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História Eu, você e o idiota do meu irmão - A vingança de Jeon Jungkook


Escrita por: junabi

Notas do Autor


vocês devem estar achando bem estranho eu ter demorado apenas 4 dias pra atualizar néKKKKK
não se acostumem! mas eu estava ansiosa pra finalmente postar.
e como muitos de vocês me pediram um ponto de vista do Jungkook sobre como ele enxerga essa história toda eu trouxe a vocês! Então os próximos capítulos vão ser no ponto de vista dele.

Boa leitura!

Capítulo 14 - A vingança de Jeon Jungkook


Fanfic / Fanfiction Eu, você e o idiota do meu irmão - A vingança de Jeon Jungkook

14.

Jeon Jungkook 
ANTES

O folheto grudado no chão do festival de música me chamava atenção, por mais que eu estava meio tonto por conta da bebida alcoólica que bebi eu ainda continuava meio sã. Me abaixo e vejo o papel amassado com algumas informações sobre as inscrições de bandas do festival de música no final do ano. A melhor banda com a melhor música ganha um prêmio em dinheiro e um contrato com uma das melhores gravadoras do país. Olho pros meus amigos que estavam atrás de mim, meus melhores amigos. 
Eunha e Yoongi. 

Eunha berrava uma das músicas do Slayer enquanto Yoongi acendia um cigarro e balançava a cabeça como um verdadeiro metaleiro. Sorrio vendo que eu estava no lugar certo, o festival de música era um dos meus lugares favoritos, claro, graças a Yoongi. Min Yoongi e eu somos amigos desde o fundamental, ele arrancava a cabeça das bonecas das garotas enquanto eu escondia seus estojos no armário da professora, uma criança encapetada reconhece a outra sem sombra de dúvidas. Já Eunha chegou depois, primeiro dia de aula do ensino médio e Eunha arremessa a bola de vôlei no olho do branquelo, digo, Suga e boom! Um trio de pessoas meio desmioladas viram amigos.

Yoongi é o tipo de cara que retruca tudo o que você diz, enche seu saco e te xinga mas eu reconheço que essa é a forma dele demonstrar que gosta, simplesmente humilhando.

 (Eu sou uma das vitimas)

Eunha é o tipo de garota divertida e engraçada, no começo que a conheci era nítido que todos achavam que éramos namorados, o que nunca aconteceria, eu a via como uma irmãzinha mais nova. De todos ela é a mais consciente desse grupo.

Mas você deve estar se perguntando — Ou não — O que três estudantes do ensino médio — estão fazendo em um festival de música, obviamente ouvindo música certo? Pelo menos eu e Eunha estamos, Suga está ocupado demais com a língua enfiada na boca de uma desconhecida de cabelo laranja. 

Caminho até eles com uma expressão de nojo

— É serio que ele beija qualquer uma que passa por aqui? — pergunto a Eunha que riu enquanto negava com a cabeça 

— Essa já é a quinta que ele beija. 

— Argh! Que nojo.

— Nojo? Vai me dizer que você não beija? — A morena me olha como se conseguisse me ler, e de fato ela consegue, era impossível não ser transparente quando se tratava da minha amiga.

— Beijar eu beijo né Eunha, mas qualquer uma assim? Eu não sou rodado! — vejo o branquelo dizer algo no ouvido da garota que antes ele beijava, a fazendo rir e logo ele volta com a voz enrolada, um sinal claro de que estava alterada por conta da bebida.

— Meus amigos, que noite! Que noite! — A voz de bêbado me dava desconforto, ele abraça meu pescoço junto com Eunha — Eu amo muito vocês, saibam disso. Muito! Por mais que eu tenha mijado no jardim da mãe do Jungkook — ele ri e eu so sei negar com a cabeça enquanto via a sua situação deplorável

— Prestem atenção, olhem só isso aqui. — tiro o folheto amassado da calça jeans e mostro pros meus amigos que tentam ler na multidão de pessoas berrando e batendo cabeça com a música alta de metal que tocava — Eles estão procurando por uma banda com grande potencial e boas músicas. A melhor banda ganha prêmio em dinheiro e um contrato com a melhor gravadora do país! 

— Caralho achou isso aonde ein? — Yoongi pega o folheto da minha mão forçando os olhos a ler 

— No chão. Essa é a nossa oportunidade de mostrar nossa banda aqui no festival e ficarmos ricos! Isso não é genial? — me sinto vitorioso, eu sou extremamente inteligente.

— Podemos tentar, mas temos que ensaiar todos os dias você sabe disso, não? — Eunha tomou o copo da mão de Yoongi enquanto o olhava feio 

— É claro. Vamos ter ensaios mais longos, mais dedicação, nada de distrações como festas, bebidas e garotas escutou Yoongi? — puxo a orelha do garoto que revira os olhos 

— Garotas são diversão, qual é! Dá um tempo rabugento.

— Garotas e banda não combinam juntos. Por favor, é a nossa deixa de mostrar que somos realmente bons, eu confio na nossa banda, vocês não? — era meio difícil me escutaram, é óbvio, estávamos em um ambiente com música alta, festas e garotas. Tudo o que eu tinha acabado de falar que não poderíamos mais manter contato, pelo bem do nosso tempo da banda. 

— Eu topo Jeon — Eunha bagunça meus cabelos 

— Tá! Eu também. Mas depois vamos ter festas e garotas! 

...

— Cara por que diabos você vai guardar sua guitarra no depósito do teatro? — Yoongi questiona pela sei lá quantas vezes esse tapado me perguntou a mesma coisa, que cara chato! 

— Meus pais me ameaçaram. — coloco a guitarra em cima do armário mais alto e escondo com a cabeça do mascote do colégio 

— Que?

— Tá legal, eles não me ameaçaram.. é só que eu fui mal em umas matérias chatas aí e minha mãe quer tirar minha vida de mim.

— Ah claro e a melhor ideia foi deixar na escola entendi.. — O loiro coça a nuca rindo
— Era só ter deixado na minha casa, sabe disso não? 

— Rá! — desço do banco — Não conhece minha mãe, ela iria na sua casa atrás da guitarra. Aqui ninguém mexe, eu vou pegar ela pra ensaiar depois da aula depois vejo o que eu faço com ela, está segura aqui.

— Tanto faz cara, só vamos logo que o zelador pode nos ver aqui. 

Depois de ter guardado muito bem e escondido minha guitarra voltei pra aula chata que eu estava tendo. Química. A pior matéria do mundo, como eu odiava. Eu não conseguia estudar, o festival, a banda, a música e o heavy metal tomavam conta da minha cabeça. O sinal toca e eu ando até o depósito atrás da minha guitarra, eu tinha esquecido de colocar um pano pra não estragar as cordas, estavam novas eu tinha acabado de compra-las. Abro a porta e me deparo com uma garota no chão, em cima da minha guitarra. Minha guitarra estava aos pedaços no chão. Literalmente!

— Você quebrou a minha guitarra?!

A garota assustada continuava com a bunda na minha guitarra.

— E-Eu.. — gaguejou me deixando mais enfurecido ainda, bufo de raiva enquanto via a garota se levantar sem graça como se segundos atrás não estivesse quebrado a minha vida! Minha guitarra! 

— Me desculpa! Eu não tinha visto que ela estava aí e... — empurro o corpo da garota para o lado com uma cotovelada apenas me preocupando com minha guitarra. Pego um dos pedaços e fico em completo choque. A minha guitarra estava destruída, o festival de música, minha vida, tudo! Tudo por causa dessa maldita estrangeira.

— Você destruiu a minha guitarra! — Gritei irado enquanto preensava seu corpo atrás do armário velho fazendo a cabeça do mascote cair na minha cabeça, mas retiro com brutalidade sem paciência alguma.

— Você só sai daqui com outra dessa. — Olhei no fundo dos seus olhos não tendo piedade nenhuma, eu nunca senti tanta raiva na minha vida como eu estava sentindo agora.

— Eu já te pedi desculpas! E eu juro que não foi de propósito, ela estava atrás de umas caixas com livros e eu acabei caindo. — A mais baixa respira fundo tentando se explicar mas eu não queria saber.

– Escuta aqui estrangeira, você acha que desculpas vão trazer a droga da minha guitarra de volta?! – jogo a metade da guitarra no chão sem paciência – Eu tenho um festival de música daqui a alguns meses e eu preciso de uma guitarra!

– E agora a culpa é minha? – ela empurra meu peito brava – Você deixa essa porcaria jogada por ai, e sou eu a culpada da história?

– Com certeza! Ou você acha que a bonita aí deslizou no chão, caiu com essa bunda gorda e.. – sinto uma ardência no rosto. Ela me bateu. Eu ganhei um tapa na cara! 

– Você é um imbecil! Eu até te pagaria uma nova mas só pela sua audácia de chamar a minha bunda de gorda eu não vou te dar mais nada! – a garota sai do deposito irritada me fazendo respirar fundo tentando não surtar. 

— Eu não vou surtar. — Passo a mão pelos cabelos enquanto rodava o piercing do lábio inferior 

...

— Eu vou surtar! — Quase berro no corredor enquanto eu procurava a dona do problema, Yoongi e Eunha não entendiam a minha raiva toda

— Eu avisei — Yoongi deu tapinhas nas minhas costas e eu o olho com raiva vendo sua mão ainda continuar ali 

— É, realmente não foi uma ideia boa ter deixado sua guitarra na escola Jungkook, você tem uma parcela de culpa. Sinto muito  — Eunha tenta me convencer de que está tudo bem, mas está tudo, menos bem!

— Eu não tenho culpa! Ela estava muito bem guardada. 

— Na escola? — meus amigos perguntam em uníssono me deixando mais estressado do que eu estava

— Calma Jungkook! Sua guitarra estava meio gasta também né? Até a minha avó de 90 anos estava mais conservada que aquela coisa — Falou olhando as unhas 

— É, e eu acho melhor vc conservar essa sua língua antes que eu vá aí quebrar ela. 

— Vocês são dois idiotas infantis. — Eunha revira os olhos e entra no refeitório do colégio, logo eu trato de segui-la junto com Yoongi 

Nos sentamos na mesa mas eu estava preocupado demais, queria achar a garota e cobra-la sobre a minha guitarra.

— Relaxa Jeon, a gente te arruma uma guitarra provisória enquanto a sua está quebrada, não tem motivo pra surtar. — A morena fura o suco de caixinha com canudo de metal 

— Ah tem sim! Aquela guitarra era da sorte! Eu só tocava com ela e outra coisa, eu sou apaixonado por aquela guitarra vocês sabem muito bem disso! — Digo indignado 

— Ah como sabemos..  é Deus na terra e guitarra no céu! — Yoongi morde um pedaço da sua pizza

— Mas a garota não tem culpa, dá um desconto. — Eunha me olha 

— Como não? Ela quebrou! Partiu no meio! Aquela bunda maldita, eu vou achar ela e vou fazer a vida dela um inferno.

— Ela é gata? Se for me apresenta. — Yoongi sorri malicioso mas tudo que recebe é apenas um dedo do meio 

— Você é muito vingativo.. aish! — A garota na mesa revira os olhos — Deixe-a em paz.

— Estão despreocupados porque não são com você! Aposto que se quebrassem a suas baquetas a garota estaria no céu, nem história pra contar teria. 

— Com certeza não. Eu sei guardar muito bem as minhas coisas, eu uso a cabeça de cima não a debaixo igual a vocês dois! 

— Vamos lá Yoongi, você conhece todas as garotas desse lugar, me diga quem ela é! 

Yoongi franze o cenho 

— Eu sei lá cara! Descobre você. Eu nem sei como ela é. — Mordeu um pedaço da pizza 

— Como não? Deve ser a única estrangeira desse colégio todo. Ela tem os cabelos castanhos e longos, usa umas roupas fora de moda e até que é bonitinha. Mas bonitinha é uma feia arrumada.

— Hum.. — Pareceu pensar enquanto ainda estava de boca cheia — Sinto muito, não posso ajudar porque não a conheço.

— Puta que pariu. Então me ajuda! Os dois! — passo a mão nos cabelos ainda estressado, lembrar da minha guitarra quebrada em pedaços me deixava em completa depressão. 

— A gente não pode fazer muita coisa Jungkook, e se eu a ver, eu não direi que a vi. A garota não tem culpa! — Eunha jogou seu suco de caixinha em mim

— Vocês são péssimos amigos. 

— E você irresponsável! — retrucou, óbvio que não respondi eu tinha achado a pilantra

— Tchau pra vocês.

Saio da mesa ouvindo meu nome ser chamado mas eu ignoro, eu estava cego de raiva. A ira tomava conta do meu corpo e eu não sabia manter a calma, e muito menos queria calma naquele momento. Achei a garota na fila da comida mas quase a perco de vista por ter andado rápido demais, arrastando uma garota com ela. Naomi. A estrangeira era amiga da Naomi? Quer dizer, eu não conhecia muito a japonesa mas sabia o seu nome porque era assunto entre os garotos do colégio todo. Ando em direção a mesa das duas que me olharam e tentaram ignorar, mas tentativa falha.

– Eu disse que faria a sua vida um inferno, então me diga, aonde está a porra da minha guitarra que você destruiu?! – me inclinei enquanto encarava seus olhos

– Você não cansa de falar disso não? – Revirou os olhos – Eu estou almoçando se me der licença.

– Ah é? E aonde está a sua bandeja?

– Te interessa tanto o que eu como no almoço? Você parece comer comida de cachorro ou qualquer coisa nojenta pra pagar de machão! – a garota ri mas eu não tinha achado graça alguma.

– Vou comer sua cabeça assim que eu passar por cima do seu corpo com a minha moto. – a garota se levanta ficando frente a frente comigo, nos encaravamos no fundo dos olhos, olho a olho, cara a cara. Como dois cachorros prestes a atacar um ao outro.

– Acho melhor eu ir... – Naomi se levanta

– Senta! – Nossas mãos forçam os ombros da japonesa a sentar.

– Ou você para de me perseguir como um maluco ou eu vou até a direção e conto que quer me matar!

– É, aproveita e conta que quebrou algo de valor meu e vamos ver quem tem razão na história. – cruzo os braços tentando manter a calma, sim eu sei que minutos atrás eu disse que não queria calma.

– Se eu soubesse que a guitarra era sua eu fazia questão de pisoteá-la e botar fogo!

– Você me paga! 

Bati meu ombro em seu corpo pequeno e sai bufando de ódio. Ela não estava um pingo arrependida. Voltei pra mesa vendo meus amigos me olharam com uma cara de tacho 

– Tá, o que que foi? – Me sento no banco desconfortável 

– Você foi cobrar a garota Jeon, você não é assim. O que que há com você? – Eunha pergunta séria 

– Espera, aquela não é a Naomi Yamamoto? – Yoongi pergunta com um salgadinho fedido em mãos 

– Sim, ela é da minha sala. Por que? 

– Ah, ela é a amiga da garota que quebrou sua guitarra com a bunda – ele diz entre risadas 

– Não me diga! Se você não me contasse eu não teria visto a garota na mesa. – Digo em tom irônico 

– Chato! – Deu língua – Tá legal Jungkook, eu posso descobrir quem é ela pra você mas você tem que deixar a menina em paz, ela é desajeitada? É! Mas a Naomi é legal e se ela é amiga da Naomi quer dizer que não é má pessoa. – O branquelo chupou os dedos sujos de salgadinho, que nojo.

– Não prometo muita coisa.. mas se você diz. 

– Vocês são malucos. Completamente! – A morena nos olhava desgostosa enquanto negava a própria cabeça 

– Não somos malucos, talvez o Yoongi tenha parafusos a menos mas isso não vem ao caso agora, eu só estou preocupado com a nossa reputação no festival de música. Como vamos ensaiar sem uma guitarra? Não existe heavy metal sem guitarra Eunha! 

– Vamos dar um jeito! Eu te arrumo uma improvisada, não esquenta com isso. 

... 

As aulas foram passando e Yoongi já tinha descoberto tudo sobre a garota. 

– Ela se chama Emilly Taylor, dezessete anos, entrou no colégio criança, só tem a Naomi como amiga e é da mesma sala que o seu irmão senhor perfeição. Quer que eu descubra mais coisa? 

Eunha o olhava em choque, não só ela claro. Me surpreendia Min Yoongi sempre conseguir o que queria.

– Como você.. Não quero nem saber, esquece. Aliás, o que vai fazer com essas informações Jungkook? 

Me sento na cadeira de forma relaxada com as pernas abertas e sorrio maldoso

– Ah esse sorriso não! Por favor! 

– Não farei nada demais, apenas lembra-la que agora temos uma richa, eu e ela. Simples assim. 

Sim, estava declarado guerra. 

Eu não sou tão infantil a esse ponto, mas me deixava irritado e chateado a respeito do festival de música, o meu sonho era que a minha banda ganhasse reconhecimento, eu amava a música, amava como um objeto poderia nos proporcionar sensação indescritíveis, sentimentos como tristeza e felicidade e vibrações. Amava tudo isso com todo o meu coração, e ver meu sonho ser despedaçado e jogado no lixo por uma estrangeira me deixava maluco. Eu não faria nada demais além de cobra-la, é claro. Mandei recados entre pessoas pra chegar até ela, a segui nas aulas que ela estava, nos corredores e bebedouros, em todos os lugares. 

– Quer uma carona? – Yoongi pergunta  enquanto estávamos parados no estacionamento dos alunos, a aula tinha finalmente acabado. 

– Tô de boa. Vou a pé – Forço os olhos a tentar enxergar meus amigos por conta do sol quente que fazia, cubro a direção que o sol batia em meu rosto com a mão enquanto via Eunha e Suga irem embora de carro. Ando mais um pouco pra frente suando feito porco pelas roupas que eu usava, preto e verão não combinavam juntos. 

Avisto o ponto de ônibus com uma pessoa, a estrangeira. A garota batia os pés no chão feito criança enquanto esperava o ônibus, ando até a de cabelos castanhos tapando completamente a sua visão

– Mas.. cadê o sol? Aí! – a garota toma um susto dando um pulinho sobre o banco – Você quer me matar do coração?

– Não só do coração.

– Olha dá uma trégua, 'tá quente demais pra discutir e eu quero ir embora em paz. – Emilly falava de forma cansada, aposto que é uma baita de uma sedentária.

– Só queria ver se estava viva.

– Por que?

– Porque enquanto você estiver viva eu vou poder te matar. – dou as costas e decido ir embora, cansei de correr atrás dessa garota. O caminho do colégio até a minha casa era longe, de fato. 30 minutos andando. 

Mas eu não me importava. Eu preferia ficar na rua do que em casa, sinceramente eu não tenho uma boa relação com os meus pais, não a relação que eu queria tanto ter. E os 30 minutos andando ouvindo música eu pensava em como dar um jeito de entrar em casa sem que me vissem, tentativa jogada no lixo. Minha mãe estava de folga do trabalho. 

A BMW vermelha estacionada na garagem entregava que a minha progenitora estava em casa. Abri a porta com cuidado para que não fizesse barulho mas assim que a fecho e começo a subir os degraus da escada nas pontas dos pés, ela aparece.

– Aonde você ia? – A mais baixa me pergunta com a voz irritada. Sim eu conhecia seu tom de voz de longe, a 2 metros de distância se duvidar. Me viro derrotado vendo a mulher pequena de braços cruzados, ela estava bonita hoje. 

– Pro quarto. – Respondo apertando a alça da mochila 

– Precisamos conversar. 

Essa maldita frase era pior do que escutar "A academia está fechada". Quer dizer, brincadeiras a parte, aquilo me incomodava, por que eu não podia simplesmente entrar no quarto, trancar a porta e ouvir música? Não era tão simples assim pra ela? 

– Sobre? – Suspiro pesado, seria longa essa conversa.

– Suas notas. – Coço a cabeça esperando o sermão – Jeon Jungkook, 4 em química, 2 em matemática e 8 em artes? O que significa isso? 

Os braços cruzados, o tom de bravura na voz, as sobrancelhas forçando pra baixo, ela estava brava. Muito brava. 

– Que o seu filho é um artista? – ironizo enquanto subia 2 degraus 

– Não dê as costas pra sua mãe! – me viro novamente olhando seu rosto  – Como pretende cursar a faculdade de medicina desse jeito? Me diga, uh? Acha que consegue uma faculdade com essas notas horríveis? 

Ah, sim. A minha família inteira é médica. Meus primos, meus tios e minha mãe. E claro, ela quer que eu me torne um médico, mas eu não quero. Não quero fazer faculdade, não quero ser médico e não quero seguir o sonho da minha mãe de ver o filho dela em um hospital cheio de gente doente. Mas como dizer não pra alguém que não sabe o significado da palavra não? Simples: Você não diz. Eu amo a minha mãe, com todo o meu coração, e se pra vê-la feliz seja necessário mentir sobre ser um médico eu faria, claro. Mas ultimamente de uns tempos pra cá eu vejo que não é o que eu quero.

– Eu não pretendo, mãe. 

– O-O que? – gagueja incrédula 

– Eu não quero fazer faculdade. Nem de medicina como você tanto quer, muito menos advocacia como o meu pai ou o resto da nossa família que tem uma faculdade. Eu não quero. – A feição da mulher era como se eu tivesse acabado de roubar um banco.

– Ficou maluco? Sabe o quanto eu trabalhei duro pra ser uma médica? E olha só o que eu consegui com o meu esforço Jeon, uma vida ótima! 

– Fico feliz pela senhora, mas não é o que eu quero. 

– Filho por favor, pensa duas vezes antes de dizer algo, eu estou pedindo que você melhore as suas notas. Eu não paguei escolas caríssimas pra você simplesmente jogar pro alto.

Eu não era ingrato, tudo o que eu queria era paz. Mas paz em casa eu nunca poderia ter, ter que pisar em ovos pra me expressar era motivo de briga e cara feia, a minha vida toda era agradar minha mãe. O meu pai não era tão rigoroso com as minhas notas, mas ele queria que eu fizesse uma faculdade então ficavam os dois plantando abobrinha na minha cabeça, por sorte eu não tenho uma mente fraca.

– Tá mãe. Eu posso subir ou ainda vai dizer mais alguma coisa? – eu não iria mais retruca-la, me cansava isso todos os dias.

– Quero a sua guitarra por favor. 

Engulo a seco, como falar pra ela que simplesmente quebrou? 

– O que? 

– A guitarra Jungkook. Você só vai tocar se as suas notas melhorarem, e não adianta esconder eu sempre acho. Por favor, colabora filho. – ela ousa subir as escadas mas eu não deixo 

– Ela quebrou

– Jungkook você sabe que nessa casa nós não mentimos. 

– Eu estou dizendo a verdade! Ela quebrou hoje cedo, na verdade uma garota quebrou. – Colocar aquilo na cabeça da minha mãe era a mesma coisa de inventar história pra surdo, não funciona. Então pra não irrita-la mais ainda eu tive que ligar pros meus amigos confirmarem isso e só assim ela ficar mais tranquila. E depois daquela cobrança toda ela beijou minha cabeça e disse que só fez aquilo porque me amava, e eu a entendia, ela queria que eu tivesse a mesma sorte que ela teve, mas me forçar a fazer algo que eu não queira não ajuda muito bem. 

Suho só chegava em casa á noite, ele ia pra academia depois da escola e da academia pro trabalho. Papai chegava em casa morto, sempre na hora do jantar, então eu passava a maioria do meu tempo com a minha mãe. Mas passar o tempo com ela não era como ela passava com meu irmão. Suho era o queridinho, o favorito, filho de ouro. O melhor na escola, nos esportes, no QI, na beleza, no cuidado..  enquanto Suho fazia tudo o que meus pais queriam e era o filho dos sonhos eu era a ovelha negra. O filho rebelde que tinha personalidade forte, mas não eu não sou assim. Eu só sou decidido, sei impor limites nos meus pais, coisa que meu irmão não sabe fazer. Não tínhamos uma richa, muito menos nos odiavamos, mas me incomodava o tratamento diferente então toda a minha frustação ia pra ele.

 Entrei no meu quarto indo trocar de roupa, eu trabalhava como motoboy no período da tarde em um restaurante japonês, não era lá essas coisas mas eu preferia isso do que ganhar mesada dos meus pais com quase dezoito anos nas costas. Vejo meu cachorro Ozzy deitado em sua cama mordendo seu brinquedo favorito

– E ai amigão, como vai essa sua vida ocupada de morder esse osso, hein? – Faço um carinho em sua cabeça, Ozzy era um chowchow e essa raça de cachorro só escolhia um dono, no caso era eu o escolhido. Ozzy era treinado por mim nas horas vagas, já que ele não se dava bem com outras pessoas foi preciso ensina-lo a não atacar as pessoas.

Coloquei o uniforme e desci as escadas com pressa, tentando não encontrar minha mãe no caminho, peguei a moto do restaurante que ficava na garagem e subi indo em direção ao estabelecimento

...

– Jeon, tem um pedido pra você. – O senhor Sato dita enquanto me entregava um pacote com comida quente e bem embalada, coloquei a comida no mochilão e o capacete, por sorte o dono do pedido morava perto.

Estacionei a moto na casa enorme, parecia mais um hotel do que uma casa. Toquei a campanhia sorridente e esperei a porta abrir.

– Bom dia – meu sorriso some ao ver quem é. A famosa Emilly Taylor. – Então você mora aqui.. bom saber. – ironizo

– Olha só dá a droga da minha comida e vaza ok?

– Ou se não o que?

– Eu reclamo de você pro restaurante te dando um total de zero estrelas! – bufo, eu não podia perder esse emprego, era isso ou me contentar pedindo dinheiro emprestado pras pessoas, mesmo irritado tirei a mochila das costas e peguei a comida.

– Dinheiro ou cartão?

– Dinheiro.

– Então você tem dinheiro pra comida mas não pra minha guitarra.. entendi qual é a sua – a garota pega o pedido com brutalidade da minha mão enquanto eu recebia o dinheiro 

– A comida é mais barata que aquela porcaria. 

– E a minha gorjeta?

– Na casa do caralho. 

A porta é fechada na minha cara e de repente todo aquele amor ao próximo decola pra casa do caralho! Eu poderia chutar a porta, arremessar uma pedra na sua janela ou até mesmo colocar fogo, mas infelizmente isso só iria acontecer nos meus mais lindos sonhos. 



Notas Finais


espero que vcs se sintam mais felizes agora que sabem um pouco da vida do Jeon <3


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