Tente vir, depois. Seria legal.

   Eu não saberia o que fazer em Yale ou em qualquer outra universidade. Eu até que estava começando a gostar do trabalho voluntário, mas não sabia em que curso eu poderia me encaixar.

   

                        ***

 

   Durante semanas eu arranjava desculpas para me livrar do horário em que Emma apareceria. Pedia para ficar com os outros paraplégico nas rampas de skate, mudei o meu turno durante alguns dias e até já fingi passar mal para ter que sair mais cedo. E novamente eu teria que me virar.

   — Eu vou para o pátio monitorar os garotos na rampa — disse para Marcus.

   Ele conferiu as horas em seu relógio. 

   — Deixa que eu vou, tenho um conhecido lá, ele quer que eu vá vê-lo.

   — Besteira, Marcus. Eu posso...

   — O que é que tem de errado? — ele falou mais alto do que eu esperava. 

   — Nada, cara. Eu gosto de lá.

   — De quem você se esconde? — Marcus encarou-me seriamente. 

   No começo, tive medo de confessar que eu era um covarde. Ele não sabia o motivo de eu estar ali, sabia que eu tinha aprontado, claro, mas não sabia como. Resolvi contá-lo tudo, sobre como eu havia conhecido Emma Esme e como tinha medo de que ela soubesse que eu estala ali por irresponsabilidade. Eu era tão inconsequente quanto a pessoa que a machucou.

   — Eu não quero que ela lembre dessa pessoa quando olhar para mim — desabafei.

   Depois do que pareceu tentar me entender, Marcus disse: 

    — Diga ao Tim que eu tive um atendimento de emergência. E seja legal com o garoto, sorria!


Notas Finais


Digam o que estão achando da fic, isso é extremamente importante pra mim.
Beijos da Clary!


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