História Eu te vejo. - Senhor dos Mistérios

Eu vejo demônios... É uma habilidade confusa e incerta, mas uma vez eu vi...

...Stolas.

Eu achava que ele seria uma criatura alada, com olhos profundos e vazios, coberto de penas negras, mas eu estava enganada. Stolas se apresentou na forma de uma enorme coruja de quase dois metros, e quando eu o vi, em campo aberto, pude observar que ao seu lado repousava um telescópio e uma pequena mesa com uma chaleira e duas xícaras, e em sua asa, segurava um livro como se fosse mão. 

Seus olhos não possuíam nada que remetesse ao vazio, pelo contrário, refletiam cada estrela que ele observava, eram de fato profundos, mas eram de puro encanto. 

Stolas me chamou pelo nome com entusiasmo, orientando-me a observar um ponto específico no céu. Um rastro verde-água cortou a vastidão noturna, destacando-se entre as estrelas, antes de se dissipar rapidamente. Era um meteoro enriquecido com magnésio.

Stolas era um guardião dos mistérios do universo e sua presença era tanto inspiradora quanto aterradora. Eu achei nele a verdade que tanto busquei.

Naquela madrugada me sentei ao seu lado e ouvi sobre cada intrínseco mistério que permeava a vastidão do universo, acompanhada de um bom chá. Stolas contou-me sobre os buracos negros, sobre os sóis, seus exoplanetas, os quasares, a história de cada constelação, até mesmo as possiveis civilizações distantes, e todo e qualquer conhecimento que poderia facinar a mente humana, jamais registrados em qualquer lugar, nem mesmo nos antigos textos sagrados, nas palavras cifradas dos alquimistas ou nas visões dos visionários

Eu percebi que era Stolas nos sonhos dos cientistas, sussurrando ideias e que transcendiam a compreensão convencional. Ele estava lá, nos momentos de epifania e iluminação, quando a mente se abria para a vastidão do universo e todas as suas possibilidades.

A cada palavra proferida por ele, percebia minha percepção do mundo se transformando.

No fim, Stolas não era apenas uma figura lendária dos livros antigos, mas sim uma força viva e pulsante que permeava todo o cosmos, um lembrete constante de que há mais mistérios no céu e na terra do que pode sonhar nossa vã filosofia.

Hoje, sou uma cientista. E devo isso à influência de Stolas.