Catherine
...
Depois de uma hora de voo eu já estava acostumada com o climão que se instalara, já quase não ligava, quase.
Mor não olhava na minha cara e não trocava ao menos uma palavra comigo, o que era bom. Seu corpo inteiro parecia tenso, e não deixei de notar o modo como ela trincava os dentes quando olhava para Harry sentado ao meu lado, mesmo sendo uma coisa trivial. Ele poderia se sentar ao lado de qualquer um.
Em relação ao Mitch, bom é o Mitch, ao que parece ele está se segurando para não comentar. Troco o peso da minha perna cruzada de uma coxa para outra enquanto ele franzia a testa para mim, avaliando a situação.
As meninas estavam aparentemente alheias a toda situação.
Assim que aterrissamos a bela noite de Paris tomou conta dos olhares de todos. Harry parecia diferente com o luar refletido sob sua silhueta. Tinha algo especial no modo como os olhos dele brilhavam ao perceber que eu o olhava.
Ele para e olha o céu, uma desculpa para que eu o alcance e que os outros sigam em frente. Quando chego ao seu lado ele pega a minha mão de forma discreta e fala enquanto olhava para frente:
- Para a garota com a beleza do universo - Sinto algo gelado em minhas mãos, sinto a estranheza do objeto, bem pequeno. Curiosa tiro minhas mãos das suas e ao olhar o que está na minha meus pés pararam de andar. Um pequeno anel em ouro branco com cravação de várias pedras extremamente brilhantes e pequenas. Era como se eu segurasse uma pequena estrela.
- O que é isso? - digo com a voz fraca
- Seu anel. Não é um de noivado ainda mas quem sabe um dia.
- Não brinca com isso - aviso a ele.
- Não estou brincando. Você acha que não iria dar um anel decente para você?
- Harry, isso é...Ele é maravilhoso!
- Olha o que está gravado nele - Giro o arco em meus dedos e o aponto para uma direção mais clara. M75 - 81º
- O que é isso? O que significa M75 - 81º?
- A posição de uma constelação - ele se limita a dizer.
- E qual constelação é essa?
- A sua. A nossa na verdade.
- O que?! Você comprou uma constelação?
- Sim. Eu vejo o quanto admira o céu estrelado, se deixasse você ficaria olhando a noite toda - Olho pro céu admirando, a procura de qual seria a minha, a nossa. Ao ouvir os passos de Harry, desvio o olhar do céu para olhar minha estrela na terra. Ele caminha a passos lentos até meu encontro. Assim que esta perto o suficiente Harry se posiciona atrás de mim e sinto seus lábios e seu hálito quente em meu ouvido - Vou te mostrar - ele sussurra para mim. Sinto seus dedos fazendo carícias leves enquanto descem praticamente em câmera lenta, até minha mão, me causando arrepios. Ao chegar, seus dedos dançam com os meus até o momento em que ele os entrelaça. Ainda em meu ouvido ele fala lentamente - A constelação se chama Meraki, do grego, que significa fazer algo com amor total, de alma pura. Significa deixar um pedacinho de você em todos os cantos. Eu queria ter um pedacinho seu no céu, para que sempre fique comigo. Para que quando eu estiver longe, e com saudades, possa olhar para ela e sentir você comigo. E se sentir saudades de mim, olhe para ela e saiba que onde eu estiver eu vou estar pensando em você - Harry sempre consegue me deixar sem palavras. Lentamente ele levanta nossas mãos e aponta para um ponto no céu - Para acha-la devemos localizar 3 estrelas próximas entre si, de mesmo brilho, Elas formam o cinturão da constelação de Meraki. Seus nomes são Mintaka, Alnilan e Alnitaka. A constelação tem a forma de um quadrilátero. O vértice nordeste do quadrilátero é formado pela estrela avermelhada Betelgeuse. O vértice sudoeste do quadrilátero é formado pela estrela azulada Rigel. Estas são as estrelas mais brilhantes da constelação. Eu pensei que você pudesse representar a estrela avermelhada e eu a azulada.
- E quem seria a outra? - pergunto curiosa
- Não sei, ainda não preenchemos essa vaga.
- Harry - digo me virando e o abraçando pela cintura - Isso é lindo! Nunca recebi um presente tão romântico quanto este, eu estou...Você me deixou completamente sem palavras - Deposito um beijo em seu peito, depois em seu pescoço, em seu queixo.
- Que bom, estamos quites então. Porque toda vez que olho para você fico sem palavras. Acho melhor irmos. Mary já deve ter pegado um táxi e neste momento já deve estar no hotel - Antes de irmos ele me abraça forte, um abraço longo e forte, que representava tudo o que gostaríamos de dizer uns aos outros. Ao nos separamos ele deixa um beijo no topo de minha cabeça e pega em minha mão.
Realmente já estavam todos no hotel. Mary estava parecendo uma mãezona irritada depois de ligar para o filho um milhão de vezes e ele não ter atendido nenhuma.
- Onde vocês estavam? Harry eu te liguei umas seis vezes!
- Catherine deixou o celular no avião.
- Sim! - concordo seguindo o plano - Ainda bem que achei - digo chacoalhando o celular em frente ao seu rosto.
- Não precisam mentir para mim. Vamos logo, todos estão esperando vocês para poderem entrar nos quartos.
- E porque? - Harry pergunta
- Você que fez o check- in meu querido. Precisa de seus documentos e sua assinatura.
Harry segue até o balcão e eu me sento na poltrona ao lado de Sarah.
- Achei que tinha deixado meu celular no avião - digo para ninguém em específico. O anel de Harry se encontra em meu dedo indicador, para não causar nenhuma estranheza.
- Salut, j'ai une réservation de quatre chambres au nom de Harry Styles - Ouço Harry dizer. Ele fala francês? (Olá. Tenho uma reserva de quatro quartos no nome de Harry Styles).
Depois do que pareceu ser longos e tortuosos minutos Harry surge com os cartões dos quartos.
- Je ne savais pas que tu parlais français Mr Styles - digo para ele e todos na roda me olham. (Não sabia que falava francês senhor Styles)
- Je peux dire la même chose de toi miss - Surpreendente. Mor revira os olhos e volta a se concentrar no seu celular. (Posso dizer o mesmo de você senhorita)
- Tá bom seus franceses metidos, já demonstraram suas habilidades linguísticas. Agora vamos aos quartos - diz Mitch
- Sabe, os franceses não tratam com tanta cordialidade as pessoas que veem ao seu país e não se esforçam, nem um pouquinho, a falar a língua deles. Eles são tão patriotas quanto vocês - digo para Mitch
- Falou - ele diz se levantando - Antes de exigirem alguma coisa de nós, os franceses precisam aprender a tomar banho todos os dias - foi impossível não segurar a risada.
- Certo - começa Harry a distribuir os cartões - Mitch e Sarah em um quarto. Mor e charlotte em outro. Catherine e Mary. Jeffrey vem comigo, mas já aviso que vai dormir no sofá.
Caminho o mais desanimada o possível até o quarto, nada contra Mary, claro, mas preferia dividir o quarto com certo alguém tatuado e com olhos verdes.
- Ande mais devagar - sussurra o alguém de olhos verdes e cheio de tatuagens - Assim que todos entrarem em seus quartos vou sequestrar você e trancar o Jeffrey para fora.
- Parece que até estamos cometendo um crime. Muito excitante.
No primeiro sinal verde que tivemos, Harry, fez a troca de quartos e então inclinou-se para me beijar, ali na porta mesmo. Isso continuou por um longo tempo até entrarmos e suas mãos caminharem para baixo, encontrando o fecho da minha calça. Ela caiu no chão. Pressionou-me com firmeza contra seu corpo e pude sentir que ele estava mais do que pronto para continuar com o assunto em pauta. Tirei sua camisa e deslizei minhas mãos para cima, pelo seu peito, acariciando seus mamilos com meus polegares. Enrijeceram-se no mesmo instante.
- Madame, a senhorita me tem em desvantagem - Harry fez uma mesura bastante elegante e eu ri. O sorriso permaneceu em seu rosto, mas mudou quando olhou para mim. Sua voz ficou repentinamente rouca - Na verdade, madame, estou à sua mercê.
- É mesmo? - perguntei, baixinho. Ele não se moveu, quando estendi minha mão outra vez e a deslizei lentamente pelo seu rosto e pescoço, sobre a curva brilhante do ombro e para baixo. Harry então estendeu o braço e tocou meu lábio inferior, seu toque tornou-se mais firme, delineando meus lábios e acariciando o contorno do meu maxilar. Fechei os olhos e senti o toque quente mover-se para minha face e para a têmpora, orelha e pescoço, e estremeci quando suas mãos desceram para a minha cintura e me puxaram para junto dele.
…
- O que está fazendo? Achei que tinha te cansado o suficiente - pergunto sonolenta quando vejo Harry sentado em uma poltrona com seu caderninho preto surrado.
- Você fica com uma voz sexy quando acaba de acordar. Só perde quando você fala francês, uma habilidade sua recém descoberta - apenas reviro os olhos.
- Você deveria descansar, tem um longo dia amanhã.
- Você me deixou inspirado.
- Deixei é? - Curiosa para saber do que se tratava sua inspiração noturna me enrolei no lençol e fui até ele. Tiro o pequeno caderno de suas mãos e me sento em seu colo - Amor, você é o fim de junho. Eu quero sua barriga e aquele sentimento de verão; Sendo lavado em você. Inspire-me, expire-me. Não sei se algum dia eu poderia ficar sem… - leio devagar todas as frases.
- É tudo o que tenho até agora.
- Gostei, e quem é essa garota que é o fim de junho? Que te traz esse sentimento de verão?
- Uma garota aí. Conheci em Veneza, nada muito marcante.
- E ela é bonita?
- Pode se dizer que sim - ele diz com um sorriso sapeca nos lábios - Estou sendo modesto, ela é a coisa mais linda que já vi.
- Desse jeito vou me sentir especial.
- Não se sinta. Faço isso para todas - o fuzilo com o olhar mas ele ignora - Está cansada? - Por um segundo penso em responder que sim, mas meu cansaço se esvai ao ver o brilho nos olhos de Harry.
- Não, porque?
- Então se veste. Com muitas roupas, capuz, touca, óculos escuros. Se esconda.
- O que está planejando?
- É Paris, Baby.
- E?
- E nós vamos curtir a cidade mais romântica do mundo.
Meia hora depois estávamos os dois cobertos até o dedão. Harry usava um conjunto de moletom com capuz e um óculos escuro, e seu violão nas costas. Eu estava de meia calça, botas, vestido e um lenço que emendava do topo da minha cabeça até o meu queixo, como uma camponesa, e óculos escuros também. Estava de noite, mas a razão para usarmos era para tentar disfarçar pelo menos um pouco.
Ajudo Harry a carregar as coisas, encontramos um único mercado aberto e compramos muitas coisas. Algumas porções prontas, bebidas, algumas besteiras. Coisas aleatórias e desnecessárias. Algumas pessoas olhavam em nossa direção, mas ninguém percebeu, e se percebeu não o abordou.
- Tcharan! - ele grita animado - Piquenique, às duas da manhã, sobre a luz da torre Eiffel e com direito a voz e violão com Harry Styles.
- Meu Deus, que honra!
Sentamos no chão, bem em frente a Torre. A noite estava perfeita, não muito fria e com um leve movimento.
- Les gens penseront que nous sommes fous. en train de pique-niquer en ce moment - falo para Harry em francês para gerar um bom disfarce. (As pessoas vão achar que somos loucos. Fazendo piquenique a essa hora)
- Et nous sommes. Fou d'amour! (E nós estamos. Loucos de amor)
- Bobo - digo jogando um pedaço de pão nele
- Você não deveria ter feito isso! - Harry mal termina a frase e se joga em cima de mim, fazendo um ataque de cócegas.
Depois de devorar tudo que compramos, me deito sobre a luz do céu e sob a luz da Torre, com Harry cantando suave uma música dos Beatles
- “Michelle ma belle. These are words that go together well. My michelle. Michelle ma belle. Sont les mots qui vont très bien ensemble.Tres bien ensemble. I love you, I love you, I love you. That's all I want to say, Until I find a way. I'll say the only words I know that you'll understand”
- Se isso for um sonho, Não me acorde! - digo aos gritos para ninguém em especial.
- Isso vale para mim também! - grita Harry interrompendo a música.
- Baby olha! - grito assim que meus olhos se esbarram em uma pequena quitanda na esquina com muitas melancias - Eu quero!
- Quer o que?
- Melancia!
- A quitanda está fechada, como você pode ver...
- Vamos roubar?
- Você está brincando não é? Já pensou fotografam isso? Já consigo até ver a manchete "Cantor Harry Styles faz tráficos de melancias"
- Eu preciso delas!
- Catherine? Pelo amor de Deus, isso não é desejo né? Você não está?
- O que? Não! É que a muito tempo não vejo melancias. Até me esqueci da existência delas - Harry ri da minha declaração, uma risada de alívio - Elas são suculentas, docinhas.
- São como você então.
- O que? Está me comparando a uma melancia?
- Sim, suculenta e doce.
- Então eu sou como o verão e como as melancias? Decida-se.
- Os dois - com olhar pensativo e intercalado entre mim e as melancias, Harry anuncia - Isso pode ser uma música.
- Melancias?
- Sim e não. Dá para encaixar na parte final daquela estrofe que eu te mostrei - Harry pega seu caderninho anota algo super rápido, sem me dar a oportunidade de ter um vislumbre do que se tratava.
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