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História Eu, você e os lobinhos - Um passo a frente, dois para trás...


Escrita por: Analuaautora

Notas do Autor


Supresa!!!

Capítulo 17 - Um passo a frente, dois para trás...


Fanfic / Fanfiction Eu, você e os lobinhos - Um passo a frente, dois para trás...

Namjoon ergueu novamente a colher com uma porção generosa de arroz doce, levando-a até a boca do marido, o alimentando. Seokjin lhe disse pela manhã que estava sentindo vontade de comer o doce, e pensando na possibilidade de ser um desejo de gravidez, o alfa correu para prepará-lo, jamais deixaria seu benzinho com desejos, e sabendo disso, o ômega se aproveitaria um pouquinho, mesmo que a vontade repentina por aquele doce não fosse realmente um desejo de grávido. Mastigou com cuidado a porção colocada na boca, sentindo o gostinho da canela que o alfa usou para finalização. Jin estava, na verdade, bastante enjoado nos últimos dias, então o arroz doce era mais um agrado após ter melhorado um pouquinho. 


— Tá gostoso, benzinho? — perguntou o mais velho, um pouco preocupado. 


— Hum… tá sim, mas poderia estar melhor benzão — resmungou, deixando o alfa entristecido — Tá faltando uma coisinha só — continuou, notando os ombros caídos do alfa. Namjoon era realmente um bobo. 


— Então me fala que eu faço! Tudo que o meu benzinho quiser! — garantiu, deixando a tigela com o doce sobre a mesa. 


Seokjin riu, quase revirando os olhos, antes de tocar as bochechas do marido, apertando e fazendo-o formar um biquinho fofo. O ômega se aproximou encostando seus lábios aos dele, em um selinho quente e docinho, Namjoon piscou os olhos desconcertado mas os fechou ao sentir o contato, porém, durou pouco, até Jin se afastar, com um sorrisinho satisfeito. 


— Só faltava uma beijoca mesmo, está ótimo — explicou o ômega, pegando a tigela em cima da mesa, e voltando a comer o doce. 


Porém, o mais novo fora interrompido quando o alfa levantou-se a sua frente, retirando a tigela de suas mãos, colocando na mesa, o deixando boquiaberto. A aura do alfa estava um pouco mais evidente, e fez Seokjin estremecer um pouquinho. 


— B-benzão? 


— Eu quero outra beijoca benzinho — ditou Namjoon sorrindo faceiro, antes de segurar a cintura do marido, e passar um dos braços por baixo das pernas dele, o tirando do chão, Seokjin se assustou um pouquinho ao sentir os pés balançando no ar.  


Segurou Seokjin nos braços, sentando-se na cadeira que antes o ômega estava sentado, o colocando sentado sobre suas coxas, em seu colo, de lado. O ômega estava com os braços em volta do pescoço do marido, e esboçou um sorrisinho igualmente sugestivo ao observar uma covinha profunda na bochecha do alfa que agora, acariciava sua cintura com uma das mãos firmes, e sorria para si, com quartas intenções. 


Seokjin levou uma das mãos até um dos braços do marido, alisando de cima a baixo,  e apertando os músculos firmes com os dedos.  


— Que braço forte… — comentou, entrando em uma brincadeira que os dois costumavam fazer quando estavam sozinhos. — Você vem sempre por aqui, por um acaso, brotão?


O ômega desceu a mão que estava no braço do alfa, para o peitoral definido dele, gostaria de esconder o rosto naquele peitoral, amava aquele peitoral, queria arranhar aquele peitoral, queria lamber aquele peitoral, ah, seus pensamentos sempre o levavam muito além do limite… 


Namjoon soltou uma risadinha, passando a língua sobre os lábios bonitos, notando o fascínio do marido por seu peitoral, coberto pela camisa branca de mangas curtas e um pouco apertada, que estava usando. 


— Só quando um brotinho lindo que nem você, também vem! — respondeu com entusiasmo, fazendo o ômega alargar um sorriso. 


— Pois então, eu vou vir todos… todos os dias bonitão — sussurrou próximo aos lábios do alfa, dividindo um olhar profundo com ele, e essa foi a deixa perfeita para que Namjoon juntasse seus lábios em um novo beijo. 


Entre carícias, risadas e muitos beijinhos, o casal foi interrompido quando um pigarro alto soou. Se tratava de Jimin, o ômega escondia um pequeno sorriso atrás de uma das mãos pequenas ao olhar para os patrões afobados, principalmente, para Seokjin que saltou do colo do marido, como se tivesse visto uma alma penada, ficou em pé ao lado do alfa, e lhe deu um tapinha na nuca, pegando-o completamente de surpresa. 


— Eu lhe disse para parar de assanhamento, benzão! — exclamou, fingindo irritação, cruzando os braços em frente ao corpo, balançando a cabeça em negativa. 


Namjoon partiu os lábios, incrédulo. 


— Você disse é? Não era bem isso que parecia benzinho, enquanto você dizia que queria lamb… — Namjoon se calou, ao receber outro tapa na nuca, desta vez, um mais forte, fazendo-o soltar um "diacho" e em seguida, encontrar os olhos mortais do ômega. 


— Kim Namjoon! Mais uma palavra e eu não respondo por mim! Vou lhe dar uns tapas no pé do ouvido, me provoque só — ameaçou, com as bochechas coradas em pura vergonha, e nervosismo. Jimin assistia tudo de camarote. 


Diacho de homem difícil — resmungou o alfa, fazendo o marido arquear as sobrancelhas, afrontoso. — E-eu não disse nada benzinho, nadinha! — garantiu, levando uma das mãos até a boca, fazendo um gesto que indicava um zíper sendo fechado, para enfatizar que sua boca estava fechadíssima. 


— Hum… pois então — respondeu Seokjin, se abanando um pouquinho, e virando para olhar o Park, ainda parado com um sorrisinho zombeteiro no rosto — Fala Ji, o que foi? 


— Ai, ai — disse Jimin, ainda rindo um pouquinho — O senhor que o patrão chamou já chegou, ele tá lá fora esperando — explicou, fazendo Jin franzir a testa. 


— Mas... que senhor? — perguntou o ômega, virando-se para o marido — Kim Namjoon, o que você tá aprontando? Anda, desembucha! 


— Benzinho… primeiro, se acalme, cuidado com os nervos, pode fazer mal pro nosso brotinho — disse o alfa, se levantando da cadeira, ficando próximo ao marido. — Segundo. Eu tô pensando em contratar um novo ajudante pra fazenda, agora que você tá buchudo e… 


Seokjin riu, levando as duas mãos até a cintura, desacreditado. 


— Quer dizer que gravidez é doença agora? — questionou, começando a ficar irritado. — Eu não tô morto não, benzão! Posso muito bem continuar trabalhando até os cinco meses de gestação! 


— Mas de maneira nenhuma que meu benzinho vai fazer esforço! — retrucou Namjoon, enfrentando o ômega que o olhou desacreditado. 


— Uai, então quer dizer que o primo pode fazer serviços leves, mas eu não!? Tenho que ficar parado que nem um saco de batata? Ai, ai, ai Kim Namjoon. Ai, ai, ai — indagou Seokjin, andando de um lado para o outro, tentando controlar o nervosismo. 


— N-não é isso, benzinho… eu tô só pensando no bem do nosso brotinho, além do mais, daqui uns meses você não vai poder fazer esforço mesmo, então melhor começar desde cedo — explicou, sorrindo sem graça, tentando apaziguar a situação. 


— Negativo, vou continuar trabalhando na fazenda, até que eu não possa mais, e ponto final! Fui nascido e criado na lida Namjoon, comigo não tem essa de moleza não, aqui é cabra macho, eu dou conta do recado! — garantiu, batendo com uma das mãos no peito, deixando o alfa preocupado. 


— B-benzinho… — Sussurrou o alfa, pronto para rebater o argumento do marido, quando foi interrompido por uma voz desconhecida. 


— Com licença — disse um homem mais velho, e de cabelos escuros que estava apoiando na parede, com a cabeça na porta — Eu não pude evitar de ouvir a discussão de vocês, desculpe a intromissão, mas então… eu devo voltar? Parece que vocês não precisam dos meus trabalhos — completou, sorrindo pequeno. 


— O moço veio de tão longe, patrão. O senhor não pode dar uma oportunidade? — pediu Jimin, e Seokjin olhou para o rapaz. 


— Como se chama? 


— Choi Dandong, mas pode me chamar só de senhor Choi, meu rapaz, muito prazer — falou o homem, tomando a liberdade de entrar na casa. — Olha... se o moço me permite, eu também acho que gravidez não é doença, a propósito, meus parabéns pelo filhote. Minha esposa mesmo, é osso duro de roer, dura na queda, ela fazia os serviços de casa e ainda dava uma bronca em mim sem problemas! — contou, todo sorridente — Eu vejo que o senhor é um ômega de muita fibra, logo se percebe! 


Seokjin sorriu largamente, satisfeito com os elogios do rapaz. 


— Pois bem, gostei do senhor, tá contratado! — ditou o ômega, segundos depois, deixando Namjoon e Jimin boquiabertos. 


Então era fácil assim?


E claro, senhor Choi, um alfa em busca de trabalho, estava muito feliz por ter finalmente encontrado um.  


[...] 


Jungkook se mexeu na cama, os olhos ainda estavam fechados, mas sentiu algo quente em suas mãos, apertou e notou ser macio, portanto, continuou com as mãos no local, aconchegando-se melhor atrás do ômega, e isso durou três segundos no máximo, até que seus olhos abrissem com rapidez, e assustado percebesse que a história estava se repetindo, estava com as mãos nos mamilos de Taehyung, seu rosto não demorou a esquentar, e seu corpo ferver em pura vergonha, estava quase passando mal quando decidiu afastar as mãos, abrindo os dedos devagar, entretanto, isso fez com que o ômega gemesse baixinho, e para sua surpresa e também para seu pânico, o Kim segurou ambas as mãos do alfa, levando-as de volta para seus mamilos, ainda um pouco sonolento, havia adorado a sensação, e além disso, remexeu o traseiro em direção ao quadril do Jeon, fazendo com que seu meninão desse os primeiros sinais de que já estava bem acordado. 


— Ai, minha nossa senhora… — exclamou Jungkook, prendendo a respiração, e sentindo a testa suar. 


O capataz quase sentiu a alma saindo do corpo, quando tentou soltar novamente as mãos dos mamilos alheios, no entanto, Taehyung rosnou baixinho, irritado, mantendo as mãos do alfa ali, gemendo manhosinho com o contato. 


— Só mais um pouquinho amor, por favor… — sussurrou, fazendo os olhos de Jungkook triplicarem de tamanho.  


— O-ocê tá acordado, leitãozinho!? — perguntou, assustado, e o Kim soltou uma risadinha baixa. 


— Sim, e eu também estava naquela manhã… seu per-ver-ti-do — falou pausadamente, soltando uma risadinha, fazendo o coração do mais novo saltar no peito, adorava provocá-lo. 


— Deus do céu! — exclamou, fechando os olhos com força, em pura vergonha. 


Taehyung soltou as mãos do alfa um pouco depois, permitindo que ele pudesse soltar seus mamilos, não queria levá-lo ao limite, nem deixá-lo desconfortável, só queria brincar um pouquinho com ele, provocá-lo, como sempre. Mas assim que tirou as mãos do alfa de seus mamilos, não demorou muito para que sentisse as duas no local novamente, fazendo seu corpo se arrepiar, e seu coração disparar no peito. 


— J-jungkook… — arfou, ao sentir o toque repentino, engolindo em seco. 


— Eu quero, leitãozinho — disse o alfa, baixinho, ainda com os olhos fechados e o rosto fervendo, porém, queria ser um pouco mais ousado dessa vez. — É bom de pegar… quente… — sussurrou contra a orelha do ômega, deixando-o embasbacado. 


— Misericórdia! — exclamou o Kim, agitado, e com os pés formigando. — E-eu n-não… eu não me preparei pra essa parte!   


Jungkook riu um pouquinho, sua voz contra a orelha do namorado o fez se arrepiar por completo. 


— Não diz isso não… que eu perco a coragem — falou o alfa, determinado. 


O capataz continuou com as mãos nos mamilos macios do ômega, e levantou a cabeça o suficiente para que pudesse olhar o rosto do mais velho, corado, e com os lábios partidos, sentiu uma fisgada no ventre apenas com essa visão, respirou fundo, e beijou a bochecha do namorado, fazendo-o abrir os olhos castanhos. Taehyung virou o rosto para olhar o alfa, e encontrou os olhos tão negros o fitando com atenção, o Jeon obtinha uma expressão séria agora, e seu corpo inteiro aqueceu ao sentir o mais novo abandonar um de seus mamilos, e levar a mão firme até seu rosto, antes de juntar seus lábios em um selinho. 


O beijinho foi demorado, e logo seguido de vários outros selinhos, até que o alfa desceu os lábios, beijando a mandíbula do mais velho. Taehyung gemeu baixinho com a sensação gostosa, ainda estava tentando processar como tudo isso estava acontecendo, mas parou de pensar quando o Jeon passou com os lábios macios e molhados por seu pescoço. Seu coração disparou com os beijinhos ali depositados. Jungkook gostou muito de sentir o mais velho arrepiado com seus toques, e também, de sua voz baixinha entregando o quanto estava gostando daqueles carinhos, seu coração estava disparado no peito, nunca havia sido tão assanhado na vida, mas estava se sentindo um pouco mais confiante, a cada nítida expressão de prazer do ômega, subiu um pouco os lábios, até chegar a orelha do mais velho, quando fez algo que fez o Kim lubrificar, já não estava mais aguentando, estava muito excitado.  


A língua quente e úmida do alfa passou lentamente pela cartilagem do mais velho, tirando sua paz, chegando ao lóbulo e acolhendo a carne gordinha entre os lábios quentes ao sugá-la devagar, fazendo Taehyung arfar, se contorcendo na cama, agarrado aos lençóis, acabando com todas suas estruturas ao sussurrar e fazer cócegas apenas com o timbre da voz em seu ouvido… 


— Ocê gosta assim, leitãozinho? — provocou, estava aprendendo algumas coisas com o mais velho. 


— M-meu pai amado… eu vou… vou morrer — gemeu Taehyung, procurando pelos olhos do alfa. — J-jungkook… — suspirou, não conseguindo formar palavras coerentes, apenas levou uma das mãos até a nuca do capataz, prendendo os dedos nos fios, o puxando para um beijo. 


Desta vez tinham a intenção de aprofundar o contato, no entanto, foram interrompidos assim que seus lábios se encaixaram, por três batidinhas na porta do quarto, que fizeram não só os olhos do alfa dobrarem de tamanho, como os do ômega. Jungkook se afastou assustado, ambos sentiram como se um balde de água fria tivesse sido jogado em seus corpos em chamas, as respirações estavam descompassadas, e claramente, pôde se notar que o cheiro de ambos estavam mesclados preenchendo todo o cômodo. 


— Filhote está na hora de acordar, a omma preparou Hotteok, e colocou bastante amendoim do jeitinho que você gosta, levante meu amor — disse toda amorosa, totalmente alheia do calor que se fazia naquele recinto. 


Taehyung engoliu em seco, se esforçando para sentar na cama, ainda atordoado, e sentindo-se um pouco úmido, lá embaixo. 


— Hum… omma, já estou indo! — disse, esforçando-se para soar alto e não gaguejar.


— Oh, que bom que está acordado filho, chame o Jungkook, acho que ele vai gostar das panquecas.  


— Hahaha. Com certeza, já vamos — garantiu, ouvindo a mais velha concordar, e pouco a pouco ouvir seus passos, se afastando da porta. 


O ômega suspirou aliviado, e sorriu um pouquinho com a situação, mas ao olhar para o lado, encontrou o alfa com os ombros caídos, e o rosto avermelhado, na verdade seu pescoço também estava, ele parecia estar prendendo a respiração. 


— Amor… você está bem? — perguntou, já recuperando-se dos momentos anteriores. 


— S-será que a tua mãe… s-será que ela sentiu nosso cheiro, leitãozinho? — questionou aflito, com o coração acelerado, apertando as mãos sobre o colo. 


— E se sentiu? Qual o problema? 


— Porque daí ela vai saber que a gente t-tava fazendo as s-safadezas, uai! — exclamou um pouco alto, se repreendendo ao perceber, levando as duas mãos em frente à boca — Diacho! — resmungou, fazendo o namorado sorrir. 


— Estávamos, é? — indagou o ômega, arqueando uma das sobrancelhas, e se aproximando um pouco do namorado. 


— D-deus do céu, não me faz repetir uma coisa dessas — resmungou o Jeon, bufando baixinho. 


Taehyung riu, passando um dos braços sobre o ombro do namorado, descansando o queixo em seu ombro. Jungkook sequer olhava para ele, estava sentado com as pernas para fora da cama, olhando para a parede, tentando controlar as batidas frenéticas do coração. 


— Não se preocupe amor, a omma sabe ser discreta — falou, tranquilamente. — Agora, acho que preciso tomar um banho… — resmungou, lembrando-se que havia se excitado, e lubrificado até demais. — Você está ficando bem safadinho hein… — comentou, deixando Jungkook inquieto, e com os olhos arregalados. 


— O-o meu leitãozinho… num diz essas coisa não, que eu fico todo encabulado — reclamou, cruzando os braços em frente ao corpo. 


— Não tem problema amor, eu gosto. Outro dia a gente continua, tá bom? — ofereceu, deixando um beijinho na bochecha do namorado. 


— Hum… t-tá bom — respondeu o alfa, com dificuldades, sem olhar para o mais velho quando ele se levantou. 


— Me espera para comermos as panquecas juntos! — ditou o Kim, levantando e andando em direção à porta, para ir ao banheiro, estava animado. 


Ao estar sozinho, Jungkook soltou o ar dos pulmões, olhou para baixo, e engoliu em seco ao notar o volume nas calças, seu meninão estava bem acordado, quase lhe dando um "oi" se envergonhou por isso. Cobriu o rosto com as mãos, sentindo a necessidade de ter seu chapéu consigo, para cobrir sua vergonha, mas como não tinha, apenas jogou o corpo contra a cama, suspirando baixinho, seus lábios se curvaram em um sorriso tímido, e mesmo envergonhado, sentiu-se feliz, havia sido tão ousado, ainda não conseguia acreditar, fechou os olhos e balançou os pés fora da cama, inquieto. 


— Ai, ai, meu meninão… nóis que lute — comentou, sorrindo faceiro. 


Alguns minutos depois Taehyung surgiu no quarto de banho tomado, estava usando uma calça cinza folgada de moletom, e uma camisa preta de mangas curtas com a belíssima estampa de um zíper se abrindo, e de dentro dele, dois pequenos bebês carequinhas, saindo. Jungkook achou uma gracinha, e não resistiu em chamar o ômega para perto de si na cama, já estava mais calmo, e seu meninão já havia adormecido outra vez, quando segurou a cintura do namorado, e o Kim apoiou uma das mãos na nuca do capataz, se aconchegando entre as pernas abertas do alfa, acariciando seus fios negros, ao sentir o homem levantando um pouco sua camisa, para beijar sua barrigunha, nunca iria se acostumar, ou se contentar com a sensação maravilhosa que era. 


Jungkook espalhou beijinhos pela barriga redondinha do namorado, sentindo os dedos do mais velho acariciando seus cabelos, olhou para cima, e encontrou os olhos do ômega marejados, era sempre emocionante. 


— Eu amo ocês — comentou o Jeon, encarando as orbes brilhantes do mais velho. 


— Também amamos você — respondeu o mais velho, antes de deixar um beijinho nos lábios do namorado.  


Taehyung acompanhou o mais novo até o banheiro, dividindo o pequeno espaço em frente ao espelho mediano enquanto escovavam os dentes, e inclusive trocavam alguns selinhos com as bocas sem enxaguar, ainda com o creme dental, não se importavam. 


Assim que chegaram a cozinha foram servidos pela mais velha, Hae-sook estava animada para saber a reação do genro ao comer as panquecas, e quando as bochechas do alfa se encheram com o doce, e um biquinho e uma expressão de surpresa estampou seu rosto, logo fazendo o Jeon encher a boca com mais Hotteok a mulher sorriu, satisfeita. 


Jungkook afastou a cadeira da mesa, para que Taehyung pudesse sentar em seu colo, e para que pudesse alimentá-lo. Hae-sook olhou para os dois de soslaio, entretida em ler uma revista, enquanto segurava uma xícara com chá, estava muito contente por ver o filho finalmente sendo feliz de verdade, longe de qualquer relacionamento superficial e fazendo boas escolhas na vida, seu filhote era um bom menino, ela sabia, apenas havia se perdido em escolhas muito ruins por um bom tempo, portanto, vê-lo com Jungkook a enchia de felicidade. 


Assim que terminaram o café da manhã, uma ideia brotou na mente de Taehyung, queria aproveitar a semana em Seul para apresentar Jungkook ao seu mundo, e também para guardar na memória, já que muito provavelmente, demoraria bastante tempo para voltar a sua terra natal, então queria levar consigo boas lembranças, gostava muito de morar na metrópole, de seu apartamento com a mãe, mas também gostava muito do capataz, e queria morar com ele, construir sua própria família. 


— Omma, mais tarde podemos ir ao cinema, o que acha? — comentou, chamando a atenção de Jungkook que lavava as louças para a sogra. — Aproveitar porque semana que vem a senhora vai voltar a trabalhar, temos que nos divertir na sua última semana de paz. 


— Tem razão filhote — concordou faceira. — Por mim vai ser ótimo, e você Jungkook? 


— E-eu? Bom… eu nunca fui nesse trem de cinema não, mas eu já vi uns filmes lá na casa da Heejin e… 


— Grrr — resmungou Taehyung, virando-se na cadeira para olhar o namorado, que logo sorriu, envergonhado. 


— A-acho... que vai ser coisa boa — concluiu, terminando de colocar um copo na pia. 


Hae-sook riu do rostinho irritado do filho, e terminou de beber o chá, enquanto o ômega bufava, relaxando um pouco. 


— Então vamos todos ao cinema essa noite — ditou, sorridente, ganhando um beijinho na testa dado pelo namorado quando ele se aproximou. 


— Tudo que ocê quiser, leitãozinho. 


[...] 


Uma semana havia se passado desde a última sessão com a terapeuta, portanto, Yoongi estava ansioso para a próxima que teriam, e também, muito pensativo nos últimos dias. Apesar de pensar no que Joohyun disse, quanto mais se esforçava, menos compreendia. Não fazia sentido, como poderia amar apenas as lembranças com Hoseok? Era bobagem pensar assim, não? Mas também, por um outro lado, sempre se pegava pensando no passado, nos momentos bons que compartilhou com o Jung, e não eram os recentes, e sim, os momentos antes de tudo em seu relacionamento desabar, já não aguentava mais, estava angustiado, quanto mais pensava menos chegava a uma conclusão plausível. 


Entretanto, sentiu-se um pouco mais aliviado após a sessão com a doutora, as palavras da mulher em relação a sua culpa sobre a traição do Jung lhe tiraram certo peso das costas, ainda era complicado pensar de uma forma em que ele não fosse totalmente o culpado, mas enxergar essa possibilidade o fez sentir bem, mais leve, também se sentia mais tranquilo em relação a sua infertilidade, não havia realmente culpa quanto a isso, e estava feliz por ter sido aceito tão bem pelo ex-marido, quando sempre pensou que seria abandonado. 


Hoseok realmente estava se esforçando, o ômega conseguia notar, e isso o deixava feliz, mas ao mesmo tempo, essa felicidade se esvaziava, como água escorrendo entre os dedos, dando lugar a uma sensação incômoda. Apenas por olhar para o rosto do alfa, e imaginar todas as vezes em que esteve nos braços de outro, fechava os olhos e tentava esquecer, respirando fundo, e forçando um sorriso, queria realmente tentar, queria se desprender desses pensamentos, mas vira e mexe, essas lembranças o atormentavam. 


Mas também era bom, ser sincero pela primeira vez em anos, poder ser quem realmente era, sem se esconder atrás de máscaras, poder abraçar ou tocar o Jung como sempre quis, mas sempre conteve por medo, por mágoa, ou por culpa. Não tinha mais medo de perdê-lo, e isso era muito bom, conseguia sentir o amor do alfa para si, com seus carinhos, suas palavras, e até mesmo suas atitudes, queria manter-se com pensamentos sempre positivos como esses, mas nem sempre era assim. 


Passaram mais tempo juntos, saíram juntos, se tocaram, sorriram juntos, e principalmente, conversaram como a muito tempo não faziam, em uma semana conversaram mais do que em mais de sete anos de casamento, e isso deixou o ômega emotivo, abraçou-se ao ex-marido por tanto tempo, querendo manter os momentos bons para sempre, não queria mais sair daquele quarto, não queria mais enfrentar a realidade outra vez, queria que fossem apenas os dois no mundo, mas não era, infelizmente não era mais, e quando o dia da próxima sessão chegou, Yoongi teve que voltar para a realidade, uma triste e complicada realidade. 


Era um pouco diferente agora, estava de frente para o alfa, sentado em uma poltrona acolchoada, enquanto Joohyun servia um pouco de chá para ambos. A mulher se sentou em outra poltrona próxima ao casal, após entregar-lhes as xícaras, ela explicou como funcionaria a sessão e isso deixou o ômega inquieto, segundo ela, era uma forma de ajudar na superação, e também com o processo de perdão. Yoongi poderia fazer qualquer pergunta relacionada a traição do ex-marido, e o alfa deveria responder com sinceridade a todas elas, teria três minutos contados em um cronômetro para isso, e após, o assunto não deveria mais ser tocado, nenhuma dúvida, nenhum julgamento, se tratava de um combinado entre os três, e ela precisava da aprovação de ambos para começar. 


O casal se olhava sem dizer nem esboçar nada, a mulher suspirou, e deixou a própria xícara na mesa, antes de perguntar aos pacientes:


— Os dois estão cientes e de acordo com as regras desse exercício? 


Yoongi engoliu em seco, enquanto observava o ex-marido colocar as mãos sobre os joelhos parecendo nervoso, e em seguida, se virar em direção à terapeuta, concordando com um aceno de cabeça positivo, essa foi a deixa para que o Min desviasse o olhar, encontrando os olhos negros da mulher, e também concordando com tudo. 


Joohyun pegou o cronômetro em cima da mesa, para controlar o tempo, levantou três dedos e abaixou em seguida, para mostrar o início da contagem, sorrindo suavemente ao finalizar. 


— Podem começar — disse, deixando o cronômetro sobre a mesa, e cruzando as pernas, olhando com atenção para o casal. 


O ômega estava nervoso, e teve que lamber os lábios secos, seu coração começava a acelerar as batidas a medida em que olhava para o rosto do ex-marido, Hoseok estava igualmente nervoso, mas tentou não transparecer, enquanto esperava pelas perguntas que faziam seu estômago dar voltas, em apreensão. 


— Por que… — Yoongi começou, a voz baixa e sem fazer muito contato visual com o Jung. — Por que me traiu? — falou, levantando o olhar para o ex-marido, para continuar, tomando um pouco de coragem — Por que não se divorciou? Por que não me colocou contra a parede? Por que… não sei, apenas gritou comigo, e exigiu respostas? Por que você me traiu Hoseok? 


O Jung prendeu a respiração, sentindo o coração quase rasgar o peito com a pergunta, não pode evitar desviar o olhar, focalizando as mãos nos joelhos, não conseguia encarar Yoongi nesse momento, ainda mais prestes a responder aquela pergunta. 


— Eu não sei… eu acho que cansei Yoongi… eu cansei de tudo, de tentar sozinho, de toda a nossa situação, eu te coloquei contra a parede, eu quis respostas, eu tentei, mas eu não consegui, então eu… eu fui egoísta, só pensando em mim mesmo, não queria me divorciar de você, não queria deixá-lo partir, porque eu ainda te queria, no fundo eu te queria, mas você não me queria mais, pelo menos era isso que eu interpretava, então eu me envolvi com o Taehyung e o usei como uma distração dos nossos problemas, enquanto você continuava ao meu lado… mesmo que daquela forma ruim, você estava comigo, eu não pedi o divórcio porque não queria perder você… e-eu…


— Você poderia ter tentado um pouco mais... não acha? — questionou o ômega, sentindo a mesma mágoa de antes, apertar sua garganta, deixando-o um pouco sem ar. 


O alfa não respondeu, apenas soltou todo o ar dos pulmões, encolhendo os ombros, e fechando os olhos por alguns minutos, até ouvir a voz do ômega novamente, mudando o questionamento. 


— Você sentiu algo pelo Taehyung? Se apaixonou por… ele? — falou, com um pouco de dificuldade, tentando normalizar a respiração. 


— Não, não me apaixonei por ele. 


— Então… como era? O que você sentia por ele? Nada?! Você só transava com ele? Como nossos lobos no cio?! — exclamou o mais velho, um pouco exaltado dessa vez, fazendo o alfa se encolher na cadeira, e piscar os olhos rapidamente, ao olhar para o semblante endurecido do ex-marido, resolveu que seria o mais sincero possível. 


— Sim… era apenas sexo, Yoongi. Eu gostava dos carinhos que ele me dava, gostava de suas palavras, das nossas conversas, de sua atenção e também de seus beijos, mas eu não sentia nada por ele, nada além de atração, então para mim, era apenas isso, sexo, e sim, eu agia como um maldito animal, pelo instinto — falou, sentindo as vistas arderem, principalmente, ao notar lágrimas escorrendo pelas bochechas do ômega. 


O Min desviou o olhar, incapaz de controlar as lágrimas, agora tudo o que sentia era angústia e raiva, apertou com força os braços da poltrona, sentindo as lágrimas quentes escorrendo pelas bochechas, respirou fundo, não tinha muito tempo para sofrer, então voltou a olhar o ex-marido.


— Nunca pensou em me contar? Nunca pensou em mim? Em momento algum pensou em como eu me sentiria? Você simplesmente transou com outra pessoa sem qualquer remorso e depois voltou para casa? 


— No início… sim. Mas depois não mais, eu não pensei, e não me senti mais culpado, eu apenas deixei acontecer e fiz tudo automaticamente, dia após dia. E eu quis sim te contar… mas o medo falou mais alto, se eu te contasse perderia você ali mesmo, e eu não estava pronto para te perder Yoongi… aquele dia em frente ao seu escritório… Eu queria te contar sim, mas não contei, e você também não pareceu se importar quando o chamei e e-eu… 


— Então está dizendo que a culpa foi minha? 


— Não, a culpa foi minha por ter deixado aquilo acontecer… o nosso primeiro beijo, eu sei que fui um covarde Yoon, eu sei, eu sou um covarde — Hoseok puxou ar para os pulmões, com os olhos transbordando em lágrimas, não conseguia controlar. 


— E quando descobriu que seria pai… você gostou? Ficou feliz com a notícia? 


Desta vez o Jung sorriu por entre as lágrimas, mas não era um sorriso de felicidade, longe disso, sorriu e logo em seguida suspirou alto, levando uma das mãos em frente à boca, e logo depois negando lentamente. 


— Não, eu não fiquei feliz… — respondeu, fechando os olhos e sentindo suas bochechas úmidas — Eu não reagi de uma boa forma Yoongi, como eu reagiria?! Eu já estava tão errado, e ainda teria uma consumação disso para toda a vida, como eu poderia ter ficado feliz com a notícia? 


— Senhor Jung, por favor, se acalme, apenas responda as perguntas, tudo bem? — Joohyun os interrompeu, e o alfa a contra gosto, concordou. 


— Se você não ficou feliz, como reagiu? 


— Da pior forma possível, eu disse para o Taehyung que ele deveria tirar as crianças, na verdade, eu tentei convencê-lo disso, é, eu fui um escroto Yoongi, eu te trai, eu engravidei meu amante, e ainda quis "concertar" as coisas só pensando em mim mesmo outra vez, essa é a verdade — disse o alfa, exasperado, abrindo os braços em rendição — É isso, é esse tipo de pessoa que você ama. 


Yoongi estava surpreso, e atordoado. Dado a forma como o Jung sempre queria falar dos filhos consigo, jamais imaginou que pudesse ter tido aquele tipo de atitude, na verdade, sempre pensou que no fundo, o Jung havia ficado muito feliz em ser pai, mesmo que não fosse de um filho seu. 


— E você se arrependeu? Sobre os seus filhos? 


— Eu me arrependo de tudo Yoongi, não só sobre os meus filhos, mas sobre nós dois também, só que meu arrependimento não serve de muita coisa agora. 


— Foi por causa deles que terminou seu caso com o Kim? 


— Sim, foi no mesmo dia. 


— Então… você não terminaria com ele se ele não tivesse engravidado, não é? 


A pergunta do ômega fez o corpo do mais novo estremecer. Yoongi estava realmente o colocando contra a parede, todas as perguntas eram difíceis demais para responder, mas queria mostrar que realmente estava arrependido, e continuar mentindo ou omitindo, dizendo meias verdades não melhoraria nada, portanto, tomou coragem para balançar a cabeça positivamente, e em seguida falar a verdade, era a única coisa que poderia fazer. 


— Não. Eu terminaria, mas não naquele dia.  


O ômega suspirou longamente, um suspiro pesado e doído, seu peito apertou em uma angústia tão ruim, levou as mãos em frente ao rosto quente e de lágrimas já secas, aqueles três minutos estavam sendo como mais de três horas para si, ao mesmo tempo em que queria que tudo acabasse, queria tirar o máximo de informações que pudesse, por isso, não poderia perder tempo. 


— E quando você se arrependeu? Porque… você passou quase um ano transando com outra pessoa, quando todo esse arrependimento sobre nós dois surgiu? — perguntou, sentindo um gosto amargo no paladar, e as batidas frenéticas do coração. 


— Foi… somente quando eu tive certeza que você também me amava, depois de assinarmos os papéis do divórcio. Quando você foi sincero comigo sobre sua infertilidade, quando disse que nunca havia deixado de me amar. Foi naquele momento que eu me arrependi Yoongi, porque foi só nesse momento que eu percebi o quanto havia sido um idiota, eu nunca percebi o quanto você estava sofrendo mesmo estando ao seu lado, sempre te enxerguei como uma pessoa fria, uma pessoa que não me amava, para mim, eu sempre fui uma vítima, e você me mantinha por perto apenas por aparências, como um objeto de decoração, quando eu olhava para você em casa eu não via mais o homem por quem me apaixonei, mas quando você foi sincero, quando olhou nos meus olhos, quando fizemos amor e você me disse que sempre esteve ali, que sempre… me amou, foi só ai que eu senti uma coisa que não sentia há muito… muito tempo, eu me senti culpado Yoongi, por tudo, por todas as vezes em que eu estive com outra pessoa enquanto você estava sozinho provavelmente, chorando. Tudo o que eu te disse naquela carta é verdade, eu te fiz muito mal, e mesmo assim você ainda me amou, então foi por isso. 


Hoseok respirou com certa dificuldade, o peito subia e descia rapidamente com sua urgência para buscar mais ar para os pulmões, suas vistas estavam embaçadas com novas lágrimas, enquanto notava o ômega levar uma das mãos até a bochecha provavelmente secando suas próprias lágrimas. Yoongi virou o rosto para a parede do consultório, eram muitas informações para processar, e as respostas do alfa eram dolorosas demais, umedeceu os lábios salgados com a ponta da língua, virando o rosto para o ex outra vez, para mais uma pergunta. 


— Você sentiu raiva de mim? Me odiou durante esse tempo todo, Hoseok? 


— Não… — disse o Jung, se remexendo desconfortável na poltrona — Eu senti muita raiva de você em alguns momentos… sim, não nego, mas eu não cheguei a te odiar, porque no fundo eu sabia que ainda amava você Yoon, mesmo que eu não quisesse mais amar, então eu não conseguia odiar você. 


O ômega espremeu os lábios juntos, balançando a cabeça positivamente algumas vezes, antes de secar mais lágrimas em seu rosto, seu coração saltou no peito quando o cronômetro soou alto no consultório, indicando que os três minutos haviam passado, olhou uma última vez para o alfa que também o encarava, preocupado e atento a suas reações, forçou-se a levantar, as pernas estavam um pouco trêmulas mas levantou, respirando fundo, e antes mesmo de dizer qualquer coisa, ou olhar para alguém além do Jung, virou as costas e caminhou rapidamente em direção à porta, saindo, e deixando os outros sozinhos e surpresos com sua reação. 


— Yoon!? — chamou Hoseok, se levantando da poltrona pronto para ir atrás do mais velho, no entanto, parou ao ouvir a voz da terapeuta. 


— Senhor Jung, deixe-o ir! — exclamou a mulher, também levantando da poltrona — Deixei ele ir, ele deve estar precisando de um tempo sozinho, é normal, por favor, respeite o tempo dele — pediu, olhando para o alfa com atenção. 


— Mas… 


— Entendo que esteja preocupado, mas é o melhor a se fazer, dar espaço a ele, para que possa digerir todas as informações, o senhor precisa ser paciente, a situação dos dois é muito delicada, se deseja mesmo o perdão do seu ex-marido precisa ser muito paciente com ele, e respeitar os seus limites. 


O alfa respirou fundo, levando uma das mãos até a cintura, e a outra na nuca, enquanto concordou lentamente. 


— Certo, irei fazer isso. 


— Vá para casa, descanse também, entrarei em contato para marcarmos uma nova consulta – aconselhou a mulher, e o alfa se despediu, concordando. 


Enquanto caminhava pelos corredores da pequena clínica retirou o celular do bolso, discando os números do ex-marido, o celular tocou algumas vezes, antes que Yoongi parasse em um semáforo e atendesse a ligação, colocando-a no vivo a voz, suas mãos tremiam no volante, e havia lágrimas secas em suas bochechas quando sussurrou um "alô". 


— Yoon, para onde você foi? — perguntou o Jung, parando os passos em frente à clínica. 


— Vou voltar para o trabalho, quero ficar um pouco sozinho Hoseok, por favor, não me ligue outra vez. 


— Certo… — disse o alfa, suspirando longamente — Mas me prometa uma coisa, que não vai se fechar outra vez, que não vai fugir de mim, por favor, Yoongi… não se esconda outra vez. 


— Eu prometo. 


Ao terminar a resposta, Yoongi desligou a chamada, deixando o Jung do outro lado da linha preocupado. 


Os lábios de Kihyun tremeram, e seus olhos encheram de lágrimas em abundância enquanto lia, a matéria no jornal não citava seu nome, mas ainda sim, as palavras que usavam para referirem a si, o magoaram, suas mãos tremeram e engoliu em seco, fechando os olhos com força, sentindo algumas lágrimas descendo por seu rosto, isso explicava tudo, inclusive os olhares de desdém se seus colegas desde que chegou no trabalho aquela manhã, agora seu único pensamento era se Yoongi já havia lido as palavras maldosas, e visto as fotos que o paparazzi tirou do dia em que o ômega fora visitar Yuri. 


"Bomba! Bomba! Min Yoongi foi visto entrando na casa de um moreno misterioso, algumas horas antes de seu encontro com o ex-marido, os dois estavam bem íntimos, e o empresário entregou a ele uma sacola com alguns pertences antes de entrar, e deu-lhe um beijo na bochecha antes de ir embora, seria ele um novo affair? Ou um amante? Pois ao que tudo indica, nossos Yoonseok estão juntos novamente, seria ele o pivô da separação do casal? É uma possibilidade, fiquem de olho, traremos novas informações quentinhas sobre esse triângulo amoroso assim que conseguirmos " (seguem fotos abaixo). 


Yoongi leu e releu aquela matéria, seu corpo estava fervendo de dentro para fora, em uma raiva gigantesca. Faziam algumas horas desde que havia chego na empresa, antes sequer se deu conta de algo, perdido em pensamentos sobre a terapia de mais cedo, tinha tantas coisas para pensar, mas assim que abriu o jornal ainda dobrado sobre sua mesa, teve a terrível surpresa. Já não bastasse invadirem sua privacidade com o ex-marido, ainda envolveram Kihyun em toda essa situação, bateu com os punhos na mesa, se levantando da cadeira, disposto a conversar com o secretário, no entanto, parou assim que sua porta se abriu, sem que antes batessem, revelando o beta com uma expressão entristecida, e um jornal nas mãos, então ele também já sabia, seu coração se apertou no peito. 


— Kihyun… eu vou dar um jeito nisso, irei entrar em contato com meus advogados para que retirem essa matéria dos jornais, da internet, de onde estiver, e para que processem essa revista, me desculpe por isso — pediu, preocupado, o beta fechou os olhos, balançando a cabeça em negativa lentamente. 


— Do que adianta, senhor Min? Todos já estão sabendo e cochichando pela empresa… — sussurrou em um fio de voz, abalado, não resistiu mais, e derramou algumas lágrimas. 


— Não importa, eu farei — garantiu, fechando os punhos ao lado do corpo. 


Kihyun sorriu sem humor, incapaz de conter as lágrimas, balançou a cabeça em negativa, e ficou cabisbaixo, tudo o que mais temia estava acontecendo, não deveria ter permitido, porém, o beta se surpreendeu assim que sentiu braços passando ao seu redor, seguido por um corpo colando ao seu.  Yoongi deixou o queixo descansar em um dos ombros do moreno, e levou uma das mãos até a nuca do rapaz, encostando seus rostos, o Yoo sentiu o coração disparar no peito, e suas mãos naturalmente foram para os braços do patrão, cobertos pela camisa social que estava usando, atordoado. 


— Senhor Min… — sussurrou, ao sentir que com o braço livre, o ômega segurava sua cintura, puxando-o para mais perto de seu corpo. 


— Confie em mim, eu vou resolver isso — garantiu Yoongi, com a voz um pouco baixa, contra a orelha do secretário. 


O ômega fechou os olhos também, sentindo o cheiro de lavanda nas roupas do beta, era o mesmo cheiro das flores que ganhou de Hoseok, mas de certa forma, era muito melhor. Não queria mais ver Kihyun chorando, ainda mais por uma mentira como aquelas, então o manteve ali, em seus braços, até que o mais novo respirasse mais devagar, sendo embalado também pelo cheiro adocicado do chefe. 


Yoongi se afastou um pouco depois, notando que o moreno já estava mais calmo, desfez o abraço, respirando fundo, antes de dizer: 


— Vou dar um jeito nos funcionários também, não se preocupe com isso Kihyun, ninguém poderá sair espalhando fofocas sobre você na minha empresa, não enquanto eu estiver aqui — garantiu, sorrindo singelamente ao secretário. 


Causando uma agitação intensa no corpo do beta, estava queimando, seu coração estava em chamas, estava mais do que claro para si, havia se apaixonado por Min Yoongi. 


[...] 


Jungkook estava maravilhado, olhando de um lado para o outro, como uma pequena criança curiosa. Hae-sook comprava os ingressos, enquanto o casal estava encarregado dos aperitivos. O alfa segurava nos braços vários sacos de batatas, enquanto o ômega escolhia barras de chocolates nas prateleiras, o capaz apenas olhava para si atento aos seus movimentos, e quase fazia um malabarismo para poder segurar todas as coisas que o namorado estava entregando. 


— Leitãozinho, por que nós não compra esse trem lá naquele tal de cinema mesmo? — perguntou curioso, ganhando um olhar descrente do mais velho.  


— Porque são os olhos da minha cara, e é tipo um ritual, antes de entrar para ver o filme você sempre deve comprar os aperitivos onde é mais barato, veja e aprenda com o mestre — respondeu, lançando uma piscadinha ao namorado. 


— Eita… já disse que num gosto desses trem de ritual, isso não é de D… 


— Amor, é só um modo de falar — interrompeu o ômega, revirando os olhos um pouquinho. 


— Hum… se ocê diz — resmungou Jungkook, segurando algumas balinhas que o mais velho colocou em seus braços. 


O Jeon já quase não conseguia enxergar pela montanha de guloseimas, e teve que ser ajudado pelo Kim a chegar até o caixa, despejando todas as coisas no balcão e deixando o atendente de olhos arregalados, afinal, Taehyung estava comendo por três. Após pagarem todas as compras, a mais velha já estava esperando por eles com os ingressos, optaram por assistir um filme de terror, já que o ômega estava bastante emotivo e não queria chorar, o capataz estava alheio ao filme, e totalmente fascinado pelo tamanho da sala, e também pela escuridão que nela fazia, sendo iluminada apenas por um telão enorme que mostrava trailers de filmes, seus olhos dobraram de tamanho, e sua boca abriu em total surpresa, parando no meio do caminho. 


— Olha só leitãozinho, acho que acabou a luz… e esse trem aqui é enorme — disse, sorrindo abobalhado. 


O capataz se atrapalhou andando um pouco mais próximo a tela, vendo sua sombra, e sorrindo faceiro com isso, levantou uma das mãos dando tchauzinho para si mesmo, Taehyung estava olhando no bilhete o número de seus assentos, e assim que virou para trás, viu o namorado fazendo um patinho com uma das mãos, arregalou os olhos, e olhou para as pessoas já presentes na sala, alguns estavam rindo, seu coração disparou no peito, e puxou Jungkook por um dos braços, chamando-o para perto. 


— Amor não acabou a luz, é assim mesmo, mas vamos sentar, o filme já vai começar, sim? 


— Até que esse tal cinema é divertido — comentou, fazendo o Kim sorrir, balançando a cabeça em negativa. 


— Ok, arteiro, vamos lá — chamou, segurando o braço do namorado, Jungkook tropeçou algumas vezes pela escuridão, reclamando que deveria ao menos ter uma vela ali, para iluminar. 


Após deixar Jungkook sentado em segurança, Taehyung suspirou, sentando ao seu lado. A mãe estava ao lado do alfa, tomando seu refrigerante, e apenas sorriu com os cochichos do capataz e do filho ao seu lado, os trailers acabaram e o filme estava começando quando o Kim pediu para que o capataz abrisse o pacote de MM que comprou, o rapaz o fez, entretanto, com força demais, o que ocasionou que quase todas as bolinhas de chocolate caíssem no chão, chamando a atenção de algumas pessoas. As bolinhas ainda faziam barulho ao cair no chão quando o alfa entregou três ao namorado bicudo, sua reação foi encolher os ombros e sorrir amarelo em sua direção, enquanto Taehyung resgata o chocolate e bufa, formando um biquinho. 


De relance pode ver quando o namorado se inclinou na poltrona na intenção de pegar os chocolates do chão, e arregalou os olhos ao notar o alfa comendo o doce, lhe deu um tapinha em uma das coxas, o pegando com a mão na massa, mastigando algumas bolinhas de chocolate, muito boas, por sinal. 


— Jungkook, não come isso! — ralhou, fazendo o alfa derrubar novamente as várias bolinhas que estavam em sua mão no chão, fazendo barulho. 


— Uai leitãozinho, o que não mata, engorda! — resmungou o alfa, franzindo a testa. 


— Shhh! — disseram o restante das pessoas na sala, fazendo os namorados encolherem em suas respectivas poltronas. 


Taehyung revirou os olhos, disposto a prestar atenção no filme que estava começando, abriu uma das barras de chocolate e começou a comer, sequer dividindo com os outros dois, que tiveram que abrir suas próprias. Jungkook estava entretido no filme, nunca havia visto uma tela tão grande na vida, mas estava gostando, o som também era bem alto, seus olhos focalizaram na cena que estava acontecendo: uma garota sozinha andando em uma floresta, quando de repente um espírito apareceu atrás dela, e ela sequer percebeu, fazendo com que o Jeon erguesse as pernas na poltrona. Continuou assistindo com o coração acelerado, e seus lábios partiram assim que o espírito passou por dentro da moça, fazendo-a gritar em puro susto com a sensação fria repentina, e também o capataz gemer na poltrona, se contorcendo em puro medo. 


Jungkook fez o sinal da cruz algumas vezes, e exclamou um:


— Valha minha nossa senhora! Essa dai tem um fôlego que Deus do céu! 


Assim que outro grito alto soou vindo da garota, fazendo todos os seus pelos arrepiarem. 


— Shhh! — pediram novamente silêncio, fazendo o capataz se calar. 


O alfa resmungou algo bem baixinho, virando para olhar a sogra que parecia entretida no filme, e em seguida, para o namorado que obtinha um sorriso sinistro no rosto e os olhos vidrados na tela, se assustou, e assim que virou para frente novamente, o fantasma estava engolindo a cabeça da protagonista, o que fez Jungkook estremecer, fechar os olhos, e fazer o sinal da cruz várias vezes, assustado demais. 


— Credo, Deus pai! Repreende senhor! — pediu, fazendo o sinal da cruz — Deus é mais, o-olha pra isso leitãozinho, o bicho parece cobra engolindo a coitadinha inteirinha, Deus do céu! — exclamou assustado e indignado. 


— Amor, fala um pouco mais baixo — pediu Taehyung, tocando uma das mãos do capataz no descanso da poltrona — Fica calmo, tá bom? 


— Óia, tem como ficar calmo não! Sei nem se vou dormir bem essa noite, rum! — resmungou, franzindo a testa. — Onde já se viu, ver uns filmes desses, umas coisa do diabo, se eu soubesse… 


— Ei, dá pra calar a boca? Está atrapalhando — disse alguém, algumas poltronas atrás, que fez Jungkook virar para olhar. 


— Óia moço, ocê não teve educação em casa não? 


O homem riu, debochado, pegando um pouco de pipoca na mão e jogando contra o capataz. 


— Fica quieto caipira, a gente quer assistir o filme — completou o homem, fazendo Jungkook ficar boquiaberto, e em seguida, cabisbaixo. 


O capataz voltou a sentar, entristecido com o comentário feito pelo desconhecido, mas ficou em silêncio, para não atrapalhar mais. Taehyung assistiu a toda a discussão com os olhos arregalados, e uma raiva crescente em seu corpo, entregou os doces e salgados que estava segurando para a mãe, que apenas o olhou assustada, enquanto o ômega levantava, colocando as mãos na cintura, e olhando para trás. 


— O que você disse filho de uma p… 


Jungkook parou de escutar quando o palavrão saiu dos lábios de seu leitãozinho, depois outro, e outro, e mais outro, deixando o capataz incrédulo. Jamais havia escutado o namorado falando assim, Taehyung estava estresse puro, quando sentiu uma das mãos do Jeon no braço, olhou raivoso pra ele. 


— Le-leitãozinho deixa disso, senta aqui — pediu, e o mais velho negou. 


— Vejam só, o vaqueiro e o leitãozinho já estão aqui, o que falta mais? Hum…? — perguntou o desconhecido, fingindo inocência, e isso apenas irritou Taehyung. 


Que se desfez do aperto de Jungkook, pulando desajeitadamente a poltrona, até estar frente à frente ao desconhecido, e então erguer as mangas da camisa que estava usando, para dizer: 


— Falta um coice bem dado — respondeu o Kim, fechando o punho, e dando um soco no queixo do estranho. — Gostou? — questionou após dar, e em seguida tocou a mão dolorida, praguejando. — Porra… nos filmes parece bem mais emocionante.


O capataz saltou nas poltronas, parando ao lado do namorado no instante em que o desconhecido se levantou, tocando o queixo dolorido e com um olhar de pura raiva. 


— Você é bem corajoso para um ômega — exclamou, se aproximando do Kim, mas parando ao ser empurrado fortemente por Jungkook, fazendo com que caisse como um saco de batatas no colo da namorada. 


— Ocê não encosta no meu leitãozinho filho da peste, ou eu acabo com tua raça!   


— Meu Deus meninos, parem com isso — disse Hae-sook, em pé ao lado dos dois. — Vamos ser expulsos do cinema. 


Ninguém assistia o filme, todos estavam vidrados na briga que estava ocorrendo, alguns até mesmo comendo suas pipocas. 


Os três se assustaram assim que três seguranças surgiram atrás deles, perguntando se estava havendo algum problema, e convidando para que os três se retirassem do recinto, Taehyung saiu bufando e com a mão dolorida pela falta de habilidade em socar pessoas, já Jungkook estava envergonhado, por sua culpa haviam sido expulsos do cinema, e a noite havia sido estragada completamente. 


— Desculpa leitãozinho, por minha causa nóis foi expulso — lamentou, cabisbaixo, andando em direção à saída do shopping atrás dos dois. 


— Para, não foi sua culpa, foi culpa daquele idiota lá — falou o ômega, estressado. — Por que fomos expulsos e ele não? Ele quem ofendeu o Jungkook! Arrg, que inferno! 


— Querido se acalme, ou vai passar mal — pediu a mãe, conduzindo o filho a sentar em um banco em frente ao shopping. — Vou chamar um carro para irmos pra casa. 


Taehyung sentou no banco, com Jungkook ao lado. O capataz buscou pela mão dolorida do ômega, acariciando a pele e vendo o namorado franzir a testa, deixando a outra mão sobre a barriga. O Jeon ergueu a mão do mais velho até próximo aos lábios, deixando um beijinho rápido, depois outro, depois outro, e mais outro, fazendo casquinhas na pele do Kim, que apenas sorriu, suavizando a expressão, e se acalmando pouco a pouco, o nervosismo dando lugar para a excitação de um bom momento. 


— Sarou? — perguntou Jungkook, esperançoso. 


— Hum… ainda dói amor, quem sabe um pouquinho mais pra cima… Hum? — sugeriu sugestivo, e o capataz esboçou um sorriso também. 


— Mais pra cima aonde, leitãozinho? 


— Aqui — disse o Kim, fazendo um biquinho de pato nos lábios, e apontando com o indicador. 


O alfa sorriu, tocando o rosto do namorado e beijando o biquinho dele demoradamente, e assim que se afastou, roçou o nariz no outro em um carinho, completando com mais um selinho. 


— Ocê não devia ter se arriscado desse jeito, leitãozinho, ocê tá achando que é um filhote? Não pensa no cabritinho e na porquinha não? Grávido, se metendo em briga, é mole — reclamou o Jeon, fazendo o o mais velho revirar os olhos. — Não faz mais isso não. 


— Tá bem, desculpe, mas eu fico muito nervoso quando mexem com você bronquinho — murmurou, fitando o colo. — Você estava tão feliz, e a noite foi arruinada por um imbecil. 


— Eu ainda tô feliz leitãozinho, e sabe por quê? 


O ômega negou lentamente, curioso. 


— Porque ocê me defendeu, então eu tô mais feliz que pinto no lixo. 


O capataz sorriu, contente, o que deixou Taehyung mais tranquilo. 


— Eu te amo muito — confessou, alargando ainda mais o sorriso do namorado. 


— E eu amo ocê ainda mais — garantiu o mais novo, selando novamente os lábios do ômega. 


Taehyung esboçou um sorriso faceiro, e mordeu o lábio inferior pensando em algo. 


— Quer saber? Quem precisa desse cinema idiota? Não vamos deixar nossa noite acabar, vamos ir para casa, pedir algumas pizzas e ver algum filme na televisão — falou, entrelaçando os dedos com o namorado. — Aliás, eu sei até qual filme podemos ver — comentou, faceiro, deixando o alfa preocupado. 


— Não é outro filme daqueles do diabo não né? 


— Não, fica tranquilo, você vai gostar. 


A mais velha chamou o casal assim que o carro de aplicativo chegou. Após jantarem três pizzas, Hae-sook foi para o quarto descansar, enquanto isso Jungkook e Taehyung ficaram sentados no tapete da sala, com as costas no sofá, o mais velho baixou o filme e colocou na televisão, rindo assim que revelou ao alfa que filme seria, sua reação foi muito fofa. 


— Nóis vai ver filme da bela desaparecida? 


— Na verdade, é da Rapunzel. 


— Nunca ouvi falar. 


— É, você não teve infância mesmo. 


— Uai, claro que tive, brincando na terra, pescando com meu pai, cavalgando, fazendo corrida de porcos, tocando modã… 


— Okay amor, já entendi, vamos ver o filme, sim? 


Jungkook bufou um pouquinho  concordando, o filme estava apenas começando, quando abriu as pernas, para que o ômega pudesse se acomodar entre elas, encostando no peitoral do capataz, sentindo quando ele passou os braços em volta de seu corpo, o abraçando com carinho, e beijando sua bochecha em seguida, para depois, colocar as duas mãos sobre a barriguinha do ômega, acariciando. 


Taehyung já estava quase dormindo quando o filme chegou na metade, já Jungkook sempre o despertava de seus cochilos, completamente feliz, e apaixonado pelo desenho, fazendo comentários a todo o momento, despertando o ômega, e fazendo com que sorrise também, satisfeito com as reações do mais novo, era fofo demais. As mãos do Jeon já estavam por dentro do moletom do mais velho, grudadas na pele quentinha da barriga do ômega, a sensação era muito boa, piscou os olhinhos negros devagar, rindo do camaleão fofo da protagonista, seu sorriso foi diminuindo a medida que sentiu uma movimentação na palma, na verdade sua atenção foi completamente tomada, e o Kim despertou de sua soneca, sentindo também; seus filhos estavam mexendo. 


— A-amor… você tá sentindo? — perguntou o Kim, já emocionado. 


— Eu… eu tô leitãozinho — sussurrou o alfa, sentindo as mãos do mais velho sobre as suas, por cima do moletom. — Eles tão mexendo pra mim, finalmente pararam de implicância… Deus do céu! — exclamou completamente feliz. 


O ômega sorriu ainda mais ao sentir a movimentação novamente, seus olhos já estavam cheios de lágrimas que escorreram por seu rosto, o capataz alisou a barriga alheia, sentindo os movimentos e se emocionando também, seus olhos encheram de lágrimas, e mordeu o lábio inferior, fechando os olhos e abrindo para beijar a bochecha do namorado inúmeras vezes. 


— Eu tô feliz por demais, leitãozinho, obrigado — sussurrou, contra a orelha do mais velho. 


— Eu também estou amor… com os nossos filhos, nossa família, pra sempre.   


— Eu, ocê e os lobinhos pra sempre, leitãozinho. 


[...] 


Assim que chegou em casa tudo o que Yoongi planejava era se deitar e descansar, seus ombros estavam pesados, e sua mente atormentada com tantos pensamentos ao mesmo tempo. A sessão de terapia, sua conversa com Joohyun, o escândalo na revista sobre Kihyun, além do estresse de ter que convocar todos os funcionários para uma "reunião" proibindo que espalhassem fofocas pela empresa, só queria deitar na cama e dormir até que o dia amanhecesse outra vez, estava visivelmente cansado enquanto deixava os sapatos na entrada, afrouxando a gravata, e pouco a pouco, notou que havia alguém na sala, uma pessoa que conhecia bem, seu coração acelerou ao notar a presença do alfa, Hoseok estava parado próximo às escadas segurando um jornal em mãos, e assim que sentiu a presença do ex-marido, levantou o rosto para olhá-lo. 


— Hoseok… o que faz aqui? — perguntou, frustrado, realmente queria ficar um pouco sozinho, haviam muitas coisas para processar. 


— Eu sei que você me pediu um tempo para pensar, mas precisamos conversar, Yoongi — falou o alfa, com uma expressão séria. 


O ômega suspirou, encolhendo os ombros, e concordando lentamente. 


— Sobre? 


Hoseok não respondeu com palavras de imediato, apenas levantou o jornal abrindo-o na parte da matéria mentirosa, parando com as mãos bem acima da foto de Yoongi e Kihyun, o mais velho beijava a bochecha do secretário, e seus olhos negros se voltaram para cima, após analisar novamente a imagem que havia visto mais cedo, o Jung parecia inquieto, talvez até um pouco… irritado? 


— Essa é a amiga que você foi visitar? — indagou em um tom duro, fechando o jornal. — O seu secretário? 


Yoongi arqueou as sobrancelhas com o tom de voz do alfa, e sorriu um pouco, soltando um "tsc" antes de levar uma das mãos até a cintura, e olhar para o ex-marido. 


— O quê está insinuando? 


— Não estou insinuando nada, apenas estou pedindo para que me explique, o que é isso Yoongi? Essas fotos foram tiradas na mesma noite em que saímos para jantar, e você se atrasou, dizendo que tinha visitado uma amiga, então hoje abro os jornais e há uma foto sua beijando seu secretário… Eu só… 


— Você acha que estou te traindo? 


— Eu não disse isso. 


— Mas é o que está parecendo, nem esperou para vir aqui, me cobrar satisfações, está muito preocupado para alguém que confia em mim. 


— Yoongi… 


— Não estou te traindo, Hoseok. Eu nunca te traí, e eu fui sim visitar uma amiga, o nome dela é Yuri, e ela é filha do Kihyun, tem sete anos de idade, e estava doente, fiquei preocupado e fui visitá-la, e… esse beijo, bem… foi apenas um beijo de despedida. 


— Um beijo de despedida? — Hoseok falou descrente, apertando fortemente o jornal em suas mãos — E desde quando você é tão próximo dos seus funcionários? 


— Desde que nos separamos, estou me tornando alguém um pouco melhor, Hoseok, e o Kihyun se tornou um amigo pra mim, isso te assusta? 


O Jung piscou os olhos um pouco confuso, processando as informações, e engoliu em seco com a pergunta. 


— O... que? 


— Te assusta que eu tenha me aproximado do meu secretário? Isso muda alguma coisa? 


— Não… — respondeu, um pouco desconcertado, e também sentindo-se bobo, fechou os olhos, praguejando baixinho, e quando os abriu, caminhou em direção ao ex-marido, tocando seu rosto com ambas as mãos, o surpreendendo. — Me desculpe, eu só… eu fiquei… 


— Ficou com ciúmes, ficou com medo de que eu estivesse tendo algo com o meu secretário… que estivesse fazendo o mesmo que você fez, não foi? — questionou o ômega, olhando para o alfa com atenção. 


— Talvez… — sussurrou Hoseok, soltando o rosto do mais velho, e abaixando o olhar para os próprios pés, estava envergonhado. — Me descul… 


— Doeu — Yoongi o interrompeu, fazendo com que o alfa olhasse para si novamente — Doeu ouvir você dizendo tudo o que disse na terapia hoje, eu ainda estou processando… 


— Me desculpe Yoon, eu só queria ser sincero com você, eu precisava ser sincero, porque realmente quero que acredite em mim, quero que confie em mim outra vez — explicou o Jung, voltando a tocar o rosto do ômega. — Me desculpe por isso, por ter vindo na sua casa quando você me pediu um tempo sozinho, eu não… deveria ter vindo, eu só… vi aquela foto e fiquei sem conseguir pensar racionalmente eu… 


— Tudo bem, Hoseok — disse o mais velho, aproximando um pouco os corpos, e abraçando o ex-marido, enquanto descansava o rosto no peitoral do alfa, tocando com a ponta dos dedos o tecido da camisa, o Jung retribuiu o abraço. — Você pode ficar hoje — sussurrou, se aconchegando um pouco mais. 


— Tem certeza, você não disse que queria espaço? 


— Sim, mas acho que com você aqui consigo pensar melhor do que preciso pensar, sozinho eu não consigo — falou, levantando-se do peito do mais novo, observando o semblante confuso do alfa, e pouco depois, um singelo sorriso. 


— Então eu fico. 


Hoseok abraçou o ex-marido outra vez, e desta vez o mais velho passou os braços pelo pescoço do alfa, acariciando os fios escuros do homem com uma das mãos, olhando por sobre o ombro do alfa, para um de seus quadros na parede, enquanto sentia os braços do Jung apertando seu corpo, mantendo-os naquele abraço tão quente. 


Com o Jung ali, Yoongi sentiu que conseguiria pensar melhor nas perguntas feitas pela terapeuta. 


Pela primeira vez em bastante tempo, ao deitar-se ao lado do ex-marido já adormecido, acariciando a bochecha macia com os dedos, o ômega conseguiu pensar em tudo que deveria, e isso fez seu coração pesar ainda mais no peito, em apreensão e medo do que o futuro reservava para si. 





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