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História Every other day - Summerween pt. 2


Escrita por: LunaTheCookie

Notas do Autor


*Aparece aqui no começo de fevereiro postando capítulo de Halloween* Eu to atrasada? Não? Ótimo.

Algumas coisas aconteceram nos últimos meses que me impediram que postar, então não foi por nada! Primeiro que o teclado do meu computador parou de funcionar e ainda não consegui levar para o concerto, então tive que escrever o capítulo pelo celular. Acabou que eu não tinha uma noção clara o suficiente para a direção que eu queria para o capítulo, e o que eu queria fazer com ele, inicialmente, pareceu cruel demais até mesmo para os personagens de Camp Camp, então tive que reescrever tudo.

Se vocês escrevem, é provável que saibam que o quanto mais tempo você passa escrevendo um capítulo só, mais difícil ele é de terminar. Eu meio que tive esse problema, e tive que parar várias vezes para evitar ficar frustrada.

Nesse meio-tempo acabei escrevendo outros capítulos (que provavelmente não vão demorar tanto para sair), então acredito que esse seja um bônus? Enfim, eu tenho uma direção clara para a história agora, então eu acho que não vou ter esse problema de novo. Se tudo der certo temos cerca de treze capítulos até o final da história, e um final alternativo (que eu vou postar como uma história diferente) que ou será um capítulo único ou uma short fic (de no máximo três capítulos)

Acho que é só isso, aproveitem o capítulo!

Capítulo 11 - Summerween pt. 2


IX

 

A maior parte do salão principal estava sendo iluminado por pequenas lâmpadas que imitavam velas e uma luz roxa intensa, que tornava tudo um pouco mais difícil de se ver.

O cômodo parecia um pouco menor do que deveria ser por causa da iluminação, e as sombras das decorações pareciam deformadas, acrescentando ao ambiente. Estava esperando muito pouco dessa festa inicialmente- as flower scouts sempre arrumavam alguma maneira de arruinar as coisas, no final das contas. De alguma forma, elas conseguiram emular muito bem a vibe do Halloween, apesar de estarem no meio do verão.

— Onde você acha que a Nikki pode estar? — Neil foi o primeiro a perguntar. Max nunca admitiria em voz alta, mas também estava pensando sobre isso.

— Perto da comida? Sei lá. — Conhecendo a sua amiga, ela provavelmente passaria a noite inteira perto da mesa de doces, comeria tudo que conseguiria e depois se sentiria mal por algumas horas. — Talvez ela esteja com, você sabe, as três piranhas.

Era o mais provável no momento, afinal, estava no território das flower scouts e nada havia acontecido que obrigaria as outras três a se afastarem da mais nova. Conhecendo Sasha, ela provavelmente forçaria Nikki a passar a noite inteira ao seu lado, exigindo elogios constantes e a rebaixando em qualquer oportunidade que conseguiria ter. 

Max se recordava perfeitamente do dia em que Sasha explicou como manipulava as pessoas, e, em algum ponto, também ser vítima da manipulação dela. 

Só de pensar que já foram amigos, já sentia vontade de vomitar.

— Não quero nem pensar sobre isso. — Neil murmurou. — Deveríamos nos separar. Vamos encontrar ela mais rápido assim.

O mais baixo concordou com a cabeça, ainda tentando parecer desinteressado. Apesar disso, foi o primeiro a sair para procurar Nikki.


━━━━━━◇◆◇━━━━━━

 

Não foi fácil identificar Nikki de primeira. Primeiro por que Max estava procurando especificamente por uma pessoa vestida de lobo e segundo, a iluminação do local não ajudava muito a distinguir as flower scouts de sua amiga.

Depois de alguns minutos dando voltas pelo salão, sem resultados, decidiu seguir a sua intuição e ir direto a mesa de doces.

Ela estava vazia, com a exceção de uma garota que discretamente enchia a sua bolsa de docinhos.

— Hey. Achei que encontraria você aqui.

A fantasia de Nikki consistia em um vestido exageradamente fofo e maquiagem detalhada, emulando o rosto de uma marionete. Os seus cabelos, comumente presos em duas tranças, estavam presos em maria-chiquinhas, decoradas com um laço.

O vestido não era algo que ele normalmente associaria com Nikki, pelo menos não tanto quanto lobos, piratas ou aventureiros.

Claro, ela estava bonita em seu vestido pomposo, mesmo se nunca fosse admitir isso em voz alta, mas havia algo estranho em vê-la sorrindo apesar de parecer terrivelmente desconfortável, sendo iluminada por uma luz dramática. Algo parecia terrivelmente errado com essa cena, mas Max não sabia identificar exatamente o que era.

Tentou ignorar a situação é manter a sua expressão neutra, provavelmente não era nada demais.

— Essa é a sua fantasia? Sério?— Nikki riu baixinho. — Bem, é mais que pensei que faria.

De fato, a fantasia do Max havia sido feita em cerca de dois minutos, e constituía apenas em um casaco preto com a palavra “fantasia” rabiscada na frente com uma caneta branca. David havia passado metade da tarde insistindo para que tentasse fazer alguma outra coisa, mas Gwen o convenceu, eventualmente, a deixar essa passar.

— Estava me sentindo criativo. — Max ignorou a sensação estranha que sentia e tentou manter a sua expressão neutra. — Qual é a do vestido? Pensei que odiasse vestidos.

— E odeio. — Admitiu a garota, levando uma trufa a boca antes de continuar. — Mas já tinha essa roupa de outro evento que fizemos esse ano. Foi mais fácil só fazer umas modificações e pedir para a Tabii fazer a minha maquiagem.

— Tabii?

O asiático não conseguiu esconder a sua reprovação ao ouvir o nome da garota.

— Ela mudou. É uma pessoa melhor agora.

— Pessoas não mudam, Nikki. Se você nasce uma pessoa merda, você vai morrer sendo uma pessoa merda. — A garota revirou os olhos, apesar de ainda estar ouvindo. — Só dizem que pessoas mudam e pessoas podem melhorar para que ninguém perca a fé na humanidade. Esse é o último pingo de esperança que temos nessa porra de vi—

 

— Wow. Okay. — Nikki cortou a sua fala, colocando uma mão no seu braço sem nenhuma hesitação. — Você precisa de um doce, um abraço ou um terapeuta. Talvez os três.

Ele pareceu se acalmar um pouco, apesar de ainda estar irritado (estava começando a suspeitar que Max sempre estava irritado, de uma forma ou outra) ela lhe ofereceu um doce.

— Enfim. — Max mudou de assunto subitamente. — Pensei que você estaria com o trio demoníaco.

— E estava, mas a fantasia da Sasha rasgou de um jeito catastrófico e as meninas foram ajudá-la. Ela não me deixou ajudar, disse que morreria antes de me deixar chegar perto das roupas dela.

Omitiu que o rasgo na fantasia não havia sido tanto um acidente quanto um contra-tempo premeditado por Nikki.

— Você já percebeu que toda a vez que estamos perto um do outro alguma coisa convenientemente afasta elas?

O asiático comentou, Nikki sorriu.

— Deve ser um sinal! Estamos destinados a amizade.

— Talvez. — Ele fez uma pausa, antes de lhe lançar um olhar significativo e continuar —Ei, Nikki você—

— Nikki! Max!

O cientista os chamou, passando pela multidão para alcançá-los, e quase sendo derrubado (algumas vezes) no caminho.
Neil, assim como Max, não havia se esforçado muito com a sua escolha de roupas, optando por colocar um de seus jalecos velhos e um par de luvas de borracha azuis por cima de sua roupa usual e dizer que era um cientista maluco. David não reclamou tanto sobre a sua escolha de vestuário, mas ele parecia incrivelmente decepcionado quando olhava em sua direção.

— Neil! Estava me perguntando onde você estava. — Nikki se esticou para poder bagunçar os cabelos dele. Apesar de seus protestos, Neil não se moveu.— Pensei que tinha se perdido. Ou sido devorado por lobos! Se bem que nunca vi lobos nesse lado do lago... Mas uma vez eu vi pegadas de urso na floresta. Será que a gente consegue escapar e encontrar o urso? Tenho certeza de que conseguiria convencê-lo a atacar a fe—

Nikki parou de falar quando percebeu que estava falando demais.

— Gosto do jeito que você pensa. Mas talvez possamos fazer isso, mas em uma escala menor? Um urso é um pouco demais.

— Como caralhos você vai convencer um urso de atacar uma festa?

— Eu consigo me comunicar com animais! Não falo esquilo muito bem, e o meu ursês ‘tá meio enferrujado, mas acho que eu consigo me virar!

Neil colocou uma mão no ombro de Nikki, antes de dar a sua resposta.

— Okay, definitivamente vamos deixar isso como um plano B, mas poderíamos tentar alguma outra coisa. De preferência algo que não envolva alguém sendo devorado por um urso.

Os três ficaram em silêncio por um instante, ouvindo a música alta do cômodo e o som irritante de muitas vozes falando ao mesmo tempo, tentando encontrar alguma coisa boa o suficiente causar caos na festa.

— Um coquetel molotov?

Max disse depois de uns instantes.

— Podemos atear fogo nas lixeiras e começar uma revolução. — Nikki sugeriu, se animando com a idea de mexer com fogo. — Destruir o capitalismo e tal.

— Wow, okay. Acho que vocês foram um pouco longe demais agora.
Nikki não sabia ao certo qual ideia ele estava rejeitando: o coquetel molotov ou atear fogo nas latas de lixo. Antes que pudesse perguntar, Max respondeu.

— Caralho, Neil! Você quer que a gente faça o que? Amarre o cadarço de alguém em uma cadeira? Queremos caos de verdade.

— Quero que vocês não sejam presos, isso sim.

— Ta bom, mãe.


Nikki jogou mais um docinho na boca, Neil parecia estar prestes a explodir.

— Quer saber? Vão se foder. Vou embora.

A garota olhou para a figura do cientista desaparecer entre os outros campistas, antes de se aproximar um pouquinho mais de Max.

— Ele 'ta muito bravo com a gente?

Ela perguntou, um pouco preocupada com a ideia de ter machucado-o de verdade, a última coisa que queria era machucar um de seus poucos amigos.

— É o Neil. Em cinco minutos ele muda de ideia e volta.

Max tentou a tranquilizar.

— Espero... — Notou a silhueta de Sasha a distância, no outro lado do salão. Ela não pareceu ter a notado, e a iluminação ambiente provavelmente ajudaria Nikki a se esconder por mais alguns minutos, até que alguém fosse a procurar de verdade.
Ve-la ali lhe deu uma ideia. Não tinha total certeza de que daria certo, mas era melhor que nada. — Eu acho que tive uma idea, na verdade.

 

━━━━━━◇◆◇━━━━━━


Nikki se juntou as garotas assim que tinha certeza de que seu plano seria colocado em ação. Era algo simples, mas se tudo desse certo, poderia gerar mais do que um pouco de caos.

— Você estava meio sumida. — Tabii comentou, assim que Sasha se afastou do grupo para ir dançar na pista (sozinha, por não achar que nenhuma outra pessoa na festa estava no seu patamar). — Ficou bem?

— Yep. — Conseguiu falar com Neil em algum ponto da festa e informá-lo do plano. Ele não foi realmente necessário, mas durante a breve conversa, confessou que não estava bravo de verdade com ela. — E você? ‘Tá bem?

— Não sei. — A loira revelou, evitando olhar na direção de Nikki. — Eu sempre gostei muito de festas, mas é diferente agora.

— Como assim?

— Antes do...Você sabe. — Ela apontou para o seu tapa-olho. — As pessoas me chamavam para dançar e....

— Você aceitava?

— Não! — Ela disse, como se a simples ideia de dançar com alguém fosse absurda. — Mas era legal ser chamada.

Erin se desencostou da parede, deixando algo transparecer no seu rosto que não fosse a sua calma usual. A mais nova havia se esquecido da presença da garota ali, mas isso não era muito diferente do comum para Erin nesse tipo evento.

— Pelo amor de- Tabii, você quer dançar?

Erin ofereceu a sua mão para Tabii.

Em seu choque, a mais baixa não disse nada por alguns instantes, antes de pegar a mão da mais alta com um pequeno sorriso.

— Eu... Eu quero sim, Erin.

Ambas se direcionaram até a pista de dança, deixado Nikki para trás novamente.

Não tinha certeza de que seria a melhor ideia ir atrás de Neil ou Max nesse momento, e sequer sabia se era isso que queria. Gostava muito de passar tempo com os dois, mas por algum motivo era estranho vê-los em seu acampamento e interagir com eles parecia errado de alguma forma.

De qualquer maneira, não se incomodava se passar alguns minutos sozinha.

Estava perfeitamente contente onde estava, perto de uma das paredes, balançando o seu corpo conforme ao ritmo da música sem se comprometer a dançar de verdade. Sem dúvidas o anúncio da competição de fantasias aconteceria logo, apesar de mal chegarem até a metade do evento.

Algumas músicas de passaram antes de uma Flower scout, que provavelmente foi selecionada de última hora para substituir a senhorita Priss no anúncio, subir ao palco com um envelope em mãos. Nikki escaneou a multidão com o olhar, sorrindo discretamente para Max assim que o encontrou.

— Boa noite, o meu nome é Ashleigh. Em nome da senhorita Priss, que teve que se retirar mais cedo, irei anunciar os resultados da corte de Summerween deste ano!

Ouviu alguns murmúrios do público a sua volta (em sua maioria, confusos por existir uma corte de Halloween), mas eles logo foram silenciados por um grito indignado de Sasha, que parecia a única pessoa realmente animada com os resultados.

Ashleigh abriu um dos envelopes e retirou de dentro dele um pedaço de papel. Leu o resultado e, parecendo um pouco surpresa, olhou para os conselheiros em busca de uma explicação.

Quando nenhuma veio, decidiu ler os resultados para o público:

— A rainha do Summerween desse ano é Penélope Priss.

O som que saiu da boca de Sasha só poderia ser descrito como a mistura do grito de uma Banshee com um guincho de um pterodáctilo. Ninguém ousou estar em seu caminho quando ela subiu ao palco, arrancando o pedaço de papel das mãos da garota e lendo os resultados por si mesma.

 

Geralmente ver Sasha agindo desse jeito seria pelo menos um pouquinho divertido para si, mas não conseguia sentir nada enquanto a via gritando com a garota no palco.

Era estranha, a sensação de não sentir nada.

Parecia que tinha algo faltando. Não sabia o que era, e o que poderia fazer para preencher o vazio, mas estava irritantemente ciente de sua presença.

Não conseguia deixar de prestar a atenção no vazio, não conseguia pensar em nada que não fosse o vazio. Sabia que estava entrando em desespero, mas nem isso conseguia sentir de verdade, ele só parecia aumentar cada vez mais o vazio.

Viu que Max e Tabii estavam vindo em sua direção, mas não conseguiria lidar com isso agora.

Precisava sair dali.

 


Notas Finais




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