História Eu Pensei Que Fosse Um Alien - Não sei que título colocar, eu não durmo a 84 anos

E do outro lado do bar, Mikey e Kristin continuavam ouvindo Gerard reclamar, convenhamos, já estava ficando chato e Mikey queria mesmo bater no irmão. Ele não era violento, sério.

- Por que você chamou ele e de onde vocês se conhecem? Não lembro nada de você ter falado que foi pro inferno e voltou - Gerard tinha convicção que Frank veio do inferno, era a unica explicação que ele conseguia encontrar.

- Eu atropelei a cachorra dele, lembra?

- Foi ele? - Talvez Gerard tenha entendido um pouco o motivo dele ter levado um banho de refrigerante naquele dia, falar mal da cachorra morta de alguém não poderia dar em outra coisa, mas isso não iria fazer o artista odiar menos o baixinho - Talvez seja por isso que ele seja tão amargurado.

- Não seja tão duro com ele, Frank parece ser um cara legal - Kristin tentou melhorar as coisas, Frank era seu colega de trabalho e Gerard era seu cunhado, apesar de adorar o artista e já ter o ajudado, ela não queria escolher um lado.

Nem Mikey, ele só gostava do entretenimento que toda aquela guerra causava, mas seu irmão já estava insuportável, então ele pegou a mão da namorada e foi pro outro lado do bar, deixando o irmão sozinho. Ele podia muito bem curtir a noite com Kristin sem irmão por um tempo, pensando bem, era até melhor pros dois. Kristin também não ia reclamar, ela seguiu o namorado com um sorriso no rosto, um fugidinha não matava ninguém e os dois ainda estavam na fase de lua de mel do namoro, onde tudo era lindo, meloso e eles pareciam nunca querer se desgtudar.

Tão meloso que Gerard quase vomitava, já que essa fase dos dois já estava durando uns 5 anos já. O artista estava feliz de ver o irmão tão feliz, claro, mas isso só o fazia lembrar que era ele que acabava sentando sozinho na mesa de um bar com um copo de bebida na mão. Um pouco triste.

Mas não se preocupem, Gerard não ficou sozinho por muito tempo. Seu capiroto favorito não demorou pra aparecer, dessa vez sem seu amigo loiro, passando o olho no bar dava pra ver o outro apoiado no balção do bar falando com uma ruiva qualquer. Parece que Gerard não foi o único a ser largado por causa de libido alheio.

- Eu só quero deixar claro que não vou publicar e nem contar pra ninguém o que vi - Frank falou assim que sentou na frente do artista - Mas não quer dizer que eu vá com sua cara, ela é muito deformada pra qualquer um olhar por muito tempo.

- Não é como se você conseguisse ver muita coisa ai de baixo - Gerard pareceu ter ouvido só a ofensa, mas apesar de ser legal xingar o jornalista, ele não estava na posição certa pra isso. Frank parecia ser sincero, Gerard precisou engolir um pouco o orgulho - Mas obrigado por não publicar nada.

- Eu sei bem como é ser tirado do armário a força, se isso serve como palavra - Frank não ia contar a historia da sua vida pra Gerard, o que aconteceu no passado, fica no passado, ele só queria acabar com aquilo de uma vez. Os dois iam continuar se odiando de qualquer jeito - Então eu não vou contar nada.

- Quem quebrou seu coração, capirotinho?

- Não me faça mudar de ideia, Way - Frank falou sério e voltou o olhar pro bar, ele queria ver Tom levar um toco ao vivo e a cores, mas invés disso encontrou um cara o encarando e bastante interessado em o que quer Frank tenha pra oferecer, se é que me entendem - Tchau, baleia.

Frank sempre foi fraco pra bebida, isso era terrível em certos momentos, mas ótimos em outros. Naquele caso era ótimo. Ele até mesmo esqueceu de Gerard Way por dois segundos, faz tempo que ele não tinha nada parecido, então valia a pena arriscar.

O ser humano não era bem o tipo do Frank, se podiam dizer assim, o cara era um armário, ele era alto, careca e barbudo. Ele parecia ser um brutamontes, mas ao mesmo tempo parecia se importar muito em não sujar seu sapato. Frank resolveu não reclamar,  ele não saia muito e nem mesmo era um bar gay, não tinha lá muita opção e Frank não ia reclamar.

Algumas pessoas formaram uma pista de dança no meio do bar, mesmo lá não sendo exatamente um lugar pra dançar, ninguém parecia incomodado. Frank foi em direção ao barbudo e o barbudo foi na direção do Frank, ele já tinha bebido a quantidade de álcool ideal pra conseguir dançar e rebolar a bunda sem sentir vergonha. Frank não sabia se fazia isso bem, mas na sua cabeça de bêbado ele era a própria Beyoncé, então quando os dois se encontraram no meio da pista de dança improvisada, Frank não viu problema nenhum em começar a dançar com o outro e se esfregar nele sem problema.

Tudo estava muito bem, a mão do barbudo passou da cintura do menor para um lugar um pouco mais em baixo, e de lá só podia melhorar. Claro, se Gerard Way não existisse talvez as coisas melhorariam. Em um minuto Frank e o barbudo estavam se esfregando e no outro tinha alguém tentando passar nem no meio dos dois  e derrubando bebida bem na camisa do armário em pessoa.

- Opa, desculpa, cara - Gerard nem mesmo tentou esconder o sorriso malicioso do rosto, já era um absurdo por si só tentar passar por duas pessoas dançando juntas, derramar bebida em um delas era pior ainda, Ele podia dizer que era só uma vingança pelo refrigerante.

- Seu babaca, minha camisa! Você sabe quanto ela custou? - O barbudo ficou vermelho de raiva, a camisa provavelmente era de marca e isso parecia ser grande coisa pro homem, o que fazia as coisas mais engraçadas pra Gerard.

- É só vodka, sai fácil - O artista falou olhando pro seu copo e lamentando por não ter sobrado nem uma gota - Aposto que sua mãe pode lavar, já que claramente você parece ainda morar com ela, foi ela que escolheu sua roupa pra hoje?

- Qual o seu problema? Quer apanhar, branquelo? - O barbudo pegou Gerard pelo colarinho e tentou o intimidar, tudo que o artista fez foi levantar a sobrancelha. O homem era gigante, Gerard não sairia inteiro em uma briga, mas ele não parecia muito se importar no momento.

- Ei, chega - Frank se meteu no meio dos dois fazendo o barbudo largar a camisa de Gerard. Por mais que Frank não gostasse do artista, ele não queria ver sangue naquela noite. Frank deveria largar Gerard em um canto, sair com o barbudo sem nome e fazer o que eles tinham pra fazer, mas invés disso e sem motivo aparente, Frank puxou Gerard pelo pulso e deixou o outro com cara de decepção pra trás, indo em direção a parte dos fumantes - Vem, Gerard.

- Que porra foi essa? - Frank gritou na cara do outro assim que os dois saíram do barulho do bar, tinha uma ou duas pessoas do lado de fora fumando, mas elas não pareciam se importar com a possível briga prestes a acontecer bem ali.

- Um acidente - Assim como o banho de refrigerante que Gerard levou foi um acidente, o banho de vodka que ele deu no barbudo também foi um acidente, essas coisas acontecem, copos saem voando de uma maneira impressionante nos dias de hoje.

- Eu estava fazendo avanços ali, você atrapalhou - Frank quase nunca consegue um feito desses com ninguém, mas também ele não sai muito de casa. De qualquer jeito, Gerard estragou suas chances de conseguir qualquer coisa com alguém naquela noite, agora já tinha gastado sua confiança com alguém e provavelmente não ia acontecer de novo.

- Não estou surpreso do seu nível ser tão baixo, capiroto - Gerard estava achando graça de ver Frank irritado, o baixinho estava até um pouco vermelho e parecia uma criança que deixou o sorvete cair no chão, adorável - Pode ser sincero, você não queria aquele Sherk.

- O boneco de posto da exposição não parecia melhor - Frank nem mesmo lembrava de ter visto a aparência do cara que Gerard estava beijando no dia, mas não era importante, ele iria tentar ofender o outro de qualquer jeito, Tudo bem, podia ser verdade, Frank não queria muito ficcar com aquele cara, mas ele estava um pouco bêbado e não se importava - E como você sabe que eu não queria?

- Pelo menos o boneco de posto não parecia um lenhador capitalista. Você só estava dançando com ele por falta de opção.

- Isso nem faz sentido.

- Sua cara não faz sentido - Gerard não fazia mais sentido, Frank não fazia sentido, a briga entre os dois não fazia mais sentido, já estava em um pouco que eles nem mesmo sabiam o porque estavam brigando. Eles só não gostavam da fuça um do outro e atrapalhavam a vida um do outro sem motivo aparente - Eu te salvei, o cara parecia o Shrek.

- Eu te odeio.

- Não posso dizer que te adoro.

Frank soltou um barulho não muito humano e saiu da frente do artista antes de cometer um assassinato e acabar na prisão, Frank era pequeno, todos sabem o que fazem com garotos como ele na prisão. O jornalista queria achar Tom e ir pra longe daquele bar, claramente não foi uma boa ideia sair de casa, normalmente nunca era.

O menor foi pro bar procurar Tom, mas não viu nenhum sinal do colega de trabalho, ele só queria ir embora e dormir até a ressaca do dia seguinte chegar, não era pedir muito. Ele viu Gerard voltar pra dentro do bar e ir em direção do Mikey e da Kristin. No final, Frank acabou nem passando muito tempo com Mikey, ele podia mandar uma mensagem se desculpando pro Way mais novo e marcando de sair outro dia, ele não queria precisar se aproximar de Gerard de novo pra se despedir do outro. No momento tudo que ele queria era sair daquele lugar.

- Olha - Tom finalmente apareceu se exibindo com o que parecia ser um numero de telefone em um guardanapo - Eu sou incrível.

- Cuidado, talvez seu ego exploda um dia e só sobre seu cabelo tigelinha - Frank apontou a saída com a cabeça e foi até ela com Tom logo atrás - Alias, só tem cinco números ai.

Tom conferiu o papel mais uma vez e xingou alto, talvez ele consiga na próxima.