“Someone help me
I'm crawling in my skin
Sometimes I feel like giving up
But I just can't
It isn't in my blood
It isn't in my blood” Shaw Mendes.
-28 de agosto, sexta –
“Eu tenho uma casa, é o lugar mais seguro do mundo, diga isso a eles” Merlim assobia para o castanho com força, sem deixar brecha para ser negado.
-Merlim... disse que tem um lugar, um lugar seguro – o ômega fala fraquinho, tendo a atenção de todos no quarto.
-Ótimo, vamos – os alfas falam juntos, e George continua – primeiro sair daqui, e depois vamos para sua casa.
-Ele disse para irmos para a estação de metrô - Harry diz baixinho, traduzindo o que a cobra falava para si. O animal se enrola no dono e os ruivos se colam juntos fara aparatarem.
-Estamos mesmo fazendo isso? - o loiro pergunta segurando a mão do ruivo mais novo, o mais velho segurando o castanho no colo.
-Estamos – os gêmeos falam juntos, analisando o canto escuro que saíram no metro.
-Okay eu vou lá comprar ingressos... tem dinheiro aí? - George pergunta para o irmão.
-Na minha mala tem 10.000 libras – o castanho diz baixinho do ombro do ruivo.
-Vou no banheiro pegar o dinheiro, vocês dois pegam as linhas e tracem pra onde iremos – Fred fala guiando o ômega loiro para dentro do banheiro.
As duas equipes se encontram dez minutos depois, o dinheiro na mão e as passagens já prontas. Eles entram em um vagão e ficam esperando, o tempo vai correndo devagar para eles.
-Como eles vão se desenvolver sem os alfas? - Draco pergunta depois de vários minutos em silencio, ele tinha verificado Harry no colo do irmão mais velho, ele parecia ter dormido e não escutaria a conversa.
-Eu posso assumir isso?... e ajudar colocando meus feromônios nele – Fred sugere com um certo receio de seu ômega choramingando para cima dele.
-Eu ajudo também, se estiver tudo bem... - o outro gêmeo fala apertando ainda mais o menor em seu colo.
-Tudo bem... não me sinto confortável, mas eu entendo os motivos e vou ficar bem – o loiro diz se deitando no ombro do amante - e a escola?
-Verdade... você vai voltar em quatro dias, nós ficamos com ele e o escondemos – George fala manso, pondo a mão que estava livre na coxa de seu ômega. Uma mãe com um filho a alguns metros deles olhava torto para eles então o alfa tinha a necessidade de protege-lo.
-Me recuso – o pequeno fala estreitando os olhos - não vou deixar meus alfas, e nem meu melhor amigo, vocês precisam de mim.
-Você precisa terminar a escola – Fred briga cutucando seu amante.
-Vocês também - o menor aponta com raiva, enfrentando seu ruivo com o mesmo olhar, até ele suspirar e parar – estaremos juntos cuidando dele.
-Fofo... - o ruivo com o loiro nos braços sorri, enchendo-o de beijos pela cara – tenho outro ponto – ele fala depois de alguns segundos – e para a guerra? O que faremos com ele sendo... você sabe?
-Eu não sei – os irmãos suspiram juntos.
-Vamos pensando nisso com o tempo, mas por hoje, já atingimos a cota de novidades – Fred continua fazendo carinho em seu ômega.
Eles se acomodam mais uns nos outros e deixam o tempo correr, quatro horas mais tarde, chegaram no ponto de Tobermory, ilha de Mull (Escócia).
Eles saem do trem e os ruivos acordam o menor para perguntarem a nova direção, Merlim diz que sua casa era um castelo, protegido por elfos e que estava invisível aos olhos dos outros, ou seja, seguro.
O famoso castelo de GlenGorm, sua moradia em sua época, sua e de seus diversos amantes... claro. Aquele lugar era um refúgio para si, um lugar onde a guerra parava e não existia, lá eles estariam mesmo a salvos.
Eles pegam a direção com um mapa, e pegam um taxi para a região mais próxima do começo da colina da montanha para onde iriam. Eles vão apreensivos, tinham largado tudo e todos pela segurança do menor, tinham desistido da escola, o que por si só já era um ponto maluco, a mãe mataria os irmãos.
-Sem arrependimento – Fred se vira para George, o irmão concorda e os dois dão as mãos para aparatarem para o topo da montanha, eles sentem as barreiras tentando afasta-los, mas a magia de Harry, filho de Merlim, permite que eles fiquem, era inativo, mas o castelo a reconhecia.
-Estou em casa – o castanho murmura em êxtase, arfando com a magia das enfermarias que se conectavam em si. Era gostoso, calmante... como se recebesse boas vindas do lugar, estava... se sentindo vivo.
Merlim salta para o chão e começa a escorregar para dentro do castelo, fazia anos que não estava lá, tinha saudades de tudo, e não esperava para que o pequeno consiga o trazer de volta e o fazer relembrar as coisas como antigamente.
-Harry, você está bem? - Draco pergunta para o castanho que se segurava forte na blusa, ele estava quieto, mas se segurava firme na blusa do alfa atrás de si.
-Um começo de fissura... e um sentimento bom, do... do castelo me recolhendo... - o menor geme se deitando no ombro do ruivo.
-Vamos entrar – Fred o ajuda a andar para dentro, ele mal abre a porta quando um batalhão de elfos se curvam em respeito.
-Boa noite – Draco diz a frente deles – somos convidados de Merlim, e esse é o filho dele... - fala de uma forma cordial como tinha aprendido, mesmo que um pouco arrogante por estar se tratando com serventes.
-Educação - George diz em sua orelha, puxando-o para se colar nele. Um dos elfos se levanta, o que estava mais à frente do grupo.
-Nex é a chefe dos elfos de Merlin – a servente usava uma túnica de pano de prato cor de vinho, um pouco manchada de amarela nas laterais, ela tinha as orelhas curtas e os olhos escuros como a noite, dando um ar intimidante a ela.
-Olá - os bruxos cumprimentaram, Merlin desliza para dentro e para levantando a cabeça à frente do pequeno ser, ela confirma com a cabeça brevemente e se dirige aos humanos novamente.
-Nex comandar preparo do jantar. Nex deixar Voxis e Escald para mostrar o castelo e os quartos dos mestres, Nex pede licença - ela fala se virando a metade dos elfos e apenas com um olhar eles desaparatam de volta para a cozinha, deixando apenas os dois elfos encarregados do grupo.
-Voxis levar mestres, mestres seguirem Voxis, por gentileza – o pequeno caminha pelo hall. Tudo estava escuro com os moveis de mogno e as poucas janelas do lugar, as velas não davam luz suficiente, mas estava bom por enquanto.
O hall dava entrada na sala principal do castelo, tinha dois sofás longos perto de uma lareira antiga de pedras escuras. Tinha uma parede que dividia o espaço em outra sala, e no canto havia um espaço para bar.
-É bom sumir com isso... - Harry fala baixinho, puxando a blusa de Fred – ou eu vou beber.
“Eu amava esse bar... derramar vinho sobre meus amantes era delicioso” Merlin diz deslisando para a frente da estante cheia de bebidas.
“Nojento... porem acho que faria o mesmo” o castanho sibila de volta, r.a.b se mexeu em seu bolso e ele se lembra do pequeno, o colocando no chão em segundos “tirou um bom cochilo?”
“Sim, obrigado” o Black responde intimidado por estar no chão, ele se enrola com medo “Quero estar no alto...” tudo que via de baixo era enorme, e o local era imenso, o que dava muito medo para um pequeno ser como ele.
Harry se segura no ruivo e se agacha para pegar de novo a serpente, ele se levanta e deixa o amigo em seu pescoço. Nesse meio tempo, Draco e George chamavam por Nex e pediam para ela levar as bebidas para outro lugar, e não deixar nada nesse tipo a mostra.
Eles seguem para o outro lado, vendo rapidamente o escritório ao lado da porta principal, e a sala de jantar depois dela. O ômega precisou se sentar um pouco estando ali, as pernas fraquejaram e uma dor convulsionar acertou sua nuca, Snape estava em agonia alta.
-Quer deitar? - George pergunta a frente dele, tinha a palma da mão na testa do menor para ver se estava febril, e sim, ele estava quente – vamos para o quarto principal, depois vemos tudo.
-Não... - Harry o segura e respira fundo para afastar a dor que subia por sua cabeça - eu não vou conseguir ver depois... amanhã eu não vou conseguir sair da cama, vai dor muito. Vocês vão precisar me sedar.
-Eu não posso fazer isso... Harry, sedação é perigosa – Draco diz ficando alerta, com um certo peso na voz – vai te fazer mal, e vai fazer mal aos bebes.
-Alguém estudou medibruxaria – Fred sussurra as costas do companheiro, perto da orelha dele, se deliciando com o arrepio gostoso que sentiu vindo do menor.
-Eu não vou suportar isso acordado, acredite... - o loiro faz uma careta com a fala do castanho. Todos ficam quietos com a lembrança do desabafo do ômega, mais precisamente quando ele surtou para cima de Severus, e revelou que já esteve viciado em oxicodona antes.
-Vamos continuar o tour então - George diz ajudando o pequeno a se levantar e andar com ele.
Ao lado da cozinha, havia uma imensa sala de poções, com armarios em todas as paredes e equipamentos antigos, ingredientes raros... e que teriam que ficar sob feitiços de tranca para Harry não brincar com eles nos piores momentos.
Da sala saía um longo corredor, nele, quatro quartos ficavam a direita e na esquerda dois banheiros e uma sala de leitura, que dava acesso a uma estufa cheia de plantas para poções, nada que fosse perigoso.
O último quarto no corredor, estava trancado. Nenhum dos elfos tinham permissão para entrar ali dês da época de Merlin, ele o trancafiou décadas atrás.
“Ponha sua mão na porta, e recite em parsel, uma vez trancado, outra vez desfeito” a serpente sibila ao lado da porta, Harry não queria discutir o assunto, mas o animal estava muito quieto, o que não era usual para ele.
“Uma vez trancado, outra vez desfeito” o castanho fala e eles ouvem um clic vindo da porta.
Era um quartinho pronto para uma criança, ele tinha as paredes brancas ao contrário de toda casa, e um berço amarelo clarinho, assim como os armários e todas as outras mobílias. Tudo estava empoeirado, mas parado no tempo.
“Eu e meu ômega, esperávamos um filhote quando eles morreram” Merlin diz da porta, ainda não tinha forças para entrar naquele cômodo.
-Tenho certeza que é uma história horrível. Mas não quero ouvir agora... quero me deitar – Harry fala se escorando no ruivo e soltando um suspiro cansado.
“Eu conto mais tarde” a serpente diz um pouco magoado. Os outros três pegaram só metade da conversa e ficaram confusos, mas não iriam comentar.
Eles saem dali, indo para a última porta do corredor. A suíte principal, era o dobro do tamanho dos quartos que passaram até ali. A cama em si, era gigante, cabendo os quatro homens e as duas serpentes ali fácil, fácil.
Não tinha janelas enormes, mas tinha uma porta de vidro que dava espaço a uma pequena varanda. Do outro lado o espaço para o closet e o banheiro privativo.
Depois de terem visto tudo, eles finalmente se deitam, já estava tarde, eles nem aumentam de volta as malas, apenas tiram as roupas e se jogam na cama apenas de cueca.
-Melhor vocês me amarrarem – Harry fala com um gemido baixinho, os tremores tinham começado, e tudo estava doendo.
-Vamos ficar de olho em você - George responde esticando o braço por cima do parceiro loiro para chegar no castanho e fazer um carinho nele.
-A noite toda? - o castanho pergunta com a sobrancelha levantada assim como tinha aprendido com seu alfa.
-Não quero ser obrigado a fazer isso – Fred diz se apertando ao castanho, parando ao ouvir ele gemer dolorido.
-Vai ser melhor, tudo bem, não vou ficar bravo... pelo menos não agora enquanto estou lucido. Daqui a quatro horas eu vou odiar vocês - o ômega comenta divertido, mas choramingando depois.
Fora os sintomas em seu corpo, ele conseguia sentir o cansaço de Severus, e um pensamento divertido cruzou sua cabeça, se ele ficasse acordado o moreno sentiria tudo também, cada segundo de extrema agonia por estar sem suas drogas, cada segundo da desintoxicação que levaria pelo menos duas semanas, seria divertido para ele, era o pensamento que o manteria firme.
-Tenta dormir antes de ficar pior – Fred diz subindo a mão nos cabelos castanhos, fazendo um carinho constante.
Harry ignora os tremores no corpo e se deixa dormir um pouco, apenas algumas horinhas até despertar com uma pontada forte no coração, agora a dor estava bem mais forte, os dedos não formigavam mais, eles ardiam, cada pedacinho de pele que estava encostando em alguma coisa ardia como se estivesse em carne viva.
Ele respira fundo várias vezes, tentando não fazer barulho para não acordar nenhum dos três, ele não se mexia, ou pelo menos tentava, mas era demais para se acalmar sozinho, a dor apenas pioraria e ele não suportaria muito.
-F-Fred... - o castanho chama baixinho, batendo com o pulso no peito do ruivo ao seu lado, tentando acorda-lo sem acordar os outros dois – Fred – ele bate de novo e se vira para se enrolar no peito do maior.
-Harry? - o gêmeo acorda lentamente, segurando o pequeno alarmado assim que percebe o que acontecia.
-Fred... dói... - o ômega chora segurando o peito e o alfa ao mesmo tempo.
-Eu sou o George... na verdade – o ruivo responde baixinho, se sentando e pegando o garoto no colo, ele se levanta e vai para o quarto ao lado, assim conseguiria manter o irmão e o companheiro dormindo mais um pouco.
Merlin se levanta, assim como r.a.b, os dois dormiam na pedra quente que estava no recaimer ao lado da cama, eles olham para os dois saindo, mas voltam a dormir, não podiam fazer nada por agora.
Ele deita o castanho no meio da cama e procura por cobertores no armário para fazer uma trincheira quentinha para que o garoto não caia e fique mais coberto por coisas macias.
-Humhn – Harry bate as pernas e se remexe no buraco formado, as lagrimas corriam soltas agora, ele começa a gemer cada vez mais alto e o ruivo lança um abaffiato no quarto.
-Shh aguenta firme – George se senta na beirada da trincheira e segura a barriga do menor para não machucar os filhotinhos - está com sede? Deve ser bom se manter hidratado... não é?
-Vai... vai se foder – o castanho bate o punho ao lado do alfa, perto dele.
-Nex? - o mais velho arrisca acordar a elfo, ela aparece meio sonolenta mais fica ereta com o chamado do mestre – desculpe por chamar tão tarde, eu preciso de água e um livro, se tiver um livro sobre desintoxicação, todo o material que tiver sobre isso.
-Nex pedir para todos os elfos procurarem para mestre. Trazer aqui em alguns minutos – a elfa some com um ploc e reaparece em segundos com um copo, uma jarra de água, e algumas frutas cortadas – Nex avisou elfos para procurarem, Nex trouxe comida para mestres.
-Obrigado – George agradece pegando o copo com água que era oferecido pela servente, ele se inclina sobre o pequeno que choramingava deitado em posição fetal – vem beber um pouco de água.
O ruivo leva a mão livre para a nuca do ômega e o levanta um pouco, ele o faz tomar todo o copo e depois o ajuda a deitar novamente, quando finalmente se vira para a elfa, ele nota uma pilha com uns dez livros ao lado dela, e ao piscar o olho confuso mais um aparece no topo.
-Elfos de Nex acharem livros sobre desintoxicação. Mestre deseja mais alguma coisa? - a elfa pergunta animada, apesar de sua aparência senil, ela tinha os olhos brilhando de alegria.
-Eu não sei... - o alfa divaga olhando do pequeno ser para o garoto deitado ao seu lado gemendo desconfortavelmente. Ele escuta batidas na porta e seu ômega entra com o irmão.
-Oi... deveria ter nos acordado – Draco diz andando até eles, o ruivo mais velho desfaz o feitiço abafador e então eles escutam os gemidos altos do castanho.
-Não queria que vocês ficassem acordados quando consigo lidar com isso – o maior se justifica com cuidado, ele se inclina para pegar a taça de frutas e pega um morango com a mão - Harry, você não comeu nada, acha que pode fazer um esforço pra gente?
O castanho não responde, apenas geme e se encolhe mais contra suas pernas, nesse momento o que ele colocasse para dentro sairia em alguns minutos, até mesmo a água que tinha tomado estava com gosto de cloro e queria voltar por sua garganta.
-O que fazemos? - Fred perguntou puxando a cadeira que estava para a mesa no canto do quarto, ele se senta e puxa o companheiro menor para se sentar em seu colo.
-Os livros são uteis para a desintoxicação - George aponta para a pilha de livros ao lado dos dois parceiros – mas eu não sei muito sobre bebes e ômegas grávidos...
-A gravidez do Harry é de risco... - Draco fala baixinho para não incomodar o melhor amigo, ele abaixa a mão para se juntar a do alfa e aperta forte - o que faremos?
-Precisaríamos de um medibruxo aqui, mas um confiável... você conhece algum? - Fred pergunta para o irmão enquanto abraçava e beijava a nuca de seu loirinho, trazendo um pouco de calma para ele.
-Não... Pomfrey é a mais confiável... mas não sabemos se ela aceitaria de boa...
-Vamos sequestra-la - o loiro diz rapidamente, ganhando os dois pares de olhos azuis focados nele.
-Isso é uma péssima ideia – os dois dizem juntos e Fred continua – somos conhecidos pelas nossas pegadinhas, mas acho que não é o momento para gracinha pequeno.
-Não estou brincando, falo sério. Vocês podem aparatar em Hogwarts, digam a ela que Harry está morrendo e pedem para que ela venha. Depois mantemos ela aqui... Deve ter algum feitiço que tranque as enfermarias e não deixe ninguém sair – Draco se justifica, a ideia não parecia ao todo ruim, só... cansativa.
-Tudo bem, acho que podemos fazer isso, mas amanhã de manhã. Por hora, vamos ler tudo o que conseguirmos enquanto olhamos Harry – George diz virando e colocando a mão na cintura do pequeno, ouvindo-o gemer em desagrado.
O castanho ouvia o que eles conversavam, mas a informação não chegava em seu cérebro, tudo o que ele assimilava e sentia era a dor, dilacerando suas tripas com a vontade que tinha de fumar. Apenas um trago, apenas mais um e então ele iria parar, diminuir gradativamente parecia um bom negócio para si, melhor do que parar tudo de repente.
-Ahh – ele deixa escapar um grito mais alto quando a queimação corta sua nuca, e faz a cabeça latejar. Sua cicatriz arde e o pequeno começa a gritar sem parar, a intensidade da dor quadriplicando em um segundo.
Harry leva as mãos a testa, sua cabeça lateja tontamente. Ele via aquilo de novo, um lugar diferente que nunca tinha estado antes, se não nessas invasões torturantes.
Ele via Voldemort, sentado numa poltrona chique e elegante, a frente de vários outros comensais. A seus pés havia Severus, que tentava ao máximo segurar os gritos doloridos de escaparem de sua garganta, mas ele não conseguia, seu peito queimava como o corpo todo do ômega.
-O que está acontecendo? Severus? - a figura ofídia pergunta sarcasticamente, ele levanta a varinha no alto junto com seu queixo, a diversão brotando em seus olhos vermelhos.
Harry não teve tempo para negar, antes que visse o alfa estava levando um crucciatos. A sensação de mil agulhas finas, porem longas, era o pior, o castanho não sabia como conseguia sentir ainda mais dor, era excruciante.
Os membros se dobravam em posições esquisitas a procura de fazer toda a agonia passar, a cabeça latejava e virava, o estomago sentia vontade de ser expulso pela boca, assim como o coração que batia fortemente em seu peito.
Os outros três vendo aquilo, decidem que não fariam mais o pequeno sofrer, eles pedem para Nex trazer uma poção de sono sem sonhos e fazem o garoto engolir rapidamente. E mesmo com o sonífero instantâneo no organismo, Harry ainda estava agitado e levou alguns minutos para finalmente parar de gritar.
Draco estava tremendo com a mão na boca, reprimindo um soluçar que queria muito escapar, mas depois de um viria outro e outro e ele não queria chorar, mesmo que todo o seu ser implorasse por isso.
O loiro sente os braços de algum de seus alfas entornar seu corpo e o puxar para um colo, ele se esconde no pescoço dele e inspira fundo o cheiro de café, George. Ele retribui o abraço no maior e solta os soluços que prendia em sua garganta.
-Ele vai ficar bem... não vamos deixa-lo – Fred fala se colando as costas do ômega e beijando sua cabeça, em seguida os lábios do irmão, confortando-o também - estaremos aqui por vocês dois.
O trisal se separou longos minutos depois, quando o loiro tinha caído no sono de pé nos braços do ruivo maior, George o leva para cama no quarto principal e voltam a descansar o resto da noite, o outro gêmeo ficando de guarda com Harry, mesmo que agora parecesse que ele estava dormindo bem.
Pela manhã no dia seguinte, Draco acorda com o rosto inchado e vermelho, ele se esgueira para fora da cama e corre para se trocar antes que os alfas o vejam “feio”.
Depois de pronto, ele chama pela elfa geral e pede que o café esteja na mesa em cinco minutos, ele vai para a cama e se deita sobre o corpo de George, o acordando com beijinhos por todo o rosto suavemente.
-Bom dia meu anjo – o ruivo sorri e abraça o ômega pelas costas – conseguiu dormir um pouco? - ele pergunta atencioso, vendo que mesmo que sobre um certo disfarce, o rosto pálido tinha algumas olheiras escuras embaixo dos olhos.
-Um pouco – Draco responde levantando o tronco e se sentando no colo do alfa, sentindo o membro dele embaixo de sua bunda começar a inchar.
-Céus, não é hora para isso - George bufa tampando os olhos com o braço esquerdo, ouvindo uma risada divertida de seu loirinho – você pode sair de cima princesa?
-Vou acordar sua cópia – Draco sorri se inclinando de novo e dando um selinho no alfa antes de levantar e deixa-lo só com seus pensamentos – bom dia amor – ele entra no quarto onde os dois tinham ficado e sorri para o ruivo na cadeira.
-Bom dia pequeno, venha aqui – Fred chama batendo em suas coxas levemente. Harry ainda estava dormindo, mas parecia mais aflito do que a dez minutos atrás, indicando que seu sono estava mais leve agora e que logo ele acordaria.
-Você tá com uma cara péssima – Draco notou com uma careta, os cabelos ruivos estavam espalhados e bagunçados, e os olhos dele estavam vermelhos como se não tivesse dormido nada, o que de fato ocorreu.
-Não consegui dormir, toda a vez que fechava os olhos eu o via se machucando ou perdendo os bebes, não consegui relaxar – o alfa diz deitando a cabeça no ombro do menor, ele começa a cheira-lo e choraminga com o cheiro de cereja delicioso do amado.
-P-precisamos acorda-lo... você sabe, fazer Harry comer alguma coisa – Draco diz com um suspiro contido, ele leva as mãos para os fios ruivos e segura forte para se afastarem, antes de que algo a mais se inicia-se – vamos logo.
O loiro se levanta do colo confortável e senta do lado do amigo na cama, respeitando o espaço de seu pequeno ninho. Ele coloca a mão no braço do castanho e o balança levemente.
Harry de súbito abre os olhos e grita de dor, atordoando os dois no quarto com os surtos que ele liberou. O ômega rola na cama segurando o máximo que conseguia dos gemidos, se ontem à noite ele se sentia morrendo, hoje estava muito pior.
Os dedos se apertavam neles mesmos, os braços se traziam para o peito e ele se afundava com o rosto contra a cama, todos os seus órgãos estavam queimando, e o ar faltava à medida que não conseguia respirar, apenas gemia cada vez mais.
-Harry, Harry. Se acalme... por favor... - Draco pede afobado, tentando falar com o companheiro de casa, mas suas preces não chegam nos ouvidos do outro.
-Acho que vou ter que sedar ele de novo – George entra no quarto, ele tinha corrido quando começou a escutar os gritos.
-Não, não podemos arriscar os bebes... - Draco grita se pondo a frente dos dois alfas, bloqueando o caminho – ele não pode perder o meu irmãozinho.
-Eu vou atrás da Pomfrey, ômega querido, venha comigo – Fred toma a frente e pega o parceiro, ele se vira para o irmão e dá um selinho rápido - fica cuidando dele, não deixe ele se machucar.
O ruivo com o parceiro vai em direção para a entrada do castelo e saem do espaço das enfermarias, quase no final da colina longa. Eles aparatam diretamente para hogsmeade.
-Vamos mais rápido - Draco diz ríspido para o alfa, ele estava andando mais atrás dele.
Fred aperta o passo e tenta acompanhar o companheiro, mas sempre que chegava perto de seu campo de visão mais ele corria em direção aos portões. A corrida demorou uns dez minutos, longos minutos, mas finalmente entraram no castelo e passaram pela enfermaria.
-Madame Pomfrey! - o ômega grita indo para a sala que tinha no final do lugar, seu alfa vindo a seus calcanhares.
-Senhor Malfoy? Senhor Weasley? O que houve? - a senhora aparece do escritório correndo apressadamente até eles, percebendo o pânico em seus rostos.
-É o Harry, Harry Potter. Ele está passando por uma crise – o loiro explica rapidamente.
-Onde ele está? - ela pergunta voltando seu caminho para entrar no escritório de novo e pegar seu kit de médico.
-Na casa dele, George está com ele – o ruivo fala trazendo o ômega para se encaixar em seu peito por um segundo enquanto esperavam pela senhora.
Ela aparece e se para no meio do caminho ao ver os dois abraçados, um brilho de choque correndo por seu rosto antes de se recompor.
-Certo... eu... vamos – ela se ignora e segue para se juntar a eles e correr para onde quer que fosse.
-Não temos tempo, vai demorar uns vinte minutos para chegarmos – Draco fala histérico, ganhando a atenção da moça e do alfa.
-Vocês têm lareiras? - Pomfrey pergunta parando no caminho.
-Não sabemos a senha – o loiro explode em nervosismo.
-Monstro ajudar – o elfo aparece num ploc, as suas costas Nex estava encolhida, mantendo os olhos muito bem grudados nas costas do outro servente velhote, um brilho vermelho e... apaixonado? Estavam brilhando neles.
-Claro... elfos podem aparatar dentro das enfermarias – o ômega sorri contente, ele se segura no peito do alfa e pega na mão da elfa anciã, o outro pequeno dando para a senhora.
Eles aparatam para dentro do castelo, no meio da sala. De lá eles conseguiam ouvir os gritos altos do garoto na cama.
-Merlin, ele está dilacerado no quarto? - Pomfrey pergunta exasperada, e levemente agoniada com a dor do outro.
-Ele está gravido – Fred segura no braço da enfermeira antes de cruzarem a porta do quarto – e passando por uma desintoxicação das drogas...
-Oh... Merlin... quais drogas ele usava? que cenário eu estou vendo? - ela abre a porta e analisa o jovem se debatendo no meio da cama, os cobertores que antes formavam seu ninho agora estavam no chão, os travesseiros jogados para todos os cantos.
Harry estava suado, os cabelos grudados contra a testa e contra os olhos, mesmo que George estivesse a todo tempo afastando-os. O alfa estava sentado ao lado dele, segurando os braços dele longe de seu corpo.
Merlin e Régulos estavam enrolados juntos na base da cama, onde não seriam atingidos pelos pés do jovem, que se sacudiam violentamente.
-Nicotina... Cocaína, são as mais frequentes, eu não sei se ele usava outra coisa – Fred explicou se movendo para tomar o lugar do irmão, Draco o pegando e o levando para a poltrona no outro canto.
-Oh céus, qual a dose? Alta? - Pomfrey pergunta sentando na beirada da cama e abrindo sua bolsa para pegar alguns instrumentos mágicos.
-Umas quatro ou cinco vezes por dia, bem, sempre dependia do humor dele – Draco responde de costas, ainda concentrado em seu alfa que estava sentindo a cabeça girar – tudo bem? - ele pergunta baixinho, se sentando no braço da poltrona.
-Ele não usa a quanto tempo, quando começou esse processo? - a senhora pergunta pegando a varinha e passando por todo o corpo do paciente.
-A última vez foi pela tarde, logo depois do almoço - Fred responde com um bufo, o castanho não parava de se remexer para tentar se soltar, e numa dessas acertou o joelho na boca do estomago do ruivo.
-Então estamos quase terminando o primeiro dia – a enfermeira contesta pegando uma lista que apareceu do nada no ar, ela leu rapidamente, suspirando com os níveis totalmente fora do lugar. Principalmente os níveis de anticorpos antigos, coisas que ela nunca tinha visto sempre que fazia o check-up nele na enfermaria da escola.
Spoiler:
-Podemos nomeá-los momentaneamente para não confundir as coisas? - Pomfrey diz pensando nos bebes que tinha visto.
-Corvino, Lufano e Sonserino. Perfeito – Draco diz divertido, porém ainda preocupado. Fred murmura algo sobre o Grifo, que nem tinha sido considerado.
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-E-ele descobriu... descobriu que sou... um traidor – Severus fala antes de perder a consciência, ele cai nos braços do loiro e deixa o maior cuidar de si.
-Droga... droga – Remus reclama pegando sua varinha e fazendo os feitiços que conhecia para tentar fechar as feridas. Ninguém viria ajuda-lo....
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-Eu preciso de mais dinheiro também, Abílio está tendo outra recaída em Saint Mungus, eu vou vê-lo e preciso de mais dinheiro para os remédios - Molly reclama indignada, quantos anos mais ela teria que ficar e “entreter” Arthur?
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