“I'll be here
Oh-oh-oh here, oh-oh-oh here
Oh, I ask myself what am I doing here?
Oh-oh-oh here, oh-oh-oh here
And I can't wait 'til we can break up out of here” Alessia Cara
Sirius decidiu não matar Severus, ou pelo menos, não na frente de todos já que não estava tão afim de voltar para azkaban tão cedo. Eles chamaram Dumbledore em vez disso, eles tentaram entrar no quarto dos gêmeos e de Harry, mas a porta estava trancada e Merlin a protegia com força.
Eles se reuniram então sem o garoto, e o velhote, após horas de discussão com todos, optou que Severus tinha feito o certo. Manter Harry sob a tutela deles era o correto, e com a mordida, eles conseguiriam saber onde ele está, ou pelo menos, o que estava sentindo, e assim... conseguiria manipula-lo.
Draco ficou acordado até mais tarde, ele estava zelando pelo sono do amigo a frente dele, que se remexia com o cenho franzido as vezes, claramente a marca o incomodava... e não havia nada que eles pudessem fazer por ele.
Fred já estava capotado a muito tempo enquanto abraçava o castanho, George estava acordado também, mas quieto fazendo um carinho no braço do loiro.
Eles acordam no outro dia ainda juntinhos como tinham ido dormir, porem agora Régulos se encontrava em cima do peito do castanho, e Merlin estava em cima de todos, espalhado folgadamente enquanto dormiam imóveis.
Harry acordou primeiro, ele tinha acordado em um suspiro súbito e confuso, ele olhou em volta e se levantou com cuidado, movendo a cobra pesada de sete quilos para se deitar em sua cama e deixar os outros mais relaxados sem o peso.
Ele vai para o banheiro e se troca, aproveitando para colocar uma gaze molhada numa poção de cura na nuca, Snape ainda estava dormindo, ele estava calmo, conseguia sentir pela marca. Ele desce para a cozinha e começa a fazer o café enquanto fumava uma dose extra de sua fada sabor pitanga.
O castanho sente um estremecimento em seu coração, e o machucado da cicatriz arde, avisando que ele o alfa tinha acordado.
-Droga, isso é horrível – Harry murmura estralando o pescoço e tentando uma massagem nele.
Draco chega nesse meio tempo, encontrando o amigo apoiado contra a bancada da pia, vendo-o vomitando ali.
-Hey... hey, tudo bem? - o loirinho pergunta se colando nas costas do amigo e o ajudando com os cabelos, não deixando cair na frente da boca.
-Severus me faz doente – o menor murmura limpando a boca com um pouco de água, e logo limpa a pia e mexe a mão para passar um produto e limpar mais minuciosamente.
-Primeiro, dês de quando você o chama pelo nome de batismo? E segundo, deixa isso ai por que aqui tem um elfo que pode limpar pra você.
-Somos companheiros agora – Harry diz fechando os olhos e levantando o rosto para cima, mais uma onda de enjoos estava atingindo-o.
-Entendo, sente um pouco eu termino pra você - o loiro aproveita que já estava tudo pronto, só iria mover tudo para a mesa e dizer aos seus alfas que tinha ajudado.
O menor se senta na ponta da mesa e liga de novo o fumo, livrando sua boca do gosto esquisito da bile. Ele puxa o ar longamente e depois assopra pra cima, os efeitos agem rápido e ele não fica tão agitado, estava entorpecido pela nicotina e cocaína.
-Posso experimentar? - Draco pergunta se sentando ao lado do amigo, ele abaixa a mão e toca a do outro ômega, entrelaçando os dedos como gostava de fazer quando estavam sozinhos.
Ele era assim, duro e rígido por fora, mas quando estava com as pessoas que mais gostava, ele ficava mais mole e sempre buscava contato corporal, se sentindo tímido no começo, mas despachado e confortável aos poucos. Com os gêmeos tinha sido rápido, ele se apegou quase instantaneamente, também... Começando com um sexo delicioso para acalmar seu cio, não tinha muito o que se envergonhar depois disso.
-Não vou ser o responsável por te viciar... já basta eu de fodido nessa casa – Harry murmura se apoiando contra as costas da cadeira e brincando com a fumaça, ele faz um aro no ar e o assopra na direção do loiro, deixando um gostinho do que era.
-Bom dia – Severus entra e saúda com sua voz sombria como sempre, ele caminha até o castanho e o segura pela base da cabeça para levantar o rosto dele e o beijar forçadamente.
-Bom dia alfa – o castanho rosna baixo, se afastando dele quase como você se afasta de uma planta venenosa.
-Bom dia padrinho – Draco rosna também, mas se abaixando com o olhar duro do moreno. Ele apenas bufa e vai se sentar no outro canto da mesa, recebendo o café que seu ômega passava magicamente para ele.
-Ele é seu padrinho? Você nunca me disse isso – o castanho pergunta dando uma batidinha no braço do loiro.
-Meu pai e ele são amigos, mas acho que agora não é uma coisa boa, já que... bom, por tudo de ontem – o loiro comenta mostrando as presinhas dele num rosnado ao alfa.
-Grrr – Severus rosna de volta, alto e assustador – se vocês sabem brincar, eu também sei - Harry sente que a ameaça também perfurava seu peito, como se o congelasse instantaneamente.
-Não intimide nosso dragão. Nós somos dois – Fred entra no jogo de rosnar também, se sentando com o irmão a frente dos ômegas.
Eles comem o restante em paz, sem nenhum outro rosnado ou intimidação. Os quatro mais jovens não falaram nada, mas alguns sorrisinhos disfarçados foram trocados entre o loiro e os ruivos.
Eles saem mais cedo do que os adultos chegam, e Molly fica responsável em separar uma breve ameaça de Sirius e Snape.
-Você quer conversar? - George pergunta a Harry quando estão no quarto, o menor estava novamente fumando na janela, já era seu terceiro no dia, onde geralmente uma dose bastava.
-Não... quer que eu saia pra vocês? - o castanho rebate desviando o olhar da paisagem escura de Grimmauld para os amigos ao lado.
-E você iria pra onde Hazzy? - Draco pergunta se sentando na cama do castanho, o mais próximo dele – vamos conversar sobre ontem, por favor... - pede num tom triste e necessitado.
-O que vocês ouviram? - o menor pergunta se encolhendo contra os joelhos, sua marca estava apitando novamente, o moreno estava tendo emoções fortes, estava dizendo a ele que o alfa estava com raiva.
-Ouvimos dês do começo, quando você o acusa de... - Fred não termina de falar, sua cabeça não conseguia pensar em nenhuma piada para descontrair o clima agora, e isso que ele se considera um especialista nisso.
-Certo... - Harry responde apenas isso, voltando a ficar quieto em seguida.
-Porque nunca me contou isso? Você sabe eu teria dado um jeito de falar com meu pai... - Draco fala baixinho, e recebe um olhar duvidoso dos dois alfas – bem... eu tentaria pelo menos...
-Você não podia saber, ou... eu não queria que ninguém soubesse – o castanho diz cabisbaixo, mas agora conseguia sentir uma coisa nova pela marca, uma calmaria serena, como se o alfa quisesse lhe passar o sentimento de propósito - posso perguntar uma coisa?
-Pergunta – Fred e George dizem ao mesmo tempo, se jogando na cama do castanho, atrás do ômega deles.
-Vocês acham que ele pode me fazer miseramente feliz? Pelo menos um pouco? - Harry pergunta num fungar baixo, guardando novamente o vape já totalmente vazio.
-O padrinho é durão... acho que você o faria feliz, mas ele... você sabe, teria mais dificuldade em te amar – o loiro responde por todos.
“Você vai ser feliz” Merlin se arrasta para perto da janela e sobe pela perna do jovem “Nós vamos contornar a situação, você não vai morrer”
-Ou você não quer que eu morra enquanto você não é destransformado – Harry rebate puxando pelo pescoço alongado pro maior se ajeitar em cima dele.
-Destransformado? - Draco pergunta baixinho os gêmeos.
-Depois contamos – os dois ruivos respondem.
“Você sabe que não é assim Harry” o animal diz novamente “Você sabe que eles se importam com você, pelo menos esses três, nós estaremos ao seu lado e vamos cuidar de você, iremos fazer de tudo para que sua vida não seja desperdiçada, você vai ver que vai sobreviver, só precisa de um pouco mais de fé... e mesmo se não tiver, nós temos por você”
O menor já tinha pequenas lagrimas nos olhos, ele não admitiu, mas estava grato pela coisa molenga ser seu familiar. Ele apenas desceu da janela e foi para a porta.
-Vou deixar vocês em paz, um pouco – o castanho fala se dirigindo para a biblioteca para pensar um pouco.
Ele deixa o trisal namorar e vai se distrair sozinho. Ele sentia um pico de sentimento pela marca as vezes, mas não incomodava muito, ele estralava o pescoço e remexia um pouco e então estava bem de novo.
E quando estava na hora do almoço, os irmãos foram arrasta-lo para subir e comer alguma coisa, o olhar de todos na casa queimava no pequeno corpo, e Harry estava por um triz de lançar uma azaração na garota Wealsey, que o encarava com um nojo sem igual no rosto, sem nem tentar disfarçar.
Ele acaba primeiro e sobe as escadas rapidamente para fugir, Draco o seguindo logo atrás, os dois se acalmam juntos, o loiro estava furioso com sua “sogra” já que ela estava olhando para ele como se fosse uma lesmalenta venenosa atacando seus filhos.
-Eu preciso falar com ele... - o menor geme baixando a cabeça e a encostando no ombro do amigo a frente.
-Quer que eu vá junto? Podemos ser ômegas, mas você sabe, esse ômega aqui sabe latir e morder – Draco brinca apertando a cintura do castanho.
-Eu sei morder também, vou ficar bem... - Harry diz sem saber ao certo se acreditava no que dizia ou não. Ele suspira depois de alguns minutos e se afasta – vou espera-lo no quarto.
-Fique bem – o loiro sorri e aperta o pequeno irmão nos braços uma última vez antes de deixa-lo ir a toca do leão.
O ômega entra sorrateiro no quarto escuro, ele estava vazio, assim como o pequeno coração do menor, ele passou pela porta, e deixou seus sentimentos do lado de fora, tinha entrado no quarto assim como tinha ligado seu modo “foda-se tudo e todos” sem se importar, sem sentir. Apenas a dormência nos músculos estava ali, aquela dormência que o fazia tremer, e suspirar para não entrar novamente com os sentimentos e acabar chorando com toda aquela bomba de culpa por estar ali.
Ele procura algo para se distrair, além de apertar os dedos várias vezes de uma forma contada, mindinho, anelar, médio, indicador. Um por um ele apertava e soltava.
Severus abre a porta e suspira ao ver o garoto no quarto dele, ele anda para a cama e se senta, encarando o menor ele levanta as sobrancelhas como se ordenasse para que começasse a falar.
-O que vai acontecer agora? - Harry pergunta tentando manter o foco, andando de um lado para o outro com os olhos focados longe, mas os ouvidos captando todo e qualquer som.
-Dumbledore já sabe, e apoia a minha decisão, a partir de agora você está sobre meus cuidados – Severus diz sentindo toda a tensão no corpo do menor, ele conseguia senti-lo muito bem, cada misero pico de sentimento, sempre dolorosos – olha, se você não se acalmar eu vou ser obrigado a te dar uma poção calmante.
-Mais drogas no meu corpo. Ah eu aceito! - Harry fala caçando em seus bolsos um cigarro, mas não o tira de lá, o alfa odiava aquele cheiro, principalmente em seu quarto – o que eu preciso fazer, me diz o que você espera de mim.
-Você vai dormir aqui, não vai fumar no meu quarto. Você vai passar seu cio trancado no “nosso” quarto – o alfa fala cuspindo a palavra “nosso” - não vou deixar ninguém te tocar e não espero menos do meu ômega, então você irá estudar e ler todos os livros deste ano, começando com defesa contra as artes das trevas.
-E se eu te contar que eu já li até os do sétimo ano, Severus, eu os releio todos os anos, dês do meu ano atual até os do último, sempre e sempre – Harry fala se virando para o moreno - não vou conseguir dormir aqui, não quando você me estuprou nessa cama.
-Ughh – o alfa rosna longamente pela garganta, suspirando quando dá o braço a torcer, pesando que o que faria estava fora de seu personagem, mas sua decisão prezava mais pelo conforto do pequeno diabo – venha aqui – ele exige com a mão estendida para o garoto.
O castanho pensa um pouco, ele não queria ter ido, mas a calma repentina que foi forçado a si pela marca em sua nuca, o fez se mover para frente e se sentar na frente do alfa.
-Eu não quero te assustar, desculpe-me por ontem, tudo bem? Não irei fazer mais isso - Severus tenta soar o mais gentil possível, não muito para seus parâmetros.
-Okay... - o menor fala baixinho, deixando o moreno se aproximar dele e rodear seu corpo com os braços fortes, eles vão devagar se aconchegando e se deitando na cama, o maior puxando as cobertas para cobri-los.
-Você consegue me sentir? sente essa calma vinda de mim? - Severus pergunta virando o ômega em seus braços com cuidado e beijando em cima do curativo que cobria sua marca.
-Você me sente? O que você sente? - Harry responde com outras perguntas, ele fecha os olhos e deixa seu corpo relaxar um pouco.
-Sinto sua tensão - o moreno ressoa perto da orelha do garoto, descendo a mão pela lateral do corpo pequeno, os pelinhos dos braços do garoto se arrepiando com a proximidade – sinto que está com dor, sei que está com raiva e a maior parte dela é direcionada a mim, sinto muito.
-Se desculpando... e nem sabe porque – o menor diz brincando, a mão do alfa para em sua coxa e ele estremece em antecipação, e até mesmo um pouco de medo.
-Você tem medo de mim, mas me quer... está confuso e não sabe o que fazer... me deixe tomar as rédeas. Pelo menos agora – o moreno diz roucamente, ganhando uma pontada de luxuria vinda do ômega, e ele aproveita essa pequena brecha para vira-lo em seus braços e tomar a boca na sua.
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E assim foi pela semana seguinte, julho estava para acabar e ele estava escondido na biblioteca, as vezes descia para a sala de poções e brincava com os ingredientes. Ele passava as manhãs com os irmãos e o amigo e a tarde ele ia estudar ou trabalhar em suas poções, ele servia o alfa com a cabeça erguida e os olhos desafiantes, a noite se deitava na cama dele, faziam sexo rápido e então dormiam, em espaços separados da cama.
Agora, Harry estava no meio da sala de poções com Merlin na bancada todo estirado, o castanho queria tirar um pouco do veneno dele para estudar em uma poção. Régulos estava acomodado no pescoço do “dono” já maiorzinho, nessa semana tinha ganhado pelo menos mais dez centímetros.
-Hazzy, vamos subir – Draco entra no lugar e vai direto agarrar o amigo pelo braço. O loiro estava animado demais para o gosto do menor, mas ele segue sem reclamar, eles sobem para a cozinha, onde todos estavam reunidos.
-Surpresa! - Os gêmeos e mais alguns falam ao mesmo tempo. O ômega olha para eles com uma cara confusa.
-Surpresa? Porque? Já vejo a cara de vocês todo o santo dia – o castanho reclama, sendo empurrando para o outro lado da mesa. Por trás de toda a multidão, ele consegue finalmente ver um bolo de aniversário, com o glace vermelho e marrom com as letras HP em prateado e algumas velas em cima.
-Hoje é seu aniversário, parabéns – Draco puxa o menor para ficar à frente do bolo e de todo o pessoal.
-Eu não queria comemorar... Eu disse que não comemoro... - o castanho murmura na orelha do loiro, levemente irritado, e muito desinteressado, ele tinha se esquecido completamente do dia tanto sua raiva pela data.
O pessoal começa a cantar aquela melodiosa música de aniversario, os irmãos e os pais eram os mais animados. O ômega se encosta no balcão do lado contrário à mesa e encara toda a animação que não lhe pertencia, Draco ao lado dele tentava balança-lo para anima-lo, mas também não conseguia.
-Harry! Harry! - todos comemoram no final, apenas esperando o garoto assoprar as velas. O ômega pega um cigarro, tirando habilmente um deles da caixa sem tira-la do bolso. Ele se inclina sobre o bolo, acende com a ajuda de uma das velas e se ergue de novo, ele traga longamente e assopra a fumaça esverdeada para o alto em seguida.
-Já acabaram? Tchau – o castanho murmura se virando e saindo, passando por todos os rostos descrentes.
-Harry – Draco o chama, mas mesmo assim o menor não se vira. Ele continua seu caminho de volta para a sala de poções, nada daquilo o interessava.
Ele nunca tinha comemorado, sempre sozinho em seu quartinho, as vezes em companhia... fazendo seu “trabalho” em homens nojentos. Ele não gostava de lembrar e não gostava de estar festejando algo ruim assim. Ele não tinha expectativa de vida, estão o criando para morrer e ainda tem a hipocrisia de comemorarem uma data onde ele ficava mais velho?
“O que você fez agora?” Merlin sibilou divertido, Régulos se deslizou para o braço do castanho e desceu para a bancada, para perto do outro.
“Me isento da culpa” o castanho sorri fumando e se acomodando numa cadeira alta do laboratório.
-Harry?... - Draco aparece com um pedaço de bolo na mão, o olhar dele estava triste, nada como o antigo Draco que exibia um olhar superior a cada momento.
-Eu já disse que não gosto da data – o ômega menor diz num leve rosnado, mais como uma pequena brincadeira do que uma ameaça em si.
-Me desculpe, foi... influência dos gêmeos - o loiro se desculpa se sentando ao lado do companheiro de casa – Molly quis ensina-los a fazer um bolo pra entregarem... ou conquistarem você.
-Eles quase explodiram a cozinha? - Harry pergunta divertido, se apoiando no ombro do amigo e inspirando o cheiro gostoso de cereja.
-Eles chegaram perto, mas eu me intrometi e fiz no lugar deles, eu fiz tudo... e gostaria que você provasse – Draco pede passando o prato com o doce pra ele.
-Só vou comer porque eu te amo muito – o castanho sorri e pega, provando um pedaço em seguida – pitanga... num bolo?
-Ideia do Fred – o ômega mais velho fala se levantando para pegar a pequena serpente que queria pular da bancada para subir em seu colo – mas de resto, está gostoso?
-Está delicioso – o menor fala pegando mais e mais colheradas do doce e colocando na boca – mas tinha que ser glace vermelho? Podia ser um verdinho né?
-Molly, ela não me deu escolha – o loiro responde bufando - você não gosta da data... mas não quer ver nem os presentes? - o loiro pergunta com seu típico olhar Sonserino, que dizia tudo ao outro.
-O que você está pensando? - Harry pergunta devolvendo o mesmo olhar.
-Fred e George já estão lá em cima, os presentes estão numa pilha na sua cama, vamos ver e julgar todos os presentes baratos que eles te deram, não o meu, claro. Eu e a mãe compramos algo digno de um Malfoy – Draco fala todo convencido. Se levantando e ficando de pé para começar a arrastar o amigo.
Harry pega Merlin no corpo e sobe com o loiro, deixando o prato e a colher para trás na sala de poções. Eles entram no quarto e os dois ruivos já se animam, subindo rapidamente todos na mesma cama e olhando o castanho escolhendo entre os pacotes.
-E o primeiro é.... - Fred começa brincando, todos vendo a mão do ômega se mexendo por cima da pilha.
-Que rufem os tambores – George continua no mesmo tom, a mão do castanho se fecha em um deles – o amarelo! - os dois ruivos comemoram se jogando para trás na cama.
-Como você aguenta? - Harry se vira ao amigo loiro.
-Eu consigo ver através das muitas coisas que a maioria se recusa a ver – Draco diz todo superior, meio segundo depois ele é puxado para o colo dos ruivos.
-Nós também te amamos fofo – Fred o beija na lateral do rosto, e George na boca, um beijo calmo e lento em cima do corpo do irmão.
-Fiquem de melação ai e eu já abri o presente – Harry chama a atenção deles para o livro em sua mão - era de Remus, um... livro sobre substancias de curas.
-A cara dele – o irmão mais velho fala verificando a capa, o castanho estava o folheando, ele não parecia todo desgostoso com o presente.
-Um dia será útil – o ômega menor se abaixa e o coloca no chão - próximo.
Ele pega outro, um embrulho marrom alaranjado, era um cantil de água pequeno, presente de Rony, provavelmente Molly tinha dado um pouco de dinheiro a ele para comprar algo legal, mas ele deve ter comprado a coisa mais baratinha e gastado o resto em comida.
-Que horrível - Draco diz com um nojo pelo pequeno cantil, ele o joga no outro lado do quarto e pega um presente cinza chumbo – esse é o meu. Abre.
-Uma capa nova... - Harry abre um singelo sorriso e se levanta para poder experimentar. Era cumprido, cinza mais claro do que o chumbo, ele aperta o botão em cima dos seios e coloca o capuz, ficava larguinho e fofo, ajudando a emoldurar o rosto dele.
-Eu sei, eu sou um máximo – o loiro sorri confiante. Os ômegas tinham a tendencia de terem mais frio do que os alfas e betas, e tinham linhas exclusivas de roupas todas inspirados para eles.
-É maravilhoso – o menor se aperta para sentir o quentinho por mais um pouco antes de tirar para não o sujar.
-Agora o nosso – os gêmeos falam pegando o presente com embrulho laranja e roxo.
O castanho pega o pacote e o abre em seguida, pegando o conjunto novo de poções, um pequeno caldeirão, alguns biquetes e frascos para ingredientes líquidos. Todos personalizados com desenhos de chamas verdes.
-Ownn que fofo, eu vou usar muito, muito mesmo – o castanho agradece pegando e juntando as coisas que mais tinha gostado.
Ele abre mais alguns e os quatro brincam de julgar os mais sem graça, dês dos chocolates com poção do amor da Gina, até o conjunto de barraca que Sirius tinha dado a ele, até que era bonitinho, arrumadinho.
Eles arrastaram as camas e a montaram no meio do quarto, ela era magicamente expandida, e tinha os espaços separados, dois para os quartos, o central e uma cozinha no outro lado, ao centro, haviam cobertores e travesseiros, era um pequeno oásis no estilo boho.
Seria útil um dia, assim como o livro de feitiços de cura nível medibruxos 2, e o cantil feioso.
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O tempo correu e eles já se viam quase em setembro, apenas quatro dias para voltarem para a escola. Nesse dia, os Weasleys tinham ido para uma festinha na casa de Percy, os gêmeos, Draco e Severus foram os únicos que ficaram em casa, Sirius e Remus estavam na semana de lua, então eles estavam na casa dos gritos.
Harry, nesse momento, lia na biblioteca, bem, pelo menos era isso que tinha dito que iria fazer para os outros, mas na verdade ele se encontrava na sala de poções de Grimmauld Place, entretido com uma coisinha nova que ficou sabendo quando foi comprar os ingredientes para sua fada.
Existia uma droga nova no mercado, um tal de ghb, duas gotas que se misturadas com água - ou vodca para ficar melhor - faziam a sua cabeça girar e você cair num sonho gostosamente profundo, por várias e várias horas. E foi bom ter um pouco em estoque, quando precisava fugir um pouco da cara de Snape.
Harry fica à frente do pequeno caldeirão que carregava consigo, o novo presente dos gêmeos, ele o usava para fazer sua preciosa fada, e os ingredientes estavam ali fresquinhos. Porém, assim que pega a varinha para poder ligar o fogo, um livro cai em sua cabeça com força e o faz cair.
-Aii Merlim, se for você... - ele ralha, porem só encontra o elfo da casa escondido atrás do armário de ingredientes – Monstro? O que é isso?
Ele pergunta massageando a cabeça e olhando para o grimório fechado em seu colo. O velhote apenas balança um dedo no ar e as páginas vão virando e virando e param em uma especifica.
-Horcruxes? - o castanho lê e franze o cenho, pegando o livro nos braços e o trazendo mais perto, se enfiando em sua leitura – n-não pode ser... - Ele fala depois de vários minutos em silencio, a voz meio embargada e quase muda.
O livro tinha várias coisas interessantes, alguns rascunhos na página mostravam desenhos pequenos, algo como um anel, colar ou um livro.
-Monstro sentir muito pelo mestre Harry... Monstro queria ajudar, Monstro gosta de mestre Harry... - o elfo fala se aproximando um pouco, finalmente saindo de trás do esconderijo.
-Eu devo estar chapado demais – o castanho tenta rir com graça, ele não precisava de muito para ter juntado as peças, mas queria estar ainda mais chapado, para que não entendesse, preferindo ficar leigo ao invés de descobrir o que ele era.
-Monstro ajudou o mestre Régulos a conseguir uma... Monstro sabe que uma já foi destruída, no castelo de Hogwarts... e uma está à frente de Monstro – ele fala se escondendo atrás das pernas da mesa, o garoto estava sentado à sua frente.
-Eu sou uma... não sou? - ele pergunta apenas para confirmar. O livro dizia claramente aquilo, tinha uma anotação garranchada no canto “Sete ao todo. Harry Potter?”
Era por isso que ele precisava morrer... para destruírem uma das peças, e provavelmente só ele poderia destrui-la. Era por isso que Dumbledore o estava criando, era por isso que ele precisava morrer, para Voldemort morrer...
A voz dos dois somem, o pequeno elfo tinha se afeiçoado ao garoto, ele era legal com o servente, e as vezes divertido, principalmente quando estava largado no sofá delirando, o velhote se sentia na obrigação de cuida-lo.
Os dois ficam ali por alguns minutos bem longos, o castanho pensando no que faria, no que aquilo significava, mas não chega a nenhuma conclusão solida, apenas um sentimento, uma urgência de se encontrar com o professor e pedir apoio.
Uma parte de si se recusava, ele não queria arriscar e acabar perdendo de novo a dignidade ao ser rejeitado, mas a outra implorava, necessitava estar com o moreno, pedir auxílio e uma luz, porque ele sentia que tudo que restava em si era escuridão, afinal, ele era uma parte de um dos bruxos mais malvados do mundo... e se ele acabasse ficando igual a ele?
O ômega se levanta, sua cabeça ficando em um estado de suspenção, as lagrimas presas em seus olhos sem coragem para cair, ele nem se quer piscava, apenas seguia para cima, para o quarto do mestre pocionista. Ele bate na porta e entra em seguida.
-Potter? Está cedo demais... O que faz aqui? - o homem pergunta num tom de raiva fora do normal, ele conseguia sentir pela marca, mas já tinha seus próprios problemas a resolver, muitos problemas alias.
-E-eu preciso de você... - confessa deixando as lagrimas fluírem, o menor levanta o rosto e encara o professor – por favor...
-Me deixe em paz, estou ocupado – o moreno range os dentes, se aproximando dois passos para empurrar o garoto para fora.
-N-não, profe... Severus, por fav – Harry recebe um empurrão forte no peito e cai para fora do quarto, encarando suplicante para o mais velho, mas apenas recebe uma porta na cara - não... por favor, Severus – ele se levanta e começa a bater incansavelmente na porta, por vários minutos – eu preciso... - encosta a testa no lugar quando vê que era uma batalha perdida. - eu preciso de alguém...
O ômega se deixa cair no chão, derrotado, tinha acontecido de novo, sua suplica fora ignorada. Ele engole o amargo na garganta e chora ali, sem se importar de conter os soluços altos.
-Sev-verus... - o menor grita num choro amargurado, o bolo na garganta se fechando e quase deixando-o sem conseguir respirar.
Ele estava imensamente esgotado, já não tinha mais pelo que lutar, já não tinha mais motivos para continuar respirando, então porque continuar com a dor? Será que os céus o deixariam ser um pouco egoísta e abandonar a guerra?
Hgb...ele precisava sumir, precisava de uma calma, um fim. O menor se levanta e se apoia no corrimão, descendo degrau por degrau com cuidado, a lentidão que sua coragem o fazia ir, a adrenalina correndo por suas veias fazendo com que todos os membros ardessem como um dia de treino despreparado.
O castanho chega ao laboratório tremendo, seus pés falseando, ele se curva sobre a bancada para começar o que faria, ele abre o caderninho que tinha anotado a receita, e seca os olhos com a manga suja da blusa para enxergar melhor.
‘Pegue os comprimidos e amasse até formar um pó’ ele pega e o faz com a varinha em segundos tinha o pó branco em cima da tabua de mármore para cortes ‘esquente até ficar liquido’ ele põe tudo no caldeirão e começa a esquenta-lo, nesse momento Merlim dá o ar da graça.
“Fazendo mais dessa coisa que te mata?” ele pergunta subindo na mesa e encarando o menor, percebendo seu estado completamente devastado “Mais uma crise? O que houve agora?” o ex-bruxo pergunta preocupado, mas apenas ganha um olhar de canto do garoto.
Harry se vira para pegar um pouco de água para a mistura e acha algo ainda melhor, cloreto de potássio... Com 20 ml já consegue parar um coração, mas no frasco parecia ter muito mais do que isso...
Ele pega uma seringa numa gaveta embaixo da mesa e puxa um pouco do liquido transparente, Merlim começando a assobiar vários nãos, mas não a tempo, o menor pega o liquido e o injeta no braço com rapidez, empurrando o embolo até o final.
Harry desvia o olhar da mão para a cobra, e em um segundo o garoto já estava caído no chão, o coração parando de bater instantaneamente.
Spoiler:
-E-eu gosto dele... ele cuida de mim, me protegeu... ele desistiu de capturar Harry Potter para manter Gold a salvo... e-eu quero... eu cheguei a pensar em um... porra... a merda de um final feliz pra gente...
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-Porque agora? - Lucius torna a perguntar, ele junta as duas testas e se permite absorver um pouco da aura do menor, tranquilizando seu lobo interno que gritava para tê-lo embaixo de si rapidamente.
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-Draco, tire Harry daqui – Fred fala formando uma barreira com o irmão. Os dois peitando os mais velhos com a mesma voracidade.
-Sim alfa – o ômega loiro fala desafiando o pai com um olhar, os olhos do homem se estreitando com a afronta.
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