Escrita por: SumireHikari_14
Murmurei algumas coisinhas incoerentes enquanto olhava para o mobile pendurado em cima do meu berço. Ele era decorado com estrelas e uma lua. Era bem fofinho, mas não apaziguava o meu tédio.
Ser um bebê é muito difícil. Eu não consigo me mover direito nesse corpo e as pessoas não me dão privacidade. É realmente cansativo.
- Gagagaga kokoko... - falei.
Senti minha autoestima cair.
Ughh... Eu disse A, B, C, D corretamente, mas por que ficou assim?
Bom, o que eu posso fazer? Não pareço ter mais de três meses de vida. Eu não vou conseguir falar assim tão cedo. Só me resta esperar.
A vida aqui não é tão ruim. Recebo três refeições por dia, tenho uma cama boa e aconchegante e por eu ser a reencarnação de Atena, todos parecem gostar de mim.
Pra ser honesta, eu estou muito feliz com a forma que eu estou vivendo agora, eu quero ficar assim para sempre, mas... dentro das paredes do santuário vive uma bomba-relógio chamada Saga. Eu sei que ele não fez tudo aquilo por vontade própria, é claro, mas ainda me assusta um pouco.
Quando eu assistia Saint Seiya na minha outra vida, o Saga era meu personagem favorito. Talvez fosse pela complexidade do personagem, mas eu o adorava.
Senti minhas pálpebras pesarem e fechei meus olhos.
Eu vou pensar mais depois. Eu estou cansada.
...
- Mestre Ares, o que está fazendo?! Ficou louco?
Abri os olhos e senti meu coração falhar uma batida ao ver uma lâmina apontada para mim. Aiolos estava segurando a lâmina para que não me atingisse.
- Aiolos, saia daqui!
Ele empurrou Aiolos e ergueu o punhal, mas o sargitariano me tirou do berço antes que eu fosse atingida.
- Sabe o que está fazendo? Esta criança é a reencarnação de Atena, enviada por Deus a cada 200 anos! E o senhor ainda...
- Não me atrapalhe, Aiolos!
Ele avançou na nossa direção, mas Aiolos o atingiu com um golpe, o jogando contra a parede. A máscara caiu do seu rosto e Aiolos arregalou os olhos.
- O senhor é...
- Então, você viu, Aiolos. Não vou deixá-lo viver! Morra junto com Atena!
Ele lançou um ataque na nossa direção, mas Aiolos me protegeu. A parede foi destruída e Aiolos pulou da torre para fugir comigo.
Ele me segurou com força em seus braços e correu até a casa de sargitário. Ele entrou no local e pegou a urna que guardava a armadura de ouro.
Ele se virou para ir embora, mas parou. Ele olhou para mim e foi até a parede. Ele ergueu a mão, elevando seu cosmo, e começou a escrever na pedra.
"Νέοι που φτάνουν εδώ, τους εμπιστεύομαι στην Αθηνά".
- Jovens que aqui chegarem, eu lhes confio a Atena!
Ele se virou e correu para fora da casa de sargitário.
Permaneci encolhida enquanto segurava o pano da minha manta de bebê branca. Fechei os olhos, assustada ao ouvir gritos e o som da batalha.
Não sei quanto tempo se passou, mas continuei de olhos fechados mesmo quando o barulho cessou. Em algum momento, eu acho que acabei adormecendo, pois quando abri os olhos, já era de manhã e Aiolos estava caído no chão, completamente ensanguentado, ainda me segurando em seus braços.
Aiolos!
Ele olhou para mim e sorriu.
- Que bom que não está machucada, senhorita.
Minha mente ficou em branco. Não consegui pensar em nada naquela hora. Comecei a chorar. As lágrimas grossas escorriam pelas minhas bochechas gordinhas.
- Ei, você está bem?!
Senti algo estranho, como se algo dentro de mim fosse explodir. Era estranho.
Minha visão escureceu. A última coisa que eu vi foi alguém se ajoelhar ao lado de Aiolos.
...
Abri os olhos. Olhei para os lados e vi que eu estava em um berço branco colocado em um quarto com paredes cor de rosa claro.
Duas mulheres entraram no quarto e vieram até mim.
- Uau! Essa é a nossa senhorita? - uma delas falou. - Ela é tão fofa!
- Realmente. - a outra falou. - Eu não sabia que o senhor Mitsumasa tinha filhos, muito menos uma neta.
- Eu também não.
Mitsumasa? O cara que adotou a Saori como sua neta depois que o Aiolos morreu?
Mas... Então... Isso quer dizer que o Aiolos...
Um senhor entrou no quarto.
- Senhor Mitsumasa! - uma das empregadas falou. Elas se curvaram em respeito.
Ele veio até o berço e me pegou no colo.
- Bom dia, princesinha. - ele falou. - Tem alguém que quer ver você.
Ele saiu do quarto comigo e foi caminhando calmamente até outro. Ele abriu a porta e eu vi Aiolos sentado na cama, com os braços e o tronco enfaixados.
Aiolos! Você está bem!
- Aiolos! Como se sente? - Mitsumasa perguntou.
- Me sinto melhor do que antes. Obrigado.
Ele olhou para mim e sorriu. Sorri e estendi os braços na direção dele. Mitsumasa se aproximou da cama e Aiolos me pegou.
- Eu já preparei os papéis de adoção. Ela será a minha neta, assim como você pediu.
- Muito obrigado. Eu me sinto melhor sabendo que há mais alguém para protegê-la.
- E você? O que irá fazer agora?
- Eu gostaria de trabalhar aqui, senhor. Eu quero servir a Atena e protegê-la.
Um leve sorriso surgiu nos lábios do mais velho.
- Entendo. Então, eu vou contratá-lo como guarda-costas dela. A propósito, qual é o nome dela?
- O nome? - o sargitariano perguntou.
- Sim. Ela não pode ser registrada com o nome "Atena".
- Ah... - ele olhou para mim por alguns instantes.
Qual o problema? Meu nome vai ser Saori, não?
- Sumire. O nome dela é Sumire.
O quê?
- Sumire. É um bom nome. - disse Mitsumasa.
- Significa violeta. Eu o escolhi por causa da cor do cabelo dela.
Eles olharam para mim.
- Então, à partir de agora, ela será Kido Sumire.
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