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História Everllark Real - 1a Temporada - Fim da calmaria


Escrita por: focusonkatniss

Capítulo 49 - Fim da calmaria


- Peeta

Eu não ia conseguir me concentrar em nenhum assunto sabendo que a Katniss não ta usando nada por baixo daquela toalha branca, por mais que eu queira saber como foi lá no médico, não dá pra não pensar... Tive uma das idéias mais inusitadas (e cômicas) que poderia ter pra resolver esse problema, e o pior de tudo é que ela acatou.

 

— Não acredito que você me convenceu a isso, Peeta, seu idiota! – ela falou com um ar raivoso, mas dava pra notar um riso entre as palavras – Não conta pra ninguém.

 

— Kat, fica tranqüila – respondi rindo, enquanto procurava na minha gaveta – Você vai ficar sexy... Ainda mais.

 

— Cala a boca e me dá logo. – mesmo sem vê-la eu sabia que estava pisando duro andando pelo quarto – Tem que ser preta.

 

Encontrei o que queria, empurrei a gaveta até fechar e me virei, indo até ela. Quando parei na sua frente, nos olhamos e eu percebi que ela estava se esforçando muito pra fazer aquela carranca chata de garota mal-humorada, aquilo era hilário pra mim.

 

— E vira de costas, por favor. – revirou os olhos estendendo a mão. – Por favor, coisa nenhuma, se vira de uma vez! 

 

— Só porque você é muito boa. - eu disse dando as costas pra ela

 

Pus o braço para trás e sua mão rapidamente puxou dos meus dedos uma cueca boxer preta. Por fora eu parecia normal e indiferente, mas por dentro eu não conseguia parar de rir da ironia disso: a Katniss vai vestir uma cueca minha porque eu rasguei sua calcinha durante o sexo. Quando sonhei que isso pudesse acontecer?

 

— Continua assim, vou pegar minha calça.

— De jeito nenhum! – protestei – Eu preciso ver isso.

— Peeta! 

 

Ignorei, é lógico que eu ignorei e me virei para vê-la. Minha boca se abriu, mas não pude dizer nada. Quando me virei, a peguei no exato momento em que se abaixava pra apanhar a maldita calça do chão e vi o tecido preto marcar perfeitamente aquela bunda perfeita, valorizando suas curvas. Fiquei hipnotizado por essa visão. Será que a Katniss sempre fará isso comigo?

 

— Você sempre foi tarado assim, sem duvida. – ela bufou e começou a se vestir - Não pode ser culpa minha.

 

— Tarado é toda pessoa normal pega em flagrante. *

— Nos pegamos em flagrante não acha? – ela sorriu levemente e olhou pro chão mordendo o lábio inferior

— Ah sua...

— Quer ou não saber como foi lá? Que coisa!

Balancei a cabeça enquanto olhava atentamente aquela maldita calça que se grudava em suas pernas, destacando cada curva...

Meu celular tocou novamente, toque de mensagem dessa vez, esfreguei o rosto pra tirar aquela covardia da cabeça e peguei o celular no criado-mudo. Vi o nome da Dells na tela e li o recado:

NÃO LIGUEI PARA NÃO TE ACORDAR. PRECISO DE UMA FORÇA AQUI, TENTE VIR PRA PADARIA AINDA HOJE, POR FAVOR! SE VIER RAPIDO GANHA UM CUPCAKE

 

— Vem comigo pro banheiro! – joguei o celular na cama e a puxei pelo braço – Me conta tudo enquanto tomo banho, faz um resumo.

— Algum problema?

— Ainda não sei, preciso correr pra padaria e ver o que é.

- Katniss

 

— Então foi idéia da sua mãe essa consulta de hoje? – Peeta perguntou se enrolando na toalha – Kat, para de piada que você não é boa nisso.

— Seu bobo.

Até eu custei a acreditar nisso, mas é a verdade. Obviamente minha mãe ficou sabendo do seqüestro do Peeta e que eu me envolvi na busca, e enlouqueceu de preocupação. E, como ela não teve coragem de me ligar, fez com que um médico amigo dela requisitasse mais uma consulta pra mim, também feita com uma médica de confiança dela. Tudo isso por querer se certificar quase pessoalmente de que estou bem.

— Mas para quem? Você não poderia atender. – retruquei frustrada - Claro que ela ia ligar pra você e não pra mim.

— É que eu sou muito mais legal, desculpa – fiz uma careta e ele riu – Admite, vai!

Concordei com a cabeça, mas Peeta não tem cem por cento de razão nisso e ele sabe. Há cerca de um ano eu liguei pra minha mãe, foi a nossa primeira conversa desde que voltei pro Doze. Choramos, pedimos perdão uma à outra por todas as vezes que não fomos uma família, não nos apoiamos. Mas não passou disso; não voltamos a ser mãe e filha, não nos reaproximamos. A partir desse dia, ela se sentiu confortável para se preocupar e passou a ligar pro Peeta sempre que queria saber de mim e até me fazia perguntas, me mandava recados através dele.

Eu achei estranho logo de cara, mas era seguro pra nós duas – desse modo não havia esforço para puxar assunto, intimidade forçada e nem silêncios constrangedores – e o Peeta não se importava, ele ficava contente de poder ajudar, então deixei assim. Mesmo com tudo isso eu não gostei nada do que ela fez, me manipulou me submetendo a uma consulta médica desnecessária na qual respondi dezenas de perguntas aleatórias que certamente ela ordenou que fossem feitas. A única utilidade foi a médica ter me dado uma injeção na perna que curou meu tornozelo quase instantaneamente.

— Você não quis mesmo entrar no banho comigo – a voz dele me arrancou dos pensamentos – Duvido que olhar tenha sido tão melhor. 

— Quem disse que eu tava te olhando tomar banho? – voltei a me encarar no espelho – E você tem que ir ajudar a Dells, não pra eu entrar com você.

Eu estava mesmo olhando, mas ele não precisava saber.

— Certo... Olha, eu tive uma idéia. – revirei os olhos e ele viu pelo espelho – É sério Kat, eu acho que você deveria falar com a sua mãe. Amigavelmente dizer que não gostou e que ela podia ter te ligado.

— Posso ir com você pra padaria Peeta? – ele cerrou o olhar e balançou a cabeça – Se veste logo, to te esperando lá embaixo.

Voltei pro quarto e sentei na cama pra calçar as botas, peguei minha camisa jeans no chão e coloquei por cima da camiseta deixando aberta. Fiz tudo o mais rápido que pude, precisava evitar que o Peeta insistisse com aquela idéia, eu sabia que ele faria isso. É uma questão de tempo, mas agora não temos tempo e eu não quero falar disso.

Desci as escadas e fui pra cozinha beber alguma coisa enquanto esperava por ele.

•••

 

Chegamos à padaria de mãos dadas e logo na entrada o Luke nos olhou de um jeito malicioso, com um risinho bobo nos lábios. Era hora do almoço, o restaurante estava cheio e o cheiro estava maravilhoso invadindo todo o ambiente, mas nada parecia fora do comum, aparentemente não havia nenhum problema.

— Meu segundo casal preferido finalmente tomou vergonha na cara, que bom! – ele sorri e eu só retribuo

— Onde está a Dells? – Peeta pergunta a ele

— No setor administrativo, o sócio ligou com uma bomba e ela correu pra lá.  

Ah, o cara mala do Distrito 2 que é acionista da padaria.

O setor administrativo é um pequeno escritório contábil instalado atrás da área destinada as mesas do restaurante. Porém isso é quase imperceptível, tudo foi feito na parte superior da construção e não há comunicação física entre as áreas. Para ir ao setor é preciso sair da padaria, contorná-la e utilizar outra porta, então é como se nem existisse.

É dali que se controla e analisa o rendimento e etc., dois funcionários trabalham exclusivamente nisso e tem contato direto com o sócio.

Peeta soltou minha mão e levou e esfregou a têmpora como se sentisse alguma dor.

— To indo pra lá – ele se vira pra mim – Almoça aqui com esse boçal, se quiser - ele puxa o Luke e passa um braço ao redor do pescoço dele - não precisa me esperar.

— Eu sou mais agradável, sagaz, charmoso e boa índole que o seu namorado – Luke ergueu uma sobrancelha pra mim e baixou o tom de voz – Ele tem inveja de mim, é sério.

Automaticamente o Peeta largou ele com um empurrão e passou as mãos pelos braços e pelo corpo, como se tivesse se limpando e o Luke parecia nem se importar, só ficou rindo e eu fiz o mesmo.

— E você acha que eu sou bobo né Kat – Peeta beijou meu rosto – Boa sorte com esse boçal.

Ele não se despediu do Luke e saiu apressado pelas giratórias da padaria. Observei enquanto ele caminhava pela calçada e vi que tombou com Gale, estremeci e quase sai para impedir outra discussão entre os dois, mas não foi preciso. De longe, pude ver que os dois se encararam taciturnos e trocaram algumas palavras, Peeta concordou com algo que o Gale disse e no fim aceitou um papel das mãos dele. Deu um tapinha no ombro do Gale, sinal de cumplicidade e correu, se afastando ainda mais.

— Ei – Luke me assustou tocando meu braço e pulei pro lado – Perdão Katniss, calma. Só ia dizer que não tem que almoçar comigo, ta tranqüilo. É que o Peeta sabe que odeio comer sozinho, mas relaxa...     

— Tudo bem Luke - dei de ombros - eu não vejo problema de comer com você.

— Você quer perguntar ao Gale o que eles conversaram – ele apontou pra rua – Vai lá, sem julgamentos. Mas depois volta aqui, quero te perguntar uma coisa.

Sim, é exatamente isso que eu quero fazer, mas não o faço. Sei que não preciso, Peeta vai me dizer o que eu quiser saber, tenho certeza.

— Pode perguntar. Não vou a lugar nenhum.

Luke precisou voltar ao trabalho e não pode perguntar nada, prometi esperá-lo. Como não havia mesas disponíveis, eu sentei num dos bancos em frente ao balcão e comi uma fatia de bolo de morango enquanto esperava. Foi a melhor espera da minha vida, eu tava morrendo de fome e isso ressaltou o sabor do bolo no meu paladar. Desliguei a loucura que ocorria ao meu redor naquele lugar, nem via mais os clientes entrando e saindo, os garçons passando com bandejas, talheres batendo nos pratos. Estava tão gelado, tão cremoso, os pedaços de morango tão suculentos... No entanto, ainda não estava perfeito, ainda faltava algo. Ou melhor, alguém. Queria que o Peeta estivesse aqui comigo provando essa maravilha, me dando um beijo a cada garfada. Eu precisava parar com esses pensamentos e agradeci aos céus quando Luke veio se aproximando do balcão com seu ar brincalhão.

— Treze horas e quinze minutos, oficialmente meu horário de almoço! - disse ele, tirando seu avental – E você passou logo pra sobremesa, a pessoa sai da rebeldia e a rebeldia não sai da pessoa.    

— Huum, fazer o que? – minha boca estava meio cheia e eu passava o guardanapo – Quiseram tanto que eu fosse uma rebelde e deu nisso!

— Espero que tenha sobrado apetite pra almoçarmos.

— Sempre tenho apetite.

 

•••

Algumas mesas estavam vagas, mas podiam chegar mais clientes então eu e Luke apenas nos afastamos do movimento continuando no balcão. Pedimos a sugestão do dia: salada verde e torta de camarão. Nem preciso dizer que o sabor está nada menos que incrível.

Esquecemos completamente a pergunta que ele queria fazer e só jogamos conversa fora enquanto almoçávamos. Normalmente isso é difícil para mim, mas no momento estou tão feliz que nem esquento e o Luke é muito agradável, me conta várias coisas engraçadas que costuma acontecer na rotina da padaria e parece amar seu trabalho. Fico sabendo que ele e Chad geralmente almoçam juntos, mas sem o Peeta trabalhando isso ficou impossível. Vez por outra ele menciona o quanto gosta do nosso (corrigindo: meu) padeiro.

— Putz, eu já ia esquecendo – ele quase engasga com a água – Quero te perguntar uma coisa.

— To ficando curiosa, anda logo.

— Depois de amanhã, no sábado, é aniversário do Chad e estou organizando uma festa pra ele, coisa pequena. Acha tranqüilo o Peeta ir?

Como assim eu achar alguma coisa? Será que o Luke pensa que sou aquela namorada super controladora e mandona? Talvez eu seja, mas tudo tem um limite.

— Está pedindo minha permissão?

— Me refiro ao quadro do Peeta, a saúde dele. – que alivio – Você acha que tem problema ele ir pra uma festa a noite?

— Se ele prometer se comportar...

— Você também é convidada, sua ciumenta – ele cai na gargalhada - Pra que isso? O cara nem enxerga outra garota. – diz ele, parando de rir – Mas então o que me diz?

— Eu ia dizer não, mas como eu também fui convidada... – dei risada – Ele ta se recuperando muito bem, você não concorda?

— Bem, é complicado – ele suspira - fico com medo de ver só o que eu quero ver, mas você deve ter razão.

— O médico do Treze marcou um horário pra ele amanhã aí teremos mais certeza. De qualquer jeito, pode convidar o Peeta, ele vai gostar.

— Farei isso ainda hoje.

Continuaria conversando um pouco mais com o Luke, mas um funcionário chegou apressado até nós, ele era jovem, com mais ou menos 15 anos e veio me avisar que um representante de segurança máxima estava do lado de fora esperando por mim, querendo falar comigo. Eu sabia que não era um guarda qualquer, era o Gale que queria me ver sem entrar na padaria. Me despedi dos dois e andei pra fora da padaria, segurando a curiosidade de saber o que pode ser tão urgente. 


Notas Finais


Go ahead, make my day ;)


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