História EU SEI QUE É AMOR... - O RESGATE... continuação

CATIVEIRO- ANTES DO  TIRO

-Kate, Kate olha pra mim! – Michael tentava mantê-la ciente porque ela já dava sinais de que sua psicopatia estava descontrolada.

Kate mantinha Fernanda sobre a mira De um revolver segurando-a com força pelo pescoço de uma forma agressiva, era fato de que não seria nada fácil faze-la se render ele sabia disso, se culpou por não acreditar nas ameaças constantes dela.

-Ela não pode ficar viva! Não pode! – gritou ela enfurecida, Fernanda tentava tirar o braço de Kate que apertava seu pescoço com mais fúria a cada segundo que se passava.  O ar começa a faltar em seus pulmões e Michael sabia disso porque o semblante de sua esposa estava vermelho e ela poderia desfalecer a qualquer momento fazendo com que a louca se precipitasse em uma ação não pensada.

-Kate eu te amo, sempre te amei! Acredite em mim... Vamos... Deixa-a ir e vamos começar uma vida juntos longe daqui como sempre sonhamos. – Michael queria convence-la a qualquer custo a soltar sua esposa, nem que pra isso tivesse que falar mentiras como as que dizia ou até ter uma atitude mais ousada.  Ele estava a uma distância de mais ou menos quinze metros do ponto onde elas estavam, mas por um impulso comedido até, Mike começou a andar lentamente em direção a Kate sem tirar seus olhos da arma que ela segurava. – Kate me entrega a arma... -disse estendendo a mão a ela insistindo em uma mudança de postura daquela louca.

-Ela sempre vai estar entre nós dois! – ela esbravejou esfregando o revolver na cabeça de Fernanda fazendo com que o suor de Michael aumentasse e escorresse por seu rosto pálido e vermelho ao mesmo tempo, tenso também eu diria, porque quem o conhecia sabia que em seus olhos o medo era constante, certamente Fernanda percebia, mas Kate não.

-Eu prometo á você que não. Confia em mim... - seu tom de voz era suave e trêmulo porque ele tinha medo que qualquer reação negativa de sua parte atrapalhasse seus planos e Kate tomasse uma atitude drástica, ele simplesmente não se perdoaria.

Michael se aproximou o suficiente com o coração quase saindo pela boca, sua mão grande permanecia estendida a Kate.

-Me entregue à arma e vamos embora daqui, se fizer assim não teremos problemas meu amor... – chama-la assim o fazia querer vomitar porque era inadmissível perceber mesmo de relance o quanto Fernanda estava abatida e frágil. –Meus homens se encarregarão de resolver a sujeira.

- Você não está mentindo não é mesmo meu amor...?– ela começava a baixar aguarda e ele sabia disso pelo tom de sua voz e as lágrimas que rolavam no rosto de Kate.

Fernanda continuava buscando o ar com força pela boca e ele mantinha os olhos grandes e negros grudados às perolas azuis de Kate. –Vamos Kate... Não temos tanto tempo assim, os vizinhos devem ter ouvido os tiros e logo a policia estará aqui. -Ela temeu, mas ele estava muito empenhado em convencê-la.

Com sua mente completamente doente ela achava que amava Michael, na verdade Kate nunca soube o que era o amor.

Quando eles se conheceram em um coquetel da Victoria Secrets  há três anos , houve uma química tão forte entre os dois mas que não demorou muito  por parte de Michael, ele também não havia conhecido o amor até se encantar por Fernanda.

 Naquela época Emily também fazia parte da sua rotina amorosa, não com a mesma intensidade que havia com Kate , ambas eram apenas suas amantes, mas uma nunca soube da existência da outra somente quando ele decidiu se casar e acabar com todos seus romances esporádicos foi que Kate não aceitou a separação e começou a investigar sua vida como uma louca.

Michael Jackson sempre foi do tipo gentleman com suas garotas e isso as fazia confundir uma noite erótica com paixão, tudo bem que com Kate o lance era mais profundo mas nada que chegasse aos pés do que sentia por Fernanda.

As noites em restaurantes finos, as viagens em locais exóticos das quais ela nunca nem sequer imaginou passar ao lado de um homem tão quente na cama fez com que ela tivesse certeza de que ele era o homem da sua vida.

Na última noite que passaram juntos, Michael disse a Kate que eles não poderiam mais se vê porque ele iria se casar, certamente ela entrou em estado de choque com a noticia porque no fundo ela esperava que se um dia ele se casasse de verdade  era ela que seria a escolhida.

Kate agiu friamente naquela noite pensando que com o tempo poderia fazê-lo mudar de ideia, obviamente inocentemente porque ele nunca mais atendeu seus telefonemas e nunca respondeu a um email sequer fazendo-a ir ao ápice da possessão.

Para Kate,  Fernanda estava vivendo a vida que era sua literalmente, ela achava que ela havia roubado o único homem que a tratou com carinho e atenção e quando eles tiveram os gêmeos isso acabou com suas esperanças.

-Estou esperando Kate... -Lentamente Kate tirou a pistola semiautomática da cabeça de Fernanda e afrouxou o braço deixando-a respirar com mais leveza. Quando  estava enfim  levando a mão para entregar a arma para Michael inebriada por aquele olhar enigmático, Fernanda sem querer fez um gesto brusco insinuando com  a cabeça que iria correr para a saída assim que a situação estivesse controlada,  mas Kate percebeu e perdeu o controle totalmente neste momento percebendo que havia sido enganada e ativando sua fúria interior.

Michael pulou até ela e conseguiu com agilidade segurar na ponta do revolver enquanto Kate o puxava de volta com toda força e ódio que continha por ter sido enganada, ela manteve Fernanda grudada ao seu peitoril como um escudo presa por seu braço esquerdo.

Na confusão a arma foi disparada e todos pararam de repente como se estivessem pausados... Não se sabia quem havia sido atingido porque em algum momento Michael havia conseguido segurar a arma pelo cano também fazendo com que a roleta de balas destravasse.

A arma caiu ao chão fazendo um barulho metálico no piso de granito daqueles que fazem o ouvido travar.

-ALGUÉM ATIROU!!! – gritou Javon para os homens que estavam do lado de fora escutando a conversa de Michael pelo ponto de apoio do rádio.

Eles correram e não acreditaram no que viram...

Kate estava em choque e sem perceber afrouxou o braço deixando Fernanda vulnerável a cair no chão depois de tanto esforço. Quando os homens entraram o sangue já escorria pelo piso branco como uma calda vermelha escura, Michael segurou Fernanda pelos braços antes que ela fosse ao chão, ele sentiu o melado grudento do sangue nas costas da esposa e seu sutien branco manchado do mesmo  vermelho que ele tanto temia, Fernanda estava estática e pálida como um fantasma e rapidamente Michael a pegou no colo carregando-a com pressa gritando desesperadamente por socorro como se Deus pudesse ouvi-lo.

Quando Kate foi ao chão todos perceberam que era ela que havia sido atingida, o sangue escorreu pelas costas de Fernanda porque o tiro perfurou a jaqueta de couro marrom que Kate usava e não dava para identificar.

Enquanto corria pela grama em direção ao lago ele pedia... -MEU AMOR FALA COMIGO PELO AMOR DE DEUS!!! – Michael  implorava com aquela cara de quem estava a um ponto de enlouquecer de desespero, ele tentava reanima-la a todo custo porque Fernanda estava quase desfalecendo em seus braços. –FALA COMIGO FERNANDA! – gritava com os olhos escorrendo em lágrimas.  Bill e Javon seguiram com Michael na lancha que saiu acelerando nas águas cristalinas , os outros iriam limpar a sujeira e se mandar, obviamente a mídia não poderia nem sequer sonhar com o acontecido, eles já os seguiam por motivos tão idiotas, imagina se soubessem da verdade.

Mark e Frank já estavam com os carros na saída do píer os aguardando e Jhon ligou para os paramédicos seguirem para Neverland assim que Bill o contatou.

#QUEBRA DE TEMPO

Todos estavam aflitos á espera deles na porta principal da entrada da sala, Dona Kate orava com os olhos razos d´agua e Remy rezava copiosamente com seu fiel terço nas mãos clamando a Deus que estivesse tudo bem.

Quando os carros entraram pela estrada de Neverland os médicos já os esperavam com todo o maquinário possível e impossível, foi uma exigência de Jhon, afinal, ele também não tinha noção do estado da patroa.

Depois de todos os procedimentos Fernanda permanecia em estado de choque, todos se assustaram quando Michael desceu do carro com ela nos braços e a camisa branca suja de sangue, mas graças a Deus aquele vermelho não pertencia a ela...

Quase três horas depois,  enfim,  apenas os dois estavam á sós no antigo quarto  que agora era apenas para os finais de semana. Fernanda estava deitada na cama respirando ainda com certa dificuldade, mas já  estava medicada e havia feito todos os exames,  até os desnecessários como exigência de Michael.

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Mike fechava os olhos com as lágrimas escorrendo tendo a esposa deitada sobre seu peito, certamente ele não a deixou vê-lo naquele estado. Os calafrios por seu corpo eram constantemente perturbadores.

Sentimento de ódio, revolta e frustação eram jorradas por sua corrente sanguínea. Ele tentava tirar todas as imagens fúnebres que sua mente insistia  repetir tantas vezes possíveis que parecia que podia enlouquecer.

Ele sabia que depois daquele dia seria muito difícil juntar os cacos do seu coração dilacerado em ver Fernanda naquela situação. Obviamente Michael estava aterrorizado até porque ainda não havia escutado a voz da esposa. Ele não podia desmoronar, ela precisaria dele todos os dias, todas as horas e minutos da vida para que se recuperasse pelo um menos um pouco.

As olheiras de Fernanda  denunciavam que eles nunca a deixaram dormir por longos períodos, sem falar nos baldes com agua espalhados por todo canto do maldito cativeiro que obviamente ele percebeu sabendo o que significava. Toda aquela cena que ia e vinha o deixava enjoado e revoltado.

-Está tudo bem meu amor... – enfim disse Fernanda ao perceber o quanto Michael estava se punindo, ela sabia que ele também estava destruído, não queria vê-lo se punindo para sempre por causa de todo o acontecido, ela lutaria para mudar essa realidade, só não sabia se ela mesma superaria o acontecido.

-Eu sei meu grande amor... Eu sei... Quero que descanse agora e tente esquecer tudo que aconteceu, estou com você agora... – essas palavras pra ele eram difíceis porque ele se culpava e se culpava como se batesse chibatas em seu próprio corpo.

 O silêncio pendurou por muito tempo até ele conseguir faze-la tomar um longo banho de banheira e coloca-la na cama... e enfim poder  desabar,  Michael seguiu para o quarto ao lado e chorou, chorou copiosamente até soluçar, até  suas lágrimas secarem e sua garganta doer tanto como se um nó o esmagasse.