História Everllark Real - 1a Temporada - Pedido

- Eu te trouxe aqui pra dizer uma coisa e até agora ainda não consegui.

- Mas a chuva já vai começar. Em casa você me diz. 

- Katniss… - ele se aproximou e pôs os braços em volta da minha cintura, me prendendo a ele - a gente passa bastante tempo junto e cada vez mais uma pergunta se forma na minha mente.

- Que pergunta?

- Por que a gente não é um casal? Não é segredo o que eu sempre senti por você.

- Peeta, não sei aonde você quer chegar.

- Namora comigo?

Duas palavras, só duas. Que me atingiram com a força de um soco no estômago.

- Como é?  Para de brincar comigo, vamos pra casa, por favor.

Houve um raio mais perto de nós dessa vez e a chuva começou, torrencialmente. De uma hora pra outra, uma tempestade. Não só no céu como dentro de mim, sentimentos e pensamentos diversos despencando em cima de mim.

- Nós já agimos como namorados, por quê não deixar isso oficial logo? Logo não, deixa eu consertar… Porque não deixar isso oficial finalmente? O que muda?

- Muda muita coisa.  

Será que isso é verdade? Não pode ser que a gente pareça um casal. 
- De onde você tirou que nós parecemos namorados? Você está confuso pelo avanço do tratamento, acho que talvez você só precise voltar outra vez pra uns exames na Capital.

- Katniss, você sabe que meu tratamento está sendo muito bem sucedido. E... Você quer uma lista de fatos que nos fazem parecer namorados? Tudo bem; A gente está sempre grudado, fazendo coisas juntos, sentimos ciúmes um do outro, nos preocupamos. Quando eu não estou na padaria passo a maior parte do tempo na sua casa, tem uma escova de dentes minha no seu banheiro. Tem umas toalhas separadas no seu armário pra que eu use. E também tem duas ou três roupas minhas lá dentro, pra eu vestir depois do banho. Você disfarça, mas se incomoda quando eu me despeço de sem te beijar... Você até já me pediu que te ensinasse a fazer pão.

- Cala a boca agora! 

Cada item daquela lista me atingia como cada jato d’água que vinha da tempestade, eu não queria admitir que era tudo verdade, eu estava sem palavras e sem defesa alguma contra o Peeta.

- Mandou eu me calar, mas não me desmentiu.

Eu poderia enforcar o Peeta com uma única mão de tanta raiva, como ele podia ser tão cínico? Naquele momento ele era mais forte que a tempestade que caía em cima de nós. Ele se mantinha firme como se essa chuva nem estivesse caindo, na verdade a tempestade mais intensa acontecia dentro de mim e eu não consegui lidar com isso. Tantos pensamentos e sentimentos ao mesmo tempo, acabava comigo. Precisava sair dali, rápido.

- Eu vou embora!

 - Mas você não quer ir sozinha, quer que eu vá junto. Vai negar? - lancei pra ele o melhor olhar de ódio que consegui e cruzei os braços, permaneci em silêncio, esperava que fosse fazê-lo mudar de ideia, mas ao contrário: pude até escutar o sorriso em sua voz quando ele disse: - Quem cala consente. Não tem problema, iremos juntos assim que você disser que sim.

Era o que faltava, não aguentei e me lancei pra cima dele dando um tapa em seu rosto com toda minha força. Daria mais de um, mas isso me atrasaria então eu apenas aproveitei o momento em que ele ainda se recuperava da surpresa e saí correndo. Fui pra casa.