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História Everllark Real - 1a Temporada - Outra reunião


Escrita por: focusonkatniss

Capítulo 29 - Outra reunião


Como essas coisas são possíveis eu não entendo, e nem me importa, a única coisa que consigo registrar é que o Peeta está vivo e com capacidade suficiente para deixar um traço nas telas, isso diz muito sobre seu estado de saúde e eu não posso estar mais aliviada. Pode não representar muita coisa pra equipe que comanda as investigações, mas para mim significa muito.

“Foi complicado escolher quais comprar, mas vocês nos enviaram uma lista de quadros na hora certa. As telas chegaram ao Doze nessa madrugada, portanto considerem-se dispensados por hora e amanhã vocês poderão verificar as telas. Nos vemos amanhã, boa noite e bom descanso a toda a equipe.”

A conferência termina e a tela se desliga e volta para dentro da mesa, me despeço brevemente dos outros e da comandante, saio o mais rápido que posso e consigo sorrir pela primeira vez em quatro dias. Ao chegar a calçada eu respiro o ar puro da noite e olho pras estrelas me sentindo mais próxima do Peeta. Tenho certeza de que não conseguirei pregar os olhos mais uma vez, vou contar os minutos para ver de perto o quadro que ele fez, mas tem outra pessoa que merece saber disso. Então eu corro até Delly.

A caminhada é rápida e fácil, conheço o caminho perfeitamente visto que ela mora quase ao lado da padaria. O local é quase o mesmo onde ficava sua casa antes do bombardeio e da guerra, escolha completamente compreensível. A casa é pequena, mas infinitamente melhor e mais bonita do que os locais que podíamos viver antigamente. Subo os três degraus até a porta e toco a campainha, nada. Espero uns dois minutos e toco novamente.

— Katniss! O que foi? Alguma notícia? Entra logo!! 

Sou puxada pelo braço numa velocidade que me impede de notar que ela abriu a porta e me disse algumas frases. Ela fecha a porta com um chute e passa a chave falando descontroladamente, não consigo processar tudo que ela diz e muito menos responder. Enfim eu percebo quão tarde é quando olho o pijama que a Delly está vestindo, me sinto culpada por acordá-la. 

— Katniss fala, desembucha, por favor! Você vem numa hora dessas e fica em silencio. Quer me matar?

— Vim te avisar que temos uma reunião na sede de segurança amanhã bem cedo. Não falte, será muito importante. E desculpa se te acordei.

— Fique tranqüila, eu tenho dormido bem mais do que você. Mas pra que essa reunião? Onde você estava até agora? Quer me explicar direito! Eles te avisaram? A Paylor vai estar junto?

•••

Depois de uma noite em claro tentando assar pães doces na cozinha da Delly é incrível a minha vitalidade nessa manhã. Fracassamos na receita, mas comemos tudo. Eu estava certa ao seguir minha intuição de compartilhar as últimas informações com ela, foi reconfortante ver alguém tão entusiasmada quanto eu. E mesmo se quiséssemos não seriamos capazes de dormir sabendo que hoje veremos quadros do Peeta, um sinal dele depois desse tempo. Parece idiotice, mas esse quadro pode amenizar a saudade que eu sinto dele.

— Hei garota, se veste logo! – Delly me atinge de brincadeira com o cotovelo - Não podemos nos atrasar.

 — Tenho mesmo que vestir isso? Você não tem nada mais simples aí não?

Ela ri vendo minha cara ao me referir à roupa que escolheu me emprestar já que não voltei pra casa e não trouxe nada pra vestir. Após um banho rápido eu ainda estou enrolada na toalha tentando digerir aquelas peças: uma calça jeans pretíssima e justa, uma camisa regata vermelha também apertada. Isso é roupa pra se usar logo cedo?

— Você não é uma cidadã qualquer...

— Gostaria de ser! E muito!

— Mas você não é! E todas as pessoas e autoridades devem respeitar quem você se tornou, mas isso não vai acontecer com você vestindo trapos. Sei que é triste, mas somos julgados pelo que vestimos.

— Delly, roupas não fazem milagres.

— Claro que não, mas o primeiro passo para que te respeitem como você merece é esse! Agora se veste L-O-G-O.

Percebo que no fundo ela tem razão e encaro as roupas, me olho no espelho e ela assobia quando me vê. Que garota idiota, é mesmo irmã do Peeta.

 

Ao chegarmos à sede de segurança percebo que os guardas me olharam de um jeito diferente ao liberarem nossa entrada. Somos levadas ao setor que visitei ontem, com a equipe de análise, e primeiramente nos pedem para desinfetar as mãos com álcool e vestir luvas cirúrgicas. Em seguida reencontro e cumprimento toda a equipe de ontem, que também usa luvas, e apresento a Delly que logo conversa com todos enquanto esperamos sentados à mesa envidraça de ontem. O secretário de segurança permanece calado em uma das cadeiras na ponta da mesa e verifica o relógio constantemente.

Cerca de dez minutos se passam e Thompson chega acompanhado de um homem vestindo jaleco verde claro que suponho ser cientista ou algo do tipo.

— Bom dia a todos – o prefeito começa – Este aqui é o doutor Samuel Greene, ele assinou o laudo laboratorial dos quadros e nos dará algumas explicações necessárias.

Ele se senta ao lado do secretário e seu assistente vem logo depois se sentando atrás, sussurra algo em seu ouvido e ele concorda com um gesto de cabeça.

— Seja rápido Greene. – conclui ele e o doutor começa

— Inicialmente, quero que vejam um pouco do nosso trabalho.

Uma tela desliza do teto e com um pequeno controle remoto Greene amplia e reduz fotos da tela e do quadro, também é possível a visão de diferentes ângulos e partes de toda a tela.

— ...Como podem deduzir, Peeta Mellark não utilizou muitos pinceis nessa obra; é notável que muitos traços ele fez com as próprias mãos e aqueles rolos usados na pintura de paredes, num tamanho menor obviamente. A escala de cores são as provindas do vermelho e ele tenta atingir o tom de sangue, ao vermos a parte detrás do quadro há um pouco de tinta que escorreu pra lá – o quadro gira na tela e o local marcado com algumas gotas de tinta é ampliado – e identificamos que boa parte disso não é tinta e sim o sangue do rapaz.

 — Quer dizer que ele pode estar ferido?

Nem ouço que é minha voz e todos me encaram, estou tremendo e com as mãos geladas.

— Senhorita Everdeen – Greene suspira – a quantidade de sangue não é preocupante, temos certeza de que ele forjou o sangramento para poder colaborar. Os raptores devem providenciar uma limpeza nos quadros, a fim de eliminar outras amostras como digitais e etc, no entanto é quase imperceptível o sangue nessa tela.

— Então ele sabia exatamente como burlar a limpeza!

— Essa é a teoria, acertou Everdeen – Thompson diz triunfante – e a propósito, você está ótima hoje. Com todo respeito.

— Vou buscar o quadro.

Greene diz e sai apressado tirando um pouco a atenção do comentário feito pelo Thompson. Que prefeito cretino...

Esse tal de Greene é um gato né!
Ouço o sussurro de Delly e tento não rir quando ele ressurge trazendo o quadro, nosso foco vai para a tela. O quadro é lindíssimo e imenso. Vendo pessoalmente o impacto é completamente novo. Os especialistas praticamente voam pra cima do quadro tirando fotos, fazendo anotações e comentários com Greene de modo que nem conseguimos mais visualizá-lo de onde nos sentamos.

O prefeito permanece relaxado e trocando poucas palavras com seu assistente num tom quase inaudível, de repente Delly puxa assunto com ele:

— Então prefeito Thompson, eu votei em você sabia? Por isso não espero menos do que perfeição no resgate do meu irmão.

— Agradeço muito – ele diz sorrindo – podem confiar em mim as duas, ele será resgatado e colocaremos as mãos no Geoffrey.

— E como o senhor conseguiu comprar o quadro? Usou o seu dinheiro ou do governo? O quadro vai ser sua propriedade? E o que o senhor e seu assistente tanto falam sempre que ele conversa com alguém pelo comunicador enfiado na orelha dele?

Eu e o assistente do Thompson levamos um susto, menos ele que continuou calmo e bem-humorado. Somente ao ouvir aquilo eu me dei conta do fone na orelha do jovem e nem havia pensado nas questões levantadas pelas perguntas de Delly. O prefeito respira fundo e diz calmamente:

— O quadro foi comprado por um laranja com o dinheiro que o governo passou pra conta dele, pra todos os efeitos o quadro continua no local que foi entregue: a casa dele. Mas na verdade é propriedade do governo até o fim disso tudo.

Nos entreolhamos e eu balanço a cabeça positivamente, as respostas fazem sentido, ele parece sincero. Mas ainda não é o bastante e dessa vez sou eu que falo.

— Desculpe a intromissão, mas pode responder a outra pergunta que ela fez?

— Claro. Meu assistente está em contato com outros laranjas que nesse momento negociam compra de outros quadros. Mais alguma dúvida senhoritas?

— Onde estão sendo feitas essas compras? E por que vocês não rastreiam a conta corrente que recebeu o dinheiro da compra desse quadro para acharmos os raptores?

— O que faz a senhorita pensar que não tivemos essa ideia? Três quadros foram comprados, dois deles foram confirmados serem de autoria do Mellark e cada um foi pago a uma conta diferente. Estamos fazendo nosso trabalho, saiba disso.

Essa última declaração me irrita tanto que tenho vontade de atacar o prefeito, mas eu respiro fundo e levanto uma sobrancelha:
— Não bastaria rastrear as duas contas e localizar o titular? Imagino que isso já tenha sido feito e que provavelmente nos levem a titulares fantasmas... Então pra que comprarmos mais quadros?!

— Não vêem que isso só vai ajudar para que o plano deles dê certo? – Delly finaliza

— Está bem! Calem a boca! – ele levanta as mãos em rendição – Temos um plano, haverá uma perseguição e tudo depende da compra de mais um ou dois quadros do modo certo.    

— E quando você pretendia me contar isso? Nunca!

Agora estou de pé gritando com o prefeito do Distrito Doze enquanto todos estão chocados nos observando, mas eu não me importo.

— Acham que eu posso atrapalhar os planos, é isso? Saiba que sem mim vocês poderiam nunca ter conseguido identificar dignamente um quadro do Peeta. Vocês iam passar anos comprando quadros aleatórios e fazendo milhares de testes laboratoriais!

Quando termino, estou sem fôlego e automaticamente com vergonha do que fiz quando me lembro de que estamos cercados de outras pessoas, algumas delas pálidas ao verem minha reação explosiva. Thompson apenas me encara com ódio no olhar e aponta um dedo pra mim.

— Você...

— Hei Mark! Tudo bem aí? – Greene o interrompe

O assistente dele se vira apertando o fone em seu ouvido enquanto fala rapidamente, logo retorna e toca o ombro do seu patrão.

— Pode falar William. – ele diz, e seu tom está bem mais calmo

— A presidente confirmou a operação 3417.

Ele balança a cabeça e volta novamente para mim.

— A operação esclarecerá tudo, ao sair você passa no meu gabinete. William lhe dará as instruções e nos vemos depois do almoço.     

Ele se retira e eu volto a me sentar, me oferecem um copo d’água e Delly me consola.

— Caramba Katniss, isso foi incrível. Nem ele acreditou no que viu!

Penso em rir, em chorar ou gritar. Não sei o que tem de bom na minha atitude; eu assustei, desconcentrei a atrapalhei o trabalho dos especialistas que agora acham que eu não passo de uma louca. Só bebo a água e fico quieta.

— Voltemos ao trabalho, por favor – ouço a voz da líder deles que vem se aproximando – Não se sinta mal, foi mesmo incrível. Agora sim eu acredito que conheci a Katniss Everdeen, aquela que não teve medo de desafiar o Snow.

— É o que eu digo – Delly continua – às vezes, pra mudar algo ou mesmo fazer que algo aconteça, a gente tem que gritar. 

— E alto. – a mulher completa e as duas riem

Por falta de opção eu acabo concordando com elas e nos despedimos. A líder da equipe nos acompanha até a saída Delly vai pra padaria usar o trabalho pra se distrair das preocupações. Ao assisti-la caminhar eu tenho uma ideia.

— Delly, me espera aí!

Vou correndo e ela para com cara de confusa com braços cruzados.

— Deixa eu ir com você pra padaria? Faço qualquer coisa, só quero trabalhar um pouco.

— Tem certeza? É impossível estar lá e não lembrar-se do Peeta...

— Sim, é isso que eu quero. Preciso arrumar um jeito de me sentir perto dele.

— Então vamos!


Notas Finais


Até o próximo cap gente :)


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