Escrita por: UmaCupcakeFofa
• Pacífica on •
Rapidamente me afastei assustada.
— M-mas o-o que?–Perguntei sentindo minhas bochechas queimarem.
— Pacifica... Eu já disse... E se eu não quiser ser só a sua amiga? Você aceitaria?– Perguntou dando ênfase no "só".
Ela segurou as minhas mãos e me olhou com um sorriso gentil no rosto.
— Não precisa responder agora se quiser... Afinal,ta meio tarde,e a minha mãe vai encher o saco se eu não voltar antes das seis–Falou com uma voz de divertimento.
Sem querer soltei um leve riso.
— Ok... Vou pensar sobre isso. Até amanhã – Falei e então abracei.
Ela retribuiu,obviamente,e aproveitou para me dar um selinho.
Fiquei em choque,enquanto ela ia embora.
Coloquei as mãos sobre os lábios, bem... Até que não era tão ruim ser beijada por ela... Mas o que?? O que estou pensando??! Estou ficando louca,mais do que a Mabel!
Voltei para casa apressadamente. Queria me afundar no sorvete de creme enquanto pensava sobre a proposta dela...
Assim que cheguei em casa meus pais me olharam com cara de bravos.
— Pacífica Northwest! Suas amigas disseram que você queria comprar roupas baratas em uma loja qualquer! O que você pensa que está fazendo da sua vida!? Se você fosse vista em um lugar imundo desses... Eu nem sei como ia ficar a nossa reputação!–Falou minha mãe, argh... Essa chata.
— Amigas? Você quis dizer as meninas que você paga para fingirem ser minhas amigas, certo?– Perguntei dando ênfase no "amigas".
— Como você ousa insinuar esse ultraj...–Falou mas eu a interrompi.
— Não adianta esconder,eu ouvi você na ligação... –Falei e ela engoliu seco.
" —Mary! Querida! Como vão as suas filhas?– Perguntou minha mãe,não estranhei oque ela falou,é normal perguntar para suas amigas se as filhas dela estão bem,etc.
— Não vem com esse papo,você sabe muito bem que já acabou o prazo do pagamento das minhas filhas. Se você não colocar a grana na minha conta bancária até 12:00,as duas vão terminar a "amizade" entre aspas, delas!– Falou Mary.
E foi nesse dia,que eu descobri que as meninas que eu sempre confiei,eram pagas para falar comigo"
— Pacifica... Você tem que entender que você não tem amigas que são da mesma classe econômica que você... Então sua mãe, e eu,resolvemos te dar amizades que prestem!– Falou meu pai.
— VOCÊS DOIS SÃO UNS BABACAS! Eu vou pro meu quarto! Não ousem entrar lá antes de terem uma mente mais aberta! Amigos não são algo que se compre! Mas sim,que se conquista!– Falei e então subi as escadas irritada.
Acabei esquecendo do sorvete... Merda! Ia ficar na depressão sem sorvete,pode isso?
Entrei dentro do quarto e deslisei até o chão com a porta encostada nas minhas costas. Coloquei minha cabeça apoiada nos joelhos,e desabei em choro.
— M-mas q-que m-merda...–Murmurei enquanto sentia as lagrimas molharem o meu rosto.
Sabe aquele momento que você chora por um motivo,mas acaba lembrando de outro problema,e o choro se intensifica...? Eu estava nessa situação.
Meus pais me obrigando a ser quem não sou.
Minhas amigas são compradas.
Minha melhor amiga me ama.
Todos esses pensamentos aumentaram os soluços e as lagrimas que traçavam um caminho em linhas desgovernadas no meu rosto.
Ta,eu estava sendo dramática, mas fazer o que.
Levantei do chão, e caminhei lentamente até o banheiro do meu quarto. Me olhei no espelho. Meus cabelos loiros estavam bagunçados, meus olhos vermelhos,minha boca tremendo levemente. Parei de me olhar e abaixei o meu rosto na altura da pia. Limpei meu rosto e sequei com a toalha que estava do lado do espelho. Sai do banheiro e me deitei na cama.
Observei o teto como se fosse a coisa mais interessante do mundo. Coloquei os fones de ouvido,e viajei nos meus pensamentos. Deixei todos os problemas de lado,e comecei a pensar nas soluções.
Eu queria viajar pra longe,longe dos meus problemas. Queria sentir a liberdade de poder ser quem eu sou,sem ser julgada. Queria poder ficar com quem eu amo.
Mas... Quem eu amo?
Meus pais... Desprezíveis.
Minhas "amigas",falsas e compradas.
Mabel...
Ela era a única pessoa que sempre me deixou ser quem eu sou. Ao lado dela eu me sentia livre pra fazer oque eu quero. Sempre que eu a via um sorriso se formava no meu rosto.
Eu realmente a considerava só uma amiga?
Parando para pensar,em vários momentos eu a abracei,a beijei,fingi dar um selinho nela, mas era só zueira. No dia,rimos disso,mas... Depois eu ouvi a Mabel chorando baixinho no travesseiro. Um leve sentimento de culpa se formou,e eu senti uma vontade enorme de cuidar dela.
É,eu realmente a amava. Só amava ela no mundo. Só ela e mais ninguém.
— Sabe... Dar uma chance a ela não vai me fazer mal... – Murmurei ainda concentrada nos meus pensamentos.
Peguei o celular e desbloquiei a tela. Apertei no aplicativo "Whatsapp" e mandei uma mensagem para Mabel.
• conversa on •
Pacifica: Hey Mabel... Lembra do que você tinha dito para eu pensar,antes,naquela hora,sabe?
Mabel: obvio que eu lembro!
Pacifica: Eu queria te falar a resposta... Mas acho melhor ser pessoalmente. Me encontra no lugar de sempre daqui 10 minutos.
Mabel: Okay,já to indo! Te vejo lá!
• conversa off •
• Mabel on •
Chegando em casa,minha mãe reclamou como sempre. Ignorei ela e resolvi ver a única pessoa que presta nessa casa,meu irmão.
— Hey brobro!– Falei entrando no quarto.
Ele estava meio quieto,desanimado,triste,e corado.
Hum... De acordo com o meu diagnóstico fujoshi,confuso por causa que foi beijado! Simples.
— Oi Maninha...– Falou desanimado(não disse? Desanimado.)
— O que aconteceu? Pode contar pra mim– Falei,mesmo já sabendo de tudo que havia acontecido.
Com certeza aquele cara que estava com ele mais cedo tinha beijado ele,ele gostou,e não sabia oque estava sentindo. Clássico, clichê, e muito simples de descobrir.
— Não aconteceu nada...– Falou,mas seu rosto e sua voz demonstravam que estava mentindo.
É muito doce no cu pra um só uke.
— Mesmo?– Perguntei com uma sombrancelhas arqueada.
Ele acenou positivamente.
— Bem... Se não quiser me contar tudo bem,mas caso queira alguem pra desabafar,eu estou aqui.– Falei.
Minha mãe disse que eu tenho que falar coisas positivas,alegres,e clichês pro Dipper. Assim,ele vai crescer feliz. Talvez eu inveje ele um pouquinho... Mas só talvez mesmo
Eu saí do quarto,pois havia sentido uma vibração no meu bolso (não, não era um vibrador,mas sim,o meu celular).
Pacifica havia me mandado mensagem. Conversamos bem pouco. Mas... Eu tinha um lugar para ir. Oque seria um certo desafio,porque minha mãe não deixava eu sair de noite.
Lembrei de uma coisa. Eu havia feito uma música para a pacifica,e pretendia tocar caso ela aceitasse ficar comigo.
Fui no meu quarto e coloquei uma alça da capa do violão (que era rosa) no meu ombro.
Desci apressadamente as escadas. Não via a hora de ver a Pacifica. Mal conseguia ficar 30 minutos sem ver uma foto dela,e nem conseguia ficar 7 horas sem vê-lá pessoalmente. Sim,eu era obcessiva por ela,mas,quem não é obcessivo quando se está apaixonado?
Assim que cheguei na porta de casa,ouvi a voz da minha mãe me chamando.
— Aonde você pensa que vai a essa hora?– Perguntou,suas mãos estavam cruzadas e ela estava com um olhar reprovador.
— Não te interessa–Respondi fria,e coloquei a mão na fechadura,pronta pra abrir. Mas então ela mais uma vez veio com aqueles textinhos idiotas de religiosa.
— Vai sair pra ver ela,eu sei,mas... Ela só vai quebrar o seu coração filha... E... Não é certo duas meninas juntas,nem dois meninos juntos... Deus não reservou isso para nós. Deus fez o homem e a mulher para ficarem juntos. Você deveria ficar com o Will,ele é um bom rapaz.– Falou.
Raiva... Ódio... Tristeza... Depressão...
Tudo guardado dentro de mim,esperando um momento para sair. E esse momento,era aquele.
— A VIDA É MINHA! EU AMO ELA E VOCÊ NÃO TEM NADA HAVER COM ISSO! EU SOU LIVRE PARA AMAR QUEM EU QUERO! E FODA-SE O POLITICAMENTE CORRETO! ENFIA ESSE TEXTINHO PRECONCEITUOSO NO CU!– Falei com raiva,quase gritando
Abri a porta e sai. Mas antes,vi o rosto dela,só vi decepção naquele olhar.
Foda-se... Eu só me importo comigo,com a pacifica,e com o Dipper... E talvez o carinha que pegou o meu irmão, mas eu nem conheço ele.
Sai correndo na direção do shopping,que não era tão longe.
Andei pelas ruas silenciosas,quietas. A lua estava no formato do gato risonho. Amo quando a lua fica assim. Me faz lembrar de Alice no pais das maravilhas. Esse filme,e livro(que eu li),me representam. Em especial o chapeleiro maluco. Sua loucura é incompreendida pelos outros,é assim que eu me sinto.
Cheguei no lugar combinado,e lá estava ela,sentada,impaciente.
— Finalmente você chegou! O que aconteceu? Por que demorou? Eu disse 10 minutos não 30...–Ela ia falar mais coisas mas eu a calei em um beijo.
— A única coisa que você precisa saber,é que minha mãe deu a louca. Entende?– Perguntei enquanto me sentava ao lado dela e colocava o violão no chão.
— E-entendo...– Falou,seu rosto estava levemente vermelho,tão fofa.
— Então... Qual a sua resposta?– Perguntei com um sorriso estampado no rosto.
Afinal,eu sabia que ela ia dizer sim. Ela sempre retribuía os meus beijos.
— Não...– Ela ia falar mais coisas,mas novamente,a interrompi.
— COMO ASSIM "NÃO"?–Perguntei indignada.
— Calma... Deixa eu terminar. Não achei que isso seria possível, mas... Eu acho que estou a-apaixonada por você... Então... An... Eu te dou uma chance– Falou tímida.
— Isso foi um sim?–Perguntei pra ter certeza de que não estava sonhando.
— S-sim...– Respondeu.
Deitei ela no capô do carro velho em que estavamos antes sentadas. Olhei no fundo daqueles olhos azuis lindos e sorri,enquanto acariciava o cabelo da loira.
— Te amo...– Falei e então finalmente a beijei,mas,desta vez,com a língua.
Pedi passagem,e ela concedeu. Ela era simplesmente viciante. Senti o coração dela palpitar embaixo de mim,como se fosse uma doce melodia. De repente,o maldito do ar fez falta e nos separamos.
— T-tambem te amo...–Falou e eu sorri.
Aquele era um dos momentos mais felizes da minha vida.
Finalmente eu tinha a menina que eu amava em mãos.
Mas... Uma lembrança veio a mente,por que não cantar a tal música que eu havia inventado para ela? Sai de cima do seu corpo e ela me olhou confusa.
— O-o que foi? E-eu fiz algo de errado?– Perguntou.
— Não! É que... Eu fiu uma música pra você!–Falei pegando o violão.
• musica bosta on •
Minha vida
totalmente sem propósito e destruída
sentia que ia desabar
que ia me despedaçar
mas você veio pra me segurar
minha loucura,me impede de os outros compreender
mas a você acabei por enteder
nossas vidas
tão diferentes mas tão parecidas
Senti algo diferente,coisa da mente
talvez uma impressão minha
não,não podia.. Apaixonada estava,mas por uma menina!
a mesma que da escuridão me ajudou a sair,a que me aguentava naqueles dias ruins
minha vida... sua vida... nossas vidas... Talvez nelas,não seriamos só amigas.
tão iguais
mas tão diferentes
uma louca
e uma patricinha
juntas iriam ficar,para o resto da vida
uma louca
e uma patricinha
o destino que elas tinha,não as impedia de se amar
mesmo que o lar tivessem que abandonar...
Uma louca
pirada
fora da casinha
uma patricinha
linda
toda bem arrumadinha
as duas julgadas,duas mau amadas,que um dia podiam acabar por ficar
e poder se amar
e talvez da humanidade, se distanciar
Uma Louca... E uma patricinha... Com certeza irão ficar juntas pro resto da vida
• musiquinha bosta off •
• Mabel on •
Depois de eu tocar o último acorde,olhei para o rosto se pacifica,que se mantinha em choque.
— E-er... Obrigado pela música, Mabel...–Falou envergonhada,e como sempre,muito corada.
— De nada!–Falei e então beijei a ponta do nariz dela.
— Mas... Que história é essa de "o lar abandonar"?– Perguntou.
Bem... Isso era complicado de se explicar.
Há alguns meses,eu estava juntando dinheiro para comprar um carro,pra viajar com a pacifica pelo mundo. E também, para pagar gasolina,comida,etc...
— Olha... Antes de eu explicar isso,deita ae– Falei apontando pro capô.
Ela deu de ombros e se deitou. E eu deitei ao lado dela.
— Pra que deitar?– Perguntou enquanto olhava o céu.
— Oras,para olhar as estrelas. Óbvio–Falei observando as lindas estrelas que brilhavam no céu.
Eu sempre olhei pra cima,e nunca para baixo. E isso me rendia vários tropeções. Mas,é melhor ficar de cabeça erguida do que de cabeça baixa, certo? Porque né, no chão só tem merda(literalmente) e no céu tem nuvens(que de vez enquando pareciam merdas,mas Ok).
—Olha... Sobre abandonar o lar... É que eu estava pensando... Nós duas sofremos o fato de nos odiarem. Sofremos o fato de ter que agir do modo que os nossos pais querem. Mas... O universo é tão grande,tantos lugares lá fora... Fora dessa cidade... Estado... Pais... E se fossemos embora,todos os problemas iriam se acabar. Iriamos viver bem longe dos nossos pais.– Expliquei enquanto ela ouvia atentamente.
— Ah... Entendo... Mas... Nós não temos dinheiro pra isso...– Falou ela meio triste,mas com um sorriso de canto,provavelmente estava imaginando como seria se nós realmente fugissemos.
— Eu tenho,estou juntando a meses. Roubando umas moedas da minha mãe aqui,ganhando a mesada,achando na rua,trabalhando em empregos provisórios. Devo ter juntado uns 20.000– Falei orgulhosa.
— 20.000 é a minha mesada– Falou ela com uma cara séria, mas logo um sorriso surgiu em seu rosto.
—É zueira–Falou logo em seguida.
Rimos,mas então, alguém apareceu entre as árvores.
— Então você é a menina da qual ele tanto fala...–Falou a voz masculina,da qual a silhueta ia aparecendo aos poucos entre a escuridão.
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