Meu querido diário.
Bem, olá, eu decidi começar um diário hoje por recomendação de um psicólogo, então, bem...Por onde eu começo? Ah sim, já sei!
Meu nome é Eijirou Kirishima e eu completei 21 anos semana passada, e bem, eu sou um adulto quase que 100% completo, tirando um pequeno probleminha que me assombra a muito tempo, desde de minha adolescência mais especificamente, eu sofro de uma doença chamada popularmente por bipolaridade, também conhecida como o transtorno maníaco depressivo tipo 1, bem, antes de eu contar minha história acho que preciso contar mais sobre minha condição.
O transtorno maníaco depressivo é associado a alterações de humor que vão da depressão a episódios de obsessão. O tratamento pode ajudar, mas essa doença não tem cura. A causa exata do distúrbio bipolar não é conhecida, mas acredita-se que seja influenciado por uma combinação de fatores como genética, ambiente, estrutura e química do cérebro. Os episódios maníacos incluem sintomas como euforia, dificuldade para dormir e perda de contato com a realidade. Já os episódios depressivos são caracterizados por falta de energia e motivação, além de perda de interesse nas atividades cotidianas. Os episódios de alteração de humor podem durar dias ou meses e também podem estar associados a pensamentos suicidas. O tratamento costuma ser necessário por toda a vida e geralmente envolve uma combinação de medicamentos e psicoterapia.
Bem, voltando a mim, eu tive uma vida particularmente boa e comum até meus 16 pra 17 anos quando um turbilhão de emoções negativas me atingiu sem nenhum motivo aparente, esse foi meu primeiro episódio depressivo, meus pais e amigos ficaram extremamente preocupados, eu não tinha animação ou emoção para nada e sentia como se a vida estivesse contra mim, logo meus pais me levaram até o médico que me diegnosticou com depressão e receitou alguns anti-depressivos, por um tempo os remédios até que ajudaram a amenizar minha situação, mas certo dia sem motivo algum eu simplesmente acordei e não me sentia mais triste, desanimado ou sem vontade de fazer as coisas, eu voltei a ser o Eijirou de sempre e estava de volta a escola rapidamente, mas isso não durou muito tempo, algumas semanas depois eu tive o meu primeiro episódio maníaco, ou meu primeiro episódio de mania, eu me sentia extremamente animado e energético como se pudesse fazer qualquer coisa e eu fiz muitas coisas, foi a primeira vez que eu discuti com meus pais e os desobedeci saindo de casa sem o consentimento deles, eu fui a diversas baladas e bebi até o ponto de desmaiar sendo que eu nunca gostei de bebida acólica, fiquei assim por dias, meus pais acharam que seria melhor eu não ir a escola pois eu estava extremamente agitado e poderia acabar fazendo mais besteiras do que o normal, porém estava demorando demais, foi quando eu comecei a fazer os tratamentos juntamente aos remédios, o que me fez dar uma leve melhorada por mais que tudo que eu possa fazer é tomar os remédios e rezar pra não ter um episódio maníaco ou depressivo, mas meu estado voltou a decair bem cedo, meus pais faleceram alguns anos depois em um acidente de carro e eu tive alguns problemas pessoais na escola, fui pra um orfanato e tive muita dificuldade pra ser adotado por uma família, já não bastava meus episódios depressivos e agora eu estava realmente deprimido, meu mundo todo tinha sido transformado em nada e eu não via mais cores, briguei com meu melhor amigo qual não vejo a anos, mas finalmente depois de 5 longos anos eu voltei a ser o Eijirou de antes, um garoto animado e sempre pronto para dar seu melhor! Arrumei um emprego como recepcionista de um dos melhores hotéis daqui da cidade e estou pronto para enfrentar qualquer coisa!
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P.o.v Eijirou Kirishima.
Segunda feira - 07/01/19 - 8:00hrs
Eu estava caminhando alegremente com um sorriso cativante no rosto, o vento gelado de segunda-feira que anunciava uma manhã fria batia em meu rosto me fazendo ter leves arrepios em minha coluna misturados a excitação do meu primeiro dia no novo emprego, uma mistura perigosa mas ao mesmo tempo interessante, meu cabelo ruivo balançando graças ao ar contínuo apenas para cima pelo gel qual nunca deixo de usar, belas crocs pretas em meus pés e por baixo das crocs se escondiam minhas meias brancas da sorte - as solas tem desenhos de tubarão mas isso é segredo - eu trajava um palitó vermelho puxado para um vinho que aproximava-se a intensa cor de meus olhos.
Eu andava apressadamente pelas ruas de minha - nada - pacata cidade indo em direção ao meu trabalho. As ruas daqui estão sempre cheias e cobertas por multidões de pessoas apressadas todos os dias fazendo com que tenhamos que nos apertar e imprensar umas nas outras para que possamos caminhar, hora ou outra eu sempre esbarrava em alguém ou vice-versa, mas obviamente fazia questão de me desculpar seja qual fosse o lado de qual vinhese o esbarrão, meu ou da pessoa, claro, elas não tem culpa, estão todos indo para seus trabalhos em plena segunda-feira cansados e desanimados além de distraídos, quem pode culpa-los?
Eu rapidamente cheguei até o hotel qual ia trabalhar, grande e chique que ostentava apenas do bom e do melhor, não sabia se me sentia ameaçado ou aliviado por ter sido colocado na recepção, paredes brancas por fora extremamente limpas, como se tivessem sido limpas por um perfeccionista - sinceramente tenho pena das pessoas que limpam isso - janelas de vidro que deixavam a luz natural adentrar o gigantesco hotel e desciam de cima a baixo dando um ar ''futurístico'' muito atraente aos olhos, enquanto por dentro tinha uma faceta mais rubra, luzes mais fracas, tons mais escuros como preto e vermelho, um verdadeiro palácio da atualidade, se pudesse eu me mudaria para aqui nesse exato momento.
Eu fui até a porta - também de vidro - que tinha o dobro do meu tamanho, havia um aviso escrito em um papel colado na mesma qual dizia: "Apenas funcionários." Eu empurrei a porta um pouco tímido e com um pouco de dificuldade graças ao seu peso desnecessário e adentrei o grande hotel, rapidamente minha atenção se prendeu a cada detalhe mínimo ao meu redor, era tudo extremamente limpo e combinado como se esse hotel fosse liderado por um tipo de ditador que ordenasse que a perfeição reinasse naquele lugar, logo fechei a porta atrás de mim e rapidamente me coloquei a procurar meu chefre para conter as explicações necessárias para o meu primeiro dia. Eu olhei meu relógio vendo as horas, cheguei 30 minutos adiantado, provávelmente é por isso que não vejo ninguém além de alguns faxineiros que estavam já se retirando, cansados e quase mortos de provavelmente trabalharem como escravos, e eu não duvido disso, voltando a mim, eu cheguei cedo não porque quero agradar o meu chefe e sim porque eu enrolo demais na cama, sinceramente sou um tanto preguiçoso, ou melhor, a preguiça em pessoa, por isso botei meu despertador pra tocar as 7:30 da manhã, foi um sacrifício danado pra mim? Sim, mas vai valer a pena com o salário gordo que vou receber.
Eu adentrei a sala de recepção e passei por ela não dando muita mais atenção por agora estar mais concentrado em encontrar onde diabos estava meu chefe, cheguei ao saguão chiquérrimo nada humilde que esbanjava um belo lustre de cristal pendurado no teto e sofás brancos confortáveis que pareciam que se me sentasse neles eu afundaria até o inferno, rapidamente meus olhos pousaram ao longe onde vi um homem mais ou menos da minha idade bem atraente - tenho que comentar - cabelos loiros e estava virado de costas concentrado em seu telefone gritando com alguém cheio de ódio, ele se virou de leve me dando uma melhor visão de si, ele tinha olhos afiados e robustos, vermelhos e agressivos, uma pele clara e por mais que lhe apresentasse músculos era bem cuidada, ainda que eu não pudesse ver por baixo de suas roupas aparentava ter um corpo extremamente definido que me fez sentir subir um pouco de calor me fazendo inspirar uma grande quantidade de ar e conter meus pensamentos impuros que sempre tive, "controle-se Eijirou, não vai cantar um colega no seu primeiro dia." Pensei comigo mesmo acalmando meus ânimos e me concentrando, dei uma última olhada para o loiro enfurecido sentindo que o conhecia de algum lugar, mas não sei de onde.
Rapidamente os olhares do loiro também pousaram sobre mim e ele terminou de gritar ao telefone desligando o aparelho carrisimo sem qualquer tipo de zelo pelo objeto, veio em minha direção lentamente em passos firmes e autoritários encarando-me de cima pra baixo como se me analisasse, sabe, como quando você vai ao mercado e está escolhendo a carne que vai comprar, mas nesse caso eu seria a carne e pelo seu rosto até agora ele parece ter se agradado do "produto", chegou a minha frente e parou quieto direcionando seu olhar para meu rosto e logo depois as minha roupas, seus olhares passeavam em meu todo me fazendo corar e meu coração bater forte com seus olhares penetrantes, ainda mais quando seus olhos se prenderam na minha região pélvica, por pouco não tive que conter uma ereção - céus, desse jeito pareço um tarado, quer dizer, eu sou basicamente - porém quando seu olhar chegou a meus pés sua face um tanto quanto antes inexpressiva tornou-se uma carranca feia e enojada.
– O que porra é isso? - Questionou com uma voz roca e séria apontando para minhas crocs e depois desviando seu olhar afiado e enojado a mim. Ele realmente parecia irritado com as minhas crocs, e eu quase dei um grito de raiva em resposta, mas me contive por pouco.
Posso ver que o loirinho aí tem uma boca bem suja e um jeito de marmanjo, provavelmente é meu chefe, como eu fui burro de cometer um erro tão simples como esse? Eu conversei com ele ao telefone mas não imaginei que fosse assim, eu imaginava um homem de 50 e poucos anos com um tabaco na boca e barbado, mas a vida é uma caixinha de surpresas.
Eu sorri para ele meio sem jeito.
– São crocs. - Respondi-lhe com calma vendo-lhe bufar com ironia e revirar os olhos. Vejo que será uma tarefa complicada lidar com ele, mais de uma coisa tenho certeza, vou converte-lo as crocs quando ele menos esperar!
– Eu sei que são crocs, não sou idiota porra, mas tire essa...coisa, agora, e coloque um sapato de respeito ao menos que queira ser despedido no seu primeiro dia novato. - Falou sério e inexpressivo quase que incontestável, buscou uma caixa de cigarros e pegou um, com outra mão pegou o isqueiro e o acendeu logo colocando o maço em sua boca me fitando de canto prestando atenção em minha reação.
Prevejo que não nos daremos tão bem assim, mas fazer o que? Ele é meu chefe e não quero nem pretendo ser despedido, entendo ele não apreciar a beleza incontestável das crocs, é um tipo de calçado que poucos sabem admirar, por sorte sou bem preparado e trouxe um par de sapatos de reserva. Curioso com a forma que ele me fitava decidi 'testa-lo' e encarei o loiro por mais alguns segundos em silêncio que também continuou me encarando mais logo me olhou feio.
– O que está esperando caralho? Vá trocas esses sapatos porra, se é que posso chamar isso de sapato. - Questionou grosso desviando seu olhar incomodado, vi suas bochechas avermelhare-se levemente, não sabia dizer se estava com raiva ou envergonhado mas torço que seja a segunda opção, ele inala e logo depois exala a fumaça tóxica.
– Certo, certo. Me desculpe, já estou indo. - Eu sai um pouco envergonhado mais ainda com uma postura ereta sem me deixar intimidar, um rostinho bonito não me da medo, pode ser demônio ou anjo eu vou continuar nesse emprego e quero ver quem vai conseguir me impedir!
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P.o.v Eijirou Kirishima.
Terça-Feira - 08/01/19 - 9:00hrs
– Oi! Eu sou o marido do Kacchan! Me chamo Midoriya Izuku. - Falou o esverdeado muito alegre e gentil abraçando-se ao loiro e logo sorrindo pra mim enquanto se apresentava como esposo do mesmo que nem sequer preocupava-se com sua presença até ele lhe abraçar, graças ao contato o loiro lhe direcinou um olhar incomodado enquanto Izuku apenas ignorou. – Estou feliz em te conhecer Eijirou. - Disse a mim com uma voz suave e convidativa, ele apertou o braço do loiro qual estava segurando, Katsuki que já não estava feliz o olhou irritado e quase que explodindo em anciã e desgosto.
Eu dei um sorriso meio forçado tentando não ser mal-educado, mas eles não parecem ser o tipo de pessoas que eu imaginaria tendo uma relação amorosa, talvez como amigos, mas a maneira que Katsuki olha para ele como se fosse arrancar sua cabeça a qualquer momento, Bakugou parece odia-lo...
– Está me envergonhando Izuku, nunca mais me abrace na frente dos meus empregados porra. - Falou seco e desgostado da ação de Izuku empurrando o menor sem qualquer delicadeza em sua ação afastando-o de si a todo o custo como se o mesmo fosse um tipo de parasita que lhe infernizava.
Por mais que minha primeira suposição estivesse correta eu não consegui conter uma careta descontente, eu encarei o casal um pouco decepcionado com a boca semi aberta, eu não esperava que Katsuki fosse casado ainda mais que não vi nenhuma aliança em seu dedo, quão pouco o que convivi com o loiro antes já tenho mais ou menos uma ideia do que se passa em sua cabeça e pelo que posso ver ele odeia o esverdeado por mais que ele pareça se esforçar de todo o seu coração, parece ser forte e dedicado, mas não combinam de jeito algum. Um dos meus colegas de trabalho, Shoto Todoroki que é basicamente um faz tudo daqui passou por mim e me deu um tapa amigável nas minhas costas como se dissesse "eu te entendo" e saiu rapidamente a ir buscar o café para Bakugou que lhe havia pedido com toda a "delicadeza" do mundo, prometendo que se demorasse demais seria despedido logo depois.
– Querido, você é tão chato...Eu só quero ficar um pouco com você. - Falou manhoso com um biquinho triste abraçando o maior novamente logo sendo empurrado pela segunda vez mas nessa o loiro usou com um pouco mais de ferocidade para deixar o recado claro: não estou afim de abraços.
– E você é grudento de mais Izuku, porra! Já não basta eu ter que conviver com você quando estou em casa você também precisa me perseguir no trabalho?! Nós só estamos juntos só pra eu manter essa droga de hotel de pé. - Resmungou muito irritado com Midoriya cruzando os braços virando o rosto incomodado, ele realmente não parecia afim de conversar ou fazer seja lá qualquer outra coisa.
– Como assim Katsu-Chefe, como assim chefe? - Questionei quase lhe chamando pelo nome o que seria um erro fatal, se fosse assim ele se irritaria mais do que já estava por ter me pedido para nunca lhe chamar de Katsuki, apenas Bakugou ou chefe. Estava um pouco curioso e com um pingo de esperança, notei levemente o meio ruivo observar de longe escondido também curioso com a situação.
– Esse hotel aqui é da família do Izuku, e então a única opção que eu tive pra poder mandar nessa droga seria casando com um Midoriya, e Izuku pra minha infelicidade é filho único, e cá estou eu, casado com ele. - Falou arisco e indiferente revirando os olhos. Tenho que assumir, eu dei um gritinho interno de alegria, por mais que seja errado significa que ele não sente atração nenhuma pelo menor - Eijirou do céu pare com esses pensamentos pervertidos! Ele é um homem casado, e quem iria querer namorar comigo afinal de contas? Nem pra ser um namorado normal eu sirvo, imagina como amante, nunca saber como eu vou acordar, ninguém correria esse risco, ter que namorar alguém que sofre de bipolaridade, tem os remédios e os famosos episódios que são totalmente aleatórios e incontroláveis, não tem cura - É, realmente, eu não sei porque estou pensando nessas coisas, não tenho chances com ele.
– Por que você não tenta fingir estar feliz pelo menos? - Questionou Izuku um pouco chateado com as palavras agressivas que o loiro havia dirigido a si, lhe olhou com um olhar pidão como se implorasse por um pouco de compreensão vinda do mesmo.
Katsuki lhe fitou fazendo um estalo com a língua e quase que soltando um rosnado para o menor, voltou a pegar um de seus cigarros no bolso que nunca soltava e pôs na boca.
– Pois não estou. - Afirmou calando o esverdeado de vez sendo direto, frio e agressivo, como sempre. Acendeu o cigarro e saiu de cena deixando o pequeno desamparado e meio tristonho com a forma qual Katsuki lhe tratava.
Eu olhei para o esverdeado um pouco mal por ele e pela forma rude que Katsuki o trata, mas também o compreendo, deve ser horrível estar preso a alguém que você não ama ou não sente atração física, mas dessa relação Midoriya deve ser quem mais sofre, o pobrezinho parece estar tentando de tudo pra ter uma relação boa e saudável mas parece que está indo tudo em vão.
– Hey, não fique assim. Tenho certeza que não foi intenção dele te magoar, ele só está num "daquelas dias" sabe? - Falei tentando ajudar Izuku, por mais que não o conhecesse imagino qual deve ser a luta diária dele a lidar com Katsuki.
– Eu já me acostumei... - Falou levando sua a mão as costas de seu pescoço um pouco triste. – Eu tento fazer dar certo mais o Kacchan não gosta, ele queria que a gente não tivesse nenhum compromisso sabe? Mas acho isso errado, nós estamos casados...Claro que eu me importo com a felicidade dele e sei que ele está iinfeliz mais não pode pelo menos respeitar o nosso matrimônio? - Questionou abaixando a cabeça.
– Hey, Izuku. - Chamou o meio ruivo. – Por que não termina com ele? Você também não parece muito satisfeito... - Falou compreensivo, nós dois nos assustamos um pouco com sua chegada por ele ser bem discreto, pôs o café sobre a mesa de Bakugou e voltou a encarar Izuku aguardando sua resposta.
– É difícil Todoroki-Kun, se desmancharmos nossas famílias ficaram brigadas e lutaram por esse hotel como fizeram a anos atrás, e então vai começar aquela mesma rivalidade de anos atrás tudo de novo e nossos esforços serão em vão. Além de quê Katsuki ama esse lugar e se importa com ele mais que qualquer relação sexual que poderia desejar, tem um valor muito sentimental pra ele, perder esse hotel seria como perder um filho, entende? - Falou meio desanimado suspirando um pouco triste.
– Mas você não precisa ser fiel a ele, por mais que estejam casados vocês nunca tiveram relações sexuais, vocês podem ver isso apenas como um trato, como se fossem amigos como sempre foram desde pequenos, sabe? Do qual adianta "manter as aparências" se vocês não estão satisfeitos? Como seu amigo Izuku, eu peço que faça isso pra sua felicidade. - Afirmou Shoto quase que emplorando a Izuku como se soubesse o que se passava na pele do menor e de Katsuki, porém sempre compreensivo.
– Certo, eu nunca pensei desse jeito...Vou conversar com Katsuki assim que chegarmos em casa, obrigado Shoto. - O esverdeado pulou nos braços do meio ruivo e o abraçou dando um gentil beijo em sua bochecha e logo se retirando deixando o mesmo extremamente envergonhado e feliz.
Eu e Todoroki nos olhamos por alguns segundos como se fôssemos cúmplices e estivéssemos perto de cometer um crime.
– Boa sorte. - Disse com uma ar misterioso se retirando logo depois.
Sinceramente, eu sou uma pessoa que muda de opinião rapidamente, então...Se o universo está caminhando dessa forma, o que eu posso fazer a não ser seguir o rumo? Não vai ser tão difícil assim, tenho certeza, Katsuki parece bem infeliz e com Todoroki as coisas seram bem mais simples, espero - realmente eu tenho que parar de pensar dessa forma - Eu dei um leve sorriso interno.
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P.o.v Eijirou Kirishima.
- 08/01/19 - 12:30hrs
Era uma tarde fria típica ainda de terça, meu segundo dia de trabalho, e eu já estava no meu limite, era para meu turno ter acabo quando deu 12:00 mas para a minha infelicidade, a novata, Mina Ashido, também amiga minha de longa data não pode vir por alegar estar doente, mas por conhecê-la bem eu tenho toda a certeza do mundo que é apenas uma desculpa para sair com sua namorada Uraraka pois provavelmente esqueceu o aniversário de 3 anos de namoro delas o que faz todos os anos, e como o bom amigo que sou, estou ajudando-na com isso.
– Seja bem-vinda ao hotel U.A, seu quarto fica do segundo andar, número 23 corredor C. - Disse com um sorriso forçado e uma voz um tanto quanto cansado encarando a garota de longos cabelos esverdeados a minha frente que era um pouco menor do que eu, trajava um belo vestido verde limão, tinha a pele clara e estava aparentemente desacompanhada, eu lhe entreguei a chave com um pouco de dificuldade e ela acenou com a cabeça logo depois pegando a chave de minhas mãos e a guardando em sua bolsa.
Eu já tinha feito aquilo no mínimo umas 300 vezes só naquele dia, sempre tendo que repetir a mesma frase mudando o andar, número do quarto e corredor. Eu nunca trabalhei em um lugar tão chato, cansativo e repetitivo em toda a minha vida! Por mais que eu não tenha que mover um músculo do meu corpo é como se a cada vez que repetisse a maldita frase metade dos meu neurônios iam pra merda, mas agradeço a deus por não estar por exemplo no lugar de Kaminari que precisa carregar as exageradamente gigantesca malas até os quartos em um dos 30 andares desse hotel que mais parece um labirinto, e olha que as pessoas que se ospedam aqui não tem pena nenhuma do pobre Denki que está sempre indo de um lado pro outro, subindo escadas pegando elevadores, as vezes parece que trabalha mais até que o Shoto que é como o escravo pessoal de Katsuki.
– Ah... - Chamou a garota em voz baixa qual eu estava atendendo a pouco. – A psicina aqui fica aberta apenas depois das 9hrs correto, Kero? - Questionou formalmente curiosa com um leve sorriso em sua face. A pronúncia do "Kero" no final da frase não me era estranha, mas não me lembro de onde a conheço, talvez da escola, faz tanto tempo mas prefiro não comentar sobre isso e acabar errando seu nome, um tipo de erro que eu sinceramente prefiro não cometer.
– Sim, das 9hrs até 15h nos dias de semana e das 8hrs até as 17h nos finais de semanas e feriados. - Falei com uma voz cansada e roca, limpei a garganta e respirei fundo o ar quase que caindo sobre o balcão de tanto sono, sentia que podia desmaiar a qualquer momento e sonhar ali mesmo.
– Muito obrigada. - Ela agradeceu, fez uma pequena reverência e saiu animadamente indo até o elevador sendo acompanhada por Kaminari que arrastava as suas malas como se houvesse pesos de academia dentro delas, Kaminari me fitou de canto como se desejasse estar em meu lugar, com aquele famoso olhar de cachorrinho abandonado e maltratado o que me fez soltar um riso fraco.
Meus olhos pousaram sobre a sala de recepção qual não havia dado muita atenção no meu primeiro dia, chique e tranquila, sempre bem arrumada, sofás negros e gigantescos que me davam vontade de pular sobre eles e dormir, uma mesa de centro de madeira escura e uma atmosfera bonita e aconchegante.
– Você precisa de um descanso, não acha? - Resmungou Katsuki me assustando e rapidamente me fazendo despertar de meu "transe" ele se encostou no balcão e virou seu rosto pra mim piscando apenas para me provocar, como sempre faz. – Seu turno acabou a 30min atrás, onde está Mina?
Questionou puxando seu telefone de seu bolso, Katsuki estava bonito como sempre, arrumado com cabelos por mais que rebeldes ainda penteados, sempre ultilizando um terno diferente um mais caro que o outro, ele olhou o seu telefone e deu um pequeno sorriso logo depois o guardando novamente em seu bolso, eu fiquei curioso mais não o suficiente para perguntar, afinal, a minha melhor qualidade, a preguiça estava me dominando naquele momento.
– Não veio hoje...Ela pediu para eu trabalhar o turno dela.... - Falei sonolento quase desmaindo de sono encarando o loiro de canto e deixando minha cabeça cair sobre o balcão, assim que minha testa tocou a madeira gelado eu não me contive em fechar meus olhos por alguns segundos e aproveitar o escuro e a sensação de estar quase em sono.
– Eijirou, você precisa ir pra sua casa, você tem que estar disposto para amanhã, receberemos uma das pessoas mais importantes da cidade aqui, quero te ver com esse sorriso afiado no seu melhor, não me decepcione entendeu? Quero você aqui bem cedo, tenho coisas a mais para conversar com você... Eijirou? - Me chamou mais uma vez percebendo que eu não lhe dava atenção, me surpreendi com seu tom de voz mais calmo que o de sempre o que me deixava ainda mais sonolento, esperava que ele desse um tapa na bancada.
– Sim senhor! - Falei voltando a mim a ouvir a voz reeprensiva de Katsuki chamar meu nome pela terceira vez. Eu encarei o loiro com meus olhos semi-abertos e pequenas olheiras começando a aparecer sobre eles, preciso lembrar; nada de acordar cedo e ficar até tarde trabalhando sem descansar, não funciona!
O loiro não conseguiu conter uma risada enquanto me fitava de canto, ele veio até mim e me puxou pelo braço de uma maneira meio agressiva mas ao mesmo tempo carinhosa de uma certa forma, me carregou basicamente me arrastando pra fora do hotel e me levando em direção ao seu carro, qual era uma bela Mercedes, me parecia que se eu apenas tocasse já teria que pagar uma multa de trilhões de dólares só pelas condições que o carro se encontrava.
– Não, por favor, é sério, eu tô bem. - Implorei envergonhado com a situação, porém ele me ignorou totalmente, abriu a porta do banco de trás do carro sem muita delicadeza e me empurrou pra dentro do mesmo como se estive querendo me sequestrar e eu não tivesse opções, fechou a porta e sorriu pela janela um pouco incomodado com minha teimosia, mas só mais teimoso que eu é ele, rendido eu me ajeitei confortavelmente no banco e aguardei.
Katsuki se pôs a entrar logo depois rapidamente ligando o carro, eu o encarei com uma cara meio emburrada enquanto ele acelerava o mesmo indo em direção a minha casa, qual tinha o endereço graças a minha ficha, mas por que diabos ele decoraria o endereço da minha casa sendo que nada de mais aconteceu nesses dois dias? Eu não faço a menor ideia. Nós dois passarmos o trajeto inteiro sem dizer uma palavra sequer, apenas trocando alguns olhares inquietos.
Rapidamente chegamos a minha casa que não era assim tão longe do trabalho, Katsuki saiu e abriu a porta para mim, primeira vez o que o vi ser educado dessa forma, eu assumo que achei um pouco estranho mais preferi guardar essa observação só pra mim, eu saí e Katsuki logo trancou seu carro e se encostou no mesmo me encarnado ao longe. Ainda com um pouco de preguiça fui até a porta de minha casa e a destranquei, assim que coloquei minha mão na maçaneta e empurrei o pedaço de madeira a minha frente abrindo a porta senti Katsuki vir lentamente por trás e colocar seu rosto próximo ao meu pescoço enquanto sua respiração começou a se tornar mais contínua, quente batia contra meu pescoço fazendo arrepiar.
– B-bakugou? - Perguntei com uma voz baixa e um pouco submissa, com os olhos arregalados a distância que ele se encontrava de mim, eu fiquei um pouco assustado mas optei por não fazer nada, por mais estranho que aquilo fosse.
Katsuki me empurrou para o chão sem aviso prévio me fazendo cair no chão de minha própria casa e logo fechou a porta, sem cerimônia subiu sobre meu tórax e se sentou sobre ele como se fosse um lobo que havia encontrado sua presa e estava com ela em suas mãos, desceu seu rosto de volta ao meu pescoço lambendo-o levemente fazendo meu corpo arrepiar em êxito.
Eu não sabia o que fazer e meu coração começou a palpitar como louco, meu rosto corou violentamente enquanto o loiro me tocava como se fosse seu, assim, tão do nada, ele estava tão perto e sua língua deslizava tão bem em minha pele, tão calma e relaxante, era exitante, eu estava com medo mas não quero afasta-lo, eu não queria, era tão bom...
– Eu quero você Kirishima... - Susurro pertinho do meu ouvido com uma voz sexy mordendo-o logo depois. Ele colocou suas mãos por baixo de minha camiseta e a puxou para fora de meu corpo a arremessando pra longe deixando meu corpo a sua total disposição, levou sua mão até meu mamilo onde o massageou e passou os dedos de leve me fazendo contorcer e gemer com seu toque rude e ao mesmo tempo cuidadoso, eu senti meu membro ficar ereto e começar a palpitar no mesmo ritmo disinfreado do meu coração.
Ele me virou cuidadosamente ainda ficando por cima de mim corpo, levou sua língua até meu mamilo e lambeu passando a mesma naquela região como se lambesse o chantilly de um bolo que encontrava-se em seus seus dedos, saboreando e aproveitando cada minúscula coisa, me devorando, cada reação minha, quando eu me contorcia e gemia querendo dizer algo mas nada saía de minha boca, me fazendo arrepiar de prazer a cada toque diferente.
Levou sua mão em direção ao meu membro e o massageou gentilmente por cima da calça, eu continuava a me contorcer e gemer ainda abismado com a rapidez e ferocidade qual o fazia, como se não se importasse com nada, nada era mais importante pra ele naquele momento, era o que parecia.
Eu celei meus lábios com os do loiro puxando sua camiseta contra o meu corpo, pus minha língua a deslizar em sua boca sentindo ele retribuir o gesto enquanto ainda massageava meu membro, coloquei meus braços em volta de seu corpo deixando que ele me levasse ao chão novamente, ele separou seus lábios e voltou ao meu pescoço, ali deu alguns beijos e chupões agressivos e apaixonados, foi até minha orelha onde deu mais uma mordiscada, eu estava tão excitado, porquê ele não podia simplesmente tirar minha calça de uma vez e me penetrar logo? Eu quero ele dentro de mim.
Tudo tão rápido, senti meus olhos se encherem de lágrimas enquanto ele me tocava daquela maneira, me sentia vulnerável em suas mãos, fortes, quero que ele toque a mim, só a mim...
***
– Acorda homen! - Eu recebi um tapa violento em minha cabeça vindo de um lugar desconhecido, rapidamente acordei assustado com o coração batendo rápido e meu pênis ereto. – Droga, você dormiu esperando a novata aparecer, tive que te trazer pra casa demônio.
Espera...Foi um sonho? FOI UM FUCKIN SONHO? Não, não, foi tudo tão real, tão nítido, eu senti, senti o seu toque, demônios, por que só comigo?! Eu não consigo, é informação demais pra mim, não pode ter sido tudo apenas um sonho, não pode.
Eu puxei a primeira coisa que vi, que no caso seria um travesseiro e o coloquei contra meu rosto soltando um grito de agonia que foi abafado pelo objeto.
– Por que essa cara de decepcionado Kiri? Eu deveria 'tá decepcionado com você dormindo assim, parecia que ia gozar a qualquer momento, desculpa aí cara, mas eu tive que te acordar. - Eu finalmente decidi parar de chilique e tentar entender o que estava acontecendo, eu tirei o travesseiro da minha cara e parei para recolher toda a informação que eu podia ter naquele momento, eu estava em minha casa na minha cama, e a pessoa ao meu lado era meu melhor amigo Kaminari, céus, tudo que eu queria era que a pessoa no lugar dele fosse Katsuki. Eu encarei o alaranjado ainda desacreditado. – Sabe cara, por pouco o chefe não de molestou só com os olhos, aquele cara não é coisa boa, eu to te falando, fica de olho, você é muito novo pra ficar grávido. - Falou tentando quebrar o clímax estranho que estava no ar até o momento, aquilo significava que ele estava me observando dormir...Da pra ser mais estranho?
– Menos Denki, menos, por favor. - Implorei esperando que ele não piorasse a situação que já me encontrava com comentários desnecessários. Suspirei triste olhando para minha ereção desejando que ela não estivesse ali. – Adivinha. - Olhei para Denki de canto com a famosa cara de 'cu, ele direcionou seu olhar para minha região masculina não contendo uma risada debochada que tentou esconder logo depois.
– Se iludiu por homem de novo né Kirishima, vai me dizer que é o nosso chefe tarado? - Ele me encarou descrente logo vendo a minha afirmação decepcionado. – Eu não tenho palavras pra descrever o quão fodido será se você quiser realmente pegar ele. - Deu de ombros ainda se segurando para não se matar de rir da minha cara de trouxa que eu tinha.
– Eu sei... - Disse logo depois dando um suspiro cansado e exausto.
***
P.o.v Eijirou Kirishima.
Quarta-Feira - 09/01/19 - ??:??hrs
Eu acordei na manhã do dia seguinte sentindo o meu corpo pesado e meus olhos lacrimejando, minha boca seca e muita dor em todo o meu corpo inclusive no meu peito, eu havia sonhado com meu chefe novamente, mas por quê? Eu senti uma pontada no peito estranhamente dolorosa que me deu uma vontade imensurável de chorar até não poder mais, o dia parecia cinzento e mais frio que o natural, eu nem sequer queria me levantar muito menos abrir meus olhos direito, eu forcei um pouco minha visão enquanto ela paseeava pelo quarto escuro qual me encontrava, até as paredes azuis que normalmente são tão saturadas que chegam a machucar os meus olhos hoje parecem um cinza azulado, logo meus olhos pousaram sobre meus remédios e alguns anti-depressivos na bancada ao lado de minha cama juntos ao despertador e o meu telefone, virei o rosto cansado só de pensar no esforço que teria que fazer ao me levantar e ir a cozinha para pegar um copo d'água para tomar meus remédios.
Eu optei por ficar deitado sobre a cama em posição fetal enquanto uma luz repentinamente forte adentrava o meu quarto, forte demais para anunciar uma madrugada gelada, a luz batia direto em meu rosto, provavelmente já era de tarde e eu havia dormido a manhã inteira. Eu puxei o cobertor e o coloquei sobre minha cabeça tentando voltar a dormir.
Porém meu telefone tocou arduamente impedindo minhas chances, a música alta e irritante adentrou meus ouvidos quase que me ensurdecendo, por mais que meu telefone estivesse ao lado da minha cama não queria atendê-lo, não queria conversar, ouvir a voz de ninguém, não sentia vontade de fazer nada, só voltar a dormir, mas era impossível, cada ruído se tornava cada vez mais insuportável e nítido aos meus ouvidos, chagava a ser agoniante, como uma tortura, o menor arranhado, som de passos na rua, o toque irritante que eu mesmo havia escolhido para meu telefone, por que tão barulhento?
Eu me encoli ainda mais apertando meu peito contra meus joelhos sentindo uma profunda tristeza inexplicável bater contra mim sem dó, eu fechei meus olhos com força sentindo uma inundação de memórias virem a minha cabeça uma atrás da outra, desde de a minha infância até a morte de meus pais, porém uma lembrança se destacou mais que as outras, algo que não me lembrava a décadas mas era tão nítido, como se eu pudesse reviver aquele fatídico dia de mais ou menos 10 anos atrás.
" – Ei Kirishima, você é doente. - Falou a pessoa qual eu não conseguia reconhecer, seus cabelos eram loiros e espetados e lembravam os de meu chefe, assim como sua voz fria e arrogante sua posição e seu jeito, tudo lembrava ele, eu não consegui me concentrar em seus olhos raivosos mas aposto que eram vermelhos... – Você é fraco e chorão. - Ele disse e me empurrou com força no chão logo depois rindo, estava acompanhado de mais dois garotos que não consegui ver bem.
– P-por que tá fazendo isso Bakugou? - Eu pude ver minha forma de pré-adolescente questionar aflita em piedade, chorando caído no chão com os joelhos ralados e bem machucado.
"Bakugou" Era impossível...Ele? Por que ele? Por que só agora? Faz tanto tempo..."
Eu comecei a chorar baixinho desinfredamente enquanto resmungava e queria um pouco de paz, porém aquela imagem agora me assombrava, mas não podia exigir que Isso fosse embora, não tinha forças nem sequer pra levantar e fechar as cortinas, eu queria continuar deitado...
Eu ouvi alguém abrir a porta da minha casa abruptamente mas não dei importância e continuei chorando em baixo dos cobertores, cada vez o choro se tornava mais intenso e doloroso, eu só queria chorar até desmaiar, queria colocar tudo aquilo pra fora, eu não sabia o que era, mas queria que saísse de mim a qualquer custo, faria qualquer coisa.
A pessoa abriu a porta desta vez de meu quarto e provavelmente assim que me viu debaixo das cobertas correu até mim e retirou o cobertor a força, eu coloquei meu rosto virado contra o colchão e não lhe dei importância ignorando sua presença.
– Eijirou? Você...Tá doente? - A voz rubra e roca adentrou meus ouvidos e rapidamente a reconheci me arrepiando por completo e chorando com mais intensidade que antes, pertencia a Katsuki, o que ele fazia aqui? Veio me cobrar por eu não ter ido trabalhar?
Muito desmotivado eu me coloquei a me virar para olhar em seu rosto na esperança que ele dissesse o que tinha para dizer e fosse embora e me deixasse só novamente, mas eu tive uma surpresa, assim que ele viu meu rosto inchado e meus olhos vermelhos decaiu, seu rosto se tornou triste e ele parecia apreensivo, como se tivesse feito algo de errado.
– O que aconteceu Eijirou? Alguém te machucou? - Perguntou ultilizando a voz mais tranquila que já havia o visto usar e logo sentou-se meu lado.
Eu apenas balancei a cabeça em negação, não queria falar com ele, pois se o fizesse provavelmente voltaria a chorar e não parar mais. O loiro levou uma de suas mãos até minha cabeça e fez um cafuné, eu me afastei um pouco assustado com sua atitude.
– Me desculpa. - Falou meio atônito desviando o olhar. Katsuki se levantou suspirando profundamente e começou a caminhar de cabeça baixa logo indo até a bancada onde viu meus remédios, anti-depressivos, carbonato de lítio e etc, ele pegou um dos frascos e passou o seu dedo pelo rótulo concentrado o lendo com uma face séria e preocupada.
Pôs o frasco de volta a bancada e veio em minha direção, o loiro se sentou na cama e cruzou as pernas, colocou minha cabeça em seu colo voltando a acariciar meus fios ruivos com todo o amor e carinho do mundo, eu voltei a chorar a sentir o seu toque, ele me puxou mais pra perto e me abraçou.
– Vamos Eijirou, pare de chorar, está tudo bem agora...Fala comigo o que houve, por favor. - Pediu tristonho com um olhar cabisbaixo. Ele segurou meu queixo cuidadosamente e virou meu rosto para si me fazendo encara-lo, eu tentei virar o rosto mas ele não permitiu.
– P-por que eu sou assim? D-doente? - Questionei engolindo em seco com a voz rouca enfiando o rosto no peito do loiro, levei minhas mãos até sua camiseta e apertei o tecido, chorava ainda insistente molhando suas roupas. – Dói muito...Eu só quero que isso acabe, eu não quero viver assim, eu não aguento isso Katsuki...Dói muito, Katsuki...- Esfreguei meu nariz já intupido em sua camiseta. – Eu sou normal? - Eu olhei nos olhos do loiro implorando pela sua resposta. – Por que eu sou doente? Fraco? Por quê?
O mesmo pegou meu rosto com as mãos e afastou de seu peito, secou minhas lágrimas com cuidado e deu um sorriso fraco.
– Você não é normal Eijirou, você é sim diferente, você é especial, tem condições que fazem você assim, e você tem que aceita-las, mas não é por causa disso que você deixa de ser um ser humano, você é lindo, e melhor do que muitas pessoas totalmente saudáveis que eu já conheci, você tem que se aceitar do jeito que é. Perfeito e maravilhoso. - Katsuki passou a mão pelos meus cabelos penteando os fios ruivos e embaraçados me colocando sentado em seu colo de costas para si e roupousando sua cabeça em meu ombro.
– Você não me odeia, odeia?... - Perguntei entre lágrimas encarando a parede, agarrei a mão do loiro e a apertei com força.
– Não tem como eu te odiar Eijirou... - Ele disse em voz baixa perto do meu ouvido me fazendo arrepiar cada pelo do meu corpo.
O loiro colocou seus braços em volta de mim e me apertou com força beijando minha nuca e descendo até meu pescoço beijando-o também sempre muito carinhoso.
– Eu te amo Eijirou. - Ele enfiou seu rosto em minha nuca e cheirou meus cabelos depositando mais beijos ali também, sempre carinhoso e cuidadoso.
– V-você não se lembra?... - Eu engasguei tentando falar limpando as lágrimas que insistiam ferozmente a cair sem parar.
– Me lembrar do que Eijirou?...
...
...
...
...
...
...
...
– Esquece...
***
Meu querido diário...
Cá estou eu escrevendo nesse diário mais uma vez, pode se dizer que eu me esqueci dele por muito tempo, quer dizer, depois que eu comecei a trabalhar parecia que eu não tinha tempo pra mais nada!
Bem, como eu posso resumir esse ano? Talvez como um dos mais turbulentos e ao mesmo tempo bom de toda a minha vida. Trabalho pra um chefe gostosão que estava preso em um relacionamento apenas por negócios, que descobri ser meu melhor amigo da escola por qual tinha uma quedinha a muitos anos, felizmente eu não me alimento do passado por que se não ele estaria totalmente fudido agora, mas voltando ao meu chefe gostosão, ele através de um término calmo e pacífico conseguiu manter as coisas amenas entre a sua e a família com qual ele havia quebrado o matrimônio, o hotel que antes era sua vida se tornou sua segunda prioridade, adivinha depois de quem? Exatamente, euzinho! Vamos nos casar no próximo mês e pretendemos adotar uma criança, por que condições ele já tem até de mais, mas pra convencer ele foi um belo inferno por qual eu passei desfilando. Ah sim, eu também não posso me esquecer, eu fiz um novo melhor amigo, o ex marido do meu futuro marido, que redundante não? Seu nome é Izuku Midoriya e ele é muito gentil e amoroso, acho que é por isso que ele e o Katsuki não deram certo, mas bem, até hoje estou tentando juntar ele com meu colega de trabalho, Shoto, eu não sei quem é pior, Izuku por ser tão lerdo ou o Shoto por ser tão apreensivo e ancioso, nenhum dos dois toma incitiva aí fica difícil!
Claro que meu amigo Kaminari continua solteiro, além de ser bissexual é indeciso e está apaixonado por duas pessoas ao mesmo tempo, uma menina chamada Kyoka que trabalha em uma loja de equipamentos e instrumentos musicais e um tal de Sero que trabalha em uma livraria que fica ao lado da loja da Kyoka, eu só posso dizer uma coisa, que vença o melhor!
Bem, acho que resumidamente esse foi o meu ano...Ah sim, eu não comentei sobre a minha decaída, mas por que comentar? Aconteceram tantas coisas boas, pra que ficar relembrando as ruins? Não tem motivo, e assim como Katsuki mesmo me disse, eu tenho que me aceitar do jeito que eu sou, e conviver com isso, mas agora assumo que se tornou uma tarefa bem mais fácil, com Katsuki ao meu lado sempre cobrando que eu tome todos os remédios na hora certinha conferindo se eu fui a cada sessão de psicoterapia sem falta, me ajudando durante os meus episódios tanto de mania quanto de depressão, pode se dizer que eu melhorei bastante com alguém sempre no meu pé, eu o agredeço profundamente por isso...Bem, acho que é só isso por hoje, caso algo novo venha acontecer voltarei para anotar, mas temporariamente tudo que posso fazer é aguardar o futuro anciosamente.
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