Claro, se Snow tinha uma neta obviamente teve um filho. Não, isso só pode ser um pesadelo. Outro Snow vagando por Panem com planos maléficos em sua mente, e eu matei seu pai após ter feito o possível para destruí-lo ainda vivo. Os nerds me contam um pouco sobre o Geoffrey: era cientista, ficou viúvo muito jovem e há indícios de que matou a própria esposa, se casou de novo e era o braço direito secreto do pai, nunca aparecia e não exercia cargo no governo, mas era responsável por diversos estudos químicos do país. Ele foi preso assim que Paylor assumiu o poder, mas fugiu, simulou sua morte e agora pode estar em qualquer lugar.
Estou com os cotovelos apoiados sobre a mesa, as mãos no rosto e a face contra o tampo de madeira da enorme mesa de reunião. Minha mente dá marteladas e mais marteladas no que penso, nenhum raciocínio é devidamente conciso.
— Eu pesquisei sobre a Ellen Willbourn e não há nenhum registro de que ela tenha estudado no Dois para poder dar aulas de arte aqui no prédio.
— Isso está incorreto – diz Thompson – No último relatório que li porque fomos obrigados já que esse assunto veio junto com você pra reunião, conta que ela se formou com louvor e foi a única sobrevivente da guerra, o outros Willbourn morrerão. Estou até com a ficha dela que fica no prédio, comprova isso.
— Eu acabei de vir do prédio e o funcionário enfrentou um problema no sistema, ele não conseguiu acessar nenhum dado da ficha dela.
— Como você conseguiu que um funcionário fizesse isso? É um crime! – ele grita
— Sou uma pessoa influente no país, o povo gosta de agradar... Mas a verdade é essa, e o que vocês não sabem é que não estou sendo movida por ciúmes do Peeta. Essa mulher o drogou com um conjunto de tintas tóxicas com efeitos psíquicos, ela é perigosa.
— Eu quero uma foto dessa Ellen Willbourn. Agora! – Paylor exclama e os nerds começam a mexer como loucos em seus computadores de mão. Ela também está pensativa.
Enquanto esperamos conversamos um pouco mais sobre o incidente das tintas do Peeta, Paylor faz anotações enquanto o secretário de segurança faz mais perguntas. A presidente dos Arquivos mostra que as minhas informações sobre a Ellen estão corretas, Thompson teve acesso a dados inclusos antes da “reforma” feita neles. Isso nos mostra que alguém de dentro do governo a ajudou, ela também analisa todas as pessoas que já viajaram ao 2 após a posse da Paylor. Eles ordenam que um espião disfarçado vá até a casa do Peeta sem que ninguém veja e pegue umas amostras dessa tinta, estão de fato interessados. Um dos nerds volta com apenas a tela do computador, ele desconectou o teclado.
Não entendo a razão, mas não discuto. Em segundos o rapaz me entrega uma tela também, vejo na foto uma moça alta com uma roupa ridiculamente da Capital; brilhante e grandiosa; seus olhos e boca estão pintados de roxo. Ela sorri para a câmera, tem o cabelo alaranjado e curto na altura do queixo. Usando o dedo indicador e o polegar eu aumento a proporção da imagem focando naquele rosto. Não há dúvidas, levanto a cabeça e encaro os rostos a minha frente. Paylor e Thompson balançam a cabeça concordando quando fito a dupla.
— Sim minha jovem, você é mesmo aquela heroína que ouvimos falar durante a revolta. Você seguiu uma pista de nada e foi a fundo. – Thompson aperta minha mão com sinceridade pela primeira vez - Agora sabemos que Lorna Snow tomou a identidade de Ellen Willbourn. É inacreditável, encontramos a Lorna.
— Não, Katniss e Peeta a encontraram. Nossa tarefa é encontrar Geoffrey – diz o secretário de segurança – E é isso o que farei com minha equipe. Os dois tem que ficar alertas porque serão os alvos dos Snow.
— Exatamente – exclama Paylor — Katniss, atenção total enquanto eles não forem capturados!
— Minha equipe já está alerta e começará a trabalhar. – finaliza o chefe da segurança
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