História Eu detesto a minha chefe. - "Eu aceito"

Camila: Não tenho pena de você. – Ela não deu ouvidos, saiu sem dar mais nenhuma palavra.

Finalmente! Sempre me arrependo de estacionar meu carro longe da entrada, pelo menos no subterrâneo ele fica mais protegido do sol, não suportaria ver a cor dele se desgastar por fatores climáticos. Olhei ao redor e abri um sorriso enorme ao ver Dinah, a garota também sorriu.

Dinah: Tsc... Tsc... Eu sei onde pretende ir. – Com um sorriso de canto de boca, ela correu e me deu um abraço. – Eu fodi você, não foi no bom sentido.

Camila: Isso não é algo incomum. – Revirei os olhos.

Dinah: Coloquei a culpa toda em cima de você, para Lauren. Ninguém mandou mentir. – Why am I not surprise?

Camila: Tudo bem. – Respirei fundo. – O pai dela me chamou para visitar ele final de semana.

Dinah: Isso é ótimo. Vai!

Camila: Com a filha dele. – Mal deixei Dinah se manifestar à favor.

Dinah: Não vai! – Ela soltou uma gargalhada.

Camila: Tem alguma  coisa errada com ela, alguma coisa está incomodando ela.

Dinah: Deve ser porque a ex dela volta daqui dois meses. – E eu não fazia a menor ideia.

Camila: Como é saber que alguém que você ama está próximo e você não poder fazer nada?

Dinah: Eu sei! Aah... se sei. – Sonsa.

Camila: Por isso mesmo perguntei você. – Recebi um olhar de ódio.

Dinah: Idiota. Dói, dói muito, não sei descrever. Se o pai dela souber que ela ainda mantém contato com a Veronica, ela vai entrar numa fria.

Camila: Faz sentido ela não querer ir, ficar um final de semana sem mandar mensagem para o amorzinho dela, deve ser uma tortura.

Dinah: Ela não quer ir? – Dinah arregalou os olhos.

Camila: Ela me disse que não, disse que não queria ser maltratada pelo pai dela. – Aparentemente, Dinah estava analisando a situação.

Dinah: Convença ela de ir.

Camila: Não posso forçar ela à fazer algo contra a vontade dela. – Fiz um bico torto.

Dinah: Mudando de assunto... Ulisses sabe que você gosta de mulheres? – Abri um enorme sorriso.

Camila: Parece que boa parte das pessoas sabem sobre o nosso jantar.

Dinah: Me daria a honra de te acompanhar? – Bom, ser acompanhada por uma mulher é mais empolgante.

Camila: Com certeza! – Dinah posicionou o braço, dando espaço para que entrelaçasse o meu junto. A moça me conduziu ate a porta do passageiro, ainda por cima abriu a porta.

Dinah: Quer buscar o seu gatinho quando? – Dei uma gargalhada.

Camila: Meu gatinho já está aqui, ou melhor, gatinha. – Nos encaramos e trocamos leves sorrisos. Dinah retirou o carro da vaga e subiu até a saída.

Dinah: Vai deixar o seu gatinho para trás?

Camila: Arrumei um substituto melhor, haha. – Na saída do estacionamento, encontramos Lauren, ela estava com uma expressão triste. Eu e Dinah nos entreolhamos. Parece que as coisas não vão boas para ela.

Dinah: A gente chama ela? – Dinah perguntou.

Camila: Não, ela sabe se virar sozinha. – Dinah assentiu.

Dinah: Normani e Ally? – A mulher retornou sua visão à mim.

Camila: Seria uma boa. – E lá fomos nós, procurar as outras garotas. Essa noite pode ser uma das melhores que terei aqui, não quero estragar. Dinah percorreu boa parte da fábrica, encontremos as outras duas garotas na saída de trás. – Acho bom vocês entrarem logo. – Elas mal receberam o convite e já estavam no carro.

Ally/Normani: Onde? – Ô... Isso foi combinado?

Camila: Haha... Parece que estão conectadas de alguma forma, ambas curiosas.

Dinah: Restaurante da crush... –

Camila: Cala a boca! – Soltei todo o ar da minha boca.

Normani: Crush? Quem?

Dinah: A crush da Camila, Lucy. – As meninas abriram a boca.

Camila: Ela não é minha crush, dizendo a Dinah que ela quem me crusha, nunca reparei isso.

Dinah: Quando estivermos lá, reparem o jeito que a Lucy olha pra ela. – Argh... Se for verdade mesmo, as meninas não vão parar de encher a minha paciência.

Normani: Ficaremos bem de olho, pode deixar. – Ai que raiva.

Camila: Está na hora da Dinah nos mostrar a destreza no volante, acelera aí, estou com fome! – Arrependimento de ter dito isso, ela quase bateu o carro duas vezes, pelo menos chegamos vivas.

Normani: Procurem um lugar bom, não quero morrer de calor.

Camila: Os melhores são os perto da janela. – Olhamos todos os lugares nas janelas, nenhum vazio. – É, parece que não foi hoje, meninas. – Enquanto estávamos aguardando, reconheci de longe Lucy, que abriu um sorriso enorme ao me ver.

Dinah: Prestem atenção. – Dinah sorriu.

Camila: Shhh... Cala a boca, Dinah. – Todas estavam observando. – Lucy terminou de atender um cliente e veio até mim logo em seguida.

Lucy: Em que posso ajudar? – Ela realmente não tirava os olhos de mim.

Camila: Só estamos procurando um lugar, ainda não vamos pedir nada.

Lucy: Posso ceder um lugar lá em cima?

Camila: Não, não temos tanto dinheiro assim. – Lucy sorriu.

Lucy: Sabe que nunca deixo você pagar nada aqui. Podem me seguir. – As meninas estavam de boca aberta. Lucy nos conduziu até o andar de cima, lá tinha uma vista maravilhosa, fui mais surpreendida ainda, Lucy nos levou até o último andar, onde tinha uma vista da cidade e uma piscina. Sim, uma piscina em um restaurante, não me perguntem a lógica. Não tinha ninguém naquele andar, deve ser por causa do preço. – Pronto, uma mesa só para vocês, já volto... Irei trazer o cardápio. – Todas estavam perplexas, olharam para mim com os olhos arregalados.

Dinah: ELA TÁ DOIDA NA CAMILA!!! – Todas caíram na gargalhada.

Camila: Isso não significa nada, vocês são paranoicas.

Normani: Ela cedeu o último andar para você, tem certeza que não significa nada?

Camila: Ela fez isso para todas nós, afinal, tem quatro pessoas aqui.

Ally: Que burra. – Todas me olhavam com um sorrisinho no rosto.

Normani: Tá, não vamos julgar a burrice da Camila, ela é apenas muito inocente. – Lucy retornou até a mesa, com um cardápio enorme. Fizemos a escolha dos pratos e voltamos a conversar.

Dinah: O sogro da Camila chamou para ir na casa dele. – Todas ficaram curiosas.

Camila: Não viaja, Dinah.

Normani: Sogro?

Dinah: Michael. – Todas olharam.

Camila: Ele me ligou e pediu para vê-lo.

Ally: Espera, o dono de todas as fábricas tem o seu número e te ligou?

Camila: Tem, gostaria de saber o que é tão surpreendente nisso.

Normani: Ele quer falar com você... Sobre?

Camila: A inclusão de uma nova fábrica aqui.

Ally: Por que somos as últimas a saber?

Dinah: Na verdade, eu e Mani... Já sabíamos.

Ally: Eu sempre sou a última. – Acho que alguém ficou chateada.

Dinah: Ela ainda vai de carona com o amor dela. – Revirei os olhos. Quero muito saber até onde essa palhaçada vai.

Camila: Já falei que nos odiamos. – Coincidentemente meu celular que estava na mesa começou a vibrar, todas o olharam, era Lauren. Olhei com espanto, todas trocaram olhares, depois focaram em mim.

Dinah: Atende! – Não mesmo.

Camila: Não, deixa tocar.

Ally: Atende! – Aaargh...

Normani: Atendeeee...!

Camila: Tá bom! – Peguei o celular, com a mão trêmula, atendi. – Lauren, algum problema?

Lauren: Eu aceito. – Parei por um tempo para entender o contexto. – Eu aceito ver o meu pai, desde que não me impeça de ir embora caso algo aconteça.

Camila: Claro, pode ter certeza que não impedirei. Isso será bom para você, pode acreditar.

Lauren: Duvido muito. – Ouvi uma leve respirada.

Camila: Pode contar comigo, se quiser.